Príncipe Légolas escrita por America Singer


Capítulo 18
Capítulo 18: A Confissão


Notas iniciais do capítulo

O capítulo não está exatamente grande, e nem pequeno demais. Tá no meio hsauhshuahushua
Desculpa se ainda não respondi todos os comentários, estou procurando tempo. Tenho recebido alguns pedidos do tipo: pode ler minha história? Que estou me surpreendendo com a quantidade. Nunca me pediram isso, hsuhauhshuashuahussuhauhs
Como aprovaram Tauriel no capítulo anterior, nesse ainda tem mais!
Boa Leitura ♥



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Quando dei por mim, o sol já estava nascendo. Pude ver pelas frestas em que a luz entrava nos jardins, mesmo sendo parcialmente fechado, a luz do sol e da lua sempre adentrava para conferir às plantas uma luz natural. Tauriel era muito paciente comigo. perdemos a noite inteira ali, desferindo golpes em árvores, tomando as lições sobre espadas de diversos tipos, ataque e defesa e muitas outras histórias que ela me contava, e pude ver pelo brilho de seus olhos o quanto amava a aventura que era ser a chefe da guarda. Senti certa inveja disso, de certo era maravilhoso poder usar aquelas habilidades que sempre quis, e ainda ter tantas aventuras como ela teve.

– O sol está nascendo. – Tauriel disse, enquanto sentava-se em um banco dos jardins para respirar um pouco.

– Acho que devemos ir dormir. Daqui a pouco terei que acordar para o café com as outras garotas, e já basta meu mau humor mesmo dormindo bem. Quando durmo mal, ele se triplica.

Tauriel riu. Aparentemente gostava de fazer aquilo, ou eu era realmente engraçada, pois, sempre que falava algo ela sorria. Gostei daquilo, ela me parecia sincera.

– Acho que Légolas entenderá o seu mau humor, se contar à ele que eu cumpri com sua promessa de lhe ensinar a usar uma espada corretamente.

– Se ele quiser falar comigo depois de tudo o que fiz. – confessei, percebendo a curiosidade da elfa pelo assunto. – Eu o beijei.

Tauriel surpreendeu-se com minha confissão. De certo sabia que o amigo nunca havia beijado ninguém.

– O beijou... na boca? – a ruiva perguntou, sua feição mudando de espanto para um sorriso largo.

– Foi ele que começou. – defendi-me. – Mas sei que eu permiti, o que não deveria ter feito. Légolas parece parcialmente ingênuo, apesar de ter um beijo ardente e cheio de desejo.

– Me surpreende você falar dele assim. Pode sentir o desejo dele por você? – Tauriel perguntou enquanto olhava as frestas com a luz do sol adentrando ao jardim, deixando tudo ainda mais dourado.

– De certa forma sim. Posso ser jovem, mas sei quando um homem sente atração... Excitação por uma mulher. – respondi, tentando não ser totalmente inadequada.

Tauriel cravou seus olhos verdes em mim. Por um momento, achei que tinha passado dos limites outra vez. Mas a elfa começava a produzir sons de risos abafados.

Então é essa a sensação que Légolas tem toda a vez que fazia aquilo.

– Pode rir, eu não me importo. É isso mesmo o que está pensando, eu o senti. Era impossível não saber o que estava ocorrendo, não quando minhas pernas estavam grudadas nele. – confessei rindo um pouco também. Mas baixei os olhos fingindo analisar minha espada para não mostrar o vermelho do meu rosto pela vergonha.

– Vocês foram muito além do que eu imaginava. Acho que, depois dessa confissão, eu posso ter a certeza de que você tenha gostado de tudo tanto quanto ele.

Ótimo. Mais uma convencida que eu estou apaixonada pelo príncipe.

– Não que não tenha gostado, mas foi, de certa forma, errado. Disse à ele que era uma forma de compensar à ele por tudo, e ele ficou chateado comigo.

– Então seus beijos foram uma forma de pagamento? – A elfa parecia confusa. - Não acha que isso foi um insulto?

Parei para pensar um pouco. Talvez fosse um insulto, mas com toda a certeza a culpa dos beijos acontecerem não foi minha.

– Eu preciso pedir perdão à ele. Antes que ache que eu estou sendo totalmente imprudente, ou que o ofereci beijos em troca de algo, que foi basicamente o que disse. Mas eu não queria dizer àquilo, só não podia... – minha voz sumiu quando percebi que não sabia, de certo, o que deveria dizer ao príncipe naquele momento. O momento era perturbador e embaraçoso demais.

– Só não podia dizer à ele que você realmente gosta dele? – Tauriel concluiu, deixando-me completamente confusa. Não sabia se era realmente aquilo, mas não tinha outra explicação.

– Talvez eu goste dele. – Confessei, enquanto olhava uma formiga acompanhar outra num trajeto no chão. E senti que algo dentro de mim aliviava-se por completo ao dizer aquilo.

Tauriel encarou-me surpresa. Ela era a primeira que eu contava àquilo, e pude sentir confiança na elfa.

– É a primeira vez que admite isso, não é?

– Sim. - respondi. – Mas acho, realmente, que não devemos ficar juntos. Isso implicaria em tantas coisas. Quer dizer, mudaria minha vida e a de Légolas por completo. Não estou certa de que isso é algo bom.

– Não acha que o amor entre vocês não é algo bom? É amor, e não importa as conseqüências dele. Será bonito, mesmo sendo curto como a vida dos homens. Légolas será feliz ao seu lado, tenho certeza. – Tauriel parecia firme em suas convicções, mas eu não concordava.

– Realmente acho que há muita coisa em jogo. Eu posso morrer, e deixá-lo sofrendo por isso. Não tenho a eternidade para entregar-lhe meu amor, e não posso garanti-lo. – disse, tentando disfarçar a angustia que se apoderava de minha voz. – Tudo o que quero, é que o príncipe seja feliz, mas com outra pessoa que possa dar-lhe o que eu não tenho.

– Vida eterna? – Tauriel suspirou. – Acha mesmo que ele prefere uma companheira que ele não ama vivendo ao seu lado por toda eternidade, do que cem anos ao lado de um amor verdadeiro.

Fitei a elfa um pouco constrangida com o assunto. Eu não era realmente boa quando se tratava de amor. Pra mim, era a coisa mais simples do mundo: se você sentia, bastava dizer e pronto. Se a pessoa te amasse, ótimo, se não, perfeito também. Bola pra frente.

Mas se tinha uma coisa que eu aprendi com os elfos, era que estava completamente errada com relação àquilo.

– O que você acha? – perguntei momentos depois, tentando fita-la de igual para igual, coisa quase impossível por causa de sua altura.

Tauriel desviou seu olhar, buscando uma das frestas que a luz adentrava. Lá, uma estrela distante ainda brilhava solitária. A elfa inspirou um pouco de ar, e percebi que seus olhos marejavam. Tocara em um assunto delicado, e sabia disso. Como sempre, fui a maior estúpida do mundo.

– Não precisa responder. Eu já sei. – tentei resolver a situação, mas em vão.

Tauriel tirou uma pedra de dentro de seu bolso e, mostrando-me, deixou uma lágrima descer. Não entendi o que estava escrito, mas pelo visto representava algo muito especial para ela.

– Kili me deu. – a elfa disse momentos depois. – Ele prometera a sua mãe que voltaria, e ela o deu isso. Mas quando morreu, eu até tentei devolver à ela, mas não consegui. Acho que, por dentro, ainda tenha a esperança que ele cumpra com sua promessa, e se eu estiver com pedra, ele venha até mim. É besteira, eu sei.

Não consegui dizer nada. Não conhecia tal sentimento, não tinha as palavras certas para confortá-la. Dizer que ele voltaria seria mentir da maneira mais cruel.

– Se me perguntar, ainda direi que valeu à pena. Que faria tudo outra vez, que lhe entregaria meu coração, mesmo sabendo das conseqüências. Entende o que quero dizer? – a elfa olhava-me, uma mistura de dor e felicidade que me dava pena.

Maneei a cabeça em discordância. Eu realmente não entendia nada de amores profundos.

– Quero dizer que eu ainda o escolho, e escolherei todos os dias, mesmo sabendo que ele não voltará. Eu escolho entregar meu coração, mesmo sabendo que nunca mais o verei outra vez.

As lágrimas desciam do rosto da elfa aos poucos. Sua voz falhava um pouco, mas ela sorria enquanto se lembrava dele. Provavelmente fora algo extraordinário, e agora muito doloroso. Mas ainda assim, sentir aquilo parecia ser maravilhoso demais.

– Se Légolas... entregar seu coração para mim, ele...?

– Sentirá o mesmo se você o deixar? Sim.

Um mix de medo e felicidade se apoderou do meu corpo. Não sabia se sorria com a perspectiva de alguém sentir algo tão maravilhoso e profundo por mim, ou se temeria aquilo. Légolas poderia estar sofrendo por minha causa já, e eu sendo tão grossa com ele. Não compreendia o tamanho daquele sentimento, mas não poderia mais continuar com aquilo. Precisava resolver nossa pendência o quanto antes, e ele deveria me dizer o que realmente sente por mim.

– Vou procurá-lo. – disse momentos depois de conclusões. – Preciso saber o que ele sente.

– É o melhor que você tem a fazer. – Tauriel sorriu, e limpando suas lágrimas levantou-se. – Precisa dormir primeiro.

Assenti com um movimento, mas não sabia se aquilo seria possível.

– Namárië. – A elfa disse, e entendi como adeus.

– Tenn’ enomentielva! – respondi, arriscando lembrar-me do que aprendi com meu pai.

– Quetilyë Eldarin? – Tauriel pareceu surpresa.

– Ná. – Respondi, sorrindo.

Tauriel saudou-me com uma reverência e saiu, enquanto eu ainda fitava as luzes invadirem o jardim, e senti certo calor envolver-me. Não sabia se aquela sensação poderia ser relativamente nova, ou se já a sentira antes. Algo estava diferente nessa nova manhã.

Precisava me preparar para encontrar-me com Légolas.


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Notas finais do capítulo

Legenda para as frases:
Namárië: Adeus
Tenn’ enomentielva: Até nosso reencontro.
Quetilyë Eldarin?: Você fala élfico?
Ná: Sim.
Eu não falo élfico, santa internet. hsuahuhshuashuhaushua
Beijos e até o próximo ♥
Namárië