Capítulo 18 – Inconsciência

POV da Autora

No capítulo anterior…

Edward sentiu o corpo dela enrijecer-se e então relaxar novamente. A temperatura estava oscilante, ora quente, ora fria e, então, estabilizou-se. Os batimentos que também estavam instáveis, assim como a respiração, as expressões faciais, os espasmos musculares e tudo mais que se podia oscilar no corpo humano. Quando tocou sua bochecha com a ponta dos dedos, os olhos e a boca de Bella se apertaram. Um rubor tomou conta do rosto. Um suspiro profundo e sonoro saiu das profundezas do pulmão e da garganta dela. Um sussurro, um gemido, um murmúrio saiu por entre os lábios rosados.

- Ed...

- Bella?! – Edward chamou-a novamente. – Bella, está me ouvindo?! Bella!!!

Os olhos dela voltaram a mover-se vagarosamente, as pálpebras voltaram a pressionar-se fortemente contra o rosto. A boca reagiu, moveu-se, minimamente, ficando entreaberta. Edward apurou os ouvidos e então pode ouvir com clareza. Os batimentos dela ficavam mais rápidos e, às vezes, voltavam a ficar lentos. Ninguém sabia o que estava acontecendo. Edward estava confuso.

- O que está havendo? – Ele rosnou.

- Sr. Cullen, é impossível saber o que está havendo. Não posso informar-lhe sobre mais nada, sinto muito. – A senhora falou cuidadosamente.

- Iremos deixá-los a sós. Com licença, Sr. – O empregado disse calmamente.

Enquanto isso, em Londres, no castelo dos Cullen...

Emmett e Jasper chegavam em um hammer prateado ao castelo. Eles haviam acabado de voltar de uma pequena noite de caça. O sol estava quase a pino, mas ainda era possível que eles pudessem andar por mais algum tempo pelas ruas, sem serem notados e sem ficarem enfraquecidos. Quando chegaram ao castelo, Alice e Rosalie estavam em um dos jardins, colhendo flores, como gostavam de fazer de vez enquando. Eles se dirigiram diretamente a elas.

- Vão ficar fracas, se ficarem aí por muito tempo... – Jasper disse calmamente.

- O sol está ficando forte... – Emmett comentou. – Afim de uma boquinha, ursinha?

Rosalie virou-se para Emmett, rindo, mostrando seus dentes brancos e, quando o olhou novamente, deixou seus caninos, brancos, brilhantes e afiados aparecerem. Alice apenas largou suas coisas no canteiro de flores e se dirigiu junto a Jasper para o andar de cima, onde costumavam ficar quando não estavam reunidos com Edward. Jasper sentou-se em uma poltrona grande, de dois lugares, com um estofado carmim e colocou Alice em seu colo. Ela sorria.

Rosalie estava em seu quarto, com Emmett. Ele a mantinha sob seus braços fortes, num abraço carinhoso, enquanto ela sorvia o sangue que se esvaia pelos pequenos furos e devido à pressão que exercia ali.

Alice fez um movimento gracioso até os lábios de seu companheiro. Beijou-o ternamente e foi dirigindo seus lábios, aos poucos até sua jugular. E, logo após, pôs seus dentes a mostra, cravando-os na pele branca, marmórea dele. Sorvia o sangue com vontade, afinal, já fazia algum tempo que não se alimentava. Então, num átimo, Alice parou e ficou olhando para o nada.

- Allie, o que foi? – Jasper a chamava. – Alice, o que está vendo?

- O que houve? – Rosalie abriu lentamente a porta de mogno, então viu a vampira esguia, agora de olhos fechados, aninhada no colo de seu companheiro. Ela murmurava algo incompreensível.

- Alice? – Chamaram-na novamente.

- Allie... acorde, o que está vendo?

- Eu... – ela finalmente sibilou, então abriu os olhos, agora dourados. – Eu vejo um abismo, um espaço negro... não sei o que é... vejo uma figura branca... vejo Bella...

- E Edward? O que está acontecendo, consegue ver? – Emmett perguntou, preocupado.

- Edward... está sorrindo. Bella está triste... – Ela rosnou alto. – Há mais alguém, que está feliz e triste. Ela sorri e chora. – Alice rosnou novamente.

- Algo vai acontecer a eles... – Jasper concluiu. – Precisamos ir para Dublin.

- Você sabe onde fica o lugar onde eles estão? – Rose perguntou.

- Sim, sei. Emm, prepare o jatinho; Rose, avise Amy, tenho certeza que elas irão também. – Jasper se prontificou.

- Mas iremos todos? E o castelo? – Rosalie olhou a sua volta. Eles estavam determinados. – Edward vai surtar com isso. Sabe disso.

- Bem, então podemos fazer o seguinte. – Emmett sugeriu. – Eu ficarei. Vão com Amy e, Christine irá também. Mas quero que Demetri e Damen acompanhem-nas. Não vou deixar que vocês duas andem por sabe-se lá onde na Irlanda.

Algum tempo depois, um pequeno jatinho já estava a postos nos fundos do castelo, na pequena pista. Amy, Christine, Damen e Demetri já estavam no castelo, com uma pequena bolsa de mão, esperando para que pudessem sair de viagem. Alice já estava recuperada, embora as visões tenham deixado-a ligeiramente mais fraca. Eles embarcaram no jatinho e, em uma hora, estariam em Dublin.

No condado, mais precisamente no quarto dos pais de Dominique, Edward ainda chamava por Bella, que continuava esboçando as mesmas reações de antes. Ora seu corpo mostrava sinais de que estava voltando a ativa e ela voltaria a realidade e, às vezes, ficava completamente frio, sem vida. E, por mais uma hora, duas ou, quem sabe mais tempo, ela continuaria daquele jeito.

Perto dali, numa estrada que vinha da cidade, dois carros vinham a toda velocidade em direção ao condado. Amy e Christine olhavam pela janela. Amy mantinha seus olhos fechados, buscando qualquer sinal que pudesse mostrar a ela que Bella estava bem. Mas não era isso que ela conseguia. Era o oposto. Minutos depois, o carro já estava parando em frente ao jardim e os sete vampiros correram em direção a casa. Apesar de ter sido uma viagem bem rápida, para Edward, fora o oposto.

- Boa noite... – O homem falou - Em que posso ajudá-los? – Ele abriu a porta minimamente.

- Não se preocupe. Meu nome é Alice Cullen.

- Uma Cullen? – O homem questionou. – Entrem. O Sr. Cullen está lá em cima. Desejam vê-lo?

- Sim, obrigado. – Jasper respondeu educadamente.

- Vamos, logo! – Amy exclamou. – Eu não sinto a Bella como antes.

Quando subiram a escada, encontraram a mulher em frente à porta branca, com detalhes dourados. Ela os encarava, friamente, embora soubesse que aqueles eram vampiros que não lhe fariam mal, por assim dizer.

- Entrem, vou manter a porta aberta. Fiquem a vontade. Sejam bem-vindos. – Ela sorriu finalmente.

- Edward! – Alice voou ao lado dele.

- Bella!! – Amy correu para o outro lado da cama.- Eu não a sinto. O que houve? O. Que. Você. Fez?

- Eu... – Edward murmurou.

- Eu não vejo nosso futuro, eu não vejo o futuro de ninguém!- Alice disse aflita.

- Allie, calma. – Rosalie murmurou. – Christine, você pode ver o que está havendo.

Christine não hesitou e sentou-se ao lado de Bella na cama. Colocou a ponte de seus dedos nas têmporas dela e fechou os olhos. Deixou sua mente fluir, seu corpo relaxar. Foi entrando devagar na mente de Bella. Encontrou um campo verde, mas só isso. Encontrou duas figuras que olhavam-na, do topo de um pequeno morro e então... ela estava de volta novamente.

- Não... funcionou. – ela disse frustrada. – Ela não está dormindo. Ela só está inconsciente.

- Bella? – Edward chamou-a novamente, vendo que seu corpo relaxava novamente.

- Não... – Murmurou, esboçando um sorriso fraco.