Estranha Obsessão escrita por Lauren Reynolds


Capítulo 53
Capítulo 51 - Claudia




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Capítulo 51 – Claudia

 

POV da Bella

 

- Então, nos conte o que você lembra... – Emmett, curioso, perguntava a Claudia.

- Como eu disse... Meus pais morreram por causa daqueles dois homens. Nós tínhamos acabado de chegar da Irlanda. Eu era filha única, porque minha mãe teve de ser transformada após meu nascimento. Então eu era uma híbrida. – Ela sentou-se em meu colo. – Eu realmente sou grata por me salvarem e por me acolherem. É só difícil saber que eu nunca poderei crescer...

- Sinto muito. – Eu disse a ela. – Assim como eu, nem Alice e Rosalie, poderão ter filhos. Nosso corpo não muda mais.

- Porque você foi transformada? – Ela encarou a Edward.

- Essa é uma história longa... – Ele sorriu torto. – Eu também sou irlandês. Sou um Masen...

- Oh, sério? Então me conte uma coisa, a história que me contaram sobre vocês é verdade? Aquela tal Nesbit existiu?? Você é filho de qual deles? – A curiosidade brotou em seus olhos.

- Pelo visto as histórias correm. – Jasper riu.

- Eu sou filho de Lord Edward Masen, minha mãe era Elizabeth Masen. – Edward respondeu.

- Então... OMG... – Claudia engasgou. – Me conte, e quanto àquela lenda que diz que não-sei-quem ia voltar...

- Bem, você está com ela agora. – Eu disse rindo.

- Naquela época era comum entre as famílias procurarem pretendentes para seus filhos e meu pai fez o mesmo. Foi até o condado vizinho e se informou sobre a filha deles, Dominique Nesbit. Então conforme o tempo passou, nós nos tornamos namorados, não havia tempo para amizades. E então nos casamos...

- O que houve? Own, me conte, eu adoro histórias! – Ela pediu impaciente.

- Dominique e Edward se casaram, mas quando ele foi transformá-la, um inimigo, assim digamos, invadiu o quarto onde ele estava e levou Dominique. Ela acabou morrendo, os pais dela fizeram uma promessa de que ela voltaria e eles deram a vida deles para que ela pudesse voltar. – Contei.

- E você voltou, mas seu nome é Bella...

- Eu vim dos EUA para Londres com minha amiga, Amy, que você irá conhecer. Então encontrei um certo vampiro e muita coisa aconteceu desde então...

 

Claudia continuou em meu colo, aninhada a mim e a Edward, fazendo perguntas sobre todos nós. Nós ficamos rindo e ouvindo as histórias que cada um deles tinha para contar. Não eram finais felizes, nunca eram, mas a continuação talvez pudesse ser considerada diferente. O resto da noite passou rápido e mais um dia nasceu. Estava nublado, como Alice havia previsto.

 

Eu, Alice e Rosalie passamos no meu antigo apartamento. Amy e Demetri estavam na sacada e nos atenderam rapidamente. Eu estranhei a rigidez de Demetri ao conhecer Claudia, sua mente estava o tempo todo vazia, ele sabia como bloquear seus pensamentos. Amy, é claro, encantou-se por ela, assim como Christine e Damen.

 

- Me esperem aqui. – Pedi a Chris, Amy, Alice e Claudia. – Vamos, Rose.

 

Deixei que elas nos esperassem numa boutique na esquina da joalheria. Rose me acompanhou até a Valinor’s.

 

- Oh, que surpresa, Bella! – Jess sorriu ao me ver. – Olá senhorita Cullen.

- Olá, me chame de Rosalie.

- Ok. Então...

- Vim buscar aquela pequena jóia que está aqui há uns dias. – Eu disse a Jess.

- Oh, certo. Olhe. – Ela abriu uma caixinha, onde um pequeno brasão da família estava.

- Perfeito. – Eu disse entregando o cartão a ela.

 

Era quase o fim da tarde quando voltávamos para a mansão. Eu estava sentada na varanda, junto a Edward. Claudia arrumava o imenso quarto – que antes servia como baú de Edward -, com a ajuda de Alice e Rosalie.

 

- Bella! – Ela veio em minha direção, horas depois de se enfiar no quarto com Alice.

- Hey... Existe somente a Bella?

- Não... – Ela abraçou Edward.

- Olhe, comprei para você. Mandei fazer, na verdade. – Entrei a caixinha com o bracelete para ela.

- É lindo, um brasão! – Ela colocou no pulso e ficou encarando. – O que significa? Quem criou?

- Menina curiosa... – Edward riu. – A mão significa fé, sinceridade e justiça. O leão significa coragem. E os trevos significam perpetuidade e longevidade.

 

Claudia olhou atentamente o brasão e logo em seguida esboçou um sorriso gentil em seus lábios. Ela nos abraçou e ficou no colo de Edward, observando a visão que tínhamos da cidade.

 

[...]

 

Quando se era um vampiro, o tempo era uma coisa que nós não nos preocupávamos muito, uma vez que não precisávamos dormir, tínhamos tempo livre para muitas coisas. Alice, Rosalie e Eu, decidimos que iríamos ocupar mais o nosso tempo. Alice simplesmente decidiu que começaria a fazer festas por ai. Era uma tarde chuvosa em Londres, o inverno estava em seu ápice, foi pouco depois que encontramos Claudia, que algo inimaginável ocorreu.

 

Alice estava observando um desenho habilmente elaborado de Rosalie para um salão de festas, quando seus olhos perderam o foco. Rose me encarou e eu encarei Alice, buscando em sua mente aquilo que ela via. As imagens eram como cenas passadas rapidamente. Me deixavam confusa, mas havia um detalhe em meio a essa confusão que me despertou, um brasão com a letra “V”, adornado de pedras preciosas e forjado em ouro.

 

- Demetri! – Eu e Alice dissemos em uníssono.

 

Olhei para Claudia, que tinha sua cabeça apoiada nas pernas de Rosalie no sofá. Levantei-me rapidamente e voei para a janela. Um carro preto e brilhante estava chegando aos portões da mansão.

 

- É somente Christine. – Alice saiu de seu transe.

- É por minha causa, não é? – Claudia murmurou.

- Olhe, preste atenção. A culpa foi inteiramente minha, ok? Não tem porque você se sentir assim. Eu sei que você devia estar mais consciente e ter tomado essa decisão sozinha, mas algumas vezes nós agimos por impulso simplesmente porque não podemos deixar que algo aconteça. – Eu tentei confortá-la. – Vai dar tudo certo. Nós faremos com que dê.

- Mas é de Demetri Volturi que estamos falando. Um Volturi! – Ela me abraçou. – Você é minha segunda mãe, Bella. Estou aqui há poucos dias, eu posso me controlar bem e...

- Justamente por isso que faremos dar certo. Não há motivos para alarde. Ele só vai querer conferir.

- Bella... – Christine apareceu na porta e voou ao meu lado. – Demetri está vindo conferir. Ele não vai deixá-los quebrar uma regra, ele vai fazer o que for necessário.

- Ele está chegando. – Alice disse perdida.

- Melhor vocês irem, Christine. – Jasper disse rapidamente.

- Demetri saberia dizer que estamos aqui. Ele é bom naquilo que faz. – Damen murmurou. – Ele está vindo sozinho?

- Não. – Allie murmurou. Seus olhos agora negros vagavam pelo futuro incerto. – Merda!

- O que foi? – Edward perguntou.

- Bruxa! – Alice rosnou. – Aqueles irmãos bruxos estão vindo com ele!

- E Felix também. – Edward murmurou sem animo.

- É arriscado se vocês ficarem sozinhos. – Damen sibilou.

- Damen está certo! – A sotaque Frances de Christine soou. – Nós ficaremos aqui. São somente quatro. Daremos conta, caso a coisa fique séria. Não deixe que nenhum de seus empregados saia.

- E eu ficarei aqui. – Uma voz aguda e delicada ecoou na grande sala da mansão.

- Amy? – Engasguei. – Eu achei que você fosse ficar ao lado de Demetri agora...

- Você minha irmã mais nova, antes do Demetri. Você cuidou de mim e eu cuidei de você, lembra? – Ela sorriu. – Além disso... Uma dupla de vampiras com o sobrenome real deve fazer diferença.

- Eles estão chegando.

- Quanto tempo? – Perguntei a Allie.

- Cinco minutos, talvez sete...

 

Os seis minutos e meio que se seguiram foi caótico. Rosalie e Christine ficaram atrás de Claudia, com Damen de um lado e eu do outro. Edward, Jasper e Emmett ficaram a frente. Alice e Amy ficaram ao nosso lado. Eu podia ouvir os ruídos do portão se abrindo e do farfalhar das folhas secas. Numa fração de segundo, eles já estavam adentrando no salão da mansão.

 

A tal bruxa, Jane, estava de um lado de Demetri, com o tal Alec – a figura jovial e letal – do outro. Felix, o cara cujo tamanho era igual ao de Emmett, vinha atrás. Os mantos negros esvoaçavam com a brisa fria que entrava pela porta escancarada. Os olhos vermelhos dos outros três, contrastavam com suas peles de giz.

 

- Vocês quebraram uma regra. – Demetri disse solene. – Eu poderia não estar em Volterra, mas nunca deixei que nada passasse em branco.

- Está levando isso longe demais, Demetri. – Amy falou num tom frio.

- Crianças imortais são proibidas, vocês sabem disso!

- E quanto a híbridos? Eles são proibidos? – Perguntei sarcasticamente, afinal, eu e Edward éramos híbridos em um passado distante. – Acho que não, não é? Foi por isso que você estranhou quando nós a apresentamos. Não deu para ver que ela é muito mais madura do que aparenta?

- Claudia era uma híbrida antes de ser transformada, Demetri. – Edward rosnou. – O Volturi desgarrado volta ao ninho, então?

 

Naquele instante, Demetri rosnou alto. Edward foi ao seu encontro, porém Felix o atingiu antes. Demetri esquivou-se de Jasper e Emmett, e tentou pegar Claudia, que olhava toda a cena chocada. Mandei que Christine e Damen a levassem dali; Damen podia protegê-la melhor se não estivesse em uma luta. Jane estreitava os olhos para mim, numa tentativa frustrada de fazer sei lá o que com a mente.

 

- Sabe qual é a minha vantagem? – Eu rosnei para ela. – Que eu posso fazer o mesmo com você, bruxa!

- Como se pudesse. – Ela debochou.

- Que tal você ficar fora dessa luta, hein? – Sibilei ameaçadoramente.

 

Jane avançou sobre mim, eu desviei quando via cada movimento que ela planejava fazer. Seu corpo parou bruscamente quando eu disse que seria melhor que ela ficasse quieta. O tom do comando em minha voz fazia com que seus nervos rangessem, lutassem contra o impulso de ficarem parados. Olhei para o irmão dela, que ficou estático no mesmo instante.

 

- Talvez fosse melhor você ficar em Volterra, Demetri. – Amy sibilava para ele, enquanto desviava dos golpes. Se tinha uma coisa que Amy era boa, era em lutas. – Eu não acho que daríamos certo depois do que você fez para a minha irmã e sobrinha.

- Você, fique calmo. – Jasper esquivou-se dos golpes brutos de Felix contra ele, então, pousou atrás, colocando uma mão sobre o ombro dele. Alice e Rosalie seguravam o par de bruxos.

- Muito bem. – Edward rosnou, recompondo-se. – Não ficou claro que ela não oferece ameaça alguma?

- Claudia era uma híbrida antes de ser transformada, meio humana e meio vampira. – Eu disse novamente. – Eu a transformei porque ela estava morrendo. Ela é muito mais madura do que você pensa que ela é. E ela é extraordinariamente especial para mim.

- Em uma criança de treze anos, o corpo ainda está em formação... – Edward sibilou. – Com ela é o mesmo, apesar de ela ser uma vampira completa.

- Demetri, Claudia nunca será uma mulher como eu, ou Alice e Rosalie, ou Amy e Christine. Ela sempre terá o corpo de criança e a mente de uma adulta.

- E é por isso que ela é especial. Ela é mais sensível a luz do sol do que todos nós. Como o corpo de uma criança é frágil, o dela também. – Eu disse com uma voz calma e gentil, quando Claudia entrou na sala e veio ao meu lado. – Ela se alimenta mais vezes, nós sempre a ajudamos com a caçada, eu não quero que ela seja dependente.

 

A situação foi se acalmando aos poucos. Demetri ainda encarava Amy; e Alec, Felix e Jane voltaram a sua posição inicial na porta de entrada. Alice tinha o olhar escuro e sem foco algum. Jasper fazia círculos em sua mão para tentar acalmá-la. Edward voltou ao meu lado e me abraçou, deixando Claudia, que mesmo assim, não nos deixou sozinhos. em nosso meio.

 

- Qual o veredicto, Demetri? – A voz sem emoção de Jane soou.

 

~~

*

N/A: Girls, como sugestão da Jeh, aqui está uma foto de como eu imagino a Claudia. Ela é inspirada (sim, quase um emprestimo) na Claudia, da autora Anne Rice, do filme "Entrevista com o Vampiro".

O filme é ótimo. No filme, a personagem Claudia também é uma criança, transformada por... e... bom, não vou comentar porque eu super indico o filme. ;)

 

Beijinhos e comentem! :)

 

 


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