Nossa história continua! escrita por The Kira Girl


Capítulo 10
JADE - Finalmente em casa!


Notas iniciais do capítulo

Oii gente,
Então, sei que estou demorando muito para postar os capítulos e infelizmente isso pode acontecer com frequencia (pelo menos até o período de provas acabar) então, acho que só poderei postar um capítulo por semana no máximo! T.T
Mas enfim, aqui está mais um capítulo, boa leitura :D



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Finalmente, estávamos indo embora. Um sonho se realizando.

Apesar desse encontro familiar não ter sido tão ruim quanto eu esperava, estava feliz por estar voltando para casa, voltando pra minha vidinha na cidade, com meu quarto, minhas coisas e, principalmente, minha cama fofinha, que com certeza era do que eu mais sentia falta.

A cama que eu dividia com Megan estava cheia de problemas (como se dividir a cama com a Megan já não fosse um problema suficiente...), era dura, nada confortável e dava para sentir as molas rangendo embaixo de mim toda a vez que me mexia. O travesseiro afundava demais minha cabeça e o lençol era tão fino que os mosquitos pareciam atravessá-los para nos morder (Gaah que o diga).

Além disso, já estava de saco cheio de todo mundo. Sei que na maioria das vezes, eu odeio ficar sozinha, sempre que me sinto só, chamo Gaah ou Cassy para ficar comigo ou até mesmo minha mãe, mas depois de passar certo tempo numa casa cheia de gente por todo canto, acho que qualquer um ia querer um pouco de privacidade.

Hoje acordei cedo para arrumar minhas coisas, e Gaah, fofo como sempre se ofereceu para me ajudar.

De ontem pra hoje ele tinha ficado meio estranho. Eu podia perceber que algo o incomodava, mas não sabia ao certo o que. Ele me parecia ser o único que tinha realmente se divertido no sítio, ficando perto dos animais que ele tanto gostava de cuidar, mas do dia pra noite começou a ficar mais quieto do que o normal.

– Você está bem? – perguntei meio desconfiada.

– Hm? - ele se virou na minha direção - É claro que estou, princesa.

– Mas não parece. Aconteceu alguma coisa? – ele olhou em meus olhos por um momento e depois sorriu.

– Não, eu estou bem.

– Seu problema.... - pensei um pouco - é por minha causa...?

– O que...? Claro que não, de onde tirou isso?

– Não sei...– abaixei minha cabeça. - Foi só um palpite.

Não sei ao certo, mas desses tempos pra cá, comecei a ficar com medo de que Gaah, por alguma razão, deixasse de gostar de mim, por isso, qualquer coisa que acontece com ele me dá um pouco de nervosismo, penso logo que possa ser por minha culpa. Esse era um medo do qual eu nunca poderia imaginar que teria, eu nem sequer imaginei que poderia amar alguém algum dia...

Gaah se sentou ao meu lado na cama.

– Ei, não fica com essa cara, Jade. - ele me abraçou. – está tudo bem comigo.

– Ok... – sorri.

Nós dois ficamos calados por alguns minutos, curtindo abraçados, até que ele quebrou nosso clima dizendo:

– Ei, será que eu posso te fazer uma pergunta?

Assenti com a cabeça.

– Você... – ele hesitou - ... ainda sofre por causa do seu pai...?

Aquela pergunta me pegou completamente de surpresa. Ninguém mais me perguntava isso já fazia muito tempo. Eu sinceramente queria dizer que não, mas ultimamente, com a proximidade do meu aniversário, estou pensando nele frequentemente. Mesmo meus parentes fazendo a festa contra a minha vontade, acho que eu seria legal se meu pai estivesse lá, me vendo fazer quinze anos. Mas o que ele fez comigo e com a minha mãe nunca vai ter perdão.

– Esse assunto já se encerrou a muito tempo Gaah...- disse com a voz um pouco trêmula – Não tem porque revirar o passado, não é?

– É verdade... – ele me olhou desconfiado. – Bem, acho melhor descermos, não quer que o carro saia sem a gente, não é? - riu.

– É. – sorri por ele ter mudado de assunto.

– Ainda precisa de ajuda para andar, princesa? – disse levantando.

– Não, eu estou bem. Minha perna já está quase boa.

– Ok. Então vamos.

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Descemos as escadas e encontramos todos com suas malas, prontos para ir embora. Realmente, a vontade deles de sair de lá era tão grande quanto a minha.

– Minha querida, a vovó vai sentir tanta falta de você... – Vovó me abraçou forte, o que me fez perder o ar de meus pulmões. - Apareça mais vezes!

– Ah, com certeza... – disse sarcasticamente.

– E você também, viu garoto?! – ela abraçou Gaah e o apertou com força também.

– Eu também espero ver a senhora de novo... – ele disse com a voz abafada.

Depois de várias despedidas e abraços apertados de vovó, Josh e Loreta entraram correndo pela porta, carregando cada um, duas mochilas.

– Chegamos muito atrasados? – Diz Josh ofegante.

– Não, não, de jeito algum... – Mamãe responde.

– Espera aí... – indaguei. – Eles vão vir com a gente?

– Sua mãe nos convidou para o seu aniversário! – Loreta sorria de orelha a orelha. – Nossa, nem acredito que vou conhecer a cidade grande...!

– Mas mãe... e onde eles vão ficar?

– Na nossa casa, é claro! Damos algum jeito, não vai ser por muito tempo...

“O que?” pensei. Mamãe só podia estar louca. Eu estava contando que iria ter um canto só pra mim quando voltássemos! Eu sabia que ela daria um jeito de enfiar Loreta no meu quarto, e se isso acontecesse, bye bye privacidade. Nada contra Loreta, ela era uma pessoa muito legal, mas o meu quarto é praticamente meu santuário! MEU santuário!

Pelo menos acredito Loreta seria bem mais fácil de aguentar do que a Megan, que brigava comigo a cada quinze minutos toda a noite. Isto é, eu acho.

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Bom, a viagem de volta para a cidade, foi exatamente igual a ida. Tédio infinito, horas e horas pela estrada, nenhum tipo de diálogo entre as pessoas que estavam no carro. A única coisa que mudava era que Megan, Miki e Andrew não foram no mesmo carro que eu e Gaah, dando espaço para Josh e Loreta, que por sua vez pareciam super animados.

Quando chegamos, mamãe foi deixar Gaah na casa dele e nós seguimos para a nossa casa. Ao chegar à porta, esvaziamos o porta-malas do carro e entramos.

– Nossa, a casa de vocês é tão grande... – os olhinhos de Loreta brilhavam. – deve ser incrível morar aqui...

Confesso que admiro a humildade dela e do Josh, era uma coisa muito rara hoje em dia você encontrar pessoas assim. Minha casa nem era tão grande, na verdade, era até pequena comparada com outras do bairro. Sabe, acho que não me incomodaria tanto se Loreta resolvesse virar minha irmã de criação, já que mamãe e Josh já estavam quase...

– Jade! – minha mãe me chamou – Por que você não mostra pra Loreta o quarto onde ela vai ficar?

– Você quer dizer o meu quarto, não?

– É, é, vai logo! – Percebi que ela queria ficar sozinha com Josh e subi sem fazer mais perguntas.

Loreta ficou fascinada pelo meu quarto. Na verdade, tudo lá parecia fasciná-la.

– Que lindo, foi você quem fez? – ela apontou para um adesivo que ficava na parede, logo acima da cama: um garotinho vestindo roupinhas engraçadinhas e sendo puxado por alguns pássaros.

– Não... me deram de presente já faz algum tempo... é de um livro chamado o Pequeno Príncipe. Eu adorava ele quando era pequenininha.

– Que legal, será que eu posso lê-lo? Eu adoro livros.

– Se você achar... não faço a menor ideia de onde esteja. Já faz muito tempo que eu não leio essas coisas de criança... até por que foi meu pai que me deu e... - hesitei em continuar. - ... e depois que ele foi embora...

– Ah, entendo...- ela continuou olhando minhas coisas... – Sente muita falta dele?

– Hm... – suspirei - pra falar a verdade eu não sei ao certo. Eu meio que achava que não, mas...

– Acha que... sei lá, ele voltasse, pedindo perdão... você o aceitaria de volta?

Mais uma vez uma pergunta que me pegou de surpresa. Eu nunca tinha pensado nisso... será que eu o aceitaria? Será que não..? Ou talvez? Eu não fazia ideia. Não penso que algum dia ele possa voltar. Ele não vai voltar. Nunca. Deixou isso bem claro da última vez que o vi.

– Por que quer saber disso, Loreta? – disse por fim.

– Bem... acho que meu pai está gostando da sua mãe... mas se o SEU pai voltar...

– Não se preocupe, ele não vai voltar. Tenho certeza disso. – afirmei – E a sua mãe?

– Minha mãe...? – a expressão feliz de Loreta se tornou mais triste. Nesse momento percebi que não devia ter feito aquela pergunta.

– Ahn, não precisa responder se não quiser...

– Minha mãe morreu no meu parto. – me interrompeu. – Eu nunca a conheci e não sei o que é ter uma mãe. – os olhos dela lacrimejaram.

– Loreta... desculpe, e-eu não queria...

– Está tudo bem. – ela enxugou as lágrimas – Vamos esquecer esse assunto.

– Vamos. – concordei – Acho que se eu der uma procurada, devo conseguir achar o livro para você...

– É... acho que seria bom.

E nós duas reviramos algumas prateleiras até achar o livro. Estava bem velho e com a capa meio rasgada. Mas parece que Loreta não se importou. Mais tarde, naquele mesmo dia, eu a levei pra passear pela vizinhança, mostrando-lhe algumas casas, o parque, minha escola e outros lugares interessantes. Isso nos fez esquecer um pouco o assunto sobre não ter pai nem mãe.

Pelo menos por um tempo.


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Notas finais do capítulo

E então, está gostando? Não esqueça de favoritar, comentar e recomendar a história se você realmente acha que está bom, isso me ajuda bastante, obrigada! *--*



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