A Liberdade do Corvo escrita por Raquel Barros, Ellie Raven


Capítulo 32
Capitulo Trinta e Um – Gwen


Notas iniciais do capítulo

Desculpas pela demora...



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Eu estou totalmente dolorida. No braço, no tornozelo, tenho um corte na boca por que o idiota do Caleb resolveu que iria morder meu focinho e eu tirei a cara poucos segundos antes. Agora me escondo do Caleb enquanto a maioria das mordidas que ele me deu curam tão rápido quanto possível. Bendito seja o sangue da minha mãe. Se não fosse por ele, eu já estaria morta. Mas isso nem é a coisa mais difícil que faço nesse momento. Esconder-me está bem mais complicado. Tentar se esconder de um lobo é como tentar esconder um queijo extremamente fedorento dentro do guarda-roupa. Não que meu cheiro seja parecido com o de um queijo. Ele só é forte como o de um. E para Caleb é ainda mais forte por ele ser macho. Então sou obrigada a me esconder dentro de um monte de plantas que fazem meu nariz coçarem e minha pele arder. Sou alérgica a arbusto de Cents. Esse mesmo que estou enfiada. Quando sair daqui, eu vou está cheia de caroços pelo corpo. Isso se eu não me arranhar com algum espinho. Aí o premio do Caleb será tirado por uma planta. Uma vez me arranhei nesse arbusto dos infernos e quase morri. Fiquei tanto tempo internada que quando fui liberada tive que reaprender a andar, por que não conseguia mais fazer isso sozinha. Isso sem contar limpeza que tive de fazer no sangue. Eu desmaiava em todas as seções. Minha mãe e eu sempre compartilhamos desse mal. Tanto que quando um de nós nos machucava era meu pai que cuidava do ferimento por que a minha amada mãezinha simplesmente desmaiava só de vê. Ela desmaia se vê o próprio sangue e quando não desmaia bota tudo para fora. Eu também. Tanto que os meus dias vermelhos são um terror triplo. Primeiro por causa dos lobos, segundo por causa do evento em si e terceiro por que eu sempre acho que vou morrer, apesar de já passar por isso há tanto tempo que nem lembro como era antes disso.

Confiro com a cabeça se Caleb estava nessa região, e felizmente o lobo tinha ido passear por outro canto. Por isso me ponho a corre. Primeiro para achar alguma roupa. Não quero saber de a minha imagem pelada passar na mente de uma matilha inteira. Por que é isso que acontece quando alguém que não é seu irmão, que não tem interesse em te ver como veio ao mundo, te ver nua. É como os casos daquelas garotas que tiram fotos como veio ao mundo para o namorado e elas passavam por tudo quanto é vista. É deprimente. Por sorte, ou não, eu acho um dos vestidos antigos da Lucy. Da época em que minha irmã não era a passa rodo na geral que é hoje. E esse eu vou ficar para mim. É branco, longo, de mangas também longas, um decote que tem um cordão para fechar se você quiser, e também tem cordões dos pulsos, e flores rosa, vermelhas e amarelas na bainha. É muito diferente dos vestidos tão curtos da Lucy que em sua maioria eu acho que é apenas uma blusa longa e apertada. Coloco o vestido, e até que me sinto bem. É um pouco apertado no busto, na cintura e nos quadris e solto a partir de então. E parece que deixou meus seios maiores. Coloco o cabelo para frente para caso o Caleb me ache ele nem se quer perceber. Ou seria melhor o deixar perceber? Não! Vou excluir esse pensamento. Seria constrangedor que ele perceber-se o quão pequenos é.

Ouço os passos pesados do lobo Caleb e trato de me esconder, um pouco em vão, a propósito. O Caleb conhece o cheiro da Lucy por que deu muitas escapadas com ela. E eu sei disso por que sou uma subordinada da minha irmã. Eu sei, falta de privacidade total.

Escondo-me atrás de uma arvore, apenas para entrar na vista dele. Merda! Não tenho tempo de reagir, apenas de ver aquele lobo de pelo negro e patas branca em alta velocidade, de dentes afiados, pular em cima de mim. Caio em cima da neve, com os olhos bem cerrados e o bafo quente de Caleb sobre meu rosto. O meu coração aproveitou seus últimos momentos para acelerar. Isso só acontece comigo. E também é a minha cara. Morrer pelos dentes de um lobo. Minha vida simplesmente passou toda por minha mente. E decididamente eu poderia ter vivido mais. Nem um beijo realmente digno eu tive na vida. O que chegou mais perto foi com o lobo que vai me matar agora, por que todos os outros foram cheios de imperfeições do qual eu prefiro não entrar em detalhe. Espero a morte, mas ela não vem.

Sinto Caleb retroceder, o pelos de suas patas brancas roçando em meu braço. Abro os olhos surpresa e vejo o lobo correndo para longe. Olho para trás, farejo o ar, e nada poderia ter assustado o Caleb. Não que exista algo que possa assustar um lobo como o Caleb. Então, o que poderia ter acontecido? Senhor, meu Deus! O que faria o Caleb desistir assim? Não que eu esteja reclamando, estou viva quase inteira, mas meus instintos dizem que tem algo errado. Conheço muito sobre Alfas, matilhas e concorrência para saber que se um Alfa tem algum tipo de disputa ao outro com sentimento negativo sempre, sempre, sem exceção a regra, ocorre uma grande briga e esse combate normalmente um dos Alfas morre. E Caleb provavelmente me odeia e somos de matilhas rivais. Isso era para ter resultado na minha morte, por que apesar de tudo, eu tenho que confessar o Alfa sabe brigar.

Levanto rapidamente e vou simplesmente ir atrás da minha morte. Ou pelo menos os motivos pelo qual ela não aconteceu. E eu posso ser maluca por querer saber quais são. Não sou? Sigo o cheiro de macho do Caleb. É muito diferente do cheiro dos meus irmãos ou de qualquer Alfa ou lobo da minha matilha. É um tantinho mais parecido com aqueles perfumes masculinos com toques de afrodisíacos do que como cheiro característico de um Wolf da minha matilha. Pelo menos é como eu e Lucy sentimos o cheiro dele. Vai ver é por que somos fêmeas. Acho o Caleb entre as árvores, em estado de choque tanto quanto eu.

–O que você fez comigo?

Pergunta Caleb arrasado, bagunçando ainda mais o cabelo que parecia mais laranja do que castanho. Ele estava agindo como se tivesse feito algo de errado. Como se poupar alguém fosse tristemente errado. Meu tio esqueceu-se de ensinar ao Caleb que a compaixão é algo mai que digno. Ou não quis ensinar. Do jeito que Ephraim se julga selvagem é provável que tenha dito ao Caleb que a compaixão é como sinônimo de fraqueza.

–Nada.

Respondo mantendo uma distancia segura. Vai que ele tem um lapso de consciência assassina.

–Não, não, não! Gwyneth Blood, eu sempre fui um bom caçador.

–Eu sei! Eu vi.

–Sempre fui capaz de matar qualquer miserável criatura que estivesse caçando. Não preciso se quer pensar duas vezes, independente de quem seja. E como eu retrocedi se você estava no ponto?Como?

Indaga, se aproximando lentamente. Ocorre-me o fato de que Caleb esqueceu-se de que é tão humano quanto lobo. Ele é um lobo, mas tem uma cabeça pensante. Ele é um humano, tanto quanto a minha mãe é. Ou como o meu pai é. Seu lado animal não deveria tomar seu lado gente.

–Caleb, você é uma pessoa.

–Eu sou um lobo! Um animal! Eu não deveria ter sido domesticado!

–Caleb...

–Não! Eu não sou assim! Você não está entendendo! Eu não sou assim. Não sou brincalhão, não sou um tanto infantil e sou simplesmente incapaz de rir. Pelo menos perto da minha matilha. Eu sou um lobo, Gwen!Mas, quando chego perto de você, pareço outra pessoa. Eu deixo de ser o Alfa que vai herdar a posição de Ephrain Sparrow, para ser um fraco.

–Você não é um animal! É uma pessoa, um humano, um sadic e um lobo! Mas você age como se fosse apenas o lobo! Não, Caleb! Não digo eu! Não vê? Você tem um coração, é capaz de odiar, de amar, de rir e de chorar e isso não vai te fazer um líder fraco. Vai te fazer um líder humano. Um bom líder.

–Se fosse para eu ser humano, não teria nascido sadic.

–Os sadics descendem dos humanos, se você não sabe.

–Você me entendeu. Mas não me entende.

–Eu sei o que é ser subordinado de um tirano.

–Seu pai não é tirano! Ele é simpático até para usar o comando.

–Meu pai é um líder maravilhoso e não é dele que estou falando!

–É de quem então?

–Da maldita da Lucinda.

Respondo baixo com a esperança de que ele não ouvisse. Mas, ele ouviu. E agora está rindo da minha cara. Eu sei! É uma grande infelicidade. Na verdade, minha vida seria perfeita se não fosse é mínimo detalhe. Ou quase perfeita. Afinal, no dia em que eu tiver tudo o que eu acho que seria perfeita na minha vida, então ela não será perfeita. Não terá a graça de ser a minha vida

–OH! Gwen, que merda! Da Lucy?É a Delta da Lucy. Por isso você é tão estressada! Parece que não sou apenas eu que tem problemas em descobri quem é de verdade.

–Eu sei quem eu sou!

–Sabe? Mesmo? Quem é você então?

Pergunta segurando o meu rosto com as duas mãos. As mãos dele estavam tão quentes quanto o sol em seus dias mais gloriosos. Dou uma risada.

–Sou a segunda Alfa fêmea, apesar de que tenho a desconfiança que sou a primeira, posso gerar Alfas, por isso meu pai me protege tanto de todos exceto da minha irmã mais velha tirânica, e um terço meu é humano. Herdei da minha mãe. Sou Gwyneth Blood! A loba com a vida mais imperfeita e perfeita do mundo.

–Você está melhor do que eu! Nasci um lobo, mas acabei por descobri que na verdade sou humano também. E...

–E...

–E acabei me apaixonando!Perdidamente pelo jeito.

–Por favor, me diga que não foi pela Lucy!

–Se apaixonar pela Lucy é como se condenar ao inferno.

–Bom saber!

–E não tem como se encantar pela Lucy...

–A não ser pela bunda e seios dela...

–Esse não foi um comentário interessante...

–Você está mentindo!

Acuso por normalmente saber o que os lobos que não são meus irmãos pensam sobre a Lucy. Normalmente são coisas bem feias. Muito feias. E parece que é algo universal, então não estou impressionada, quando falo dos itens de sedução da Lucy um brilho de safadeza aparece nos olhos de Caleb. Ele abaixa a cabeça um tanto envergonhado, antes de resmungar:

–Odeio mentes compartilhadas.

–Então temos algo em comum.

–E você tem meu coração.

Confessa sem pensar direito. E eu basicamente entro em estado de choque. Espera! Repete! Eu com o coração dele. Não! Isso não faz sentido. Não faz o menor sentido.

–Não vai dizer nada?

Pergunta tentando ver uma resposta. Até que eu diria, mas algo me impulsiona a ficar quieta. É como se tivesse me dado uma ordem de parece que nego quando na verdade quero aceitar. Uma ordem Alfa! Meu Deus! Não!Não!Não! A Lucy não tinha esse direito! Não de interferi na minha vida de uma maneira tão má e terrível. De mexer com a minha mente, de controlar meus sentimentos. Não tem mais nenhuma condição dessa situação continuar. Não posso ficar presa a uma psicopata. Por que é isso que minha irmã é! Infelizmente. Ou é louca ou é uma psicopata. Está mais do que claro que a Lucy faz de tudo para ter o que quer e o que ela quer é o Caleb.

Caleb dá um passo à frente e eu recuo. Não pelo meu querer. Meu corpo não obedece meus comandos. Não posso controlar meu próprio corpo. Não quando há uma ordem sobre ele. Sinto-o tremendo. Péssimo sinal. Caleb continua a se aproximar.

–Por favor, não chegue mais perto.

Imploro. Sinto que se ele chega mais perto posso machucá-lo. Com todos os impulsos do meu ser o considerando um perigo, eu não o quero perto. Não quero machucá-lo apesar de meu corpo tremer, dizendo o contrário. Tento lutar contra o comando. Mas, sou como uma marionete.

–Gwen, o que está acontecendo?

Indaga Caleb. Não tenho tempo de responder e me transformo em pleno ar. Uma das minhas patas acaba por atingir de raspão o lado direito de seu rosto. Minha forma de lobo olha para Caleb como um inimigo e o meu corpo age como se ele fosse um. Sobretudo, meu coração sabe a verdade. Ele não era. Vejo o sangue escorrendo no lado direito do seu rosto e doe tanto no meu coração o fato que ele continua parado sem se defender por ser incapaz de me machucar que uivo um socorro para o Caleb. Deixo o desespero correr por minha garganta como se fosse eu que estivesse em perigo. Mas, apesar de tudo, meu corpo continua a avança contra Caleb. O inimigo diz meus instintos, um amor, eu retruco. Luto contra mim mesmo, contra o comando de Lucy. Sinto que se ninguém chegar, eu vou acabar por matá-lo. E eu não quero isso. Quando vou atacá-lo, meu pai aparece a minha frente. Minha mãe também pula na frente de Caleb, o protegendo. Tira-lo do meu campo de visão não foi exatamente uma solução. Mas, vê meu Alfa supremo a minha frente foi uma alivio.

–Gwen, meu bem, por favor, ouça, você não pode se rebelar contra o Alfa.

–Cameron!

Protesta minha mãe, indignada. Minha mãe sempre foi contra a minha subordinação a Lucy. Tento contornar meu pai. Por sorte ele me conhece o suficiente para saber todos os meus passos em uma briga. Ele ainda se coloca entre mim, minha mãe e Caleb. O Alfa de patas brancas não tinha nenhum rancor nos olhos. No olho, por que a mão estava sobre o outro, o que eu tinha machucado e provavelmente cegado.

–Quieta Caryn, ela tem que descobri sozinha.

Explica meu pai, levantado a mão. Era uma ordem muda. Eu tinha que retroceder. Com duas ordens Alfas contarias meu corpo entrou em colapso. Uma parte dele queria ir para cima do Caleb, obedecendo à ordem de Lucy, a outra queria voltar, essa era a parte em que minha consciência apoiava.

–Pense meu bem, pense no que eu acabei de te dizer.

Pede Cam pacientemente, agora pesando na voz de Alfa. Automaticamente obedeço. O que ele quer quando me diz para não se rebelar contra o Alfa? Não é a Lucy? Ou ele? Eles não são os Alfas do qual eu não posso me rebelar? Meu pai se transforma em lobo. Logo todos os seus pensamentos do dia chegam a mim. Com algumas censuras é claro. Mas, seus pensamentos são logo trocados por imagens de uma grande loba branca. Majestosa, graciosa e nobre. Uma Alfa. Mas quem é essa daí?

“Foca nos olhos, Gwen.”

Ordena. É algo estranho, mas faço. Foco nos olhos azuis. Não eram dóceis, mas tinham um quê maternal. Não eram selvagens, sobretudo, também não eram domesticados. Intensos, muito. Confuso, de maneira extrema. Ela não sabe que é uma Alfa? Não! Ela sabe. Reconheço esses olhos. São os mesmos olhos que eu vejo no espelho todo dia. Mas, eu nunca vi a loba. Nunca me vi como uma loba Alfa, apesar de saber que sou uma. Sempre me vi como a subordinada da Lucy, por que sempre fui à subordinada dela. Sou tão Alfa quanto ela. Tão graciosa, majestosa, bonita e poderosa quanto ela.

Essa descoberta fez meu ser crescer. Se for assim que meu pai me ver, então é assim que eu sou. Uma Alfa. E eu não posso me rebelar contra mim mesma. Contra meus instintos e contra o que eu sou. Os fios que me prendiam são cortados. E no final das contas, Caleb tinha realmente razão. Eu não sabia realmente quem eu sou. Agora sei e vou continuar, a saber.

–Posso falar com ela?

Sussurra Caleb para minha mãe. Que responde enfaticamente com a cabeça que não. Meu Boreh! Até minha mãe me considera um perigo para o Caleb. Logo agora que estou com o corpo sobre controle.

“E eu pensando que era ele que acabaria por machucá-la.”

“Pai...”

“Não querida, relaxa, ele está apaixonado, o perdão é quase automático.”

“Como pode ter tanta certeza?”

“Você está viva! Se ele não tivesse te perdoado quase que imediatamente não estaria aqui. Mas, agora quem precisa mesmo de você é a Emma.”

“Ethan a machucou?”

“O Ethan não fez exatamente por querer, Gwen. Pelo que sua mãe contou, ele estava apenas tentando protegê-la.”

“De quem?”

“Provavelmente? Dele, do pai dele e de Ivy, e talvez, dela mesma. Mas é melhor você dá seu apoio moral como amiga.”

“Por causa do Ethan?”

Pergunto tentando imaginar mil maneiras de fazê-lo pagar por machucar minha amiga. Meu pai revira os olhos azuis esverdeados com um tanto de tédio. Sei lá o que se passa na cabeça desse homem. Até por que, ele sabe tudo o que se passa na minha cabeça e também na cabeça dos outros lobos, mas, raramente libera para sabemos.

“É por causa do Vinicius! Marcaram a condenação dele para amanhã!”

Responde. Antes de terminar de falar, eu já estou correndo para a casa da Arya. Desde que foi expulsa de casa a Emma não tem um lugar fixo. Então deve ter levado ela para a casa da Arya. A ultima coisa que ouço como lobo é meu pai afirmando que vai explicar para o Caleb o que aconteceu. Pulo a janela do quarto da Arya e pego o primeiro vestido que vejo na frente. Vou correndo para a sala. Onde estava todas as três reunidas chorando como bebes que famintos. A Emma estava deitada no colo de Arya. Resmungando, chorando e praguejando tudo ao mesmo tempo. A Arya olha para mim infeliz como esteve nos últimos dias, mas roxa de tanto chorar. Aposto que ela está chorando por Emma e por ela. E a Zoey estava chorando por causa das duas. Um detalhe na Zoey me chamou a atenção. Os lábios dela estavam inchados.

–Gwen, meu irmão vai morrer!

–Estou sabendo!

–E é tudo culpa dele... Aquele miserável. Eu o odeio... E o amo também... Ah! Meu Deus que vida!

–Eu sei!

–E meu braço esta coçando!

Resmunga coçando o antebraço como se fosse arrancar a pele. E era isso que estava acontecendo. O braço de Emma estava vermelho, e uma parte despelava lentamente. Quanto mais ela coçava, mais isso acontecia. Parecia que ela estava se auto-esfolando.

–Emma para com isso.

Digo segurando a mão dela. Mas a Emma estava tão quente que sou obrigada a solta-la. Não era febre. Eu sei reconhecer uma febre. E sou quente o suficiente para saber que se a Emma foi capaz de me queimar e não está morta, é por que ela não está com febre. É outra coisa. Mais forte, mais intensa, algo que vem do sangue e resolveu se revelar agora.

–Você está quente!

Resmunga Arya. O antebraço de Emma já estava sangrando. Mas, não todo o braço. Apenas algumas partes. Pareciam arranhões tomando forma. E cicatrizavam cada vez que se tornavam uma curva. Quando ela finalmente e felizmente parou de coçá-lo, levantou o braço. Uma adaga que me é muito familiar tinha se formado, ela era rodeada de flores de sete pétalas, hastes e folhas, e pegava todo o antebraço. Estava vermelho sangue. Era um símbolo. Uma reclamação.

A adaga se tornou negra e a Emma apagou.


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Notas finais do capítulo

Comentem e beijocas para vocês...