Ikebukuro - Interativa escrita por Áron


Capítulo 5
Kamikazes


Notas iniciais do capítulo

Poisé, bateu uma crise de inspiração kkkkkkk. Quando terminei de escrever, fui medir o número de palavras, e como já deu, resolvi postar logo xD
Esse ficou um pouquinho maior que os demais, espero que gostem mesmo assim!



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Dois dias depois dos rumores sobre os dois monstros terem se espalhado. Era um dia de céu nublado e temperatura agradável, um pouco fria, na verdade. Parecia ser um resquício do inverno que há pouco tempo tinha ido embora. Muitas pessoas andavam com seu guarda-chuva a postos, pois o clima realmente ameaçava uma chuva espessa.

Mesmo assim, Ayumi passava em sua moto pela cidade. Iria trabalhar de transportadora. Apesar de que ainda estava meio desconfiada e com raiva por causa dos boatos sobre Celty, precisava passar em um lugar em especial; provavelmente para chatear-se ou preocupar-se ainda mais.

Acelerou, e foi para uma rua bem afastada do centro de Ikebukuro, quase na divisa com Shinjuku. A rua que ela pegou dava acesso há uma escadaria, e lá embaixo estariam casas e alguns estabelecimentos, esperemidos pela rua considerávelmente estreita.

Ayumi desceu as escadas á moto mesmo. Os moradores nem se assustaram, pois já conheciam que a garota costumava a frequentar bastante aquele lugar; três ou quatro vezes por semana, mais precisamente.

Ela parou a moto praticamente na entrada de um beco. Parecia ser um beco como qualquer outro; um latão de lixo nos fundos, algumas caixas empilhadas, garrafas de sakê e caixas de comida vazias... Porém, o que incomodava Ayumi era o fato de que não havia ninguém lá.

– Ih, Hasegawa-chan, já faz um tempo que eles tem saído bastante... Anteontem, mais ou menos umas nove da noite, apareceu um homem aqui e chamou os três, aí eles foram com o homem. Eu não conhecia aquele cara, mas eles pareciam confiar nele, por isso não interferi. Mas o Sana-kun apareceu hoje de manhãzinha, só que ele saiu logo. Mas olha pelo lado bom, talvez aquele homem esteja querendo levar eles para algum lugar bom. - Uma mulher idosa, que varria a entrada de sua loja, falou para Ayumi, que fez um ar um pouco decepcionada.

– Tomara, Aika-san, tomara... - Ela suspirou, colocou o capacete, e logo tomou o rumo para trabalhar.

...

– Ei, ei! É verdade que você foi sequestrado pelo motoqueiro negro?

– É por isso que está ferido, não é? É verdade que ele não tem cabeça??

– Vai lá, só uma resposta!

Era incrível como boatos se espalhavam rápido. Chiba estava com a cabeça afundada na mesa, e só foi deixado em paz pelos colegas quando finalmente o professor chegou e mandou eles se sentarem. Tudo isso logo para alguém que queria passar o mais despercebido possível. Tinha faltado dois dias no colégio para se recuperar do que se feriu nos braços, mas escondia, usando o blazer da escola abotoado.

E, ironicamente, um dos únicos da sala que não falou uma palavra sobre o ocorrido foi Setagaya, que havia presenciado o ato. Na verdade, o loiro passou quase todo o primeiro turno (Aulas antes do almoço) mexendo incessamente no celular, como se vigiasse algo. Para falar a verdade, ele parecia estranhamente sério desde o dia anterior, quando o motoqueiro negro aparecera e levara seu companheiro.

– E-Ei... - Alguns minutos antes de soar o toque para o horário de almoço, Chiba chamou a atenção de Setagaya. - É que... Eu queria saber...

É, como dizia seu primo, Chiba é um ovo tímido. Ele se sentia um pouco envergonhado consigo mesmo por não achar as palavras certas; mas também, nunca havia tido uma conversa tão... aberta, com alguém.

– Por que não almoçamos aqui na sala hoje? - Setagaya sugeriu e interrompeu, após mais um relançe para o celular.

– Tudo bem... Mas é que, desde ontem você parece meio sério. Hã... Eu sei que eu só te conheço a pouco tempo, mas isso me parece... Estranho... Sei lá.

– Ah, qual é cara! - Setagaya se levantou rapidamente e deu um "mata-leão" de brincadeira, sem realmente ferir, em Chiba. - Deixa de ser um ovo! Só estava grilado com algumas coisas!

Setagaya riu, e Chiba também riu um pouco. Porém, a risada deles foi logo interrompida pelo barulho de roncos de motores. Não um, dezenas.

E estavam chegando mais perto.

Quase todos os poucos alunos que ainda estavam na sala foram até as janelas, e o professor também. Aquele bom-humor piadista de Setagaya logose cessou. Colocando a cabeça para fora do teto, mesmo com uma forte ventania, que alcançava facilmente os 30km/h. Chiba e quase todos os outros alunos fizeram o mesmo, para ver o que acontecia.

O motoqueiro negro passou rapidamente, mas foi possível vê-lo por causa do chamativo capacete amarelo. Com uma diferença de cerca de 1km, um pelotão de outros motoqueiros. Era uma fila de 4 por 7, totalizando 28 no total, aparentemente perseguindo o motoqueiro.

– Droga... Eles disseram que só iriam passar aqui ás 13:29...! - Setagaya mumurrou em tom muito baixo para si mesmo, olhando para o celular.
...

Naquele mesmo momento, ocorria uma perseguição em massa naquelas ruas de Ikebukuro, todos direcionados ao motoqueiro negro, que conseguia fugir e manter a distância de 1km com grande facilidade. As ruas não estavam muito cheias, e policiais estavam prontos para intervir, mas não faziam isso, pois tecnicamente os sujeitos ainda não haviam feito nenhum delito. Todos eles usavam faixas brancas que balançavam ao vento; uma delas presa em seus corpos, e outra nas motos. Muitos cidadãos se perguntavam;

Aquilo era a volta das gangues coloridas?

"Droga... Eu sei que muitos boatos ruins sobre mim tem se espalhado, mas... Por que eles estão me perseguindo assim? De qualquer jeito, quanto mais eu ficar nessa brincadeira de gato e rato, mais arriscado para mim... É melhor eu sair logo então!" - Celty pensou.

Logo em seguida, o motoqueiro negro pisou rapidamente no acelerador, e aumentou sua velocidade. Os motoqueiros da primeira fila do pelotão sorriram, e logo se espalharam um pouco mais, pareciam abrir espaço para algo.

Celty mal teve tempo de olhar para trás, em apenas um relançe, teve apenas tempo de ver o rastro de poeira deixado por duas motos que aceleraram grosseiramente. A motoqueira negra sequer viu as motos, mas sentiu a aproximação. Instinto? Talvez, mas provavelmente o mínimo que ela acelerou salvou a vida dela.

As duas motos estavam fazendo uma perfeita rota de colisão para as laterais da moto de Celty, e uma delas estava planejando em se chocar justo no tanque de gasolina, e iria provocar um incêndio. Se aquilo realmente tivesse acontecido; ninguém das três motos saíria vivo se não fosse por um milagre.

– Código A, rápido!! - Um dos homens no começo do pelotão, gritou.

As duas motos se chocaram no pneu traseiro, o que foi suficiente para amassar essa parte, e em seguida aquelas duas motos perderam o controle e, ao se chocarem frontalmente, foram emuprradas para trás e caíram. Apesar de o pelotão ser aberto distância e freado bruscamente; por causa da velocidade constante e da distância, não impediu que os ocupantes daquelas duas motos fossem atropelados por uma das sete fileiras do pelotão.

– POR FAVOR, AGORA ESTÁ TUDO NA MÃO DE VOCÊS!!

Celty ouviu um dos motoqueiros gritar a plenos pulmões, mas sequer teve tempo de virar para trás para ver os estragos que havia causado ou conferir se haviam mais motos vindo; porém, a ameaça não veio de trás ou do lado.

Ela só percebeu de onde era quando sentiu um terço da pouca luz que iluminava a cidade naquele dia nublado sumir.

O ataque kamikaze vinha de cima, de cima de um viaduto no qual Celtu estava passando ao lado.

Celty tentou manobrar, mas era simplesmente impossível de prever para onde a moto iria cair, e aonde ela pretendia bater. A motoqueira negra sequer enxergava o motorista, era como se a moto tivesse sido abandonada assim. Mas claramente, alguém a controlava, para conseguir fazer aquela manobra.

No final, a moto chocou o pneu frontal no tanque de gasolina da moto de Celty, e capotou por cima dela. A moto de Celty acabou explodindo por conta do atrito com a gasolina, e tombou para o lado por conta do impacto; a moto caiu por cima dela e os dois veículos, presos no incêndio.

Se Celty fosse humana, ela teria claramente morrido.

Mas ela era um monstro.

E não era por ser um monstro, que ela era uma pessoa ruim.

Apesar de ferida, Celty não teve dificuldades de sair de debaixo da moto e se levantar. Mas, agora ela estava sem ter como escapar, e não se sentia confiante em lutar ferida, embora parecesse necessário.

– Celty-chan!! - A voz que furou o pelotão e atravessou o mesmo até derrapar e chegar em Celty, vinha da moto pilotada por Ayumi, cujo na garupa estavam Akabane Akashi e Heiwajima Shizuo; os dois últimos desceram do veículo.

– Vocês duas, podem fugir! Deixem esses idiotas para a gente! - Akabane sorriu, com suas facas em postos.

Ayumi e Celty concordaram com um gesto com a cabeça, e aceleraram para fugir logo na moto de Ayumi.

Antes de pelo menos uma moto do pelotão seguir Celty e Ayumi, Shizuo já estava com sangue na cabeça. Olhou de relançe para o passageiro da moto que chocou com a de Celty, e em seguida para dois dos quatro passageiros que estavam nas duas motos que tentaram se chocar com a de Celty. Ao ver aquela cena, Shizuo estava realmente furioso. Akashi não parecia estar muito distante disso, mas disfarçava mais que o homem ao seu lado. Shizuo não arrancou nada, apenas estalou os próprios punhos; Akashi segurou firmemente suas facas.

Talvez aquela gangue não tivesse que lidar com apenas um, e sim com dois monstros.

– Vocês são a gangue mais suja que eu já vi...- Shizuo falou em tom normal, indo em direção a eles. - SEUS KAMIKAZES DE MERDA!!!


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Notas finais do capítulo

Ah, aqui ainda vão dar 11 da noite (Moro no Norte), por isso não sou coruja :v
Espero que tenham curtido e até o próximo!



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