POV da Bella

- Estamos em perigo. – Alice disse suavemente, mas seu tom de voz era tão letal quanto o veneno que corria em suas veias.

Apertei a discagem rápida do meu celular e liguei para Edward. Alarmada, lógico e, é claro que eles estariam aqui em menos tempo que eu levo para pensar em fazer alguma coisa.

Quando voltei a sala, Alice estava abraçada a Rosalie. Um copo vazio estava em cima da mesa, então, provavelmente quando Jasper chegasse, ele iria alimentar Alice. Sentei-me ao lado das duas e fiquei quieta, esperando que alguém resolvesse quebrar o silencio e me contar o que estava acontecendo. Ou o que estaria para acontecer, que seja.

- Alice! – Jasper entrou correndo, trazendo Emmett e Edward atrás de si.

- O que houve? – Emmett perguntou.

- O que ela viu? – Edward sentou-se ao meu lado e ficou mudo por alguns instantes. – O que significava tudo isso?

- Dá para explicar, por favor? – Pedi impaciente.

- Eu não sei. – Alice finalmente saiu de seu transe, agora mais calma. – Parece que vai haver um assassinato. E esse assassinato vai fazer aquela mulher ser presa. Se ela for pesa ela vai falar. Nós vamos estar em perigo.

- Nós? – Eu e minha ingenuidade, perguntamos.

- Não, nós. – Alice falou baixo. – Toda a nossa espécie.

- OMG. – Engoli seco. – E-e na-não tem como impedir esse assassinato?

- Não sei. Eu não consigo ver nada além de vultos. Eu sei que ele vai ocorrer... – Alice ficou imóvel novamente.

- Fadinha? – Jasper chamou-a, colocando uma de suas mãos na bochecha dela.

- Não tem como impedir o assassinato.

- Então nós teremos que ficar a par de todos os assassinatos que acontecerem daqui por diante na cidade. – Edward disse sério. – Não tem como você saber se está próximo?

- Vou tentar. – Ela ficou imóvel novamente, de olhos fechados.

- Quantos de vocês existem na cidade? – Perguntei novamente.

- É difícil dizer. – Emmett murmurou. – Dos que sabemos, existem cerca de vinte. Esses vinte, nos incluem, incluem aqueles que fazem serviços para nós e um ou outro que sabemos.

- Existem mais. – Edward falou. – Eu tenho certeza e, devem existir cerca de duzentos, talvez trezentos de nós aqui. Londres não é uma cidade pequena, como costumava ser. As coisas só estão mais calmas, porque a maioria sabe a regra principal.

- Manter sigilo. – respondi.

- Yeah. – Emmett assentiu. – Contacte as faxineiras.

POV do Edward

- Faxineiras? – Bella estreitou os olhos.

- Faxineiras, são um grupo de limpeza especializada. Ás vezes, quando existe algum crime que um vampiro comete ou algum deslize, ou até acidentes com recém nascidos, elas são as que limpam os corpos. – Rosalie explicou.

Peguei o celular e disquei para o número 919. Ao primeiro toque, a voz feminina atendeu.

“Limpeza.”

- Aqui é Edward Cullen. – falei.

“Cullen, hã? Como vai, alguma nova execução?”

- Na verdade, um alerta. Fique atenta a qualquer assassinato que ocorrer, sendo vampiro ou humano. Estamos em alerta.

“Oh, certo. Então é grave. Pode deixar, será avisado se eu achar algo.”

- Obrigada Lissa. – Respondi e desliguei.

Quando voltei meu olhar para a sala, Jasper alimentava Alice. A aparência dela voltava a ser quase humana e ela finalmente conseguia formar frases que eram conexas em relação a sua visão. Minha mente era invadida por várias imagens, uma delas me chamou a atenção. Havia um salão,  estava lotado. A imagem era nítida, isso significava, que aconteceria logo. Havia vários vampiros naquele lugar, havia humanos, mas não era como as festas que eu dava. Os humanos não sabiam sobre os vampiros.

- Vai acontecer logo. – Alice disse com o olhar sem foco algum.

Eu via um corpo estirado no chão, sobre uma poça de alguma coisa. Havia uma mulher sentada em uma cadeira, próxima ao corpo. Ela repetia que não havia sido ela, várias e várias vezes. Logo em seguida, outra imagem havia me interessado. Empresas Kostan.

- É uma festa beneficente. – Alice murmurou novamente.

- Então eu já sei como vamos ficar por dentro destas festas. – Emmett sorriu largamente. – Vou fazer algumas ligações. Diga-me, Alice, você consegue ver quem está oferecendo a festa?

- Empresas Kostan. – Bella disse me encarando. Eu encarei-a novamente. Ninguém havia mencionado aquele nome antes, somente Alice sabia, mas nem ela, nem eu, havíamos falado em voz alta.

- Bella, amor... Esse nome, como sabe? – Perguntei.

- Alice disse. – eu encarei minha irmã ao ouvir a resposta de Bella.

“Ela está começando a pegar algumas coisas, Edward.” Jasper murmurou mentalmente, me encarando, enquanto limpava os cantos dos lábios de Alice.

- Amor, você está começando a desenvolver seus dons. – Eu falei a ela. – Venha comigo. Você precisa se alimentar.

- Pode deixar que cuido do resto. – Emmett garantiu-me.

Bella segurou em minha mão e nós subimos para o meu quarto no segundo andar. Eu sabia muito bem que aquela única palavra que ela tinha ouvido da mente de Alice, seria o que daria início – lento ou não – ao desenvolvimento dos dons dela. A única coisa que eu não tinha certeza, era se Bella iria aceitar isso de uma forma agradável, já que ela mesma ficou receosa quando soube que estava começando a se transformar numa híbrida.

Ao entrarmos no quarto, sentei na poltrona de veludo carmim e fiz sinal para que Bella sentasse em meu colo. Ela se aninhou e então continuou em silencio, talvez percebendo que eu quisesse mesmo conversar com ela.

- O que vai acontecer comigo a partir de agora? – Ela murmurou baixo.

- Você vai continuar desenvolvendo as habilidades de Dominique que estão adormecidas dentro de você. Sua sede vai continuar, mas vai chegar uma hora em que você vai parar de desenvolver essas habilidades. – Expliquei-lhe.

- Ai então você deverá me transformar, não é? – Seus olhos cor de chocolate me encararam. Havia medo em seu olhar.

- Isso depende. – Afaguei seu rosto. – Se seu corpo rejeitar, mesmo, a parte humana... Então terei que te transformar.

- Mas?

- Eu acho que você não precisará ser transformada. Pelo menos não agora.

- Porque? Antes você tinha dito que eu ficaria doente, se não me engano...

- Tem razão. Mas lembrando melhor, Dominique não teve problema algum, aos dezessete anos, ela já tinha suas habilidades completamente desenvolvidas...

- Eu tenho vinte. Porque acha que isso não me afetou antes?

- Essa é uma boa pergunta. Talvez um dia saibamos a resposta. No momento, tudo o que eu sei, é que você precisa se alimentar. Está pálida... – Eu tracei o contorno dos olhos dela.

Respirei profundamente e deixei que meus caninos aparecessem. Levei meu pulso à boca e então o mordi. Estendi para Bella, que no mesmo instante, começou a sorver o sangue que ali jorrava.

Os lábios quentes dela, em meu pulso frio, faziam com que aquele choque percorresse nossos corpos. Ela suspirou profundamente por um instante e então fechou os olhos, desfrutando daquele momento. Algum tempo depois, quando ela havia bebido o suficiente, tirei meu pulso de sua boca. Seu lábio estava levemente borrado de vermelho. Eu sorri.

- O que foi? – Ela perguntou meio enérgica.

- Isto... – Eu sussurrei levando minha boca à sua.

Minha língua traçou o contorno dos lábios carnudos, limpando as gotas de sangue que estavam ali. Bella passou suas pernas pela minha cintura e eu levantei, levando-a em direção à cama. Não demorou muito para que eu começasse a correr meus dedos pelo seu corpo delineado, retirando as roupas que cobriam sua pele clara. Ela arfou com meu toque frio, mas foi passando sua mão pelo cós de minha calça... Sempre tão apressada...

Eu não tive paciência para ficar esperando ela tirar minha roupa. Despi-me rapidamente, atirando as roupas na poltrona em que estávamos sentados. Corri meus lábios pelo seu pescoço, sentindo o aroma de seu sangue, ao passo que eu ia fazendo com que ela começasse a me sentir em outros lugares.