Endless Love escrita por STatic


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Hey amores! Demorei de novo, eu sei me desculpem! Mas já sabem o motivo ne :(
Deixem eu dizer MUITO obrigada a Cleo Tavares, Rosianne Cazeiro e a Amanda Ávila que favoritaram! E obrigada todo mundo que foi ler "save her" e que comentou, me deixou muito feliz!
Eu nunca fiz isso antes, mas vou dedicar o capítulo hehe Pra Lele, que foi sempre um amoooor, então obrigada linda, tomara que goste!
Acho que estavam preocupadas com esse capítulo, então espero meeesmo que voces gostem... Que esteja no caminho certo. Enfim, boa leitura!



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Rick POV

Eu estava preocupado. Acho que era bem compreensível afinal de contas. Não ia ser fácil ou agradável contar toda essa história pra Kate, mas ambos –Jim e eu- sabíamos como era fundamental.

Ao me lembrar de tudo o que isso nos trouxe eu me enchia de um medo imenso. Tantas lágrimas, tanta dor e sofrimento fora causado a nós dois devido a isso. Tanto tempo perdido. Mas apesar de tudo, havia levado Kate até mim, e essa era uma recompensa mais que maravilhosa.

Naquele momento, quando a tive em meus braços pela primeira vez, eu prometi a mim mesmo que nunca a deixaria ir. Eu refiz essa promessa ontem à noite, ao som da nossa música. E cumpriria, independente do que acontecesse.

Agora estávamos a caminho da casa de Jim Beckett, pra ouvir –e ajudar a contar- a história de Johanna. Que se encontrava facilmente ligada à história de Kate, assim como a minha própria.

–Vai ser bom ouvir sobre isso, vai te ajudar com muitas lacunas. –digo ao estacionar o carro em frente à casa já conhecida.

–Eu espero... Não deve ser muito agradável, levando em conta toda a enrolação pra me falar sobre.

–Não mesmo... Mas eu vou estar lá com você. –Garanto à ela. – E nós só estávamos tentando te proteger pelo maior tempo possível.

–Eu sei. –ela me olha sorrindo e mostrando que entendia. – Eu sei. As duas coisas.

Sorrio de volta e nesse momento posso ver a porta da frente sendo aberta e Jim aparecer por ali, um sorriso imenso no rosto.

–Katie! –ele grita e Kate se vira, logo abrindo a porta e saindo do carro, abraçando o pai.

–Eu senti sua falta pai.

–Eu também senti a sua. Acho que está na hora de dar um tempo dessas viagens. –diz e me cumprimenta. Ele nos guia pra dentro da casa e posso ver que ele fez preparativos pra hoje. Uma grande caixa decorada descansava em cima da mesa de centro. Kate olhava em volta discreta, mas curiosamente.

Nos sentamos e Jim nos oferece bebidas, as quais recusamos.

–Tudo bem, então... –diz e se senta. Ele nos encara e parece nervoso, assim como eu. Kate, no entanto, estava menos inibida.

–O que é isso? –pergunta e aponta pra caixa.

–Era de Johanna. Tem milhares de álbuns de foto aí... Sua mãe amava fotografias e você era um bocado exibida quando pequena. –Ele diz em tom de brincadeira e ela ri, parecendo fascinada.

–Mesmo?

–Ah é, com certeza! Era muito bonita, o que era ótimo. –para por um minuto e depois olha pra mim. - Não tão ótimo assim quando virou adolescente. - cochichou e fez uma careta, que eu acompanhei mais que prontamente.

Kate apenas sorriu. Ela olhava para a caixa a cada segundo e era fácil ver a curiosidade ali, mas ao contrário do que imaginei, ela não pediu para vê-la.

–O que foi que houve? Eu sei que não foi legal, já que levaram todo esse tempo pra falar comigo, mas está tudo bem, eu quero saber.

Jim me olhou e respirou fundo, antes de se voltar para Kate. –Ela foi assassinada. –soltou logo de uma vez e novamente ela me surpreendeu, sem demonstrar qualquer surpresa pela revelação.

–Foi o que imaginei. –Disse em um suspiro pesaroso. –Quem? Por quê?

–Kate- eu comecei- é uma história longa e complicada, então terá que ter paciência...

–E saber que tudo isso passou. –Jim me interrompeu. –Saber que tudo acabou e o que restou foi o presente e tudo o que ele contém. Mesmo a saudade e a dor da perda nunca indo completamente embora, é importante saber que o que você tem agora, mesmo que não se lembre, é maravilhoso e você é feliz.

Ela nos olhou com uma expressão preocupada e eu podia ver algo mais no fundo de seus olhos que não soube identificar imediatamente, mas pensei ter sido medo. Era difícil ler exatamente o que ela pensava, mas em geral eu estou certo. Ela apenas assentiu.

Então Jim falou. Começou com uma narrativa hesitante, mergulhada em um passado que eu não conhecia muito bem. Contou à ela sobre a mãe em detalhes que apenas ele podia conhecer e me senti feliz por ele ter compartilhado tanto comigo também, apesar de saber que o fazia pela filha, exclusivamente.

Após a hesitação inicial, Jim Beckett ficou mais confiante e entretido em suas falas, de modo que a história toda tomou um ritmo mais constante. Quando chegou a parte que eu conhecia - melhor do que ele mesmo até-, fui forçado a me intrometer, preenchendo algumas lacunas. Kate não nos interrompeu.

Kate POV

Impressionante. Não tenho bem certeza se essa seria a melhor palavra, mas era o que eu conseguia pensar no momento. Johanna Beckett era impressionante. Quando me contaram –as poucas vezes que a citaram- como ela era, eu já havia ficado maravilhada. Mas nunca haviam me contado tão detalhadamente sobre ela e a cada detalhe novo revelado pela voz emocionada do meu pai, eu me enchia de um orgulho maior.

Estava claro pra mim –e posso apostar que pra Castle também- enquanto ouvia meu pai falar, que o amor que ele sentia por minha mãe era indiscutível e independente de qualquer tempo. Mesmo depois de todos aqueles anos, era possível notar apenas por sua voz o que ela havia significado para ele.

Era fácil perceber também o compromisso dela com nós dois. Apesar de amar o trabalho, não o colocava acima de nós, e isso era algo maravilhoso. Mesmo com todo o trabalho de ser mãe e esposa, ela era dedicada ao seu trabalho. E como se não bastasse, ainda era altruísta o suficiente para ajudar os outros e ir a lugares que quase ninguém se dispunha a ir, apenas para ajudar quem precisava.

Johanna Beckett era impressionante. Minha mãe era extraordinária, e eu não conseguia parar de pensar em como isso tornava mais triste e trágica a maneira que morreu. Me deixava aturdida quão horríveis as pessoas podiam ser, mesmo com uma mulher que só fazia o bem, mesmo à completos estranhos.

Mas era como o mundo funcionava aparentemente, então eu apenas ouvia de maneira atordoada e chocada a narrativa do meu pai, intercalada pelos comentários de Castle. Era tudo tão complexo que me deixava tonta e mesmo eles falando devagar e enchendo tudo de detalhes horrivelmente vívidos, eu ainda me perdia um pouco.

Não me perdia exatamente nos detalhes de toda a história, mas no que estava por trás. Me perdia em sua motivação.

Ganância? Então tudo se resumia a isso, afinal. Um idiota qualquer quer ser alguém na vida então decide deixar um rastro de destruição pelo caminho. Não se importava um segundo sequer nas ramificações dos seus atos e simplesmente passava por cima de tudo e todos. Absolutamente assustador.

Sentia uma pontada em meu peito quando pensava em todo sofrimento que nos fora causado. Pior ainda, quando pensava que ela poderia estar aqui, não fossem a ganância e insensibilidade que tomavam conta de algumas pessoas e as levava a fazer coisas assim.

E se eu pudesse tirar algum conforto disso, era saber que ele estava pagando. Demorou um longo tempo, mas aconteceu. E o mais gratificante: Eu fiz isso. Com Rick, eu não podia deixar de notar. Ele estivera ali e mesmo tendo demorado tanto tempo e causado tanta dor, nós demos um desfecho merecido a essa saga.

Não que fosse trazer minha mãe de volta. Nada iria e essa era a pior parte.

Tanta dor havia sido causada, tantas pessoas queridas perdidas. Eu havia sido perseguida, baleada, atormentada e quase cheguei a perder Rick, mas mesmo assim conseguia entender minhas motivações. Era o mesmo sentimento que me tomava agora: o medo de perder e o sentimento de justiça.

Só que dessa vez a justiça já tinha sido feita, mesmo que eu não me lembrasse. O medo de perder continuava ali a espreita, aguardando um único momento de fraqueza. Meus motivos para me fechar naquela época me pareceram completamente válidos e eu podia entender perfeitamente o que me fizera perseguir a justiça com toda a obstinação possível, mas não era algo que era preciso fazer agora. Era uma parte da minha vida que –como meu pai havia dito- tinha ficado par trás.

Eu, mesmo podendo parecer estranho já que não me lembrava de quase nada, sentia falta dela. E a amava. Era angustiante –doloroso até- saber que não podia vê-la, abraçá-la ou sentir seu cheiro. Não era algo que pudessem me contar ou eu simplesmente pudesse ver por uma fotografia. Era algo que tinha de ser feito pessoalmente e pra mim, isso seria impossível. E tornava tudo ainda pior fato de eu sequer conseguir me lembrar, nem mesmo de um detalhe sequer. Eu queria tanto, precisava tanto disso que chegava quase a ser uma dor física.

–Katie?

Eu estava tão imersa em pensamentos que não percebi o momento em que eles pararam de falar, meu pai me chamando. O escutei chamando por mim e no momento que o olhei ele trocava um olhar com Castle, parecendo os dois preocupados.

–Está tudo bem?

–Sim... Só é muita coisa. –disse e minha voz parecia não ter muita força.

Rick apertou minha mão. –Eu sei que sim... Mas está tudo bem agora. Eu sei que machuca, sempre vai machucar, mas você está bem.

–Está acabado Kate. Você fez isso, querida. Depois de tanto tempo, você conseguiu e devia se orgulhar disso. –Meu pai disse, se inclinando e segurando minha mão livre. –Você venceu essa, derrubou barreiras e construiu coisas maravilhosas. –Ele relanceou seu olhar pra Rick e meu coração deu um pulo. –Não mergulhe em pensamentos que não irão te levar a nenhum lugar bom, apenas pense que essa parte acabou e está tudo bem. - Ele sorria e levou a mão até meu rosto, limpando uma lágrima que eu não percebi escorrer por ali.

–Eu não me lembro dela. –Disse num sussurro e dessa vez senti as lágrimas caírem. –Eu sinto a falta dela, mas não me lembro. Está tudo confuso e eu não sei, só queria me lembrar e não consigo e... –minha voz falhou e pude ver que eles estavam um pouco surpresos. Talvez por eu parecer tão descontrolada.

–Ei! –Rick sussurrou quando meu pai se afastou um pouco. Ele colocou os braços ao redor dos meus ombros e apertou delicadamente, de maneira reconfortante.

Meu pai voltou e me ofereceu um copo com água, que eu aceitei. Ele se sentou novamente e arrastou a grande caixa na mesinha pra mais perto.

–Você quer saber como ela era... –disse abrindo a caixa com um cuidado imenso. Tirou um álbum de lá e me passou. –Tem um milhão de fotos aqui. Não vai dizer tudo o que você precisa, mas ajuda. Tem uma parte que só era possível saber pessoalmente, mas as fotos às vezes captam momentos e essências incríveis.

Tudo bem, ela realmente amava fotos. O número de fotos dentro da caixa era impressionante, e não importava o que meu pai havia dito sobre eu ter sido uma criança bonita, minha mãe era linda. Tudo nela era lindo: Seu cabelo, seu sorriso, seus olhos... A expressão em cada foto, tirada distraída ou não, era de alguém bom.

Tinham fotos de várias épocas diferentes, organizadas sistematicamente em álbuns pesados. Me diverti ao ver fotos dela com um Jim Beckett de cheios e brilhantes cabelos negros.

–Aproveite Richard. –Ele disse em tom de um aviso brincalhão pra Rick, que fez uma cara assustada.

–Não se preocupe Rick, ainda vai continuar bonitão quando ficar careca. –Digo enquanto passo ao próximo álbum.

Ficamos ali olhando fotos pelo que pareceram horas. Era maravilhoso e me deixava menos angustiada, mesmo que pouco. Tinham muitas fotos de nós três, e meu pai tinha razão ao dizer que eu era exibida quando pequena. Parecia amar a câmera, assim como minha mãe. E não era só nisso que éramos parecidas.

–Tudo bem, eu já havia visto fotos de Johanna antes, mas não assim... –Castle disse - Deus, Kate vocês são idênticas!

Eu apenas sorri, me sentindo orgulhosa.

Sentia orgulho de quem ela havia sido. Sentia orgulho de sua beleza, de seu compromisso com a família, de sua perseverança e de seu senso de justiça.

Em todos os detalhes possíveis, Johanna Beckett era maravilhosa e eu não podia deixar de sentir um orgulho esmagador e desejar nada além de ser como ela um dia.

Eu não sabia bem quem eu era, mas sabia que queria ser como minha mãe.


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Notas finais do capítulo

Geeente, eu (como sempre, n canso de repetir) AMEI os comentarios, sempre me motivam e me ajudam muito! O próximo capítulo já está pronto, e estou ansiosa pra vcs lerem hahahha um dos (ou O) meus preferidos.
Mas enfim, me digam o que acharam... Se gostaram, se esperavam outra coisa, se ficou bom... koasoksko só me digam, preciso saber como foi! Obrigada!
Beeijos



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