O Tempo que Leva escrita por Bruna Guissi


Capítulo 10
Feliz Aniversário


Notas iniciais do capítulo

Ao, desculpa o atrasinho, mas vamos lá!
Dia dez do desafio!
Boa leitura!
Envelheço na cidade – Ira (ouçam, Edgar Scandurra toca muito)



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Acordei com meu celular tocando escandalosamente. O quarto escuro me desorientou um pouco.

–Mas o quê..? – murmurei, me arrastando para cima do corpo que dormia do meu lado para alcançar o celular. Nove da manhã... Eileen??

–Eileen..? – perguntei ensonada. Senti Ian se remexer embaixo de mim, então falei mais baixo – O que foi?

–FELIZ ANIVERSÁRIOOOO! – gritaram ela e Ava do outro lado da linha. Então a ficha caiu; dei uma risada.

–Mas que merda, eu estava dormindo! – elas riram em resposta.

–Por que está sussurrando? – perguntou Eileen, acompanhada por um “ÉÉÉ” da Avalon – Ian está aí? – e pude ouvi-las dando risadinhas.

Estou na casa dele. – expliquei, revirando os olhos – Não podiam esperar até mais tarde para dar os parabéns? Estou de folga hoje. – reclamei. Senti Ian suspirar. Acho melhor sair de cima dele.

Arrastei-me para o lado livre da cama confortável, encarando o teto.

–Ah, mas se você está na casa dele, não sei se vamos conseguir nos ver hoje. – reclamou Ava. Pude ouvir que mexiam em algo tintilante ao fundo.

–Vocês estão no trabalho! – reclamei – Me deixem dormir, suas pestes. – e desliguei o telefone antes que pudessem responder. Suspirei.

Vinte e um anos; senti uma liberdade que não conhecia. Se as coisas tivessem sido diferentes, e eu trouxa o suficiente para mantê-las desse jeito, hoje estaria noivando com o maior crápula do universo.

Soltei um risada baixa, fechando os olhos. Logo em seguida senti algo me envolver. Algo não; alguém. Ian agarrou minha cintura e se arrastou para perto, fazendo com que eu risse ainda de olhos fechados.

–Não conseguiu esperar que eu acordasse para subir em mim de novo? – perguntou no meu ouvido, com aquela voz rouca de sono. Dei um tabefe no braço dele, fazendo-o rir.

–Deixa de ser besta. – Então abri os olhos. Ele me encarava; estava com o cabelo bagunçado, os olhos ainda meio fechados de sono e um sorriso no rosto. Não consegui evitar suspirar.

Céus, eu poderia nunca tê-lo visto acordar pela manhã.

–Quer dizer que hoje é seu aniversário? – perguntou ele, enfiando o rosto no meu pescoço. Uma corrente elétrica subiu pelo meu estômago – Como vou fazer se não te arrumei presente?

Então virei de lado para olhá-lo melhor; ele me puxou para o corpo dele, para que ficássemos com os olhos na mesma altura. Mexi numa mecha de cabelo dele, sorrindo.

–Não preciso de presente. – respondi. Tirei os cabelos dele da testa, e me apertei ainda mais nele, fazendo com que ele tremesse um pouco – Assim está bom.

Ah, mas para ele não. Deitou-me de costas e ficou em cima de mim, me prendendo ali. Beijou o caminho da linha da minha mandíbula até a clavícula, e depois desceu. Estremeci.

Estar com ele era bom. Ainda mais hoje, dia que quase nunca consigo ver minha família. Ele ali preenchia qualquer espaço vazio, por maior que fosse.

Senti os dedos do pé se contorcerem quando ele mordeu a região da costela. Ele deu uma risada leve contra minha barriga, e hálito dele fez com que um arrepio tomasse o corpo.

Ele era bom nisso.

Parou logo abaixo da cintura pélvica, então levantou o rosto para me olhar nos olhos. Não percebi que estava com o rosto vermelho até ele sorrir e se inclinar para me beijar, agora na boca.

Ah... Quê? Ah, é! Ficamos mais alguns segundos assim, que me pareceram curtos demais, até meu celular voltar a tocar.

Ele fez tateou em busca do celular, só para jogar para longe da cama, ainda com os lábios nos meus. Dei uma risada.

–Não, dá pra mim! – pedi com a voz abafada pela boca dele. Ele só me ignorou. Era fácil esquecer do mundo com ele fazendo tudo o que podia pra isso acontecer.

Nos virei na cama, comigo em cima dele, fazendo-o sorrir brevemente antes de conseguir alcançar o celular. Ele bufou de decepção. Coloquei a mão na boca dele quando fez menção de reclamar.

–Alô? – perguntei, me esquecendo de olhar o identificador de chamadas.

–Filha! Parabéns! – ouvi do outro lado.

–Mãe! – falei surpresa, então vi um Ian risonho entre minhas pernas. Fiquei vermelha – Obrigada! – respondi, evitando olhar para baixo. Ele não parava de rir – Como o pai está? – perguntei. Agora ele começava a lamber a palma da minha mão. “Quantos anos você tem?!”, gesticulei silenciosamente, fazendo-o rir ainda mais.

–Ele está bem, Mika, mas está velho. – pude ouvi-lo reclamar do outro lado da linha, então ri de leve – E você, como vão as coisas? – olhei para baixo, e vi que ele agora mordia de o que conseguia da minha mão, sem realmente fazer esforço para sair dali. Dei um sorriso.

–Estão bem mãe. – respondi com sinceridade, e ela pareceu perceber isso – Podemos nos falar depois? Agora eu preciso fazer algumas coisas. – então ele tirou a minha mão da boca dele, dando um sorriso dúbio para mim.

Anunciando que vai tran... – então voltei a cala-lo com a mão livre.

–Te ligo mais tarde! Manda um beijo pro pai, tá bem? – e desliguei sem esperar, jogando o celular no criado-mudo ao lado da cama.

Ele começou a se agitar, mas agarrei os dois braços dele, segurando-o no lugar.

–Eu devia dar um soquinho nesse seu rosto! – falei fazendo-o rir. Soltei um dos seus braços só para esfregar minha mão na testa dele, limpando o que ele fizera. De pois voltei a segurá-lo.

–Você não reclama quando é a... – então dei um beijo nele, para que ficasse quieto. Eficiente e prazeroso. Deveria fazer disso um lema. Ele me envolveu com os braços quentes, nós dois enrolados nos lençóis da cama enorme dele.

Fui me afastar para sair, mas ele me puxou de volta, com força. Acabei com as duas mãos presas entre nós, em cima no peito dele. Não era desagradável, não, sabe.

–Hmm... – gemi, conseguindo afastar-me um pouco dele, ele mantendo os braços firmes em mim – Eu realmente preciso fazer algumas coisas. – expliquei, e os olhos dele pareciam levemente decepcionados. Ah, eu também preferia ficar aqui. Preferia nunca mais ter de usar roupas para dormir, também. Mas seria provavelmente proibida de ir ao Mercado da Cidade nua, e eu gostava do lugar.

Ele finalmente me libertou, deixando os braços caírem ao lado dele na cama, em sinal de derrota. Depositei um beijo rápido no na boca dele, parando para observa-lo um pouco.

–Você é muito bonito, sabia? – soltei sem querer, fazendo-o sorrir.

–Então é isso o que você quer? Só meu corpinho? – falou com uma falsa indignação, e acabei rindo involuntariamente, revirando os olhos.

–Aí, mas não dá para elogiar mesmo. – disse, finalmente saindo de cima dele. Rolei para fora da cama, o quarto ainda escuro com as cortinas eletrônicas barrando a luz da manhã. A única fonte de luz do lugar vinha do banheiro, onde o sol entrava suavemente, e mal iluminava o quarto.

Fiquei de pé, esticando os braços e as costas, para relaxar o corpo. Dormi como uma pedra de ontem para hoje. Quando fui virar para ir para o banheiro, trombei com um Ian parado atrás de mim, com um olhar suave. Inclinei a cabeça de maneira interrogativa para ele.

Pegou no meu rosto com as duas mãos, colocando uma das mechas do meu cabelo solto atrás da orelha.

–Você é muito bonita, sabia? – disse, repetindo o que eu dissera antes. Dei um sorriso meio tímido, verdadeiramente feliz com a afirmação. Não que me achasse feia, mas não me achava tão bonita como ele.

Mas quando estávamos assim, e tudo o que ele fazia era ficar comigo, não tinha como não acreditar que ele me achava mesmo bonita.

–Agora sei. – respondi, fazendo-o balançar a cabeça em descrença.

–Feliz aniversário, sua teimosa. – disse, então beijou minha testa. Suspirei.

Mais um ano que se passa
Mais um ano sem você
Já não tenho a mesma idade
Envelheço na cidade

Acabamos no chuveiro, e sinceramente não sei quanto tempo ficamos ali. O lugar era claro, amplo, talvez com o dobro do tamanho do meu, e nós costumávamos passar um bom tempo embaixo da água juntos. Toda vez em que ficávamos juntos era diferente da anterior, e de um jeito bom.

Saímos do chuveiro, ele me emprestando uma toalha comprida e se enrolando numa própria. Fomos para o quarto, e ele resolveu que já podia abrir as janelas. Não sei quando me acostumarei com a vista, mas era linda.

Um gramado grande e um canteiro de flores que fazia todo o perímetro do terreno, deixando espaço apenas para a entrada da garagem e da casa invadiram a janela. O lugar era enorme; ele me dissera que a mãe morava sozinha, e quando adoeceu veio morar com ela. Então nos últimos dois meses teve de ser internada para tratamento intensivo.

–Ela pediu que eu ficasse aqui. – disse dando de ombros, quando explicava as coisas – Eu fiquei.

Sentamo-nos na cama, e ele resolveu que queria pentear meu cabelo. Ficamos ali uns minutos, eu de olhos fechados, apreciando a sensação.

–O que você precisa fazer hoje? – perguntou, quebrando o silencia, ainda mexendo no meu cabelo.

–Hmm... Preciso ir ao mercado. – respondi lentamente, quase voltando a dormir. A sensação era ótima – Comprar carnes, arroz, cerveja... – Ele deu uma risada fraca.

–Quer que eu vá junto com você? – perguntou, então abri os olhos e virei para olhá-lo – Posso te deixar em casa depois.

–De moto? Será que não fica muito difícil? – e voltei a sentar de costas, esperando que voltasse a mexer. Ele não o fez - Continua! – insisti, fazendo-o rir.

–Posso te levar de carro. – explicou. Virei para olhá-lo novamente – Tem alguns aqui em casa. – e deu de ombros. Revirei os olhos.

–Ai mais que rico! – reclamei mesquinha, tirando uma gargalhada dele. Puxou-me pra perto e mordeu meu nariz. Mas gente, vê se pode!

Acabei aceitando a carona; fomos para o mercado logo depois de colocarmos algumas roupas. Ele pegou um carro preto, grande e alto da garagem, e dirigiu como se fizesse isso todos os dias, deixando a moto no lugar.

Compramos praticamente tudo, inclusive o almoço do dia. Enchemos um carrinho com pães, frutas e verduras, carnes, massas e outras coisas de mercearia, deixando a cerveja por último.

Quando chegamos na sessão de bebidas, ele colocou dois engradados no carrinho, com um sorriso tranquilo no rosto.

–Hoje tem para os dois. – anunciou. Ah, sim! Então dei uma risada curta, lembrando do dia. Arrumei as coisas no carrinho.

–Bom, parece que você acabou gostando da frígida aqui. – disse num tom azedo. Ele me virou pelos braços me prendendo ao corpo dele.

–E você parece que no fim, não me rejeitou, não é mesmo? – mostrei a língua para ele, e ele fez o mesmo.

–Vamos logo, então. – pedi – Você disse que teria de estar no trabalho à uma e meia hoje, e eu gostaria de almoçar. – ele fez que sim com a cabeça.

Pagamos tudo e colocamos no carro. Chegamos no meu apartamento pouco antes do meio dia, e começamos a arrumar as coisas. Liguei o fogão e comecei a cozinhar algo rápido; não havíamos tomado café e eu conseguia ouvir o estômago dele rugindo.

Fiz macarrão com almondegas e uma salada para acompanhar, e ele conseguiu comer quase tudo que fora feito. Fez menção de pegar uma cerveja, mas então enchi um copo de suco para ele, fazendo-o revirar os olhos. Acabou bebendo de bom grado.

–Bem, muito obrigado pela refeição. – disse, depositando um beijo na minha testa quando já terminávamos de arrumar a cozinha – Te vejo mais tarde? – perguntou antes de sair.

–Acho que sim. – respondi, fazendo-o sorrir – Coincidentemente estou de folga hoje. – ele pareceu pensar por alguns instantes, então falou:

–Passo aqui e te levo para jantar então! – e beijou-me na bochecha antes de sair sem esperar uma resposta.

Fechei a porta do corredor e fui para a sala, parando antes na cozinha para pegar uma cerveja. Sentei no sofá e liguei a televisão, passando os canais rapidamente até achar um que quisesse assistir.

Depois de alguns minutos, meu celular tocou pela terceira vez naquele dia, e vi o número de Valentina na tela.

–Fala, moça. – cumprimentei, então ouvi a voz de Sansa no fundo. Ambas começaram a cantar uma música de aniversário de uma cantora infantil qualquer, e tive de rir – Obrigada, agradeci.

–A gente tem que comemorar, Mikaela! – exigiu Sansa, seguida por um incentivo de Valentina ao fundo.

–Podemos ir ao bar mais tarde. – sugeri – Ian quer fazer alguma coisa, acho. – expliquei quando elas estavam começando a planejar a noite toda.

–Ai, soldada perdida. – lamentou-se Valentina, fazendo com que eu e Sansa (do outro lado da linha) ríssemos.

–Que mentira! Sansa namora e nem por isso deixaram de sair juntas! – reclamei. Ouvi um muxoxo fraco em de Valentina.

–Então nos vemos de noite. – confirmou Sansa antes de desligar o celular.

O resto da tarde foi tranquilo. Liguei para minha mãe como havia prometido, e fiz mais uma promessa de passar na casa deles no dia seguinte. Li alguns livros, vi um filme ruim na televisão, e quando notei já eram quase sete horas.

Tomei um banho e resolvi que hoje era uma daquelas ocasiões que exigem mais do que só um tênis e um shorts. Vesti uma calça jeans escura mais justa, uma camiseta de manga comprida bege e uma jaqueta num tom de marrom muito bonito. Passei um pouco de maquiagem, mas nada demais, e arrumei o cabelo dessa vez, deixando-o mais liso. Coloquei um colar que ganhei de Eileen no pescoço, finalizando a obra.

Olhei para o espelho e gostei do resultado. Oito e meia Ian ligou avisando que já estava chegando, então calcei um par de botas baixas e abri a porta do corredor para recebê-lo.

Ele começou a falar alguma coisa, mas parou no momento em que me viu. Deu um sorriso safado.

–Está bom? – perguntei, dando uma volta para fazê-lo enxergar melhor. Ele soltou um pigarro.

–Não está ruim, não. – revirei os olhos, fazendo-o rir. Ele estava muito bonito, usava uma jaqueta mais justa por cima camisa de botão vermelha sobreposta na camiseta branca. Estava de jeans escuros e tinha um daqueles sapatos confortáveis baixos no pé. Tinha posto até uma corrente em volta do pescoço, o que ressaltava as linhas da região da clavícula.

Irritantemente encantador.

Ele chegou perto, para me encarar com os olhos doces.

–Está muito bem. – disse, dando ênfase no “muito”. Abri um sorriso orgulhoso.

–Você também não está nada mal. – respondi, fazendo-o franzir o nariz para mim. Saímos pelo corredor e parei para trancar o apartamento, quando ele estacou rapidamente.

–Ah, já ia me esquecendo! – então tirou um capacete que eu nunca tinha visto de um pacote do pé da porta, que passara despercebido até então.

Ele um modelo mais agressivo, mas muito bonito; a viseira era preta, para ser usada durando o sol, e ele era da mesma cor, com desenhos em azul e verde-água saindo como uma corrente de água em fios. Era lindo.

Ele estendeu o objeto pesado para mim, com um sorriso no rosto.

–Para mim? – perguntei inocentemente, abrindo um sorriso.

–Feliz aniversário. – anunciou. Acabei pegando-o de surpresa ao pular no pescoço dele, então ele riu com a reação inesperada – De nada? – tentou, então foi minha vez de rir.

Descemos para a rua, onde a noite já estava escura, ventando um pouco. A jaqueta viera a calhar, assim como a calça.

Arrancamos com a moto e passeamos alguns minutos, até que eu reconhecesse o caminho que estávamos fazendo. Não tive a oportunidade de perguntar até pararmos na frente da casa dele.

–Sua casa? – perguntei sem entender. Ele deu de ombros, sem explicar.

Destrancou a porta e entramos pelo corredor: e então a luz da sala se acendeu sozinha. Revirei os olhos, embora estivesse feliz.

–Parabéns! – gritaram as vozes todas ao mesmo tempo. Estavam todos ali; a banda toda e as meninas com cervejas na mão. Havia comida em cima da mesa, e doces também; tocava uma música qualquer em um rádio, e haviam balões colados nas paredes.

Obrigada! – falei numa carranca envergonhada. Todos vieram dar os parabéns, ficando alguns minutos de pé antes de começarmos a nos jogar nos sofás pela sala espaçosa da casa de Ian – Foi ideia sua? – perguntei, virando-me para ele.

–Na verdade, quando fui falar com Avalon, ela tinha pensando na mesma coisa. Aí foi só avisar todo mundo e deixar a chave da casa na mão de Mark. Valentina e Sansa arrumaram as bebidas e o pessoal decorou e trouxe comida. – explicou, como se falasse do tempo favorável. Dei um sorriso sincero para ele.

Começamos a conversar e comer animadamente, já nos esquecendo de manter o volume da música e da voz baixos. Foi muito bom. Conversamos sobre muitas coisas, e os assuntos renderam horas de filosofia barata de bar.

Falamos sobre o que gostaríamos de fazer, sobre o que esperávamos da vida, nossas cores favoritas e sobre o que queríamos comer no dia seguinte..! Qualquer coisa que surgisse. Pude ver que, assim como eu, nem todo mundo ali tinha certeza da vida. Jusiete manteve-se alegremente calada a noite toda. Com o passar dos dias ela ia ficando cada vez mais compreensiva. Amém!

Essa vida é jogo rápido
Para mim ou pra você
Mais um ano que se passa
Eu não sei o que fazer

Juventude se abraça
Faz de tudo pra esquecer
Um feliz aniversário
Para mim ou pra você

Então chegou a hora do maldito parabéns; o eterno lembrete de que as pessoas ficam felizes com seu envelhecimento. “Aff...”

Feliz aniversário
Envelheço na cidade
Feliz aniversário
Envelheço na cidade

Apesar da mania de carranca, não gostaria de estar em outro lugar. Sinto falta da minha família às vezes, é verdade, mas sei que tem gente que passa por coisas piores. Sorri para Ian, que retribuiu com um sorriso ainda maior.

Meus amigos, minha rua
As garotas da minha rua
Não sinto, não os tenho
Mais um ano sem você

Percebi que, mais do que antes, o pessoal estava se dando bem; Sion e Avalon pareciam estar começando alguma coisa que lembrava um namorico; Eileen já dava bem com Sansa e Valentina, mas as coisa só melhoraram de uns tempo para cá; e os outros rapazes, Robb e Mark, já se mostravam muito mais a vontade entre elas também.

Robb parecia especialmente interessado em Eileen, assim como Mark, e ela estava, como sempre, alheia a esse interesse. Sansa passou a noite conversando e mandando fotos da festa para o namorado, só para irritá-lo, o que não deu muito certo. O rapa era muito tranquilo, e sabia que Valentina estava lá e (por mais má influência que ela fosse, ou tentasse ser) não deixaria nada ruim acontecer.

As garotas desfilando
Os rapazes a beber
Já não tenho a mesma idade
Não pertenço a ninguém

E eu só conseguia me sentir bem com isso tudo. Completa, feliz e livre. Sabia que era livre de verdade.

E agora eu só queria aproveitar com essas pessoas que não faziam ideia de como eram ótimas.

Juventude se abraça
Se une pra esquecer
Um feliz aniversário
Para mim ou pra você

Feliz aniversário
Envelheço na cidade
Feliz aniversário
Envelheço na cidade


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Notas finais do capítulo

Aoo, espero que tenham gostado!
Bem óbvio o tema do capítulo de hoje, embora eu já tenha dito que Mika faria aniversário nesse mês, não é?
Enfim, deixem um amor, uma opinião ou errinhos encontrado!
Dois beijos!



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