A Liberdade do Corvo escrita por Raquel Barros, Ellie Raven


Capítulo 24
Capitulo Vinte e Três - Gwen


Notas iniciais do capítulo

A coisa vai esquentar galera.



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Eu sinceramente achei que meu dia não podia piorar. Mas infelizmente eu estou tristemente errada. Não só piorou como me apareceram surpresas como essa. Surpresas por que não foi só um “defunto” que voltou a vida. Foram vários. Começando pelo antigo detentor do titulo de O Lorde Dark. William Great, o pai do meu tio Alef, estava tão vivo que da até raiva pelo meu tio. Enquanto Alef sofria com a guerra, William curtia férias prolongadas. Nesse ultimo século até filho o cara teve. Quer dizer, filhas, ele teve três garotas super fofas. A mais velha Alice já tem quinze anos, e as duas mais novas Hannah e Rebecca têm respectivamente sete e seis anos. E foi com outra defunta. A Eva Tyanne. Não a minha avó Eva, mas a primeira dama da luz que ensinou a outras a aprofundarem seus conhecimentos sobre a luz. Ela foi à tutora da Beverly junto a Simon Hetta, outro que foi dado como morto. Parece mesmo que minha tia gosta de colecionar lendas em seu espólio particular. Seguimos William para dentro daquela base dentro da outra até um grande salão de treino, onde maravilhosamente tínhamos a visão de toda a floresta, a enseada e das montanhas. Muitos sadics trabalhavam sem tirar os olhos da tela evitando todo tipo de ataque de Great Master. Os céus eram protegidos por uma coberta de eletricidade que eu nunca imaginei que pudesse existir, e isso explicaria a queda do avião de Ethan. Deu uma pane. No mar, algas marinhas cresciam e se enroscavam nos motores e hélices dos navios e submarinos que afundavam um a um antes de chegarem a nossa costa. As montanhas eram cobertas por uma nevoa prata e densa, ficando invisível a olhos menos atentos. Já a proteção da floresta estava concentrada exclusivamente onde a base estava. Daqui podemos ver melhor a grande muralha dourada que rodeava vários km do local onde estava a base. Minha matilha corria por todo o perímetro delimitando e marcando até onde se poderia ir. Os presais estendiam tendas improvisadas, e os tradicions montavam guarda. Alguém deduziu que demoraríamos, ou a Beverly mandou algum recado sobre isso. O que é muito provável. Minha tia está escolhendo pupilos aleatoriamente por toda a base. Eu acho que é aleatoriamente, por que tem tanto Lorde Dark no meio, e muitas damas da luz afastadas e muita gente que ninguém daria uma agulha de confiança. Das damas da luz que fazem parte do grupo de Carmem ela escolheu pouquíssimas. Apenas três. A Emma que foi a primeira e ela é consideravelmente fraca e até desastrada, Nicole, uma meio humana com problemas de dupla personalidade e Sura, a filha de um lorde dark com uma lady dark que tem muita pouca chance de crescer na luz. As ovelhas negras de Carmem acabaram como as primeiras que Beverly escolheu. Agora como ela vai treiná-las é uma grande incógnita. Vai ver que é por sonho.

–Onde é que estamos?

Pergunta Harv olhando para todo aquele universo embaixo do nosso de maneira impressionada. De nosso grupo, Aspen foi o único que não estava impressionado. Na verdade, ele cumprimentava um e outro quando conseguia reconhecê-los. Estava meio cego, um pouco tonto e poderia desmaiar a qualquer momento. Parece que os Sauters vão ter uma vitima indireta. Do jeito que Aspen está ruim temo que ele possa não voltar dessa viajem. E o humano esconde bem isso.

–Aqui é só a central de controle oficial.

Responde William sentando em uma poltrona de rodinhas preta, atrás de uma mesa. O pai do meu tio era branco como uma estatua grega de mármore em movimento. Têm olhos verdes acastanhados que exalava rebeldia, o cabelo branco como neve nova estão bagunçados com obstinação e exibe um sorriso torto desafiador. Olho para Arya do meu lado e percebo muitas semelhanças discretas neles. Mesmo não tendo a mesma cor dos olhos eles tinham o mesmo olhar de obstinação, a mesma pose de desafio, a mesma aura de perigo. Eram parentes próximos e só um cego para não perceber. William não tirava os olhos de sua neta recém achada. Ele já a achava familiar, mas não chegou nem a conhecê-la, nem a mãe dela. Ele “morreu” um pouco antes. Consigo vê-lo tentando achar de onde a conhece.

O que ele respondeu me deixou confusa. Se aqui é a central de controle, aqueles prédios enormes que todas as bases têm são o que? A não ser que aqui seja a central chefe. Tipo, a Alfa das centrais, a que manda em todas. Não é a toa que a Beverly escondeu seus aliados mais poderosos, inteligentes e perigosos aqui. Que inimigo imaginaria que a verdadeira central de controle de seu inimigo está debaixo do nível do mar. Por que isso é verdade. Não sei como minha tia fez isso, mas eu consigo ver uma baleia azul e seu filhote nadando a minha frente. E também toda a vegetação marítima. Nunca imaginei que o mar pudesse ser tão vivo e cheio de cores. E que eu veria seu fundo sem molhar um dedo do pé. E é muito, mais muito bonito mesmo.

–Bem, agora que estão aqui vamos resolver um problema por vez. O que foi que aconteceu com o nosso precioso humano?

Pergunta Eva, a primeira mestra de Beverly, uma sadic de características absolutamente raras. Começando pela cor da pele. Eva tinha um bronzeado absolutamente fenomenal, olhos castanhos amendoados, boca carnuda, bem desenhada e vermelha e o nariz levemente empinado. É descendente de negros, e herdou muita das características dos seus antepassados. É realmente uma mulher muito, mais muito bonita. Graciosa como uma corça jovem, com um sorriso que conquista a simpatia de qualquer um e olhos adocicados, mas exigentes. Imagino que seus pupilos se esforçavam para não decepcioná-la.

–Doou seus remédios para uma criança.

Responde Zoey falando pela primeira vez desde que chegamos aqui. Algo me diz que o que ela queria mesmo era investigar esse lugar todinho ao invés de ficar batendo papo. Cyrus estava na mesma inquietação.

Eva levanta as sobrancelhas e faz um gesto com as mãos. Um segundo depois Aspen estava flutuando, envolto em uma nevoa azul e desacordado, indo em direção a outra porta. A Arya vai seguindo com os olhos, e depois de um tempo seguindo com os pés. Simon a impede de continuar parando na frente dela, a surpreendendo.

–Espera um pouco mocinha!

–Por quê?

–Você não precisa acompanhá-lo. Vamos tratá-lo e quando a situação se estabilizar você vai poder visitá-lo.

Explica Simon pacientemente, sem se importar com a maneira um tanto mal educada que Arya o tratou. Estou impressionada como ela e Aspen se envolveram tão rapidamente. Foi como fogo na palha. O Aspen é a palha e a Arya o fogo. Talvez o Simon tenha percebido que a Arya estava apenas preocupada com o mestrerado (Mestre+Namorado) dela.

–Promete?

Pergunta Arya desconfiada. Ela ainda estava analisando se Simon, Eva, ou William são confiáveis. Mas é claro que ela não iria confiar em desconhecidos tão rapidamente. A Arya passou por muito em Fell. E cresceu lá. Sua personalidade foi toda moldada naquele lugar. A garota não é fácil.

–Se isso te deixa melhor... Prometo que você verá o humano assim que ele acordar!

Promete Simon levantando uma das sobrancelhas ruivas. Simon é o filho mais novo de um Dark. Como foi criado por ele é um milagre ter se tornado um dos Servos da Luz mais influentes e perigosos do seu tempo. Teve alguns probleminhas com o Conselho dos Luzios por causa da Beverly. Parece que uma denúncia anônima, ler-se Alef Baelfire Great Garden, avisou que Simon e sua pupila estavam tendo um relacionamento anti-docente. Foi uma confusão tão grande que afastaram Simon de Beverly e pararam o treinamento dela. Meu tio só voltou atrás em sua denúncia quando a tia adoeceu por falta de luz. Vida de dama da luz apaixonada por lorde dark que também é apaixonado, mas é orgulhoso de mais para admitir não é fácil. Na minha família tem um monte para provar.

–Acho que eu vou confiar em você!

Cede Arya fazendo uma cara de menina amarela, e voltando para perto de nós novamente. Simon faz uma reverencia a Arya, a Emma, a Eva e por fim ao William e depois se retira também. Seguindo para onde Aspen foi. Arya suspira pesadamente, meio tristonha. E Cyrus a conforta com um abraço. Ethan também demonstra compaixão e num raro memento de humanidade aperta de leve o ombro da Arya. Para alguém que só demonstra sentimentos pela Emma, aquilo foi quase um milagre. Só não foi um mesmo por que a Arya conquistou a simpatia de todo mundo salvando a Emma. E Ethan, Cyrus e Arya são primos por parte de pai. Tipo, Ethan é filho de Hazazel, Cyrus de Derek e Arya de Hector, o loiro que meu pai queria arrancar a cabeça até descobrir que ele estava do nosso lado por causa de Hannah, a melhor amiga humana da Bev. Por causa dele a Hannah viveu cem anos a mais do que um humano normal. Afinal, soro delta passa igual AIDS. Transfusão de sangue na certa. Ainda mais por que a Hannah teve dos dois primogênitos de Hector, as gracinhas de presas Jasper, o loiro super serio que ao sabe o que quer da vida e Neal, o ruivo que me dá piscadelas de vez em quando. Ela por ser humana, teve um sério problema no parto de Neal e morreu há 25 anos. Os outros dois Baelfire e Arya são filhos de Aurora, irmã mais nova de Alef, que era apaixonada pelo Hector desde os seus quinze anos. Como ela foi consolar Hector, eles acabaram se conhecendo melhor, se apaixonando, casando e tendo o um ano depois Baelfire, que se tiver vivo deve ter herdado o sangue bom dos pais ou não já que ele é meio apache, e três anos depois Arya. Acho que se os pais deles estivessem vivos e Baelfire, que ninguém sabe o que aconteceu com ele, eles seriam uma família de miscigenação perfeita. Troubles e Great. Os Greats não são Blood, mas chegam bem perto.

–Adoro reunião de família e tal. Mas agora me situem quem são vocês?

Pergunta William. Realmente, ele não conhece a maioria das pessoas daqui. Somos muitos novos para ter os nomes rondando por um lugar tão importante.

–Harv...

–Espera um pouco! Eu perguntei quem vocês são não quais são os seus nomes!

–Mas...

–Mas o que? Menino, para de enrolação! É algo básico! Quem são vocês?! Eu sei o nome de todo mundo aqui, está me entendendo?! Só não sei se os coloco em uma cela ou em um quarto.

Retruca William. Ok! Eu deveria saber, ele é meio excêntrico. Isso é normal! Quando o meu tio Alef se aposentar vai fiar igualzinho! Excêntrico para não dizer maluco. Ninguém do nosso grupo ousa falar e isso deixa o William impaciente. Muito impaciente. Ele começa a batucar nos braços de madeira da cadeira e o barulhinho me deixa loca de irritação. Lobos têm bons ouvidos, todo mundo sabe. Mas os meus são uns dos melhores. E eu estou sendo modesta. A Lucy tem o melhor ouvido da alcatéia e joga isso na cara de todo mundo sempre que é possível e que meu pai ou minha mãe não está perto. Dizem na minha família que eu sou a garota problema, mas quem ontem foi visitar duas tendas masculinas diferentes foi minha irmã. E eu não gosto disso. A Lucy é uma loba. Se ela aparece grávida como vamos saber quem é o pai? Ela não poderia arranjar só um namorado? Escolher entre o presai desdentado e o lobo ruivo? Não! É claro que não! Se bobear a Lucy arranja mais duas opções. E isso ainda vai dar tanta confusão que os meus pelos se arrepiam todos só de pensar.

–Ok! Os Sauters comeram suas línguas ou o que mesmo?

Pergunta William deixando claro o quanto o nosso silencio o irritava profundamente. A Arya pigarreia quebrando o nosso silencio. Mas isso nos deixou mais tensos ainda. Tipo vai que a Arya dá de louca, e revela toda a sua rebeldia para o William e o deixa furioso? Bem, ela tem isso de vez em quando com o Alef, e com o Dexter também. E muito com o Aspen. Parece que a rebeldia dela a protege. Mas não nos protege! Arranja-nos confusões.

–Fala você garota nanica!

–Primeiro de tudo não me chame de nanica!

Avisa Arya muito bravamente com uma ameaça muda. William revira os olhos e Eva do lado dele esboça um sorriso.

–Ok! Pequena garota! Fale...

–Você...

–O senhor...

–O senhor pode nos explicar como assim quer saber quem nós somos? Por que dependendo precisamos bolar uma resposta!

–É tipo, o que você está fazendo aqui? Por que estão aqui? Como chegaram aqui? Em nome de quem vieram para cá? E como conseguiu acessar ele lugar super secreto? Quero saber também se são confiáveis, quais são seus grandes feitos e principalmente por que você me parece tão familiar?!

Pergunta William fazendo uma careta na ultima pergunta. Quem revira os olhos dessa vez é a Arya, depois respira muito fundo e começa:

–Estamos aqui para levar mantimentos para a base que ficou estacionada no meio da floresta depois do ataque dos Sauters, o Alef mandou um aparte e a outra veio como apoio. Como conseguimos a senha? Não sei! Na verdade foi por um milagre que a porta abriu. Ninguém aqui fez alguma coisa citável, a maioria é confiável, mas alguns não podem saber de informações confidenciais, apesar de já estarem sabendo dessa, e eu sou familiar para você por que talvez, bem provavelmente, sou bem parecida com a minha avó Jane! Satisfeito?

–Com a maioria das informações. Agora especifique quem não pode ouvir informações confidenciais e se eu ouvi bem a parte que sua avó é Jane.

–Bem, nesse caso são nossos valorosos... Nem tanto... Greateanos...

–Greateanos em Onyx? E vivos? Quem são esses azarados e como eles conseguiram chegar até aqui?

–Se eu te contar o que você ira fazer com eles?

–Mando para prisão!

–Bem é que, pelos serviços prestados a Onyx eles foram liberados dessa provação. Um virou até um dos nossos oficiais por ter feito grandes resgates ontem... E os outros dois nos prestam serviços como podem. Um é ajudante de Cam e o outro protege a Emma, a nova pupila da Tia Bev.

Explica Arya aumentando um pouco o fato de Caleb ser ajudante do meu pai. Por Boreh! Ele até pode ter nos ajudado etc, mas ajudante, definitivamente Caleb não é! Já o Ethan é realmente um protetor para a Emma.

–Eva, meu amor, me diga essa pequena aí fala a verdade?

Pergunta William dando um beijinho nas costas das mãos de Eva. A Arya estava tão naturalmente, tão convicta de que não estava contando nenhuma mentira que até olhar nos olhos de Eva olhou.

–Ela é transparente como gelo, meu marido. Fala a verdade. Os rapazes realmente são ou fizeram o que ela disse.

Confirma Eva, sorrindo um pouco para Arya que retribui. William levanta ambas as sobrancelhas, um tanto surpreendido e pede:

–Então que eles se apresentem! Se a menina fala a verdade, então que eles dêem um passo à frente.

Ethan, Caleb e Cyrus dão um passo à frente cada. Eles estavam acuados, mal respiravam, e de vez em quando lançavam um olhar de agradecimento a Arya. William os observa minuciosamente, critico e desconfiado ao mesmo tempo. Talvez seja maldade minha, mas acho que o Caleb está se segurando para não começar a se urinar. Ok! É maldade minha! Mas que ele só falta sair correndo de tanto medo, isso é verdade.

–Ok! Conseguiram realmente me surpreender! Ethan Baelfire, Cyrus Trouble e Caleb Sparrow na ilha da Beverly. O que foi que aconteceu? Seu avião bateu em nossa proteção e caiu?

Ironiza William tendo um súbito bom humor. É! As manias darks dele ainda estão aí. Imagina ficar de bom humor com a desgraça alheia! Mas, vou dar um credito! O pai de Ethan chegou por um triz perto de assassinar William para vingar a morte de seu pai Drakon, o Terrível, ou como minhas tias e minha mãe carinhosamente chamam titio Cronos.

–Infelizmente.

Resmunga Ethan agora bem mal humorado. Mas como o humor do Ethan é sempre mal então não vou nem comentar. Também não sou eu que vou ter suportar ele, é a Emma quem vai fazer isso.

–Que lastima! Para vocês é claro, por que para mim, essa situação é hilária! Se você não sabe, seu pai tentou me matar derrubando meu avião. Se não fosse por minha armadíssima nora... Bem, eu não estaria aqui. Mas como estou eu digo que a Beverly é realmente irônica. E que apesar de tudo, vou mandar preparar para vocês um bom quarto. Afinal, Derek foi meu companheiro de causa, assim como o Ephrain e como infelizmente, o Hazazel, aquele bode expiatório, também foi. Daniel mostre aos nossos convidados a suíte presidencial. Dê roupas, comida, e mande tratar os seus ferimentos. Vou conversar com essas garotas. E também chame aqueles três fujões. E Gwen, querida, o que vai ser falado aqui é confidencial, como você é uma loba, é mais adequado que vá com os garotos. Poderia, por favor?

Pede William tão educado e concordo. Aí está um dos problemas de ser lobo. Não tem segredos a ser escondido. E não tem como os esconder. Então eu não fico nem um pouco ofendida com o fato de sair da sala. E eu também quero tomar um banho, tirar um bom cochilo, e comer até ficar satisfeita. Apesar de que minha irmã consegue fazer isso com maestria escondendo o que apronta trás do meu dia. Daniel, um jovem militar de olhos cor de âmbar concorda com a cabeça, e acena para que nós o seguíssemos. Passamos por vários militares e todos estavam tão concentrados em seu trabalho que simplesmente ignoraram nossa presença. Aqui em baixo também tem crianças. Elas correm de um lado para o outro brincando, felizes como se nada acontecer-se no mundo em cima. Existem jovens que são treinados com perfeição e rigorosidade, prodígios de uma guerra do qual não presenciaram ainda, mas em breve o farão. Passamos por uma sala cheia de espelhos onde tinha um circulo de damas da luz dançando em perfeita harmonia e graciosidade. Eram quase cinqüenta damas da luz dançando como se fossem a mesma pessoa. A sua tutora andava de um lado para o outro corrigindo imperfeições que eu particularmente não enxergo. Tem rostos conhecidos entre elas. Laura, Tanny, Rachel, Caroline... Todas são damas da luz renegadas por amarem Lordes Darks. Pelo jeito elas se livraram de Carmem e das eternas fofocas que tinham na sala de treinamento da base de lá de cima, para vim para a disciplina e o silencio daqui de baixo. Depois de passamos pela sala das damas da luz, passamos pela sala dos nêutrons. Ouvi comentários de que nesse lugar não aceitam lordes darks. Na sala dos neutros tem garotas e garotos da minha faixa etária, e homens e mulheres já feitos. Eles estavam sentados em um circulo, com as pernas cruzadas, vendo dois neutros lutarem. E é um espetáculo! Aqueles dois neutros eram familiares. O mais velho principalmente. Olhos azuis celeste, cabelos negros, bagunçados, lisos e pesados na nuca, branco como a neve nova, rubro e com sardas pontilhando o nariz. Lindo como um anjo. Estava totalmente de preto, mas não era um Dark. Na verdade, está estranhamente envolto por uma luz discreta que dava a impressão de que era banhado pela lua. E rápido como um vulto. O mais novo era loiro, de cabelo quase branco bagunçado, e com os olhos azuis celeste. Também tinha sardas. Os dois me lembram príncipes. Eram nobres e isso estava claro como a luz do sol. Como muita dificuldade eu segui Daniel e os greateanos.

Continuamos nosso caminho até o elevador, por onde subimos até o 20ª andar. O elevador era de vidro blindado e quanto mais subia mais vemos o quanto essa ilha é grande e bonita. A floresta estava voltando a ganhar vida, dando os sinais da chegada da primavera. A primavera é com certeza a minha estação do ano preferida! Tudo aqui parece que ganha vida. Parece até mágica todas aquelas flores nascendo em tudo o que é canto, e os frutos parecendo praticamente do nada.

–Confesso que esse lugar é realmente encantador.

Comenta Caleb falando pela primeira vez hoje. O lobo ruivo estava muito silencioso desde que minha irmã fez uma visitinha para ele ontem à noite. Depois quando digo que a Lucy é um perigo ninguém, ninguém mesmo acredita. Mas não é para menos, é uma sonsa. O comentário de Caleb me faz rir baixinho. Ele não viu ainda a primavera e suas cores em Onyx. Ela pode até durar pouco, mas, vale à pena esperar o ano todo para ver o quão encantadora pode ser essa ilha.

–O que foi?

Pergunta Caleb, tentando achar o motivo pelo qual eu rir dele.

–Você ainda não viu a primavera ainda.

Respondo sorrindo apenas com a possibilidade da primavera, que já está às portas. Só desse jeito mesmo para que todo esse clima ruim vá embora. E quanto mais rápido melhor. Sei, eu carrego no peito um imenso desejo de que essa guerra acabe o mais rápido possível. Ela já dura noventa e sete anos. É tempo de mais. São varias gerações. É quase dois século de guerra, o mundo precisa de um descanso, nem que seja de dez anos. Isso começou no século XXI e já estamos no século XXIII. Claro que a guerra só completa duzentos anos mesmo em abril de 2234 e ainda estamos no ano de 2231. Mais três anos e essa que já é, será, oficialmente a guerra mais longa da historia. Com direito até a entrar para o livro dos recordes.

–Agora estou até ansioso para ver.

–Fique mesmo! É a melhor estação do ano.

Digo satisfeita em fazer minha propaganda particular sobre meu país natal. Quer dizer, Onyx ainda não é oficialmente um país. Hoje em dia de país, ou reino se preferir, mesmo é apenas Great Master, com a família real Apache no poder desde sempre, Destiny, cidade natal dos meus pais que foi expandida pela família do Enzo, o curandeiro traíra, e mais tarde foi conquistada e está sobre o poder dos Redmore desde o inicio do século, True com os Breaft e Last Ember com os Kilerds. Aqui é uma ilha que meus tios e meus pais compraram antes da guerra eclodir, e apesar de ser um território dos Blood, teoricamente é uma parte bem pequena de Great Master conquistando sua independência.

–Mas a primavera não está um pouco longe? Ainda estamos no inverno!

Afirma Ethan acabando com o meu bom humor. A questão poderia esta até certa em outros lugares do nosso novo mundo. Mas aqui em Onyx as estações não estão em sua ordem natural. É exatamente inverno, primavera, verão e outono. De janeiro a abril é inverno, de abril a agosto primavera, de agosto a novembro verão, e o outono dura apenas metade do mês de novembro e vai até metade de janeiro, sendo assim quase não é percebido.

–Isso é Great Master! Aqui em Onyx a coisa é diferente.

–Teoricamente Onyx é uma ilha de Great Master!

–Nem em seus mapas Onyx aparece seu tonto! Onyx pertence a minha família! Pagamos pela ilha, e ela é nossa.

–Pagaram é? Quanto mesmo? Por que pelo que eu saiba não faz sentido Hazazel entregar esse pedaço de céu nas mãos de vocês por um preço baratinho.

–Só uns bilhões! Mas foi o suficiente para Great pagar a divida externa e interna dela. Ou seja, seu país só cresceu por que venderam essa ilha para nós.

–Como vocês conseguiram bilhões mesmo? Tinham uma máfia, ou era dono de algum sistema de tráficos? Por que eu não consigo imaginar como.

Pergunta Ethan só para perturbar. Acho que ele sabe que a minha família, com todos os seus clãs juntos é a mais rica do mundo. Meu pai mesmo, não sei como ele conseguiu essa proeza, está na lista dos dez mais ricos. Meus tios Alef e Dexter estão entre os cinco mais. Em primeiro e segundo lugar respectivamente. É por isso que minha família sustenta essa guerra há tanto tempo. Temos recursos e pessoas para cuidar desses recursos no exterior. Uma é particularmente confiável. É apenas o Henry William, meu primo super prudente e honrado que cuida do nosso dinheiro no outro lado do mundo. E sorte dos humanos por isso. Se não fossem esses vários séculos de muito trabalho duro, eles não teriam aliados para protegê-los de um a total extinção.

–Não Ethan! Meus pais sempre trabalharam muito para ter o que tem hoje! E meus tios também antes que você pergunte.

–Ah! Sem a menor duvida! Afinal, deve ser muito trabalhoso ter tantos filhos.

Ironiza um pouco Ethan. Sabe o que eu vou fazer agora? Vou ignorá-lo! Isso! Por que a melhor resposta é a que não se dá! E depois ele que me espere! Vou acabar com esse sorrisinho sínico que ele nem vai ver! Aqui não é Great Master que ele manda e desmanda! Aqui é Onyx, meu território, e se o principezinho continuar a encher minha paciência irei prendê-lo em uma árvore para os Sauters o devorarem. Ou então vou citar todos os defeitos dele para a Emma até ela enojar da cara dele. E olha que o Ethan tem muitos e muitos defeitos que ele faz questão de ignora e que a Emma iria correr assustada. Quer dizer, todos nós temos defeitos aqui e ali, mas a maioria deles não faz muitas pessoas nos odiar. Só algumas.

–-

Depois de um belo banho, de comer, vou dormir contente. Pareço gente agora. Deito na cama de cima, e viro-me para a parede adormeço tão rapidamente que nem vejo. Acordo com Ethan, Cyrus e Caleb ajeitando partes de um plano para roubar as informações da base alfa. Falavam em voz baixa, mas meus ouvidos são de lobos, eles são bons com sussurros.

–Será tarde de mais quando eles descobrirem! Estão crentes que nossas atitudes foram por impulso. Que tudo foi pelo acaso. Que tolos!

–Não fica tão animado Ethan! Você não planejou minha mordida...

–E você não vai deixar tudo ser em vão por que agora se sente atraído pela loirinha maligna.

–E a Emma, Ethan? Você não gosta da Emma?

–Gostar eu gosto, Caleb, do mesmo jeito que você gosta da Gwen! Mas isso não é desculpa para que eu me esqueça dos meus objetivos. A Emma é uma linda distração, mas não faz nem o meu tipo e não valeria o esforço. E esse plano tem tudo para dar certo. Pelo menos mais que a metade dele já foi.

Afirma Ethan satisfeito com todo o plano que eles fizeram. Parece que o avião caiu aqui de propósito. Que os Sauters e o vulcão também foram planejados. Tudo para trazer esses três para dentro da base alfa. Então eles nos ajudaram, nos enganaram e nos usaram para conquistar a confiança dos nossos pais. Acho que eu deveria saber. Que sonsos. Abro os olhos e percebo que não estou realmente sonhando. Seguro-me para não deixar que eles saibam que eu já sei. E particularmente, já sinto o gostinho de satisfação por acabarem com os desejos desse greateanos filhos da mãe. Volto a dormir. Eles que me esperem para amanhã de manhã.

–-

A manhã chegou bem mais rápido do que eu esperei. Acordei com novo animo. Depois de um tempo tive certeza de que aquilo não foi um sonho. Não é implicância minha! Parece que eu tinha até algumas pequenas esperanças que esses greateanos não estivessem planejando alguma coisa. Mais vendo bem! O avião do príncipe cai em Onyx do nada, sem falha nenhuma do sistema, esses interesses estranhos por parte de pessoas que a primeira coisa que fizemos foi lutar. Bem, era tudo muito estranho. Tudo muito suspeito. Sento-me à mesa do café da manhã já posta. A Zoey não tinha chegado ainda, a Emma estava grunge do meu lado e os nossos não tão amados grateanos estavam com um bom humor tão impressionante que chegava a ser estranho.

–Como foi à noite de vocês?

Pergunta Emma sonolenta. Parece até que ela não dormiu essa noite.

–A minha foi maravilhosa. É incrível como as pessoas podem ser sonsas, não é, Ethan?

Pergunto sorrindo, enquanto passo manteiga no pão. William levanta uma sobrancelha, e a Arya repete o gesto. A Emma do meu lado, assim como a maioria estranha minha pergunta.

–Não sei do que você está falando, Gwen!

–Claro que não! Queda de seu avião em Onyx, o vulcão em erupção sem nenhum aviso, ataque dos Sauters, acaba indo em uma missão exclusiva por salvar as filhas de autoridade de Onyx, e achar a nossa secreta Base Alfa com todas as suas informações secretas sobre a guerra... Bem, se eu fosse uma tonta acharia que tem algo estranho nisso tudo.

–Do que você está falando?

Pergunta Zoey, bem humorada, sentando ao meu lado. Olho para os grateanos e o bom humor deles sumiu como fumaça me dia de vento. Cyrus engole seco, Caleb olha para Ethan que olha fixo para mim como se fosse me fazer calar a boca com os olhos.

–Bem! Digamos que nossos amigos são cobrinhas bem infiltradas aqui para roubarem informações confidenciais.


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Notas finais do capítulo

E aí? Comentem, contem o que acharam, diga suas expectativas, eu vou está aqui esperando e vou ler todas! Beijocas no coração sadizinhas.



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