Os vampiros que se mordam escrita por Gato Cinza


Capítulo 35
Bruxas




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A Lança de Ferro. Um objeto amaldiçoado criado por um clã de feiticeiros em uma vila japonesa no fim do século três para derrotar um poderoso e cruel inimigo, conta a lenda dos bruxos que a lança fora criada com pedaços de um meteoro e que suas propriedades mágicas eram únicas, a Lança estava trancada em um cofre subterrâneo de um museu em Tóquio, Klaus havia mandado alguns habilidosos vampiros buscar o artigo que segundo a maioria das lendas diziam, podia neutralizar qualquer feitiço existente. Era nisso que ela estava pensando naquele momento enquanto olhava distraidamente para as unhas em forma de garras muito afiadas e escutava a narração detalhada de Q’rey sobre o modo que destruiu Mina e seu povo solar. Era uma narração sangrenta demais para uma Bonnie que no passado se sacrificou muito pelos amigos e pela cidade, mas agora ela não se importava, simplesmente não tinha interesse. De repente percebeu que Q’rey tinha se calado e compreendeu o porquê um instante depois ao sentir a presença de vampiros. Não era Klaus, ele teria ligado antes para avisar.

O homem estranho de origens mística tão antiga quanto a própria magia saiu da cabana em uma velocidade superior á dos vampiros. Bonnie revirou os olhos, cansada. Sem pressa alguma encaminhou-se para onde os amigos estavam, na estrada, onde a barreira de proteção começava. Uma pequena porcentagem sua queria correr para salvá-los de seja lá o  que Q’rey faria com eles. Porem o a maioria de si estava com vontade de conjurar um balde de pipocas e assistir a destruição dos vampiros sem causar nenhuma interferência. Estava considerando os prós e contras de ter vampiros como amigos enquanto se dirigia para a direção de onde ouvia sons dos de ossos sendo quebrados, Q’rey destruíra sua barreira de confinamento. E tudo aquilo tinha começado quando uma Bennett estúpida resolvera dar imortalidade á um idiota e acidentalmente criar os malditos doppelgänger, se suas ancestrais não tivessem cometido tantos erros não haveria vampiros no mundo e as bruxas viveriam em paz e ela possivelmente seria uma garota comum cursando direito.

— Maldita seja a porcaria do amor e suas consequências – murmurou quando avistou os amigos caídos aos pés de Q’rey que parecia se divertir com a dor causada nos mortais mortos-vivos.

...

Damon, Stefan e Caroline bateram contra uma barreira invisível quanto se aproximavam da cabana onde Bonnie havia se refugiado nas últimas semanas. O casal de vampiros tentou persuadir Damon de ficar longe da bruxa até que ela consentisse sua aproximação, mas o vampiro moreno era teimoso demais para ficar esperando enquanto outros lutavam pela vida da mulher que amava. Stefan e Caroline o seguiram para que não cometesse nenhuma insensatez, esperavam encontrar qualquer coisa naquele refugio, menos uma proteção contra vampiros.

— Acho que a Bonnie não quer visitas – disse a vampira, mas o namorado e o cunhado já estavam do lado de fora do carro analisando a barreira com as pontas dos dedos como se compreendessem alguma coisa sobre magia – Vamos sair daqui, não estou com bom pressentimento.

Os Salvatore não deram atenção á loira e antes que ela tentasse persuadi-los á deixar a bruxa com suas bruxarias, ouviram o som de passos se aproximando. Os três olharam para o caminho que levava á cabana com curiosidade, mas quem apareceu não foi Bonnie e sim Q’rey que sorria de modo gentil, e um tanto maníaco.

— Visitas – disse o monstro de aparência humana – Ah! perdoem minha esposa pela barreira, as vezes penso que Bonnie é mais paranoica do que eu em relação aos perigos.

Um gesto de mão e a barreira mágica fora desfeita. Os três vampiros sentiram devida á uma estranha brisa quente no ar seguido de um leve tremor no chão.

— Bonnie conhece alguns feitiços bem fortes. Não é?

— Onde ela está? – questionou Damon em tom desafiador.

Q’rey deu de ombros e alargou o sorriso. Os vampiros sentiram como se metais quentes perfurassem suas cabeças e a dor fora tão intensa que desmaiaram. O bruxo conjurou uma estaca e ia enfiar no coração de Stefan quando uma pedra atingiu sua cabeça. Ele se virou e fitou sem nenhuma surpresa Bonnie que tinha várias pedras flutuando ao seu redor.

— Deixe-os em paz, Q’rey.

— Não – respondeu seco – Estou cansado dessas criaturas, os mortos devem permanecer mortos.

Sem desviar a atenção da bruxa, Q’rey jogou a estaca que acertaria o coração de Caroline, felizmente Niklaus que fora averiguar a situação de Bonnie, chegara a tempo de apanhar a arma de madeira.

— Tire-os daqui – mandou Bonnie se deslocando na velocidade sobre-humana dos vampiros e levando Q’rey consigo para a floresta.

O monstro lançou a bruxa contra uma árvore que se partiu com o impacto, ele olhou para a direção de onde vieram, o vampiro-lobisomem estava retirando os amigos para um “lugar seguro”, decidiu que podia cuidar do problema depois, agora ele ia dar uma lição na esposa. Bonnie se levantou, aquilo de compartilhar suas forças com um monstro imortal tinha uma pequena vantagem, Q’rey era absurdamente resistente e se regenerava mais rápido que os vampiros, logo, ela possuía as mesmas habilidades. Uma pena que depois que matasse o bruxo ela voltaria a ser comum, pensou aborrecida.

— Bonnie, Bonnie, Bonnie – dizia Q’rey andando em volta dela – Teremos que conviver um com o outro pela eternidade, será bem mais fácil te ignorar se não ficar me desafiando.

— Q’rey querido – disse a bruxa com calma – Se eu não o desafiar vai transformar meu mundo em cinzas, como fez com o mundo de Mina. Sinto muito, mas prefiro nos congelar no espaço-tempo á deixar que destrua meu planeta.

Q’rey riu alto, uma risada estridente e sem humor, arrepiante. Então ele disse algo numa linguagem desconhecida pela Bennett, uma espécie de caixa surgiu em volta dela que tentou inutilmente escapar.

— Não se debata tanto, minha cara, quando mais arranhar a superfície da caixa menos ela vai ficar até que você fique incapaz de se mover e o pior, fique ser oxigênio. Não se preocupe com seu mundo, irei destruir apenas aqueles vampiros e demais companhia. Volto ao por do sol.

Bonnie gritou por alguns instantes batendo na parede invisível que a trancava. Quando teve certeza que Q’rey estava longe o bastante para não sentir a quebra de seu feitiço, ela deu um passo e se libertou. Tinha lido todos os feitiços do livro de Mina, podia desconhecer a linguagem que o marido usava, mas conhecia os encantamentos tão bem, ou melhor, que ele. Usando um pouco da magia recém-adquirida ela desapareceu no ar.


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