O Impala segue numa velocidade constante, devassando estradas empoeiradas e campos verdejantes. Nem o mais tórrido verão, ou o mais gélido inverno o fazem parar ou quebrar. Dean Winchester sabe disso e adora aquele carro. Era uma extensão de si mesmo. O que o carro tinha de possante, também tinha de resistente, belo e imponente. E a melhor trilha sonora para ele era "Back in black" do AC/DC. Dean ligava o toca-fitas do carro no máximo volume, e acompanhava o ritmo tamborilando no guidão.

Sam o observava e ficava fascinado com tanta felicidade e identificação de um motorista e seu carro. Dean chamava o carro de Baby, como se fora sua namorada, embora quando mais jovem se referisse ao mesmo como Metallicar. Rock 'n roll e Impala era um casamento perfeito. E Dean era um cara extremamente carismático e magnético, que se encaixava muito bem naquela mistura oitentista. Se Dean soubesse tocar guitarra, seria como Angus Young, um herói do heavy metal.

– Dean? Conte-me novamente como ganhou o direito de dirigir o Impala. - Sam perguntou certa tarde, enquanto atravessavam a América de carro.

– Ora, eu tive que provar que merecia baby. Por isso eu fui testado num antro de sustos e horrores: a casa maluca do parque de diversões.

– Ha, ha! Grande prova de coragem e resistência física.

– Não ria, Sammy! Havia palhaços naquela casa.

O riso de Sammy se transformou numa careta de preocupação.

– Eu nunca entraria numa casa maluca com palhaços. Isso é masoquismo.

– Correção: Isso é um teste de resistência psicológica. E eu passei com louvor.

– Droga, Dean! Você sabe que eu tenho fobia de palhaços. Isso seria impossível pra mim.

– Eu sei, Sammy. Por isso que eu te trago comigo, para te proteger e te ajudar a superar suas fobias e medos.

– Tá, obrigado! Não vou me esquecer. - Sam falou com uma expressão ofendida.

– Ora, Sammy, não fique com raiva. Eu gosto de te proteger porque sou seu irmão mais velho. - Ele piscou para Sam.

– Além dos funcionários fantasiados de monstros, havia algum perigo real naquela casa?

– Oh, sim! Um poltergeist. Ele me deu trabalho, tentando me confundir e atirando coisas em mim. Nada que algumas balas de sal e uma barra de ferro não dessem jeito.

– Como... papai sabia do poltergeist e ainda assim o deixou seguir sozinho?

– Papai tinha confiança em mim, Sammy. A entidade era como um gato. Nove vidas e olhos famintos.

Sam o olhou alarmado. Dean sabia como enfeitar uma estória.

– E eu dei-lhe um sopapo que o fez perder oito de suas vidas. Ele saiu de lá chorando como um gatinho novo.

Sam sorriu. Seja lá que entidade fora aquela não se parecia em nada com um Poltergeist.

– Sabe, Dean, há uma entidade oriental chamada Mog, que frequentemente assume a figura de um gatinho fofinho. É tido como sinal de boa sorte.

– É? E você acha que eu confundi um Mog com um poltergeist?

– Seria natural...

– Chega, Sam!

Sam sorriu.

– Não acredito que Papai me fez enfrentar um gatinho fofinho, achando que fosse um poltergeist. Isso não é másculo.

Sam riu da cara indignada de Dean.

Canção: Back in black (AC/DC)

Back in black, I hit the sack,
I've been too long,
I'm glad to be back
Yes I'm let loose from the noose,
That's kept me hangin' about
I been livin like a star 'cause it's gettin' me high,
Forget the hearse, 'cause I never die
I got nine lives, cat's eyes
abusing every one of them and running wild

[Chorus]
'Cause I'm back! Yes, I'm back!
Well, I'm back! Yes, I'm back!
Well, I'm baaack, baaack...
Well, I'm back in black,
Yes, I'm back in black!

Back in a band,i got Cadillac,
Number one with a bullet, I'm a power pack
Yes I'm in a band with a gang,
they gotta catch me if they want me to hang
'Cause I'm back on the track
and I'm beatin' the flack,
Nobody's gonna get me on another trap
So look at me now, I'm just a makin' my pay,
Don't try to push your luck,
just get outta my way

[Chorus] x3

Aww yeah! Let's go!
Keep on goin'! Yeah yeah!
Yeah... aww yeah yeah!
Here we go!

[Chorus]
Outta sight!