Nossa história continua! escrita por The Kira Girl


Capítulo 8
JADE - Ninfa dos contos de fadas.


Notas iniciais do capítulo

* Boa Leitura, gente! * :)



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Eu realmente acho que minha família está de marcação comigo. Três interrupções em menos de cinco minutos já é demais!

A solução que Gaah encontrou para que pudéssemos namorar e curtir nosso mesário de namoro juntos foi que assim que chegarmos perto do rio, nós nos distanciaríamos dos outros e ficaríamos em paz. Isso até que não seria difícil, já que meus primos nunca estão nem ai pra nada e minha mãe parecia bem ocupada com a “paixonite” nova dela.

Tio George e tia Júlia saíram para fazer compras em uma cidadezinha vizinha. Eu quase havia me esquecido de que eles estavam na mesma casa que nós, afinal, nunca estão presentes, sempre em seus quartos, ocupados com negócios importantes do trabalho, mesmo de férias. Na minha visão de adolescente, ser um adulto responsável é muito chato. Deve de ser por isso que Andrew e Megan vendo os pais trabalharem como condenados, preferiram entrar pro ramo da música com a banda que eles montaram há mais ou menos um ano. Claro, é muito mais fácil tocar ou cantar do que administrar uma pequena empresa ou ter que defender uma pessoa diante de um tribunal. Mas eles tiveram sorte de nascer com talento, e eu que não sei fazer absolutamente nada? Até Gaah tem mais talento que eu. Recentemente descobri que ele pinta muito bem e que leva jeito para as artes plásticas, enquanto eu, ovelha negra da família, pareço não fazer nada certo.

– Ainda precisa de ajuda para andar? – Ele perguntou, ajudando-me a levantar.

– Não, já não dói tanto como antes. – respondi, achando-o muito fofo por se importar tanto comigo.

Saímos de casa e encontramos o resto da família a nossa espera perto do portão (ou porteira, sei lá como você chama).

– Achei que não viessem... – Andrew disse, ajeitando seus fones de ouvido. Certamente iria escutar música o passeio todo.

– Mas estamos aqui, não estamos? – respondi ainda um pouco irritada pelas interrupções.

– Aonde vamos exatamente? – Perguntou Megan para Josh e mamãe.

– Bom, vamos dar uma volta pelo terreno da sua avó, vocês não tem noção do quanto é grande! Posso mostrar onde fica a minha casa, bem perto daqui... Minha filha já deve estar quase saindo da escola vocês podem conhece-la... – disse Josh super amigável.

A possível ideia de minha mãe namorar já não me parecia mas tão ruim. Josh parecia ser um homem bom e muito bonito. Acho que tê-lo como padrasto não seria tão ruim...

Demos uma boa caminhada até chegar ao rio, bem perto de onde eu havia caído do telhado e me machucado. Por falar nisso, minha perna doía a cada passo que eu dava, mas não queria preocupar ninguém, por isso não disse nada. Que coisa horrível, não deveria doer tanto!

Lentamente, eu e Gaah nos dirigíamos para a árvore mais próxima, deixando os outros continuarem e se esquecerem de que não estávamos mais ali. Finalmente eu e Gaah teríamos um tempinho só para nós. Sentamos à margem e eu pude sentir a água corrente fazendo cócegas nos meus pés descalços. Isso quase me fez esquecer aquela dor chatinha.

– Jade, será que pode me contar do que você gosta? – Meu namorado perguntou, como quem não quer nada.

– Como assim?

– Sei lá, tipo... você sabe que eu gosto de animais, natureza, pintar... mas parece que eu não sei muito sobre você...

– Mas por que quer saber assim, de repente?

– É, por que não? Estamos namorando agora, quero saber mais sobre a minha namorada!

Apesar de achar aquela pergunta um pouco idiota e um pouco fora de hora, respondi:

– Eu gosto de rosas.

– Espera aí... sério? – Gaah me olhou um pouco confuso.

– É, sério.

– Como foi que eu nunca soube disso?

– Você nunca perguntou! E não é qualquer rosa, são rosas roxas!

– Mas por que?

– Por que são bonitas e diferentes! E roxo é a minha cor preferida...

– Ata... – ele riu – Você tem um gosto muito peculiar...

– Eu sei disso, por isso que você me ama...

– Não é só por isso... É também por que você é linda...

Ele se inclinou e nós nos beijamos. Nos beijamos à margem de um rio, no meio de um terreno cheio de árvores, sobre a luz do sol refletindo na água. Um momento realmente perfeito e muito romântico.

Mas como tudo que é bom dura pouco e como já é de costume, alguém sempre tem que atrapalhar:

– Se eu fosse vocês, não colocaria meus pés na água. É nessa hora do dia que as piranhas costumam atacar... – ouvi uma voz desconhecida e feminina dizer. Eu e Gaah nos separamos rápido, assustados.

– O que? - Ele perguntou tirando os pés rapidamente da água.

– Isso mesmo, eu já fiz isso várias vezes e sempre acabo com os pés inchados! – repetiu.

Olhei para quem havia nos interrompido. Era uma menina, sem dúvida da minha idade, usando um vestido florido com uma sapatilha rosa. Usava também os cabelos castanhos e cacheados soltos com apenas uma tiara de flores tirando algumas mechas do rosto. Ah, sem falar que carregava uma mochila da Hello Kitty.

– Quem é você? – foi a primeira coisa que eu perguntei.

– Ah, desculpe! – ela sorriu para nós. – Sou Loreta, estudo em uma escola aqui pertinho e vocês?

Olhei para aquela figura que parecia uma ninfa da floresta saída de um livro de contos de fadas que interrompeu meu beijo e respondi:

– Sou Jade e esse é meu namorado, Gaah.

– Oi! – Gaah respondeu amistosamente.

– O que vocês fazem por aqui?

– Nada de mais, só namorando.

– Isso eu percebi, estou dizendo aqui, no terreno da dona Lurdes? – ela inclinou a cabeça meio curiosa. – São os netinhos dela?

– Eu sou. – disse.

– Eu não, mas sou quase. – meu namorado sorriu.

– AH. Que legal!!! Quanto tempo ainda vão ficar aqui??? Puxa, vai ser tão legal... eu quase não tenho gente da minha idade para conversar comigo...!!! Vocês são da cidade??? Quero saber tudo sobre lá...

– Opa, opa, calma ai, menina! – eu disse tentando conter a animação dela. – O que eu quero saber é por que VOCE está aqui...

– Ah, sim, eu moro aqui! Eu e meu pai...

– Você é filha do Josh? – Gaah perguntou.

– Conhece meu pai? – Loreta parecia muito animada. Logo podia perceber que ela não costumava mesmo falar com outras pessoas. – Ele já deve estar em casa, devo ir encontra –lo... Vocês vêm comigo?

– Ok, você já nos interrompeu mesmo... – disse séria.

– Oba! Venham logo! –ela saiu correndo na frente. E eu tive que me apoiar em Gaah ainda para andar.

________________________________________________________

Loreta, Gaah e eu seguimos o curso do rio e chegamos até uma casinha simples de alvenaria. Loreta abriu a porta e foi logo abraçar o pai.

– Oi, querida, como foi a escola hoje? – Josh perguntou.

– Foi boa, tenho que fazer muitos deveres de casa...

Estava todo mundo lá, conversando. Ao me ver minha mãe logo perguntou:

– Onde vocês dois estavam?

– Por ai... – respondi sem dar muita satisfação.

– Com certeza eles estavam namorando... – Megan teve que se meter.

– Não é da sua conta o que a gente estava fazendo... – lancei lhe um olhar de ódio. Ainda não havia esquecido de que ela tinha agarrado meu namorado algumas horas mais cedo (mesmo por causa daquela besta demoníaca chamada de ratazana) ...

– Elle, esta é minha filha, Loreta, Loreta esta é a filha da dona Lurdes, Elle. – Josh apresentou.

– Muito prazer, Elle!

– O prazer é todo meu, Loreta! – mamãe sorriu.

– E esses são Andrew, Megan, Miki e Jade, netos da dona Lurdes.

– E ai, tudo bem? – Andrew respondeu trocando as músicas no celular.

– Beleza? – Megan disse entediada.

– Uau, você parece uma fada! – Miki como sempre com seus pensamentos de criança. - Você gosta de pôneis?

– Claro, quem não gosta?

– A JADE! – a caçulinha apontou para mim.

– Cala a boca, Miki! – retruquei.

– Tá vendo só? Ela tá sempre chata!

– Tenho certeza de que Jade só está um pouco chateada por não conseguir passar um tempo com o namorado... – ela olhou pra mim e sorriu. – Acho melhor deixarmos eles dois em paz. Quer ir pro meu quarto? Eu posso te mostrar minha coleção de bonecas de pano...

– Claro! – e lá se foram as duas embora.

Okay, devo confessar que de início não gostei muito dessa Loreta, ela me parecia ser bem enjoadinha e cheia de açúcar, mas depois dessa, comecei a amá-la. Pelo menos uma pessoa percebeu que eu queria ficar sozinha com o Gaah! Pelo menos uma concordou que eu devia ficar a tarde toda com ele sem ninguém me incomodar!!! É claro que eu adorei e me sinto muito agradecida por isso, se não fosse por ela, talvez eu e Gaah não conseguiríamos comemorar nosso mesário de namoro.

Por falar nisso, passamos a tarde toda deitados na grama em frente à casa, namorando, conversando e se beijando a tarde inteira. E dessa vez, com os pés bem longes das piranhas.


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