Príncipe Légolas escrita por America Singer


Capítulo 19
Capítulo 19: A Decepção


Notas iniciais do capítulo

Tá tão quente ultimamente, que quando sento para escrever sinto meu corpo colar no banco hsahuhsuhaushuahu mas tenho paciencia, vou escrevendo aos poucos
Eu havia esquecido de colocar o título do capítulo anterior, e então consertei depois que muitas já haviam o lido.
O capítulo tá tenso :/
Dedicado à leitora ElfaLynn que fez uma belíssima recomendação. Obrigada Flor ♥
Vocês é que fazem dessa história o sucesso que vejo crescer a cada capítulo. Já são nove recomendações e mais de duzentos comentários que guardo com muito amor ♥
Boa Leitura.



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No meu quarto, preparei meu banho antes mesmo das criadas chegarem. Aproveitava para retirar o perfume de rosas das essências habituais, pois mesmo se fosse o perfume preferido do príncipe, eu não gostava. E se o príncipe realmente estava disposto a me escolher, deveria aceitar meus gostos e preferências do jeito que realmente são.

Tentei relaxar meu corpo na banheira. Não havia dormido um minuto sequer, e provavelmente meu rosto transparecia isso. Não queria parecer cansada, muito menos feia. Não fazia questão de me mostrar para Légolas, mas naquele dia eu conversaria com ele sobre essa situação, e por mais que não chegássemos a lugar nenhum, gostaria de passar segurança em meus atos.

Vell e Ang chegaram quando eu tentava escolher um dos vestidos que estavam prontos em meu quarto. Vell entrou com uma pilha de vestidos novos, todos para eu escolher para o baile que aconteceria no dia seguinte. Aproveitei e peguei um deles para essa manhã.

Vell sorriu timidamente. Parecia orgulhar-se de mim por algum motivo.

– A senhorita está maravilhosa essa manhã. – Ang elogiou-me, enquanto olhava admirada o incrível vestido que ela mesma havia feito, em meu corpo.

– Obrigada. – respondi, enquanto Ang remexia em meus cabelos tentando prendê-los num coque, ao qual protestei. – Posso deixá-los soltos? Prefiro assim.

– Certamente, senhorita. – Ang respondeu soltando meus cachos, que caíram leves sobre meu vestido acinturado.

– Podem dizer o que as senhoras estão pensando. Sei que estão curiosas. – disse voltando-me para minhas criadas, que sorriram mais um pouco.

– Parece que a senhorita está tentando parecer mais bonita essa manhã. Algum motivo em especial? – Ang perguntou-me enquanto escolhia os sapatos adequados para o vestido, que era leve e de um bege bem puxado para o dourado.

– Não posso tentar parecer um pouco mais bonita que o habitual? – rebati a pergunta de modo a parecer ofendida. Mas sorri logo após, deixando claro que era exatamente aquilo que elas imaginavam.

– Qual a ocasião? - Ang perguntou enquanto dava-me o par de sapatos da mesma cor do vestido.

– Preciso conversar com Légolas, mas não é por isso que quis me vestir assim. – disse, não sabendo ao certo como lidar com a situação.

– Conversar com o príncipe sobre o que? – Foi a vez de Vell perguntar, seu tom de voz pendia à curiosidade.

– Sobre... vocês sabem, nós. Quero dizer, eu preciso saber o que exatamente o príncipe sente por mim. Se ele já entregou seu coração, se realmente quer levar isso à diante.

– E a senhorita quer levar à diante? – a elfa mais velha olhava-me com um ar de autoridade. Podia sentir certa atitude de mãe, que sinceramente me fazia falta. Ninguém melhor do que minha mãe para falar sobre os homens e guiar-me numa situação como aquela.

– Preciso ouvir o que ele tem a dizer primeiro. – respondi, desviando o olhar de minhas criadas, e posicionando-o na caixinha de jóias.

– E se ele pensar da mesma forma? Se ele quiser ouvir de você o que tem a dizer, se está disposta a enfrentar o que quer que fosse para ficar com ele, você admitiria que está completa e perdidamente apaixonada por ele, tanto quanto ele está pela senhorita? – As palavras de Ang surpreendiam-me por serem tão sinceras e ao mesmo tempo me encurralarem. Deveria mesmo pensar nessa possibilidade.

– Ainda não tenho certeza do que eu vou dizer. Mas, procurarei fazer da melhor maneira possível. Não quero magoar Légolas, não mais. Passarei a vê-lo como uma pessoa completamente frágil, e que nunca mais poderei sequer ousar dizer palavras tão cruéis, como tenho feito ultimamente.

– Ótimo! – Ang disse, sorrindo largamente. – Nesse caso, boa sorte. Espero que aceitem o fato de que ambos são perfeitos uma para o outro, e que decidam o melhor.

– Prometo que vou dar meu máximo. – Retribui o sorriso às minhas criadas e amigas. – Hora do café.

Desci as escadas para o salão principal, e de lá rumei para o do café, que já estava habitado por algumas das garotas. Légolas ainda não havia chegado, mas o rei Thranduil reverenciou-me quando notou minha presença.

– Cada dia mais bonita. – O rei disse, enquanto levava minha mão direita á sua boca para beijá-la.

– Obrigada, Majestade. – sorri diante aquela cena. Thranduil ás vezes me surpreendia demais, ora sendo gentil, ora muito grosso. Mas gostava da personalidade forte do rei, mas não pude deixar de compará-lo a uma mulher.

– Estão todas aqui? – o rei perguntou, checando todas as garotas. Mas só éramos quatorze.

– Margareth ainda não chegou, Majestade. – Respondi, e percebi que as garotas cochicharam algo depois daquilo.

– A senhorita Margareth foi expulsa noite passada por meu filho. Sua compostura fora inadequada, então partiu essa manhã. – Thranduil esclareceu, sua voz firme e gélida me fez sentir até certa dó da moça.

– O que aconteceu? – Ousei perguntar.

– Formou um barraco por causa do encontro do príncipe com outra moça na noite passada. Pelo visto, ela não gostou nada. Mas não sabemos o real motivo. – Amber disse, encarando Hangar de forma curiosa.

– Eu realmente não sei o que houve. – A elfa respondeu, dando o assunto por encerrado.

Então Légolas teve um encontro com Hangar na noite passada, mas não fora diante o jardim de meu quarto, como era de costume. Senti uma antipatia subir a cabeça. Algo que não sabia explicar, mas que não era bom. Se Légolas realmente quer ficar comigo, então que parasse com os encontros imediatamente.

Será que isso é ciúme?

– No entanto, meu filho acompanhou a moça até a borda da floresta, por isso não compareceu ao café. Peço que apreciem apenas a minha companhia. – Thranduil sorriu, e as garotas coraram. Muitas ali provavelmente nutriam algum tipo de fantasia com o rei, dava pra perceber em seus rostos quando o viam. Algumas conversas no grande salão também afirmavam aquilo. Elas sentiam-se atraídas pelo rei, mesmo sabendo que seriam imediatamente repudiadas por ele. Não as censurava, Thranduil era realmente encantador, mesmo um tanto rude e a maioria das vezes cruel.

Fiquei chateada pelo príncipe não comparecer. Tanta arrumação para nada. Mas o rei admirava-me de lado, tentando não transparecer, mas falhando miseravelmente. Se ele já não tivesse se casado, diria que estava encantadoramente apaixonado por minha figura. Tolice, claro.

Hangar sorria à toa, e não gostei nada de sua expressão. Por mais que ela fosse a garota adequada para o príncipe, já não tinha certeza se gostaria de vê-la ao seu lado. Legolas precisava esclarecer seus sentimentos à mim primeiro, para seguir com aquilo se desejasse.

Quando o café terminou, sai do salão e andei um pouco pelo castelo. Talvez se o príncipe tivesse voltado, poderia encontrá-lo para conversar.

Mas nada.

O almoço fora igual ao café, mas sem a presença do rei. Em seu lugar, Tauriel apareceu sorridente e muito amável. Contava suas aventuras para as garotas, que não gostavam muito de se imaginar em tais situações. Exceto Sigrid, que passara por poucas e boas na Grande Batalha na Cidade do Lago, que fora destruída pelo dragão que seu pai matou. Na época, ela se portara como um mini guerreira valente, mas que hoje não apreciava mais o perigo.

– Está tudo bem? – Tauriel perguntou-me momentos depois do almoço terminar.

– Sim. – menti. Sentia-me ansiosa e um pouco de fadiga por não conseguir falar com o príncipe.

– Não é o que seus olhos dizem. – a elfa disse enquanto encarava-me.

– É que ainda não vi o príncipe. Quero muito falar com ele, e realmente não sei onde possa estar. A essa hora já deveria ter voltado da borda da Floresta, não acha?

Minha voz parecia um tanto agoniada.

– Provavelmente está descansando. Por que não faz o mesmo? Acho que não dormiu depois da noite que tivemos. – a elfa sugeriu, e não tive como argumentar que não estava cansada.

– Eu vou tentar. – Respondi fazendo-lhe uma reverencia, e dirigindo-me para as escadarias que davam para o meu quarto.

~***~

Era quase noite quando acordei. O sono foi profundo demais, e não sabia se estava acordando para o café ou jantar. Descobri após Ang dizer que meu vestido estava pronto, e que meu banho estava me esperando.

Não sonhei com nada, apenas dormi o máximo que pude. Senti meu corpo pesar depois daquilo, e sabia que me arrependeria quando não conseguisse dormir mais tarde. Não importava, minhas noites de sono perdidas eram mais comuns ultimamente.

Não consegui parar de pensar no príncipe logo após. De certa forma, a sua ausência me incomodava demais, e saber que ele ainda se encontrava com as outras me preocupava em certos aspectos.

Depois de um banho rápido, vesti o vestido e me arrumei da melhor maneira possível. E, enquanto esperava a hora do jantar, sentei-me em minha sacada para olhar as luzes do jardim se acenderem naquele brilho dourado que se contrastavam com o novo vestido, agora na cor prateada, mas não menos majestoso quanto o da manhã.

Vi os cabelos dourados de Légolas que pendiam sobre o encosto do banco, e alegrei-me ao perceber que estava sozinho. Sai de meu quarto às pressas, sem ao menos explicar ás criadas onde iria, e desci as escadas do salão com cuidado para não tropeçar e cair com aqueles sapatos que insistiam em me trair de vez em quando.

Quando cheguei ao jardim, pude perceber que ele já não estava só. Hangar estava ao seu lado, aparentemente sorrindo para ele de forma natural e bem confortável para quem há poucos dias sentia uma imensa vergonha do príncipe.

Aproximei-me aos poucos. Não queria incomodar, mas minha conversa com Légolas deveria acontecer o mais cedo possível.

Porém, antes mesmo de perceberem minha presença, vi o príncipe roçar seus belos lábios nos da elfa num beijo delicado e rápido.

Senti minhas pernas vacilarem. Ele não podia fazer aquilo comigo, não agora.

Mas, se ele estava beijando outra, significava que todas as minhas conselheiras estavam erradas. Légolas não havia entregado seu coração à mim, e eu me portei como estúpida acreditando que ele poderia fazê-lo.

Dei meia volta, tentando não ser percebida.

– Luzziel? – A voz de Legolas chamou por mim assim que virei às costas.

Não pude encará-lo. Lágrimas começavam a se formar em meu rosto, e eu não queria que ele as visse.

Retirei meus sapatos e corri dali rumo ao meu quarto. Lá, achei minha espada, era o suficiente para fugir dali. Dei meia volta e fui até o portão mais próximo da entrada do castelo.

– Abram o portão. – Ordenei, gritando alto. Não pensava direito no que fazer, mas não permaneceria naquele castelo nem um dia a mais.

Os soldados entreolharam-se cheios de dúvidas. Logo após obedeceram, tentando não arrumar confusão com uma das selecionadas.

A Floresta das Trevas apareceu frente a mim, tão escura e densa por causa da noite que chegava. Então corri o máximo que deu para dentro dela, procurando afastar-me do palácio o máximo que pudesse.


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Notas finais do capítulo

Link do vestido: http://www.minibridal.com/media/catalog/resized/fb/8/0/80179_ca.jpg
Link do vestido da noite: http://d3rdxpzcwpd7j6.cloudfront.net/upimg/jjshouse/o600/ab/48/338838fb1fd7946721f69b40b60aab48.jpg
Coitada da Luzz. O capítulo foi (e continuará sendo no próximo) inspirado na cena em que Bela foge do castelo da fera e se perde na floresta. Eu amo a história da Bela e a Fera, e tomo como um dos contos de fadas preferido que levo como inspiração.
Beijos e até o próximo ♥