Capítulo 25 – Immortelle

Imortal

POV da Amy

- Bella? – Amy abriu a porta.

- Amy!!! – Bella exclamou jogando-se em minha direção, me abraçando. Fechei meus braços ao redor dela.

- Antes, diga-me... o que faz aqui? – Perguntei.

- Como sabia que era eu? – Ela retrucou, antes de responder.

- Simplesmente sei, Bella. – Respondi sorrindo. – Vamos, esta é sua casa. – Eu ri. – Entrem...

Alice e Rosalie entraram e sentaram-se em duas poltronas na sala. Bella aconchegou-se no sofá, enquanto eu pegava uma caneca de chocolate quente para ela. Eu não acreditava que ela estava de volta e, não queria nem saber como é que o Cullen estava. Estressado, provavelmente. Voltei a sala, carregando a caneca. Bella pegou-a das minhas mãos e entornou garganta abaixo.

- Okay, Bellinha, agora me explique o que aconteceu exatamente... – Alice disse – Para o Ed...

- Para ele o que? – perguntei.

- Ele atacou a Bella... – Rose falou séria.

- Eu não me lembro de muita coisa... sei que a Dominique falou algo a ele, então quando ele a mordeu, depois de um tempo eu voltei. Voltei para ficar. Não vou mais para o meio termo. – Ela riu consigo mesma. – Então depois que conversamos, e eu disse que iria embora de lá, ele me atacou.

- Edward está meio tenso com toda esta situação. – Rose levantou-se e ficou olhando para a rua, pela sacada. – Eu entendi a história dele, de fato é bem triste. E, bom, no lugar dele eu acho que estaria assim também.

- O Ed e a Dominique não fizeram nenhum tipo de complô, ou algo parecido, para que ela voltasse...

- Foi minha decisão. – Bella interrompeu.

- Sim, foi sua. – Rose murmurou. – Ele só estava tentando curtir o momento dele, um momento que ele esperou anos para que acontecesse.

- Dominique é uma pessoa muito boa, apesar de eu achar que você não fosse com a cara dela... – Bella murmurou rindo. – Mas ela é alguém extremamente amável.

- Sei disso, Bella. – Falei. – Porque não toma um banho, dorme um pouco...

- Boa idéia. – Ela sorriu.

- Nós vamos indo, Amy. – Rose e Alice se despediram e foram embora.

Fiquei sentada na sacada, olhando a rua, deixando que minha mente vagasse a procura de uma resposta para o sentimento de dúvida que estava surgindo em mim. Fui interrompida, quando alguém pousou delicadamente no canto da sacada. Demetri veio em minha direção, me dando um beijo leve nos lábios, então se sentou de frente para mim.

- O que te preocupas?

- Não sei. Algo está errado, vai acontecer alguma coisa, mas não tenho certeza do que pode ser... – Murmurei.

POV da Autora

- Então a Bella voltou? – Damen perguntou.

- Pois é, a Amy acabou de ligar. – Christine disse indo em direção à sacada do apartamento.

- Vamos dar um passeio? – Damen estendeu a mão para Christine, que apenas sorriu.

Os dois ficaram sobre o parapeito e então saltaram. As mechas loiras do cabelo de Christine esvoaçavam. Ela pousou suavemente no topo de outro prédio, Damen sempre ao seu lado. O céu tinha voltado a ficar negro, com os pontos brilhantes, a luz pálida da lua deixava suas peles quase brilhantes. Seus olhos negros procuravam por um lugar onde parar.

- Espere aqui. – Damen disse para Christine, enquanto saltava em direção a um beco escuro.

Ele andou silenciosamente até a pequena porta, onde havia uma mulher encostada na parede fria de tijolos. Um sobretudo cobria seu corpo, os cabelos negros caiam pelos ombros em pequenas ondas, e a luz vermelha sobre a porta indicava o local onde ele estava indo.

Damen aproximou-se dela, enlaçou-a pela cintura, lançando seu olhar mais sedutor e atraente. Entrou pela porta e foi em direção a um pequeno reservado que havia no local, que tinha luzes de todas as cores em vários cantos. Cortinas vermelhas fechadas mostravam que haviam espaços ocupados, sons de gemidos abafados por uma música qualquer, tornavam aquele lugar mais turvo.

A mulher sabia do que se tratava. Não precisava nem falar. Era mais fácil ganhar a vida daquele jeito, do que sendo as mulheres da vida, como a maioria fazia. A mulher, tinha um filho pequeno, que ficava com seu marido em casa. Nenhum deles ousava mencionar a profissão dela, porque sabiam o destino que acabariam tendo. A mulher apenas afastou o cabelo de seu pescoço, Damen não hesitou.

Cravou seus dentes na pele morena, sorvendo o sangue adocicado que jorrava dos pequenos furos. Alguns minutos depois, quando ela estava quase desmaiando, Damen a deitou sobre o divã, colocou as três notas de cem libras no decote da blusa que ela usava. Então saiu porta afora.

Christine estava sentada no topo do prédio, observando seu amado sair e então saltar para o prédio ao lado. Ele deu um pequeno impulso e logo depois, seus pés tocaram o pequeno e estreito parapeito, onde Christine estava sentada. Ela levantou-se, pegou na mão que estava estendida a ela e então os dois andaram juntos até a frente do prédio. Dali, a vista era ainda mais bonita.

O céu estava completamente negro, um manto de pontos brilhantes cobria uma parte dele. As estrelas cintilavam ao redor da grande e imensa lua branca. A luz pálida, tocava-lhes gentilmente a pele fria, que mostrava um leve cintilar.

Immortelle – Lara Fabian

Se perdida no céu,

Me restasse apenas uma asa,

Essa asa seria você.

- Ma fleur... (minha flor...) – Damen disse a Christine, acariciando seu rosto. (N/A: Em parêntesis, a tradução da frase. :P )

Se soterrada em minhas ruínas,

Com apenas um filete de luz,

Esse filete seria você.

Se esquecida pelos deuses,

Esquecida numa ilha...

Esta ilha seria você.

- Mon dieu immortel... (meu deus imortal...) – Ela acariciou as bochechas marmóreas de Damen e apoiou sua cabeça em seu peito.

E se mesmo inútil,

Restasse um limite frágil...

Eu o atravessaria.

- Ma petite fleur... (Minha pequena flor...) – Ele lhe disse novamente.

- Sou a pessoa mais completa deste mundo, Damen. Nem acredito que eu o encontrei depois de tanto tempo... – Ela sorriu e olhou para o céu.

- Foi numa noite assim, ma fleur, que eu me dei conta de que não poderia viver longe de você. – Ele também sorriu. – Só que você tinha apenas oito anos de idade... – Ele riu.

- Desculpe, não me lembro de muita coisa. Mas tenho várias imagens suas em minha mente... – Ela sorriu carinhosamente.

- Eu sei disso, não se preocupe. – Ele disse novamente. – Eu esperei até que você pudesse saber a verdade sobre mim, mas ainda não era a hora... você ainda era jovem, tanto para ser minha companheira, quanto uma vampira.

Imortal, imortal

Eu sinto que vou ser aquela que sobreviverá a todo o mal.

(...)

Eu me desprendi no fim do céu,

Ele não abrigava mais a eternidade...

Eu morreria por você.

- Mon’amour... (meu amor.) – Damen disse a ela, beijando-lhe levemente os lábios. – Eu te amo tanto...

- Eu também, Damen.

Desta vez, Damen beijou-lhe com mais urgência. As mãos dele entrelaçavam-se aos fios dourados do cabelo de Christine. Ele a sentou gentilmente em seu colo, enquanto os lábios doces dela traçavam um caminho entre sua mandíbula e pescoço. Christine não hesitou.

Se as palavras são marcas, marcarei minha pele.

(...)

Para que me pode servir encontrar o destino, se ele não me leva a você?

Christine deixou seus caninos a mostra. Acariciou a pele do pescoço de Damen e então cravou-os, fazendo o sangue irromper. Ela sorvia com vontade. Ele apenas acariciava sua nuca e brincava com uma mecha de seu cabelo.

(...)

Eu me desprendi do céu,

Ele não abrigava mais a eternidade.

Imortal.