Capítulo 26 – Sweet Sacrifice

Doce Sacrifício

N/A: A pedidos, pov da bella!

POV do Edward

Se Fue – Laura Pausini

- Alguém me leva para casa?

A voz de Bella ecoava em minha cabeça, a única coisa que eu ouvia era ela pedindo para ir para casa, depois que eu a ataquei. Eu estava, novamente, trancado em meu quarto, observando o grande quadro a minha frente, sobre a cômoda. Uma grande imagem de Dominique, pintada em tons de dourados, por um artista irlandês qualquer.

Já não responde aos meus telefonemas

Minha esperança está por um fio

Eu nunca pensei perder a cabeça assim...

- Edward. – Alguém disse baixo o suficiente para que eu escutasse.

Porque minha vida está vazia assim?

Ninguém responde minhas perguntas

Porque nada me resta sem você

Ignorei os pensamentos que me chamavam insistentemente. Abri a porta do quarto e caminhei para a escada. Não, eu não ia descer. Ao invés, resolvi subir. Passei pelo corredor largo, pelo pequeno salão, chegando a uma sala cuja porta estava trancada. Alisei a fechadura e uma parte da madeira, peguei a chave do meu bolso e entrei. Não era bem necessária uma chave, já que qualquer um aqui, poderia abrir a porta. Mas eu simplesmente decretei que este quarto deveria ficar fechado.

Se foi.

Aqui, na verdade era um baú em tamanho família. Havia cabides, roupas, cartas e pinturas de uma pessoa.

Se foi o perfume dos seus cabelos,

Se foi o murmúrio do seu silencio,

Se foi o seu sorriso de fábula.

Se foi o doce mel que provei em seus lábios.

- Uau. – Alice e Rosalie apareceram na porta.

- Vão ficar aí? – Eu disse seco.

- Ah, qual é! – Alice reclamou. – Podemos muito bem derrubar qualquer porta desta casa, só não abri aqui, porque te respeito. Mas acha que eu não estava curiosa?

- Por isso ele não esquece... – Rosalie disse mais seca ainda. – Você vai ficar preso a uma paixão de séculos atrás e deixar que a sua chance de viver novamente escape por entre seus dedos. Vai deixar que a pessoa que existe justamente para te amar, ame a outro.

- O destino dela é me amar. – Murmurei.

- O destino dela vai ser escrito por ela. Pelas decisões dela. “Cada um é arquiteto de seu próprio destino, Edward”. – Alice saiu pela porta, murmurando a frase que Domnique havia me dito uma vez.

- Alice não precisa prever, Ed. – Rose disse antes de sair – Você vai fazer a todos sofrer por não enxergar o que está à sua frente. Você vai continuar sofrendo.

(...)

 E meu amor se cobriu de gelo.

E minha vida com você se foi.

Dominique. Bella. Seria justo o que eu estava fazendo com Bella, em não admitir que ela era o que era e que Dominique escolheu o destino dela? Seria justo eu condenar outras pessoas a sofrer o meu sofrimento, por um ato egoísta meu? Eu estava sendo justo com o destino em querer aquela de cem anos atrás? Eu estava sendo justo comigo mesmo?

Preso em noites de loucura

Até a prisão eu iria com você

Toda uma vida não basta.

POV da Bella

Levantei cedo e optei por ir trabalhar. Amy havia dito a Ângela que eu estivera muito doente e não estava tendo condições de sair de casa. Eu ri comigo mesma, não fiquei muito longe disso, fiquei?

Quando cheguei a Valinor’s, Demetri estava em sua sala. Ele me cumprimentou e veio até a minha, nós ficamos um tempo conversando, enquanto eu tentava colocar no papel uma nova idéia para uma jóia. Quando deu o horário de almoço, decidi sair para almoçar. Amy chegou a joalheria um pouco depois de mim, pela manhã, mas acabou ficando com Demetri.

Jéssica, a secretária de Ângela, me chamou para almoçar com ela num pequeno restaurante a duas quadras daqui. Eu aceitei. Pretendia ficar longe de vampiros, pelo menos por hora. Jéssica era alguém extremamente sociável.

- Então, Bella.. você ficou bastante tempo longe daqui. O que houve?

- Fiquei muito doente, acabei tendo que ficar internada. – Murmurei. – Mas vamos mudar de assunto. Alguma novidade?

- Ah, bem, a joalheria tem um novo cliente... ele vai lá hoje para ver conversar com a Angie e com vocês provavelmente. – Ela sorriu.- Ele é simplesmente perfeito. Com certeza é muito rico...

Sweet Sacrifice - Evanescence

É verdade, todos nós somos um pouco insanos

Mas está tão claro, agora que eu estou desacorrentada

Continuei tentando acompanhar a tagarelice de Jess, fiquei observando o movimento do restaurante enquanto comíamos e bebericávamos uma coca cola. Na direção do caixa, passava um cara alto, cabelos acobreados, parecido com o Edward. Sim, eu cheguei a pensar que poderia não sofrer depois de tudo. Mas não era verdade. Eu estava sofrendo.

O medo está somente em nossas mentes

Nos controlando a todo tempo

O medo está apenas em nossas mentes

Nos controla a toda hora

Meu dia passou lenta e dolorosamente. Meu peito ardia, parecia que havia um buraco. Parecia que alguém havia cravado um punhal em meu coração, impedindo-o de bater. Caminhei de volta para a joalheria, tentando esconder minha expressão de dor, ninguém precisava saber do meu sofrimento silencioso. Demetri estava apoiado em sua mesa de design, enquanto rabiscava – incrivelmente rápido – algum desenho qualquer. Tranquei-me em minha sala. Amy estava ao telefone quando cheguei.

Você, pobre, doce, coisa inocente

Enxugue seus olhos e testemunhe

Você sabe que vive para me destruir

Não negue, doce sacrifício

- Você está bem? – Amy perguntou, quando eu me sentei atrás da mesa.

- Não. – Eu sorri. – Mas isso não importa.

Um dia eu vou esquecer o seu nome

E um dia, você afundará em minha dor perdida

- Eu sei que é por causa dele. – ela murmurou.

- E eu sei que vou ficar pior.

- Para que sofrer assim? – Ela retrucou.

- E eu tenho escapatória? – Eu sorri com o canto da boca. – Não tenho muito o que fazer. Eu não darei o braço a torcer, Amy. Quando ele souber o que eu sou para ele, aí sim, posso pensar no que fazer. Quando ele souber o que eu, Isabella Swan, sou para ele. Não o que eu fui, como Dominique Nesbitt.

Você sabe que vive para me destruir

Não negue, doce sacrifício.

- Senhorita, Swan?

- Sim, Jess?

- O Sr. Blackwood está aqui. – Ela falou. – Vou mandá-lo entrar.

- Tudo bem. – Murmurei.

- Bom dia, Srta. Swan. – Um cara alto, loiro, aparentemente forte, olhos claros, pele branca. Ótimo. Mais um vampiro na minha vida.

- Bom dia, Sr. Blackwood. Esta é Amy Lyon, minha assistente. – Apresentei-os. Eles apenas se cumprimentaram com um olhar. – Em que posso lhe ajudar?

- Fiquei interessado em seus projetos. Eu tenho a idéia, quero que desenhe e aprimore. É um pingente. Quero em ouro branco, com algumas pedras preciosas.

- Tudo bem. Vou trabalhar nisto. Assim que eu tiver um rascunho do desenho, telefonarei.

POV do Leon Blackwood

- Até mais ver, senhoritas. – falei saindo da sala.

Isabella Swan. Poderia ela ser a pessoa que procuro a tanto tempo? Aqueles olhos, aquele olhar penetrante, os fios castanhos caindo sobre os ombros delicadamente. Eu te achei, minha querida. Eu te achei. Finalmente.