Capítulo 10 – Sessão

POV da Bella

Novamente, eu sabia que eu estava sonhando. Sim, primeiro, porque eu tinha a aparência de um fantasma, eu via toda a ação do meu suposto sonho. Segundo, porque, novamente, eu estava sonhando com o casal.

Dessa vez, eu estava em uma casa no campo. Era uma casa grande, de uma família rica, eu diria, mas sem muitos exageros. Era um ambiente muito calmo, eu ouvia vozes vindas do piso de baixo. Corri até o piso de baixo, rumo às vozes que eu ouvia. Eram três pessoas. Um homem e duas mulheres. O homem, era alto, tinha cabelos castanhos, pele bem branca e olhos castanhos. Ele era um vampiro, eu sabia disso, porque era pálido demais. A mulher, tinha cabelos cor de caramelo, olhos castanhos e, parecia ser humana. E tinha uma menina, a menina – noiva – do sonho anterior. Ela era branca, pálida – quase o pálido de um vampiro - , mas tinha olhos castanhos, cabelos no mesmo tom, cacheados levemente.

- Achei um pretendente para você. – O homem dizia.

- Mas já, Louis? – A mulher de cabelos caramelos falou.

- Sim. – Ele respondeu calmamente. – Ela já tem dezenove anos, Mairead. Já está na hora.

- Quem é, papai? – A menina perguntou curiosa.

- O filho dos donos do condado ao lado. – Ele respondeu.

A menina trajava um vestido azul bebe, com pequenas flores na bainha, longo, meio aberto. Usava um avental branco por cima, com um grande laço nas costas. Mas ainda assim, eu não via a cena completamente nítida, via somente uma parte dela.

- Vamos, Dominique. Hoje irá conhecê-lo. – A mãe disse-lhe.

Novamente a cena mudou. Eu continuava na cozinha, mas eles não estavam mais lá. As vozes vinham de outro cômodo da casa. Fui andando em direção a elas e para minha surpresa, vinham de uma saleta de estar. Onde havia mais três pessoas ali, além daquela família. O homem era alto, tinha pele pálida, seus olhos estavam escuros. A mulher, tinha o mesmo tom de pele, porém não era vampira, como o homem. E, o jovem – o noivo de antes – também era um vampiro. Mas eu não via seu rosto.

- Lord Louis Stone, meu grande amigo. – Os dois cumprimentaram-se. – Este é meu filho.

- Muito prazer, Lord Stone. – Então eu vi seu rosto. Um rosto que não parecia ser estranho para a menina. – Olá, Srta. Dominique.

- Boa tarde. – Ela sorriu.

Assim, tudo sumiu. E eu estava novamente em meu quarto, ofegando sobre a cama. Mais um sonho estranho. Mais uma noite quase tranqüila, embora esse sonho tenha sido melhor do que os últimos. Amy estava sentada do meu lado, olhando-me espantada.

- O que houve?

- Sonhei de novo. – Suspirei. – Com aquele casal.

- O mesmo sonho?

- Não. Eu vi um ambiente familiar. Eles estavam se conhecendo... não... já se conheciam. – Murmurei.

- Temos que dar um jeito nisso. – Ela disse frustrada. – Alice não vê nada sobre seu futuro. Nada mesmo, está tudo escuro.

- Amy... O pai da menina é um vampiro, a mãe é humana e ela parece ser uma... mistura dos dois.

- Uma híbrida? – Ela arregalou os olhos. – Há séculos não existem híbridos! Ainda mais com mães vivas.

- O pai, chamava-se Louis Stone. A mãe tinha um nome estranho... Mairead. Algo assim. E a filha chamava-se Dominique. – Murmurei. – Não consegui ver mais nada. Eu não via nada nitidamente.

- Bella, façamos o seguinte. Vou ligar para a Christine, ela virá e entrará em sua mente. Se você adormecer e sonhar, ela verá.

- Ok.

Levantei-me da cama, arrumei um pouco o quarto e abri as cortinas. Estava nublado, isso significava que vampiros poderiam andar livremente por aí. Tomei um banho e fui tomar café. Quando eu estava arrumando a cozinha, a campainha tocou. Christine e Damen estavam aqui. Demetri passava praticamente  todas as suas horas aqui, quando não estava trabalhando em algum projeto, coisa que ele costumava fazer quando chegava muito cedo à joalheria.

Fomos até meu quarto. Demetri e Damen ficaram apenas olhando de longe, encostados na sacada. Deitei na cama e Amy começava a pedir para que eu relaxasse, aos poucos, isso ia acontecendo, porque ela queria. Isso era bom. Ao memso tempo, eu ia sentindo as mãos de Christine fazendo massagens em minhas temporas.

POV Indefinido

Eu estava sentada no pequeno balanço que ficava no grande carvalho, perto dos muros baixos de pedra negra. Sentia o vento batendo em minhas bochechas, quase acariciando minha pele, se não fosse por ele ser muito frio. Decidi que já era hora de voltar, o jantar seria servido logo e eu deveria ajudar minha mãe. Embora, em casa somente nós duas nos alimentássemos. Quando me levantei, fui passar entre as raízes que estavam um pouco acima do solo, então tropecei.

- Senhorita, está bem?

- Oh... eu sou desastrada demais. – Respondi, olhando para cima, vendo um anjo.

- Desculpe-me invadir suas terras, Senhorita...

- Dominique Nesbitt. – Falei-lhe.

- Eu estava apenas...

- Caçando?

- Como? – Ele retrucou.

- Você não é humano. É como meu pai. – Respondi sorrindo.

- Oh, desculpe-me, meu nome é Edward Masen. Sou filho do Lord Masen e de Elizabeth Masen. – Ele sorriu, tirando-me o fôlego.

- Muito prazer, Edward. – Eu sorri. – Tenho que ir. Nos vemos por aí, quando eu tropeçar de novo.

- Eu te acompanho.

Edward era um perfeito cavalheiro. Além de bem apresentável. Alto, íris douradas, cabelos acobreados. Os rumores sobre o filho misterioso do Lord Masen não faziam jus à sua verdadeira imagem. Sinto que fiquei abobada perto da presença dele. Ele caminhou comigo até próximo de minha casa. Despediu-se com um beijo delicado em minha mão e então entrei.

- Desculpe-me a demora. – Falei. – Acabei tropeçando.

- Você é bem desajeitada. – Meu pai, apesar de parecer bravo, riu. – Como consegue, sendo o que você é?

- Sou uma mestiça, papai. Ainda tenho muita humanidade. – Eu ri.

 Meu pai ficava incrédulo com o fato de eu ser uma mestiça tão desastrada. Já eu, ficava incrédula, em como minha mãe conseguiu sair viva depois do meu parto. Eu sempre ouvi dizer que os bebes de vampiros e humanas, nunca permitiam que suas mães saíssem vivas, embora minha mãe não seja uma completa humana. Mairead Nesbitt, minha mãe, é filha de antigos povos celtas desta ilha. O povo dela é cheio de dons e coisas para se encantar e desencantar, como bruxos, só que sem as vassouras voadoras.

- Sei que é uma mestiça. Desculpe-me. Sou rude demais às vezes. – Ele disse sorrindo, enquanto nos via comer. - Achei um pretendente para você. – Meu pai disse..

- Mas já, Louis? – Minha mãe finalmente falou algo.

- Sim. – Ele respondeu calmamente. – Ela já tem dezenove anos, Mairead. Já está na hora.

- Quem é, papai? – Perguntei, a final, eu sempre soube que nossa família tomaria esse rumo. Eu já estava ciente.

- O filho dos donos do condado ao lado. – Ele respondeu. E eu sorri.

- Você está sorrindo com isso?

- Bem. Eu conheci o filho dos donos do condado vizinho. Ele apenas me ajudou quando caí. Ele é um vampiro. Edward Masen. Parece ser um cavalheiro.

- Então fico feliz por isso. Vou trazê-los hoje, ao anoitecer para conhecê-la.

- Isso parece certo. Pelo menos foi com a cara dele. – Minha mãe riu.

POV da Bella

- Bella, acorda. – Amy me chamava, junto com Christine.

- O... – Eu ia perguntar o que tinha acontecido, mas então me lembrei. – Você viu, Christine?

- Vi.

- Eu sou como um fantasma, vejo tudo. – Eu disse.

- Hã... Bella... – Amy chamou-me.

- Hum?

- Mas você não estava vendo a situação de fora. Como um fantasma. – Christine falou devagar.

- Como não? É assim em meus sonhos.

- Bella... não notou nada? – Amy perguntou.

- Estava mais nítido.

- Bella. Não notou alguma semelhança entre você e a Dominique?

- Não.

- Você e a Dominique são iguais Bella. Em seu sonho, você era ela. Você vivia as coisas. Bella... não notou mais nada no sonho? – Christine falou.

- Ela tinha um noivo, eles... eles já se conheciam. – Falei atordoada.

- O noivo da Dominique... era um cara, vampiro, chamado Edward Masen.