Ao acordar de manhã a menina sentiu falta de um braço em sua cintura, ela se sentou vendo que o loiro já não se encontrava mais no quarto, entrou no banheiro e viu uma escova a mais com um bilhete grudado:

“Use essa escova, eu deixei algumas mudas de roupa para você em cima na poltrona, depois que estiver pronta desça que eu tenho uma surpresa para você... S.M”.

Rindo com aquilo fez exatamente o que ele mandou, se arrumou e desceu, e ao entrar na cozinha tinha uma pequena – e linda – mesa de café da manhã para dois, e também tinha um Scorpius Malfoy cozinhando, e por incrível que pareça estava um cheiro ótimo.

– Humm, então quer dizer que meu namorado lindo sabe fazer panquecas? – Ela disse o abraçando por trás e inalando aquele cheiro maravilhoso de melado...

– Sei sim, e você vai amar, sente-se. – Disse puxando a cadeira para que ela o fizesse e lhe servindo a uma panqueca. Estava esplendida, deliciosa e gostosa, a ruiva amou, era a melhor panqueca que ela já tinha saboreado. – E então?

– Estou sem palavras... – A comentou bebericando um pouco do suco de abobora.

Às oito e meia da manhã ambos estavam prontos já montados nas vassouras para ir ao hospital St. Mugs era uma coisa bem escondida realmente, tudo para os trouxas não descobrirem onde era a localização.

Scorpius chegou perto e já sabendo o procedimento entrou rapidamente, porém Rose pensou que se ela fosse sozinha nunca saberia como entrar, ela já tinha ido até o local uma vez há muitos anos, ela deveria ter nove anos, e sua mãe tinha quebrado a perna no trabalho e a pequena tinha ido visita-la.

– Rose, eu devo avisar, ele não fala nada com nada, ele realmente está maluco, mas só concorde tudo bem? E não se ofenda com nada que ele disser. – A menina assentiu ao recado e entrelaçou suas mãos, com isso o menino abriu a porta.

Lá dentro do quarto era muito diferente do que a menina havia imaginado, não era frio e mortal, e sim feliz e aconchegante, era bom estar ali, depois de dar uma olhada no quarto observou que tinha mais alguém ali, Lucius Malfoy, ele era muito branco e magro, tinha expressões diferenciadas, e estava tomando café.

– Bom dia, vovô! – Desejou o menino ao avô que logo foi se levantando, porém o loiro mais novo o parou e ele foi a seu encontro para dar lhe um abraço, um abraço que durou vários instantes até o senhor perceber a presença de Rose.

– Scorpius? – O chamou com um sorriso meloso nos lábios. – Quem é a menina? -Perguntou curioso enquanto Scorpius a trazia mais perto e logo ela decidiu se apresentar:

– Sou Rose, Rose Weasley, senhor. – O sorriso desapareceu, pareceu que o ar faltou e que tudo ia desabar na vida de Lucius, seu neto, namorando a neta de Arthur Weasley?

– Por um acaso você é neta de Arthur Weasley? – A menina chacoalhou a cabeça positivamente ainda com as mãos se segurando.

– Vovô, primeiro conheça a e depois critique. – Sem escolhas Lucius concordou com certa relutância e os três se sentaram para começar a conversar.

– Então Rose – disse sem nenhuma repugnância ou nojo. – você gostaria de ouvir histórias sobre Scorpious? – Acontece que Lucius Malfoy era o tipo de avô coruja que se esquece de tudo, menos do único netinho, que para ele ainda era uma criançinha indefesa que gostava de ouvir história para dormir.

– Vovô eu não acho que... – Mas no momento que começara a falar já havia sido cortada pela ruiva.

– Na verdade Sr. Malfoy eu adoraria ouvir alguma história sobre o Hyperion. - Disse ela cordialmente e educada, queria muito que o avô dele gostasse da própria e também queria rir um pouco de seu namorado.

– Que seja. – Bufou o loiro mais novo que logo recebeu um beijo na bochecha da ruiva que ria um pouco.

– Bem deixe me ver, a sim, sim tem uma que eu particularmente considero minha favorita, foi em seu aniversario de cinco anos, ele era muito sapeca naquela época e um bebezão também, ele veio passar aqui como seu presente...

“Como um bom avô lhe preparei uma festinha, apenas nós dois, ele era muito antissocial na época, pois bem, tudo ocorreu muito bem, ele riu, desembrulhou seu presente e para sua surpresa era uma vassoura de brinquedo, ele disse que sempre iria voar de um lado para o outro, mas quando ele subiu começou a se descabelar e chorar, dizendo que estava muito alto, muito rápido, e a vassoura não levantava mais que um metro do chão e não ia mais de cinco quilômetros por hora, como eu disse um bebezão, e foi ai que eu senti que eu devia protegê de tudo.

– Scorpius... Você... Nunca – A menina tentava falar uma sentença, mas não conseguia e logo Sr. Malfoy se juntou a ela deixando o loirinho envergonhado.

– Haha, o Scorpius de 5 anos tinha medo de altura, muito engraçado... – O debochou se enfurecendo.

– O de 5? – Conferiu o avô fazendo Rose rir mais ainda, ela não sabia que ele ainda tinha medo de altura afinal ele não jogava no time da Casa?

– Mas como você tem medo de atura e joga no time? – Perguntou a garota estranhando.

– Eu jogo porque eu não tenho mais medo de altura, vovô. – Os dois outros riram, mas logo mudaram de assunto vendo que o albino estava muito bravinho com todas as risadas, algumas horas depois um enfermeiro veio os chamar para o almoço, bem o enfermeiro era um aprendiz, ou seja, ele deveria ter 17 anos no mínimo e logo começou a dar em cima de Rose.

A garota realmente não estava percebendo o quão o moreno de olhos verdes a xavecava, para ela era apenas uma conversa, Scorpius conhecendo a namorada que tem controlou-se para não rir da ingenuidade dela, porém seu avô não a conhecia assim tão bem logo avisou ao neto:

– Hyperion, você é tão idiota como pode deixar a sua garota ser galanteada de tal modo e não fazer nada.

– Acredite Sr. Malfoy, ela não faz a mínima ideia do que esta acontecendo, ela é tão ingênua e pura que da vontade de rir. – Disse ele sentando se com o avô em uma mesa afastada e deixando Rose conversando com o enfermeiro, Rob.

– Me diga filho, vocês já namoram há quanto tempo?

– Há alguns meses, mas já somos amigos há muitos anos, acho que desde que ela entrou na minha cabine no primeiro ano.

– E como você se sentiu quando ela entrou?

– Muito feliz, na hora eu não percebi, porém depois que começamos a namorar, quero dizer não um com o outro, eu comecei a ter ciúmes dela com eles então logo percebi que eu queria ela para mim. – Disse ele observando a de longe, e logo viu uma coisa que não lhe agradou muito, Rob – o enfermeiro – estava colocando uma de suas mãos na cintura de Rose, esta que tentava tirá-la dali.

O loiro tratou de se levantar vermelho, pronto para bater no menino, contudo Rose o parou, fez ele se aclamar e voltaram para a mesa juntos e abraçados e Scorpius de repente começa a rir e logo a ruiva o indaga:

– Do que esta rindo?

– De você. – Ela faz uma careta. – Qual é Rose, você é tão ingênua, até meu avô percebeu que você estava sendo xavecada e você no mundo da lua para variar não é mesmo?

– Sério? Eu achei que ele só estava sendo simpático, nunca pensei que ele estivesse me xavecando...

– Isso porque você é muito santinha meu amor.

– Falou o “senhor safado”. – E com isso eles passaram um resto de tarde agradável, porém logo deram seis horas, eles tinham de voltar, se despediram, pegaram as vassouras e foram para a Toca.