Before - League of Legends II escrita por Ricardo Oliveira


Capítulo 5
Erros


Notas iniciais do capítulo

Ok, foi uma longa pausa fora do meu poder. Agradeço pela paciência, vocês são demais.



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A festa havia acabado. No fundo, mas nem tão profundamente assim, eu estava feliz. O silêncio era o maior aliado que minhas ideias podiam ter.

Eu estava curtindo meus últimos momentos na Ilha de Doran, embora não soubesse que se tratavam dos últimos. Era literalmente como a calmaria antes da tempestade, e que tempestade! Olhava para as minhas dezenas de projeções de tela sem realmente vê-las, minha mente trilhava um caminho do qual eu mesmo não me recordo. Até ela vir.

"Brandon?", era Ellie, do lado de fora da minha sala, fazendo irromper mais uma projeção de tela na minha frente, que exibia a câmera frontal da porta eletricamente trancada. Com um pouco de bom senso eu notaria algo de diferente, fosse no tom de voz dela ou no jeito de se portar. Sem bom senso, sem notar, sem porta trancada.

Aquele foi o primeiro erro da noite. Dizendo um "Espere um pouco", levei o tempo de localizar e apertar um botão para deixá-la entrar. Ela não foi a única. De um ponto cego da câmera (como eu deixei passar um ponto cego?), surgiram dois homens na minha sala.

– Vocês não foram convidados. Foram? - Perguntei, sem necessariamente esperar deles uma resposta, embora esperasse que a minha mente (genial, diga-se de passagem) formulasse uma que satisfizesse perfeitamente os acontecimentos que se desenrolavam.

O bom de não criar expectativas é que você não acumula decepções. Veja esse caso, por exemplo, eu não esperava muito daqueles homens de aspecto militar, portanto, ser atacado por eles não representava uma baixa no meu astral. Desviei do primeiro, ao passo que o segundo me agarrou pelo quadril, me empurrando pela minha mesa. Atravessamos o holograma do Jornal da Justiça, do programa de culinária da Morgana, uma reprise da minha apresentação e uma visão do céu noturno.

Ele não parecia querer me dar muitas chances quando segurou o meu pescoço com as duas mãos. Como eu disse, sou bom em aprender coisas. Não importa se são ciências ou artes marciais. Eu simplesmente pego o jeito antes que você perceba. Azar o deles. Consegui empurrar o homem que me segurava pelo pescoço com as pernas e desviei do raio laser que o outro disparava em mim.

O deixei inconsciente antes que ele pudesse disparar outro. Não sei ao certo como é ser atingido por um raio laser. Mas deve doer pacas. Quando olhei na direção da porta, Ellie havia sumido. Dali, eu poderia simplesmente escolher as câmeras certas, ativar os sistemas de defesa enquanto me trancava em segurança. Os drones cuidavam do trabalho e pronto, mas eu decidi cometer o meu segundo erro da noite e fui atrás dela.

Na escadaria, encontrei mais três homens e tive a oportunidade de ouvir um deles berrar, orgulhosamente, "Por Ionia", antes de ser deixado inconsciente. Naquele momento, eu senti que a brincadeira estava indo longe demais e por um caminho muito perigoso.

– Computador, eu quero um bloqueio interno completo da Ilha de Doran. Quero os drones de defesa à postos. E quero a Liga aqui, já! - Falei para o nada, sabendo que o meu sistema reconheceria a minha voz e executaria os meus comandos. Terceiro erro, certo?

– Identificação não reconhecida. - A voz eletrônica afirmou de lugar nenhum.

– RG-3K, Brandon Beck! Iniciar bloqueio interno! - Gritei, exasperado, parado no meio das escadas do meu castelo cercado por três corpos adormecidos.

– Autorização negada. - Meu computador repetiu.

– Eu te projetei, seu monte de mer--

Então eu o vi. Flutuando na minha frente, Aung Suu Warlock. De um jeito muito diferente do que jamais estivera. Sua postura representava uma calma que ele não demonstrara anteriormente, ou talvez nunca na vida, mas se mostrava natural. Como se ele fosse parte de algo maior, algo além do entedimento mortal.

– Nos conhecemos por fim. - Ele afirmou. Sem o sotaque ioniano, apenas uma voz sombria e um olhar que brilhava de roxo intenso.

– Ceerto. - Falei, notando que estava sendo cercado aos poucos. - E você é...?

O humor dele oscilou um pouco. Eu ainda conseguia desequilibrá-lo. A bem da verdade, eu não fiz por mal. Não dessa vez.

– Você viverá para descobrir. - Ele afirmou, sorrindo. Mas não assim, como eu estou fazendo, foi um sorriso mais macabro. Um sorriso de quem sentiria um prazer inabalável, ainda que estivesse torturando uma idosa durante um século. - Prendam-no.

Lutar contra dois? Eu sou ok com isso. Três? Ótimo, vamos ver no que dá. Mas quando dezenas de ionianos começam a tentar te subjugar de todos os lados, emitindo uma estranha energia roxa, é difícil resistir. Eles me levaram para o porão (meu porão!), me jogando em uma jaula enquanto Warlock assistia.

– A Liga não vai deixar isso passar. Eles meio que gostam bastante de mim. - Falei, desafiador, olhando para ele.

– Traga seus heróis. Eu lhe mostrarei um massacre. - Ele deu as costas, se dirigindo para a saída enquanto a maioria de seus homens o seguia, ficando apenas dois para me vigiar. Ou nos vigiar, eu notei, ao ver que não era o único prisioneiro.

– O que você fez com a Ellie? - Gritei, antes que ele saísse, vendo apenas o espectro de seu sorriso antes da porta bater. Minha porta. Do meu castelo. Da minha ilha.

– De todas as pessoas do mundo, eu fui presa com Brandon Beck. Posso me matar agora? - A moça na jaula falou, aparentemente para si mesma. Suas roupas eram quase trapos embora restasse aqui e acolá traços de armadura. Seus cabelos brancos estavam quase enegrecidos de sujeira.

– Quem você esperava encontrar na ilha de Brandon Beck? Kiersta Mandrake? - Perguntei, um pouco irritadiço e com razão. Não costumo ficar feliz quando ionianos me prendem.

– A ilha de Brandon Beck é sempre tomada? - Ela devolveu, mais brava ainda.

– Só nas quartas-feiras, e o nome oficial é Ilha de Doran. - Então abaixei a voz. - Eu tenho um plano para escaparmos.

– Sim, estou vendo que você é conhecido pelos planos que dão certo. - Ela comentou com maldade e virou o rosto para longe de mim, para um pouco depois dar de ombros. - Mas, não tenho muita vontade de ser prisioneira de Ionia. Meu nome é Riven, vamos lutar até morrer, Brandon "eu tenho um plano" Beck.

Riven já não gostava de mim na ocasião. Agradeço por não ter dito a ela que, na verdade, eu tinha apenas o começo do plano formulado. A propósito, aquele seria o último erro da noite. E o maior de todos.


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