Fui atrás da baixinha e ela me esperava de cara amarrada junto ao meu carro.

-Vai ficar chateada comigo? – Perguntei e ela nem me respondeu. – Tudo bem. Eu admito que fui um idiota.

-Idiota é pouco. Você foi um autêntico animal. – Atirou. Opa, assim fere meus sentimentos…eu não fui tão mau assim, ou fui?

-O que eu faço para me redimir? – Perguntei já com remorsos.

-Tudo o que estiver ao seu alcance para ter a amizade daquela garota. – Exigiu me encarando séria

-Você bebeu? Fazer amizade com aquela…

-OLHE A BOCA EDWARD! – Gritou estendendo o dedo na minha cara. Sério que todo o mundo tem de fazer isso comigo? Porque é que têm de ficar esfregando o dedo indicador bem no meu nariz?

-Eu só ia dizer aquela garota brava. – Me corrigi. – Me pede outra coisa, menos isso.

-Não. É isso e ponto! – Fincou ganhando a briga. Ela sempre ganha. Nem sei porque me dou ao trabalho de tentar pelejar contra ela.

Chegamos em casa e ela ficou sem falar comigo o dia todo. E quando me olhava só faltava saltar em cima de mim. Juro que acho que o demônio abandonou o corpo da outra e veio se alojar no corpo da minha baixinha. É melhor ligar já para um padre. E por falar em ligar. Eu tenho de ligar para um certo alguém.

-Alô? - Chamaram do outro lado da linha.

-Emmett!

-EDWARD! – Gritou animado mas eu não tava nada animado. – Que bom ouvir sua voz!

-Qual foi a tua?- Comecei logo brigando. Hoje estava a ponto de bala pra socar e brigar com alguém e Emmett estava mesmo à mão. 

-Qual foi a minha o quê? – Perguntou confuso.

-Que história é essa de ligar para a minha irmã! – Briguei.

-Ah isso…foi mal mano…eu não sabia que ela e Jasper tinha terminado…

-Como não?!

-Sabe como eu sou desligado cara. Eu nunca mais falei com Jasper desde a última vez que estive aí em Beverly Hills, e isso já foi há mais de 8 meses, por isso me desculpe. Sério.

-Ok. Mas por favor. Evite ligar para ela.

-Tudo bem. Como ela tá cara?

-Já esteve bem pior. Ela parecia uma morta viva. Não reagia a nada. Só alguns dias atrás que ela retomou um pouco da sua folia. Mas mesmo assim ainda sou capaz de a apanhar chorando escondido. – Confessei passando a mão na cara

-Cara, eu acho que eles não deviam ter terminado. Eles se amavam demais. Não deviam se condenar só porque…

-Só porque nada Emmett! Ele é doente e eu não quero um cara assim para minha irmã e ponto! Ele não serve pra ela. – Vociferei arreliado.

-Deixe de ser preconceituoso cara… - Tentou falar.

-Nem vem com essa história de preconceito, Emm. É assim que eu penso e não há ninguém no mundo que me faça mudar de ideias. E vamos acabar com essa conversa porque eu não quero ter de me zangar de verdade com você! – Avisei com um tom de voz alterado.

-Tudo bem. Mas… - Tentou argumentar.

-Nada de mas. Tchau Emmett. – Me despedi antes que a briga começasse e eu perdesse outro amigo.

-Falando com quem? – Minha baixinha perguntou aparecendo sem eu perceber no batente da porta do meu quarto. 

-Ninguém importante! – Falei cansado.

-Ouvi você gritar lá do quarto.

-Desculpe se a acordei.

-Eu não estava dormindo. Estava vendo algumas fotos de nossos pais. – Falou vindo até mim trazendo um álbum enorme.

-Mostre aqui. – Falei pegando o álbum das mãos dela e o abrindo. – Como você era um bêbezinho lindo. – Falei emocionado vendo uma foto em que eu estava com ela no colo com poucos dias de vida. Lembro como se fosse hoje que eu estava morrendo de medo de a deixar cair e dela se quebrar toda feito uma linda bonequinha de porcelana.

Continuei folheando e vendo ela em várias fases. Sempre alegre, sempre cheia de vida. Me dá um ódio enorme só de pensar que toda a alegria dela se foi quando ele se foi. Quem me dera nunca ter permitido que eles se envolvessem mais que numa simples amizade. Daria tudo pra ver ela sorrindo com toda a emoção e animo de antes.

-Que você tá pensando? – Ela me perguntou.

-Que eu te amo demais e que sem você minha vida não teria sentido nenhum.

-Nossa. Que lindo. Tô até chorando. – Ffalou limpando umas lágrimas. – Eu também amo você demais. Obrigada por existir em minha vida. – Agradeceu se deitando do meu lado e me abraçando. – Posso dormir aqui com você, como quando eu era pequena e tinha medo do escuro.

-Claro minha princesa. Durma. – Sussurrei docemente beijando seus cabelos e a acariciando até ela dormir.

Continua…