Os vampiros que se mordam escrita por Gato Cinza


Capítulo 36
Finite!




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A mansão dos Salvatore estava em chamas quando a bruxa chegou, ninguém atendia o celular e ela não conseguia achá-los com feitiços. Deixou a casa se consumir em chamas, indo procurar por alguém que lhe desse uma informação útil no resto da cidade. Bonnie ficou surpresa quando viu a multidão no centro de Mystic Falls, todos os moradores da cidade estavam presentes. Todos mesmo. No centro da multidão ela viu com pesar, os amigos erguidos no ar por amarras invisíveis.

— Vai matá-los? – ela questionou abrindo caminho entre a multidão para chegar ao centro.

Q’rey se virou surpreso tentando a encontrar, não esperava que Bonnie tivesse a capacidade de quebrar seus feitiços, a jaula era uma armadilha poderosa e indestrutível. A bruxa não demonstrou reação diante do medo que os habitantes de Mistyc Falls ao vê-la, sabia que tinha um aspecto monstruoso e deformado por causa da transformação que ainda estava sofrendo.

— Isso é admiração ou surpresa, Él-Lir? – perguntou a bruxa olhando para os vampiros.

Davina e Kol não estavam entre os prisioneiros e isso era um bom sinal. Talvez não tivessem em Mystic Falls por causa da Lança ou talvez Q’rey tivesse os achado com a arma e agora estivessem empalados por ai. Havia muitas possibilidades de por que o casal não estava presente ali e Bonnie preferiu não se preocupar com eles, só podia lidar com um problema de cada vez.

— Como conseguiu escapar do cubo? – perguntou Q’rey depois de um breve silencio.

— Não importa – foi a resposta vazia da bruxa – O que fez com meus mortos? Parecem petrificados.

Q’rey ia responder que estava drenando a magia existente nos amigos sobrenaturais de Bonnie, mas mudou de ideia quando percebeu o olhar vidrado da bruxa negra. Tinha algo estranho nela, mesmo para os parâmetros de uma pessoa parcialmente desalmada.

— O que é que você e seus amigos estão aprontando bruxa?

Bonnie sorriu, e seu sorriso se transformou em uma gargalhada vazia de emoções, alucinada e sem motivos.

— Sabe o que acontece quando a razão ultrapassa os limites da emoção, Él-Lir? – questionou a bruxa ainda sorrindo – Os humanos possuem uma centelha que é produzida nos primeiros momentos de vida, essa fagulha tente á crescer com os anos. Todas as emoções fortes ou fracas tem um ponto de ignição ainda na infância e quando a chama que possuímos se apaga... então a razão vence.

— Do que está falando?

— De magia, uma magia estupidamente antiga e ridiculamente poderosa. Quando abri mão de minhas emoções para virar uma arma perfeita, eu menti. Eu nunca abri mão de minhas emoções, transferi para o Livro da Luz uma grande quantidade de magia e quando se uniu á mim com seu ritual tudo o que fez foi tornar uma humana em imortal. Minhas emoções permanecem onde sempre estiveram, faz muito tempo que aprendi a ignora-los, aprendi a ser tão indiferente quanto um vampiro que desliga a humanidade. Eu só parei de me importar, nunca deixei de sentir.

— O que você fez?

— Te enganei. Eu não me importo mais com as consequências de meus atos, não tenho medo e ignoro tudo o que pode me afetar. O amor é uma arma poderosa e eu aprendi a usa-lo.

Q’rey a olhou completamente confuso, ou Bonnie estava louca de vez ou ela estava falando algo que ele apenas não estava conseguindo assimilar. Então ele ouviu o som metálico de sinos cortando o ar, se virou á tempo de ver dois bruxos desaparecendo enquanto uma lança de ferro voava na sua direção. Ele desviou da arma que passou á centímetros do seu corpo o fora pego no ar por Bonnie, por um segundo pareceu que estava tudo bem, ela manejou a arma como se fosse uma faca, mas então algo aconteceu e como se a gravidade puxasse o ferro para baixo, Bonnie se esforçara para manter a Lança erguida, mesmo com o enorme peso que o objeto mágico possuía. Somente quando sua aparência reptiliana começou se desconstruir foi que o dragão compreendeu o que aquela barra de ferro com ponta brilhante fazia, drenava magia. A bruxa se esforçou mais um pouco e largou a lança contra ele, Q’rey se sentiu imediatamente fraco, mas conseguiu fugir abrindo suas imensas asas cor de oliva e alçando voo.

— Covarde – murmurou a bruxa pegando a lança.

Gritos ecoaram de repente, ao olhar para cima Bonnie viu a chuva de fogo que caia do céu claro e sem nuvens. As pessoas corriam para se abrigar, mas as chamas destruíam tudo no caminho, casas, árvores, carros e até pessoas que não conseguiam fugir. Seus amigos vampiros, já recuperados de seja lá o que Q’rey fazia com eles, se aproximaram esperando alguma dica do que fazer, exceto Caroline que estava socorrendo algumas pessoas.

— Enzo, a Davina e o Kol vão para o limite da cidade encontre-os e mande-os criar uma proteção impermeável no Mystic Grill. Stefan e Care reúna todo mundo lá para se protegerem do fogo. Damon e Klaus, vamos matar um dragão.

O grupo se separou indo cumprir as ordens da bruxa. Mystic Falls queimava quando os vampiros e a bruxa encontraram seu cruel inimigo que não conseguia sair da cidade pelo simples fato de estar com um objeto amaldiçoado que o prendia á cidade, uma moeda que ela colocou em seu bolso sem que ele o percebesse. Damon se ofereceu para carregar a Lança, ao que Bonnie explicou não ser possível por que drenaria toda a magia que tinha nele, e sem a magia vampiros não passavam de mortos e no caso de Damon seria um monte de ossos de cento e cinquenta anos.

— O que fez comigo, Bruxa? – questionou o dragão com um urro horrível.

— Aqui no meu mundo á um juramento de casamento que diz, até que a morte os separe. Vamos ver o que acontece com a esposa de um dragão quando o marido é devidamente assassinado.

Ela jogou a lança contra ele novamente, e ele desviou dando uma gargalhada sarcástica. Mas para a surpresa deles, a lança dera volta no ar e retornou na direção do monstro. Desta vez ele não fora tão ágil para escapar, o ferro mágico atingiu sua asa o ferindo gravemente e caindo, Damon e Klaus se adiantaram e o seguraram cada um de um lado enquanto Bonnie pegava a lança de ferro e o perfurava no coração. Q’rey se debateu enquanto seu corpo se definhava e sua magia era absorvida pelo ferro. Matt que estava ali perto parcialmente escondido atrás de um arbusto se ergueu e viera encontrar-se com eles, o humano carregava o livro dourado com páginas negras e letras de fogo. Matt parecia doente, com marcas estranhas pelo corpo, como feridas.

— Nunca mais quero ler um livro de bruxa – disse começando a tossir em seguida e sangrando pelo nariz.

— Salvou o dia Donovan – Damon elogiou batendo na costa do loiro que precisou se apoiar em Bonnie para não cair.

A bruxa havia deixado parte de sua magia no livro luz e o confiado á Matt para que ele pudesse usar um feitiço em caso de emergência, infelizmente por ele ser humano exigira usar uma força que ele não possuía. Ao retirar o livro das mãos do amigo, Bonnie que já tinha retomado sua forma humana extremamente normal, absorveu a magia que guardara junto com um pouco de suas emoções, a parte que a tornava agressiva e letal, a parte que não queria que Q’rey tivesse conhecimento de que existia.

— De volta á mim – disse sorrindo e abraçando Damon que a beijou intensamente.

Foram interrompidos por Klaus que pigarreou e apontou para Matt desacordado. Bonnie o curou e enquanto ele despertava novamente, ela se aproximou da lança de ferro e o fizera ficar pequeno, do tamanho certo para se esconder na palma da mão se fechada. Ao retornarem para o centro da cidade encontraram tudo destruído e ainda em chamas, Bonnie apertara a mão de Damon e a medida que se aproximavam do Grill suas esperanças de que todos estivessem bem desaparecia. Encontraram muitos mortos e pouco feridos entre os humanos, entre seus amigos apenas Caroline estava viva, mas absurdamente ferida.

No meio das lágrimas do namorado e dos amigos ainda vivos e diante da destruição de sua cidade Bonnie abraçou o livro da luz apertando nas mãos o pedaço de ferro que era fonte ilimitada de um poder quase inexplorado.

— Vou resolver isso – murmurou beijando Damon e sem mais explicações desaparecendo no ar.

Os gritos do vampiro moreno de olhos azuis ecoaram em seus ouvidos enquanto a escuridão a envolvia. Era como vira no passado, sangue e cinzas e fogo. Seu destino era destruir Mistyc Falls, e ela o cumprira.


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