Essa época era de chorar. As ruas estavam congeladas. Pus meu cachecol, minha luvas e sai rua afora. Faltava muito pouco para chegar a casa de Percy.

As ruas estavam escuras e sombrias mas eu me sentia segura por estar com minha adaga presa ao cinto. Avistei um grupo de homens que passava no inicio da rua. Um deles apontou para mim e o grupo todo começou a vir em minha direção. Droga! La se vai a vantagem de ter uma adaga, ela não fere mortais. Tive que pensar rápido e entrar em outra rua mas um dos homens disse:
–Ei, qual foi gatinha? A gente já te viu, não precisa fugir.
Merda! Rezei para Atena, mesmo sabendo que os deuses são muito insensíveis para ajudar os outros.
Não havia mais nada a ser feito. Saquei minha adaga e esperei q viessem.
–Olhem pessoal. Ela tem uma faquinha. Cuidado! - zoou um dos homens.
–Você é muito linda, não é Rodrigo? – perguntou um outro.
–Não sei. Não consigo ver com todas essas roupas. - falou o tal Rodrigo, que parecia estar muito bêbado.
–Se afastem de mim! - gritei. Meu coração começou a bater forte.
Eles riram e se aproximaram mais.
–Deixam a menina em paz! - gritou alguém do outro lado da rua. Os homens olharam e eu não consegui identificar a figura de capuz.
–Ou o que? - um deles perguntou.
A figura encapuzada se aproximou e consegui ver nitidamente suas garras e asas que tomavam forma por dentro do casaco.
O grupo arregalou os olhos assim que percebeu que a coisa não era humana. Eu me perguntei se a Névoa não estava funcionando, mas me perdi em meus pensamentos quando percebi que a coisa era uma fúria. Por um minuto pensei que estivesse salva.

O bicho se jogou pra cima de mim, o que me fez cair e bater o rosto com tudo no chão. Minha adaga foi parar do outro lado da calçada. Olhei para o céu e lá estava a fúria vindo em minha direção. Me desviei para o lado rapidamente, me levantei meio tonta e sai correndo para pegar minha adaga. Assim que pus a mão em seu cabo, me virei para enfrentar aquela coisa, que no mesmo instante vinha contra mim. A adaga a atingiu em cheio no coração e ela gritou de dor.

–Prepare-se, garota. Suas escolham não serão nada fáceis. Aquele que te traiu voltará. - a criatura dissera antes de se espatifar.
Minhas mãos tremiam. Eu arfava como se tivesse corrido em uma maratona. Guardei a adaga e sai em disparada para casa do Percy.