Nossa história continua! escrita por The Kira Girl


Capítulo 9
GAAH - Procurando presentes e descobrindo detalhes do passado.


Notas iniciais do capítulo

Gente, me desculpe!!!! Eu sei que demorei de novo, por causa da escola como sempre, foi mal por deixar vocês esperando! T.T
Mas ai está, mais um capítulo: um pouco da perspectiva de Gaah para voces *--*



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GAAH

Hoje é segunda-feira, nosso último dia no sítio. Resolveram que deveríamos voltar antes para a cidade, para que Dona Elle, Dona Julia e Seu George pudessem arrumar os preparativos para o aniversário de Jade, que seria no sábado.

Essa foi uma notícia ótima para Megan, Andrew, Miki e Jade, que ficaram aliviados ao saber que iriam voltar para o conforto de suas casas logo, logo. Era óbvio que nenhum deles queria estar aqui, e eu não posso culpa-los por isso. Ficar em um lugar onde não tem wi-fi, televisão, vídeo game, ar-condicionado, quente pra caramba e com insetos voadores te mordendo enquanto você dorme não podem ser consideradas as melhores férias de todas.

Infelizmente, para mim era melhor ficar aqui com todos esses problemas do que voltar pra casa e ter que lidar com meu irmão. Sim ele é meu irmão e eu estava com saudades, mas ultimamente vem se tornando insuportável. Acho que se eu tivesse que escolher entre o meu irmão e os mosquitos que me picavam a noite toda, eu escolheria os mosquitos.

Quanto ao aniversário, pelo o que Jade me contou, não estava muito feliz com essa ideia de festa de quinze anos. Disse que não fazia o estilo dela e realmente não fazia. Jade nunca gostou de festas ou lugares com muita gente, e eu também não. Combinamos bem neste ponto. Mas a família insistira para que comemorassem em grande estilo, e ela estava disposta a fazer esse sacrifício para agrada-los.

Por mais que Jade não quisesse a festa, eu queria que seu dia fosse especial, afinal, só se faz quinze anos uma vez! Soube ontem que ela gostava de rosas roxas, o que realmente me pegou de surpresa. Nunca passaria pela minha mente que Jade gostasse de flores, ela nunca foi de gostar de coisas comuns (apesar de rosas com essa cor não serem comuns), mas enfim, eu só preciso procurar por essas flores exóticas e montar um buquê para ela. O problema é: onde, em nome de Deus, eu vou achar essas rosas????

Meu primeiro pensamento foi procurar nos campos próximos ao terreno, mas depois, minha mente brilhante se deu conta de que nenhuma flor duraria por uma semana longe de terra ou de água, sem falar que eu teria que dar meu jeito para que Jade não as visse até chegarmos a cidade, o que seria impossível, por que eu teria que leva-las na mochila junto com minhas roupas sujas, e ai sim elas não sobreviveriam mesmo. Então tive que pensar em outra estratégia.

Meu segundo pensamento foi comprar em uma floricultura na cidade, mas o problema dessa vez era: Será que alguém ainda vende flores hoje em dia? O único lugar onde eu já vi flores à venda, foi no supermercado (isso mesmo, no supermercado) na sessão de agricultura e elas estavam bem murchinhas e acabadas. Além disso, duvido que vendam rosas roxas. Jade e seus gostos peculiares!

Meu terceiro e último pensamento, foi em comprar rosas de plástico vermelhas e pintar de lilás. Sim eu sei, nada romântico, sem falar que essas flores são "baratas" (entre aspas mesmo!) e dar isso de presente significa mais que você é um pão duro do que que você é um namorado apaixonado, mas talvez, se ao invés de fazer só um buque sem graça eu usasse essas rosas pintadas para enfeitar o presente para ela não seria melhor. É acho que voltei à estaca zero. Ainda preciso de um presente bom. Toda essa discussão comigo mesmo não acabou em nada.

___________________________________________________________

Depois do almoço, aproveitei que Jade havia dormido, para falar com Megan, afinal, ela a conhecia a mais tempo do que eu e com certeza sabia melhor do que ela gostava.

– Com licença, Megan. – Disse entrando na sala, onde Megan estava sentada no sofá, lendo uma revista de sei lá o que.

– Que foi, Gaah?

– Você conhece a Jade, a mais tempo do que eu, queria saber melhor do que ela gosta...

– Ainda não comprou o presente de aniversário dela? – Ela disse quase lendo a minha mente.

– Bom... é isso mesmo.

– Eu sabia, garotos são tão previsíveis... – ela riu.

– Será que você pode me ajudar?

– Eu não sei. – Ela suspirou – Faz muito tempo que eu e Jade não temos uma conversa sobre interesses. Na verdade, faz tempo que nós não temos uma conversa sobre nada... sempre que nós nos encontramos é assim, cada uma vai para seu canto, e quando falamos sempre acaba em briga.

– Eu entendo, mas esse é o jeito dela de ser, teimosa e um pouco irritante...

– Só que nem sempre foi assim. Quando éramos menores, brincávamos muito juntas, mas ai, depois que o pai dela foi embora, ela começou a ficar muito fechada. E não quis mais ficar perto de mim, não sei por que... Achei que depois que ela arranjasse um namorado, fosse ficar mais suportável, afinal, ela disse que nunca iria namorar ninguém, porque amar é uma doença mental...

– É, eu estou sabendo dessa história...

– Só que essa história só aconteceu por causa do pai. Ela nunca deve ter admitido, mas eu a vi chorar muito por causa dele antes de superar, isto é, se ela já superou... – Megan olhou para mim. – Eu não sei como você fez para mudar essa opinião dela sobre amor.

– Para falar a verdade eu também não sei. – Abaixei meu olhar para o chão.

Desde que conheci Jade, venho me perguntando o por que de ela não aceitar que me amava assim que percebi que eu a amava também, mas agora entendo. Jade havia sim me contado sobre o pai que abandonou a mãe para fugir com a amante, mas ela havia dito que não ligou muito pois o pai não parava em casa e tals... mas e se ela mentiu? Não para mim, mas para si mesma, ela podia sim ter nunca superado e por isso tinha tanto medo de amar alguém! Essa lógica fazia todo o sentido!

– Gaah, você está me ouvindo? – Megan chamou.

– O que? - disse meio divagando nos pensamentos.

– Eu disse que quando éramos crianças, Jade adorava um livrinho chamado O Pequeno Príncipe, ela deve ter lido umas quinhentas vezes... Não sei se ela ainda gosta, mas acho que isso pode te dar uma ideia, sei lá...

– Ah, sim, obrigado. – Sai, a deixando sozinha com sua revista.

Eu nunca havia lido o Pequeno Príncipe, mas conhecia a história que era clássica: um garotinho que vivia num planeta muito pequeno, ai ela vai parar na terra, conhece um cara que desenha cobras engolindo elefantes e... era só isso mesmo que eu sabia.

Sou obrigado a dizer que a cada dia que passa eu me impressiono mais com o que descubro sobre a minha namorada. É nessas horas que eu percebo que não sei quase nada sobre ela, o que me deixa um pouco inconformado, afinal, meus gostos e objetivos sempre estiveram muito claros: Cuidar de animais, pintar, fazer faculdade de biologia...

Enfim, pelo menos descobri duas coisas que ela gostava: Rosas roxas e um livro infantil. Duas coisas sem nexo algum, mas que pelo menos é melhor do que nada.


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