Capítulo 11 – Chantagem

POV da Bella

Fiquei estática. Parada com os olhos arregalados, em frente a três vampiros que vieram para ver uma sessão de hipnose. Patético. Mais patético ainda era eu tentando organizar minha cabeça. Eu sonhava com a tal Dominique Nesbitt, outras vezes eu era ela, sonhava com seu pretendente, um vampiro, Edward Masen. Tudo não podia passar de uma simples coincidência.

Levantei-me da cama e corri até meu computador. Entrei na internet, com uma idéia ridícula na cabeça. Existiria algum relato de uma família de vampiros com um casamento arranjado? Amy ficou ao meu lado, como sempre. Coloquei no navegador um site de pesquisa, Google. Todo mundo usa o Google. Todos estão no Google. Mas eu não iria saber se eu estava lá. Enfim, digitei ‘Lord Louis Stone’, na caixa de pesquisa.

Lord Louis Stone, data de nascimento indefinida. Data de morte, ano de 1830, aproximadamente.

Segundo relatos, Lord Stone descendia de uma família com dons raros, para muitos, era considerado bruxo, outros diziam que ele era um vampiro. Lord Stone era dono de terras – condados – na região da atual Irlanda. De acordo com lendas locais, a família de Lord Stone definhou, após a morte de sua filha, prometida em casamento ao filho do Lord dos condados vizinhos.

- Amy eu... – Fiquei sem fôlego. – Eu não sei o que pensar.

- Como pode sonhar com uma família que já existiu? – Demetri encarou-me. – Eu sempre soube da existência de outros seres, mas nunca soube que algo assim poderia acontecer.

Decidi sair para dar uma volta. Passei na joalheria e entreguei o novo projeto, depois fui andar por aí. Minha cabeça girava, Dominique não saia de minha cabeça. Agora que eu conseguia enxergar tudo nitidamente, Christine tinha razão. Eu era mesmo parecida com ela. Bem, eu era igual a ela. Parei em frente a uma cafeteria e olhei para trás, eu via o castelo dos Cullen, encoberto por árvores grandes.

Edward Masen. Seria coincidência demais Edward Cullen ser Edward Masen?

POV do Edward

- Precisa ir caçar Edward. Seus olhos estão vermelhos. – Alice sentou-se ao meu lado.

- Vamos, Brow. Não pode se lamentar por tanto tempo. – Emmett disse-me animado. – Vamos caçar.

- Eu  vou sozinho.

- Ah não...você vai... – Alice arregalou os olhos. – Você vai direto para a Bella.

- Não se preocupe, eu nunca pretendo mata-la, Alice.

Tentei de alguma forma confortá-la, além do mais aquele era o único sangue que me alimentava e satisfazia completamente, como em... Não pude completar meu próprio pensamento. Seria possível que acontecesse de novo? Uma estranha obsessão por sangue. Estava passando de carro, quando vi Bella em frente a uma cafeteria, olhando para alguma coisa que estava chamando sua atenção. Parei em frente a ela na calçada e então abri a porta.

- Quer dar uma volta? – Perguntei.

- Tudo bem. – Ela deu de ombros.  – Sei o que pretende depois. Eu nunca tenho como escapar depois, não é?

- Normalmente não. – Eu sorri. – Me parece ciente disso.

- Estou. Mas quero que me responda algumas coisas. – Ela pediu.

- Isso é chantagem?

- Da mais baixa, no meu ponto de vista. – ela sorriu. – Meu sangue por algumas respostas.

- Certo, é realmente baixo. Mas é irrecusável. – Falei.

POV da Autora

Christine e Damen saíram juntos da casa de Amy e Bella. Os dois andaram juntos até o apartamento em que moravam, agora juntos. Christine apoiou-se em Damen, que depois a carregou no colo até o sofá que tinha na pequena sala. Ela deitou sua cabeça no colo dele.

- Ficou cansada demais. – Ele disse baixo.

- Mas comigo é mais fácil. Bella consegue lembrar-se das coisas mais rapidamente. – Ela respondeu.

- Seus olhos estão vermelhos, pequena fleur. – Damen acariciou seu rosto.

- Não é para menos. – ela disse sorrindo.

Christine sentou-se no colo de Damen, colocando suas mãos em seu pescoço. Ele apenas inclinou sua cabeça para o lado, deixando seu pescoço a mostra. Abraçou-a e ela não hesitou, beijou-lhe delicadamente a boca, descendo seus lábios pelo pescoço. Christine abriu levemente a boca, mostrando seus caninos afiados, cravando-os na pele gélida de Damen.

Aos poucos, conforme sorvia o sangue, suas forças iam voltando. Damen separou-os e beijou-lhe novamente os lábios, descendo sua mão pela cintura dela, aproximando mais seus corpos. Ambos ficaram encarando-se por alguns instantes, até que Damen finalmente quebrou o silêncio.

- Sempre quis sentir seus lábios nos meus... sua boca sorvendo meu sangue. Minha pequena fleur...

- Que bom que está aqui novamente, Damen. – Ela sorriu.

POV da Bella

- Primeiro você. – Murmurei a ele. – Responda minhas perguntas.

Eu era mesmo louca o suficiente, mas, não ia colocar tudo a perder. Eu tinha a chance de descobrir se tudo na minha vida – quase tudo – era uma simples coincidência, ou se alguns desses fatos podiam ter um fundo de realidade. Bem, a perder, eu realmente só tinha uma coisa. Uns poucos litros de sangue e minha consciência.

- Tudo bem. Pergunte. – ele falou.

- Seu nome.

- Edward Cullen, mas você sabe disso. – Ele respondeu. Bem, era hora de começar a descobrir se eu não estava mesmo louca.

- Não. Seu outro... nome. – Insisti.

- Não estou entendendo onde você quer chegar, Bella. – Ele murmurou, passando a mão pelo meu pescoço.

- Nem vem, Edward! Não estou nem perto de terminar! – Exclamei. – O nome Edward Masen significa algo para você?

- Como sabe desse nome? – Ele disse seco.

- Então não estou louca. – Disse baixinho, mas eu sabia que Edward tinha escutado.

- Diga! – Ele exclamou, me assustando.

- Eu tenho sonhado com um casal. Dominique e Edward Masen. – falei devagar. Edward enrijeceu-se no banco do carro. – O primeiro sonho que tive, eu não tinha visto o casal nitidamente, mas vi uma igreja e um casamento. Depois vi o rapaz beijando-a, ela dormia. Então ela foi levada e acho que ele morreu queimado.

- Meu sobrenome, antes de me juntar aos meus irmãos, era Masen. – Arregalei os olhos.

- E quem era Dominique?

- Domi... Domi... – Ele gaguejou, então respirou fundo. – Dominique era minha esposa. Ela era filha de um amigo de meu pai, era minha prometida. – Então, pela primeira vez, eu vi Edward sofrer. Uma lágrima vermelha caiu sobre sua face, eu apenas puxei o lenço que eu tinha no bolso e a enxuguei.

- Me desculpe tocar neste assunto. – Falei de cabeça baixa. – Mas eu precisava saber se eu estava enlouquecendo. Por algum motivo, eu tenho tido sonhos como esses. Christine tem me ajudado, com ela é mais fácil ver tudo.

- Você, além dos meus irmãos, é a primeira pessoa que me vê assim. – Ele disse embargado. Edward encostou seu nariz em meu pescoço, sentindo o aroma do meu sangue. – Seu cheiro...

- Você foi mais sincero do que esperei. Cumpriu sua parte. Eu cumpro a minha. – murmurei, deixando meu pescoço a mostra.

Ele roçou seus lábios em meu pescoço, mas antes, os trouxe a minha boca. A língua de Edward invadia e explorava toda minha boca, indo de encontro a minha. A sensação que eu sentia era indescritível. O fogo e o gelo, juntos. Suas mãos percorreram toda a extensão da minha coluna, desde baixo até em cima, parando sobre minha nuca. Edward me colocara em seu colo no assento do motorista, nossos corpos ficavam quase colados.

Ele arqueou levemente minhas costas sobre o volante, deixando novamente, meu pescoço a mostra. Seus lábios desciam pelo meu queixo e mandíbula, até roçarem sobre minha jugular. Senti seus caninos crescendo em sua boca e então, ele me abraçou mais, afundando seus dentes sobre minha pele. Eu sentia o sangue se esvaindo, sentia a pressão que ele fazia.

Mais que minha vida. A frase veio a minha mente. Mais que minha própria vida, Edward. Novamente a voz ecoou em minha cabeça. Juntos para sempre, Edward Masen.  Outra frase surgiu. Sim, eu sabia o que era. Ou melhor, eu sabia quem era. Aquela era Dominique falando com ele, em sua vida passada ou, eu estava mesmo louca.

Senti meu corpo amolecer, então finalmente ele parou. Me encarou, com os olhos novamente dourados.

Mais que minha própria vida, Edward Masen.

- Dominique. – Ele falou calmamente, acariciando minhas bochechas.

- Não. Bella, Edward. Sou a Bella. – Murmurei.