Estranha Obsessão escrita por Lauren Reynolds


Capítulo 19
Capítulo 17 – The Darkness – Breaking the Spell




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A escuridão – Quebrando o Encanto

 

POV da Autora

No capítulo anterior...

 

- O que houve, Bella? – Edward pergunta a Bella.

- Vamos logo, faça o que tem que ser feito, por favor, senhora Pattynn. – Bella disse seca a mulher.

- O encanto será desfeito. – A mulher respondeu.

- Mas você não queria, porque quer isso agora? – Ele retrucou.

- Porque eu não existo para mais nada além disso. – ela soluçou. – Porque minha vida, meu destino já estava traçado a duzentos anos atrás.

- Bella, não dissemos que é obrigada.

- Você não disse, mas age como se fosse! Eu estou fazendo isso pela Dominique, porque ela é uma boa pessoa. Porque ela me entende, porque a vida dela foi tirada injustamente! Eu estou fazendo isso porque eu te amo! Mas... saiba que... eu não faria isso por você simplesmente. Por mim, você passaria o resto de sua eternidade vivendo num mar de amargura e rancor!

 

A senhora que estava em pé, em frente a Bella e a – imagem de – Dominique, abriu um livro grande, aparentemente pesado, pois o homem que antes estava guardando a porta, agora a ajudava, segurando o livro. O livro, tinha a capa marrom, gasta, surrada pelo tempo. As páginas eram amareladas, com as pontas levemente amassadas e um pouco empoeiradas. Ela folheou algumas páginas e então olhou para frente.

 

- Tem certeza que quer fazer isto, minha querida? – Ela dirigiu-se a Bella.

- Só faça. – Bella disse amargurada, com a voz embargada, segurando o choro que não poderia deixar chegar, em hipótese nenhuma.

- Tudo bem.

 

“Levanto-me hoje,

Pelo poder do Céu,

A luz do Sol,

O brilho da Lua,

O esplendor do Fogo,

A rapidez do Raio,

A doçura do Vento,

A profundidade do Mar,

A segurança da Terra

E a firmeza da Rocha.”

 

“Por todos os deuses de nossa cultura,

Por todo céu, terra, fogo e água que há neste mundo.

Por todo amor, ódio, ou por qualquer sentimento existente aqui e agora.

 

Por amor e para o amor ela nasceu,

Por ódio e injustiça morreu.

Que a profecia se cumpra e o encanto se quebre!

Que o ser que antes jazia num túmulo e agora vaga por entre os vivos, possa voltar.

 

Que o encanto se quebre e a profecia se cumpra.

Retornando ao seu devido lugar!”

 

Assim que proclamou as palavras, Bella imediatamente caiu em sono profundo, as velas que estavam espalhadas pelo ambiente, foram apagando-se uma a uma. A brisa forte, com o cheiro de lavanda, jasmim e frésias – o aroma de Bella e Dominique – invadiu o quarto. Edward suspirou, sentindo sua garganta ganhar o ardor de quando sentia um cheiro apelativo.

 

A senhora fez sinal para que ele pegasse Bella e colocasse na cama. Ela dormia profunda e calmamente. Sua respiração era tranqüila, as batidas de seu coração eram regulares, como se ela estivesse apenas dormindo.

 

- Funcionou? – Edward perguntou.

- Saberemos quando ela acordar. – A mulher respondeu. – Agora ela está perdida. Procurando seu caminho de volta.

- Quanto tempo vai demorar?

- Não se preocupe, Sr. Edward, talvez demore, talvez não demore. Talvez ela volte como Bella ou como Dominique. Nunca se sabe. – Ela respirou fundo. – Nós quebramos um encanto e cumprimos uma profecia. O Sr. sabe como isso é poderoso, afinal, também é um celta. Sabe sobre os encantos que sua mãe e a mãe da Srta. Dominique faziam.

 

Bella estava perdida em sua própria mente. Ela vagava sem rumo, por um espaço negro, sem luz ou qualquer sinal que pudesse mostrar a ela o caminho que deveria seguir. Perguntava-se o tempo todo qual caminho deveria seguir ou que lugar era aquele onde estava, pois a alguns segundos atrás, estava num quarto.

 

- Ela está perdida.

- Como sabe?

- Sinto isso. Chame-a. Ela precisa de uma direção. Senão ficará perdida para sempre em sua própria escuridão. – A mulher disse pesarosamente.

- Bella? – Edward levou sua mão a dela. – Bells?

 

Ela ouvia uma voz doce e aveludada chamando-a bem distante, mas não tinha certeza do que era. A única coisa que seu coração lhe dizia, era que aquela voz era a causa dela estar ali, mas mesmo assim, ela seguiu. Acalmou-se e continuou correndo entre o caminho escuro e sombrio de sua própria mente – embora ela não soubesse desse detalhe – até que pudesse achar a voz que lhe chamava insistentemente.

 

Depois de tanto correr, Bella passou a ver, bem distante, mas ainda sim era algo em meio à escuridão. Como se fosse uma luz no fim do túnel, um brilho cálido, esguio, que chamava sua atenção. A luz tinha a forma de uma silhueta humana, sim, era Dominique. Era como se toda aquela escuridão, fosse transformada num imenso campo verde, com colinas e árvores grandes e verdes. Como se fosse um pequeno mundinho. Bella finalmente tinha entendido onde estava.

 

Antes, ela corria, agora ela apenas andava em direção à luz que Dominique emanava. Sua expressão que antes era de surpresa e um misto de terror – por não saber onde estava -, agora era de seriedade. Não havia qualquer resquício de alegria, felicidade ou algum esboço de sorriso em sua boca. Seus olhos brilhavam, molhados pelas lágrimas que Bella fazia esforço para que não caíssem, mas era em vão. Seu rosto já estava manchado por elas. Ela foi caminhando, calmamente, até onde sua outra metade estava. Dominique virou-se em direção a Bella, então, a distância ficou menor.

 

- Ela está encontrando seu caminho... – A senhora finalmente falou, depois de quase uma hora inteira, esperando alguma reação que Bella pudesse esboçar.

 

O rosto de Bella, na cama do quarto decorado, mostrava frieza, pois era assim que ela se sentia naquele momento. Internamente, ela encontrava-se com Dominique, no alto do pequeno monte verde.

 

“Bem, bem-vinda novamente.” Bella murmurou sorrindo fraco, para a imagem a sua frente.

 

Então, a imagem de Dominique fez menção de abraçar Bella. Foi indo em sua direção, abrindo os braços e aproximando-se mais da Bella-Translúcida e, num piscar de olhos, desapareceu e tudo ficou escuro novamente.

 

- Chame-a, agora! – A mulher exclamou.

- Bella, Bella?! – Edward pegou a mão fria e a acariciou.

 

Edward sentiu o corpo dela enrijecer-se e então relaxar novamente. A temperatura estava oscilante, ora quente, ora fria e, então, estabilizou-se. Os batimentos que também estavam instáveis, assim como a respiração, as expressões faciais, os espasmos musculares e tudo mais que se podia oscilar no corpo humano. Quando tocou sua bochecha com a ponta dos dedos, os olhos e a boca de Bella se apertaram. Um rubor tomou conta do rosto. Um suspiro profundo e sonoro saiu das profundezas do pulmão e da garganta dela. Um sussurro, um gemido, um murmúrio saiu por entre os lábios rosados.

 

- Ed...

- Bella?! – Edward chamou-a novamente. – Bella, está me ouvindo?! Bella!!!


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