Kurt adentrara a casa de Catherine e a encontrara sentada ao lado da janela, observando as luzes da cidade com um olhar perdido.

- Tudo bem com você, minha criança? – Kurt perguntara, andando calmamente até ela e ajoelhando-se ao seu lado. A luz da lua irradiava no lugar, refletindo na pele alva do casal ao lado da janela. Pareciam anjos. Principalmente Kurt, pela tonalidade do loiro. Catherine levantara a cabeça e o observara. Sempre achara Kurt divino. Os seus cabelos lembram-na campos de trigo pela manhã.

- Está. – Catherine responde fria, desviando o olhar para a janela novamente. Um silêncio se instalara sobre os dois durante alguns minutos.

- Tem de esquecer, Catherine. Você cometeu um erro, e você sabia, no fundo, que Matthew um dia iria embora. – Kurt falara, observando o rosto da menina inexpressivo. Um silêncio se instalara por mais um tempo. Ela parecia não querer Kurt alí, e ele sentia isso. Suspirou baixo e deu um beijo na testa da garota, levantando-se calmamente e indo em direção à porta. Ele deveria fazer a coisa certa.

    Kurt tocara a campainha algumas vezes, porém ninguém atendeu. Esperou durante alguns minutos e Thomas abrira a porta de casa. Estava bem vestido, parecia que iria sair. Deveria ir caçar.

- O Matthew está? – Kurt perguntara. Thomas sorrira e o convidara para entrar. Adentraram a sala e Thomas gritara por Matthew, que aparecera no lugar em segundos. Estava tão bem vestido quanto o amigo. – Poderia conversar com você a sós, Matthew? – Kurt perguntara com seu tom de voz educado e elegante.

- Claro. – Matthew falara sorrindo e Thomas se retirara dando a desculpa de que iria ao quarto pegar um anel. – Sente-se aqui, Kurt! – Matthew apontara para o sofá que Kurt negara com a cabeça.

- Não. Eu vim conversar rápido com você. – Kurt falara e Matthew concordara, ficando sério. – Matthew, não foi Catherine que matou Isabelle. Fui eu.

Matthew ficara quieto por alguns minutos. Para ele, pareciam horas. Ele não estava entendendo. Não podia ser.

- Como assim, Kurt? – Matthew perguntara, ficando mais sério do que de costume. Dera alguns passos em direção a Kurt e esse se manteve imóvel.

- Não foi Catherine, fui eu. Matthew, você sabe como nós somos. Você é um de nós. – Kurt falara seriamente. Não estava alí para ladainhas.

- Porque você fez isso? – Matthew falara seco.

- Não há um por quê. – Kurt falara e olhara ao redor, fazendo um barulho estranho com a boca e voltando o olhar para Matthew. – Enfim, tenho de ir. As horas voam. Só achei que você deveria saber a verdade. Até mais. – Kurt falara e andara calmamente até a porta. Foi à coisa certa a se fazer. Matthew sentara no sofá e olhara para o chão, em um ponto fixo.

- O que houve? – Thomas perguntara parando ao lado do homem, colocando uma de suas mãos nos ombros de Matthew.

- Kurt que matou Isabelle. – Matthew falara com a voz inexpressiva. Thomas deslizara sua mão, acariciando os ombros de Matthew pelo braço do homem.

- Não se preocupe, Matt. Não pense nisso. Já passou. Eu estou aqui por você, eu sempre estarei. Você sabe. – Thomas falara baixinho, quase em um sussurro, com um tom de voz carinhoso. Enquanto isso, a cabeça de Matthew pensava em milhões de coisas.