Capítulo 21 – Vivo per Ler

Vivo por ela

POV da Dominique

Vivo Per Lei – Andrea Bocelli & Hayley Westenra

(N/A: Coloquem o vídeo em 23 segundos. o/)

Uma sensação de vazio preenchia meu corpo, por mais que tentasse me lembrar daqueles momentos felizes que eu estava passando ao lado de Edward. Era como se um véu negro fosse cobrindo cada parte do meu corpo. E eu não tinha como fazer nada. Bem distante, como se fosse em um quarto vazio, eu via uma menina deitada, dormindo sobre uma cama macia. Sua respiração era lenta e calma. Bella.

Vivo por ela desde quando sabe

Vivo per lei da quando sai
A primeira vez eu a encontrei

La prima volta l’ho incontrata
Não me lembro como mais

Nom mi ricordo come ma
Ela entrou dentro e ficou lá

Mi è entrata e c’è restata

Ela dormia profundamente. Eu sabia que aquele sentimento era algo que emanava dela. Aproximei-me do corpo que jazia num sono que nem eu conseguiria acordar e sussurrei no ouvido dela. Vai ficar tudo bem, Bella. Vai dar tudo certo. Ela respirou profundamente e depois ficou com uma expressão mais serena.

Os raios de sol invadiam meu quarto. Edward estava ao meu lado, brincando com as mechas do meu cabelo, sorrindo. Eu ri.  Vê-lo sorrir, fez-me sentir mais calma do que antes.

Vivo por ela porque ela me faz
Vivo per lei perché mi fa

Vibrar forte a minha alma

Vibrare forte l’anima
Vivo por ela e não é um peso

Vivo per lei e nom è um peso

- Bom dia...  – Murmurei.

- Bom dia. O café está servido. – Ele sorriu. – Partiremos para Londres agora pela manhã. Alice está esperando-a no hotel em Dublin... – Edward revirou os olhos.

- Como estão as coisas aqui, Edward? Quem cuida dessas terras?

- Seus pais deixaram-na em minhas mãos. Tenho pessoas de confiança que tomam conta deste lugar. – Ele contou. – Agora, precisa decidir, meu amor, se quer ficar aqui ou ir para Londres comigo.

- nunca saí destas terras... – Murmurei, lembrando-me da única vez, quando eu era pequena, em que fui até o condado vizinho.

- Se decidir ficar, ficarei com você. Meus irmãos nunca fizeram questão de ficar no poder, então ele será passado á Amy e Christine...

- Eu irei com você a Londres, mas não pelo poder. Apenas porque não quero ficar num lugar que me lembre coisas ruins... não que tudo seja ruim...

- Entendo. Então arrume-se. Partiremos daqui a pouco. – Ele afagou minha bochecha e me deu um beijo nos lábios.

Vivo por ela eu também sei

Vivo per lei anch’io lo sai
E não tenha ciúmes

E tu nom esserne geloso
Ela e de todos aqueles que

Lei è di tutti quelli che
Precisam sempre de um apoio

Hanno un bisogno sempre acceso
Como um som no quarto

Come uno stereo in camera
De quem é sozinho e agora sabe

Di chi e da solo e adesso sà
Que é também pra ele, por isso

Che è anche per lui, per questo
Eu vivo por ela

io vivo per lei

Troquei de roupa e desci para tomar café. Depois, despedi-me dos caseiros e da minha antiga casa. Agora, minha vida seria outra. Bem, quanto a isso eu ainda não tinha certeza do que fazer, mas iria para Londres. Edward me esperava perto do carro, sorrindo, encostado, com as mãos nos bolsos. Entrei, então seguimos para Dublin.

É uma musa que nos chama

È uma musa Che ci invita
Pra tocá-la com os dedos

A sfiorarla com Le dita
Atravesso um piano

Atraverso um pianoforte
A morte esta longe

La morte è lontana
Eu vivo por ela

Io vivo per lei

Quando chegamos, paramos em um hotel e, eu devia imaginar, foi como ele disse. Alice nos esperava em frente a entrada principal, com Rosalie, Amy e Christine junto a ela. Subimos para um quarto, todos se reuniram lá, obviamente. Alice era louca! Me fez provar milhões e milhões de roupas, comprou maquiagens e tudo mais. Pedi a Deus que isso de alguma forma acabasse, até que Edward interveio.

Vivo por ela que muitas vezes sabe

Vivo per lei Che spesso sa
Ser doce e sensual

Essere dolce e sensuale
Algumas vezes bate na cabeça mais

A volte picchia in testa ma
É um soco que nunca faz mal

È um pugno Che nom fa mai malc

Assim que o sol sumiu do horizonte, cada um entrou em seu respectivo carro e seguiu viagem. Fiquei observando a paisagem, as árvores verdes, as casas que eram patrimônios históricos de Dublin e os rios. Era tudo muito bonito. Mas então, o sono me pegou.

Vivo por ela eu sei que me faz

Vivo per lei lo so mi fa
Girar de cidade em cidade

girare di città in città
Sofri um pouco mais pelo menos eu vivo

soffrire un po' ma almeno io vivo
É uma dor quando parte

È un dolore quando parte

[...]

- Dom, acorde... – Senti as mãos frias de Edward em meu rosto.

- Chegamos? –Olhei para fora do carro e vi um céu negro e, bem distante, uma linha cor de laranja.

- Sim, está quase amanhecendo... – Ele falou. – Depois que descansar, poderá conhecer a cidade. Por hora, descanse aqui.

- Onde estamos?

- Na mansão Cullen. – Alguém falou atrás dele. – Finalmente...

- Oh, desculpe... eu não te conheço... ou, pelo menos não me lembro de você. – falei.

- Hum... – O cara alto resmungou. – Então a Bella foi mesmo é?

- Este é o Emmett, companheiro da Rosalie e meu irmão. – Edward falou sorrindo. – Esta é Dominique.

- Bem vinda, senhorita. – Ele disse brincalhão. – Bem vinda a nossa humilde... casa. – Ele riu

- obrigada. – Eu ri.

- Nos vemos mais tarde, Dom. – Amy falou.

- Até mais. – Christine acenou, sendo seguida pelos outros dois.

Vivo por ela em um abismo

Vivo per lei nel vortice
Através a minha voz

Attraverso la mia voce
O amor se expande e produz

si espande l'amore produce

Vivo por ela e nada mais eu tenho

Vivo per lei nient'altro ho
E quantos outros encontrarei

e quanti altri incontrerò
Que como eu tenho escrito na testa

anchè come me hanno scritto in viso

Fui apresentada a todos os empregados da casa, á todos os cômodos, jardins, banheiros e lugares possíveis de se freqüentar naquela mansão. A última parada foi o quarto de Edward. Que tinha uma cama king size, cortinas avermelhadas, de tecido pesado, que mantinham a luminosidade para fora do ambiente. A mobília era toda entalhada em mogno, bem antiga, assim como os moradores. Eu ri com o pensamento.

Eu vivo por ela

Io vivo per lei
Em cima de um palco ou contra um muro

Sopra um palco o contro ad um muro

- O que faremos depois? – Perguntei.

- Levarei você para conhecer a cidade, jantaremos fora... – Ele sorriu.

- Amor, você não come. – Eu ri.

- Amor... – Ele imitou meu tom de voz com uma perfeição incrível. – Na verdade, eu como. Depois que me alimento, meu organismo passa meio que a funcionar normalmente.

- Hum... Quando eu era híbrida minha alimentação era normal. Me explique.

- Híbridos, são chamados híbridos... – Ele riu. – Porque começam a apresentar dons. A sede por sangue só vai existir quando se tornar um vampiro completo.

- Entendo... – Murmurei, enquanto algumas imagens vinham a minha cabeça. –Eu acho que quero ir conhecer a joalheria onde a Bella trabalhava.

- porque??

- Não banque o egoísta. Porque sim, ué. Eu quero. – Sorri, aproximando-me dele. – Eu sei que você não deixará que eu fique morando onde ela morava, mas quero apenas conhecer. Tenho a impressão de que preciso pegar algo lá.

- Hum, tudo bem. – Ele finalmente cedeu, depois que eu o beijei, claro. – Dom, por favor...

- O que? – Encarei-o.

- Não se... aproxime muito. Deixe-me caçar antes.

- Ah, então quer dizer que você apenas se alimentava deste corpinho aqui, quando era a Bella que estava aqui... E agora, quando sou eu... – Virei de costas para ele. – Você se tornou alguém muito diferente, Edward...

- Me desculpe. – Ele falou, me abraçando. – O fato é que... Eu não podia resistir a Bella. E, agora eu entendo o sentimento dela, Dom. Eu a amava, mesmo sem saber... me arrependo só de não ter falado isso a ela. Mas eu também não posso resistir a você.

- Então... Não resista.

Vivo por ela na beira

Vivo per lei al margine
Em cada dia uma conquista

Ogni giorno una conquista
A protagonista será sempre ela

la protagonista sarà sempre lei

Edward me beijou. Sua língua percorria cada centímetro da minha boca, suas mãos percorriam toda a extensão da minha coluna, quando no final, juntava-me mais a ele, colando nossos corpos. Eu arfei com o contato tão próximo, mas não hesitei em beijá-lo. Minhas mãos emaranharam-se nos fios de cabelos dourados, cuidadosamente bagunçados, como a muito tempo atrás.

A mão dele subiu por debaixo de minha camiseta, provocando um arrepio em meu corpo. Seus lábios desceram, trilhando um caminho desde minha mandíbula, até meu pescoço. Senti minha respiração acelerar, meu coração ficou mais rápido, meu rosto vermelho... absurdamente vermelho. A língua de Edward lambeu a pele sobre a jugular, então, seus dentes a feriram.

O sangue esvaía-se rápido. A dor não existia, na verdade, nunca existiu. Eu estava prensada contra o peito de mármore da minha estátua grega, suas mãos não deixavam frestas para que eu saísse dali. Eu não queria desmaiar, mas eu sei que ele jamais me mataria. Mas mesmo assim, senti minha vista escurecer, meu corpo amoolecer e minha mão deixar seus fios dourados.

Vivo por ela porque tanto

Vivo per lei perché oramai
Eu não tenho outra saída

io non ho altra via d'uscita

- Me desculpe. – Ele murmurou, impedindo-me de cair.

Eu apenas sorri. Edward me deitou na cama e me ajeitou em peito. Cantarolou uma canção desconhecida, enquanto seus dedos brincavam com as mechas do meu cabelo. Senti seus lábios pressionarem-se levemente contra minha testa.

- Obrigado por me esperar, Edward... – murmurei. – Obrigado por não quebrar uma promessa...

- Eu sempre iria te esperar, Dom. – Ele sorriu. – Nem que eu tivesse que viver milênios para isso.

- Será possível alguém amar tanto uma pessoa, que esse amor transcende o tempo e espaço, transcende almas e vidas, fazendo outras pessoas amarem a mesma pessoa?

- O que quer dizer? – Ele encarou-me.

- Que eu te amava tanto, que meu amor durou anos e até Bella se apaixonou por você... por minha causa. – Murmurei. – Meu peito chega a doer quando penso que fiquei tanto tempo longe...

- Você é minha prometida, Dominique Nebsitt. Você é a pessoa que eu amei desde que vi pela primeira vez. Você sempre foi, é e sempre vai ser minha. – Edward afagou meu cabelo.

- Sempre tão possessivo. – Eu ri. – Ficou assim depois que eu parti, é?

- É. – Ele sorriu torto. –Minha, minha e minha.

- Pelo menos eu gosto disso... – Eu ri baixo.

- É, você é minha e só minha... mas minha irmã não parece ter essas palavras em seu vasto vocabulário... – Ele revirou os olhos.

- O qu...

- Dominiiiiiique!!!! – Alice entrou no quarto saltitando. Seu vestido esverdeado esvoaçou levemente.

- Acho que tenho que me acostumar com isso... – Eu murmurei.

- Então, como eu já previa... – Alice dizia animada. – Vamos dar uma festa no próximo fim de semana!!! Comemorar sua chegada!

- Alice, eu achei que os únicos que soubessem, fossem vocês aqui e a Amy e tal... – Pensei comigo mesma. Teria mais gente sabendo dessa história?

- Dom, quem sabe, são várias pessoas... Na verdade, eles só sabem da parte em que a esposa do Edward voltou. –Ela colocou as mãos no queixo.

- Isso me faz lembrar... – Edward voou para uma pequena abertura entre duas cortinas avermelhadas. Eu ouvi um barulho de caixas, então ele estava de volta, três segundos e meio depois. – Dominique Nesbitt, quer se casar comigo?

Vivo por ela porque me da
Vivo per lei perché mi da

Pausas e notas em liberdade
pausa e note in libertà

Se tivesse outra vida eu a vivo
Ci fosse un'altra vita la vivo

Eu vivo por ela

la vivo per lei