Ikebukuro - Interativa escrita por Áron


Capítulo 10
O Líder


Notas iniciais do capítulo

Espero que não tenham se incomodado por eu não ter postado ontem.
Aliás, essa gasolina tá foda, hein? Rolando contrabando a torto aqui onde eu moro.



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Seu plano estava falhando.

Tudo parecia estar dando certo. Organizou a gangue por um ano, atraiu dezenas de seguidores, e fez a gangue explodir, de um modo que não pudesse ser controlada pela polícia. Ninguém estava podendo pará-los.

Até aparecer a gangue incolor, ironicamente, aquela que deu origem aos Faixas Brancas; que nasceram apartir de alguns grupos isolados que tomaram o site dos dólares.

Ele, o líder dos faixas brancas, apenas observava a situação, com um olhar neutro. Vestia sim uma faixa branca, mas muito bem escondida, no "código do estudante", assim apenas os faixas brancas a viam e os dólares achavam que era um deles.

– Ei, Saito, essa batalha já está ganha. Você é um estudante, é melhor a polícia não saber que você estava aqui. - Kadota apontou para a van. - Nós te damos uma carona.

O loiro nem sequer olhara para ele, apenas correu para a linha de fogo, apanhou uma pistola que estava no chão, e foi para o lugar que identificou onde estavam saindo a maior parte dos tiros.

Era uma decisão extremamente arriscada. Setagaya não sabia atirar, não sabia quantas balas tinha no pente, e estava em total desvantagem, mas ele engoliu o medo e foi até a linha de fogo.

Ele conseguiu ver claramente quem atirava. Era um jovem da mesma idade dele, com cabelos um pouco longos e que atirava com armamento bastante pesado. Ele não pareceu notar Saito, o que deu oportunidade do loiro atirar em seu ombro.

Ou quase, pois a bala pegou de raspão. Setagaya viu sua morte, mas o seu oponente se assustou ao vê-lo, porém não disparou nada; apenas pegou o armamento e correu para um edifício evacuado ali próximo.

– Você não vai fugir! - O grito foi de Ayumi, que chegou logo antes de Celty nas motos. - Vai, carinha! A gente de dá cobertura! Se ele não quis atirar em você, é mais seguro tu ir!!

Setagaya obviamente não quis confiar na motoqueira negra e em sua comparsa, mas iria subir de um jeito ou de outro. Aquele cara lhe passou um ar... Familiar.

Ele subiu, pela ponta dos pés, nas escadas do edifício, procurando aonde seu inimigo estaria. Setagaya suava, e tentava compassar a respiração, só faltava chorar de medo.

Ayumi e Celty estavam de prontidão para qualquer movimento suspeito. Celty já não desconfiava muito de Setagaya, pois percebera que aquilo foi obra de Izaya.

O membro dos faixas brancas se escondia, atirando de uma janela alta, colocando apenas o cano da arma para fora. Setagaya se escondia atrás da porta, procurando o momento certo para atirar. O momento fora quando o oponente começou a atirar para o lado debaixo novamente, o loiro saiu bruscamente de onde estava, apontou sua arma.

Que falhou.

Ela estava travada, o que deu tempo para o faixa branca virar-se e apontar a arma automática para Setagaya. O mesmo, em desespero, puxou o cão da arma e atirou sem sequer mirar; e acertou, já que estava a menos de dois metros.

O tiro pegou no ombro, e o faixa branca largou a arma; correndo para as escadas que dariam para andares mais em cima.

– Você não vai fugir!! - Setagaya foi atrás dele.

"-Por que eu não consegui atirar??? Eu não entendo, não estava com medo, não tinha o que perder!! Mas, meus dedos não se mexiam... Eu não queria matar ele? Que sensação foi essa...?" - O faixa branca pensou, enquanto fugia.

– Peguei!! - Setagaya o segurou pela camisa, e o último gesto dele foi se arremessar contra a parede, jogando ele e Saito pela janela.

"- Droga, o que eu fiz...? - Chiba se perguntou, tampando os olhos. - Acho que fui longe demais com tudo isso..."

Ele deu uma breve olhada em Saito, que tentava se agarrar em algo.

"- Eu mudei tanto assim desde que cheguei em Ikebukuro...?"

...

Chiba era visto como um intruso, um ser que estaria melhor morto.

Cidades pequenas do interior do Japão dificilmente abandonam hábitos, e um desses que ainda não se extinguiu foi a total admiração por laços sanguíneos; e um repúdio total a adoção por consequência.

Ele era estranho, ele era sujo, ele era adotado.

Desde bebê, quando era deixado sozinho ou com alguém, era maltratado apenas por ser uma criança adotada; era deixado sem comer, amarrado, apanhava, e as vezes batiam nele apenas para ver o sangue saindo.

Nunca fora encorajado a falar, tinha medo e vergonha. Ele tinha medo de estar vivo, pois achava que podia morrer há qualquer momento por causa de seu sangue. Tudo que ele queria era ser invisível para os outros.

Com três anos, com a dica dos pais adotivos, deixou o cabelo crescer e fez com que ele escondesse seu olhos, assim achava ele, que poderia passar mais disfarçado. Para os outros, foi uma declaração de vitória para eles ao ver Chiba escondendo o rosto daquela maneira, uma declaração que ele não resistiria ou devolviria na mesma moeda; e se fizesse, seria fácil culpar o garoto adotado.

Todo o verão era a mesma coisa; prendiam nele um casacão e deixavam trancado no lado de fora da escola. Todo o inverno era a mesma coisa; jogavam um balde d' água nele e o amarravam em um poste. Toda a primavera era o mesmo; jogavam ração de aves pela roupa dele para ser bicado pelos animais. Todo o outono era o mesmo, deixavam ele preso debaixo de árvores com folhas e chuva caindo. Aquilo era o mínimo que era feito, Chiba se acostumou com tudo aquilo, e só via um culpado naquilo.

Ele mesmo.

Como dizia o ditado; "Prego que se sobressai leva martelada.". Mas ele não podia deixar de se sobressair, pois todos já sabiam de sua condição.

Acostumado com os maus-tratos, se mudar para outra cidade era a única maneira de tentar escapar disso. Mas, se fosse uma cidade média, uma pessoa que o conhecesse poderia colocar tudo a perder.

Foi por isso que ele pediu para os pais o enviarem para Ikebukuro. Uma cidade grande, com número de habitantes atravessando os milhares, chegando perto dos milhões; era impossível ele se sobressair em um lugar como aquele.

Mas não só por aquilo. Ele pretendia e jurou para si mesmo que transformaria Ikebukuro em um lugar comandado por suas

"Pode fugir, moleque. Mas saiba que onde tiver sol, tua sombra vai estar contigo!!". - Foi a última coisa que ouviu, horas antes de embarcar em um trem para Ikebukuro.

Mas, se ele foi para uma cidade onde quase ninguém o conhecia, por que insistia em continuar escondendo seu rosto? Ele mesmo não sabia dizer, isso é um medo irracional, fruto de sua infância. Ou talvez porque ele simplesmente se sinta mais seguro assim.

Mas, naquela cidade, criou os Faixas Brancas com um único motivo.

Trazer a paz para a cidade, onde ninguém sofreria.

Não importa quão violento fosse para isso.

...

– Celty! - Ayumi, ao ver os dois caindo, foi institivamente para o lugar. - Droga!!

Celty usou seu "poder" (Aquela fumaça negra) e trouxe Saito para o chão, enquanto Chiba caiu no chão com tudo. Foi apenas quando o viu no chão, com o cabelo sob os olhos, que Saito entendeu o olhar familiar.

– Chiba-kun?

– Desencana, loirinho. É o líder dos faixas brancas. Antes que você se pergunte, quando todos os Faixas Brancas receberam uma mensagem, reunídos aqui, o celular dele foi o único que não tocou, pois enviou a mensagem. - Ayumi adiantou-se. - Esse lixinho...!

"Calma, Ayumi! Sabe, eu acho que tem alguém pior por trás disso... Merda, agora muita coisa faz sentido." - Celty digitou o mais rápido que pode, antes que a companheira fizesse algo precipitado.

Naquela hora, aquela grande briga já estava sendo dispersa; os Faixas Brancas perderam. Os que não morriam nas brigas, desistiam disso para continuar vivos. A maioria estava odiando o líder por não emitir uma ordem de recuar.

No final, Chiba foi levado para um hospital após Saito (Implorando de joelhos) pedir para Kadota fazer aquele favor. Logo após, Saito não teve outra escolha se não ir para casa, pertubado sobre o colega. Perturbado e com raiva. Não sabia o que pensar direito, mas resolveu se levar pelo conselho de Mikado, de que podia confiar no motoqueiro. Mesmo assim, Saito iria cobrar uma resposta de Chiba saída da própria boca dele.

"Setagaya-kun, amanhã é domingo, por isso não tem aula, certo? Se eu estiver certo, passe aqui no lugar onde você me encontrou de manhã. Preciso falar com você.
Ryuugamine Mikado."

Enquanto Saito caminhava para casa, Celty e Ayumi seguiam, a toda a velocidade, encontrar-sem com Izaya.


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo será o desfecho, por isso menor que o normal. Terão um ou dois capítulos de transição, e partirei para o segundo arco ^^
Até!



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