Between us escrita por IS Maria


Capítulo 34
Time for a bad change


Notas iniciais do capítulo

Eu demorei muito , verdade , peço mil desculpas por isso .



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Eu estava a beira de um colapso e cada um daqueles que sabiam o que haviam acontecido , acreditavam que o motivo eram os incidentes que aconteceram , porém ... estava longe . Por fora , me mantinha quieta , em um puro estado de choque , mas por dentro estava perdendo a cabeça . Eu não via Oliver a mais de uma semana , ele não havia atendido nenhum de meus telefonemas ou ao menos se dado o trabalho de me retornar e ontem ele me deixou claro de que estava mais do que nervoso , eu não sabia o que tinha o causado tanta fúria , mas jamais havia pensado que poderia cometer algo tão sério que o faria desejar me matar . Ao menos que ele soubesse de Patrick e eu , porém , isso deveria o repulsar e não desencadear uma reação tão agressiva .

Eu não tinha dito a ninguém de que sabia quem era o culpado , eu mal conseguia admitir para mim mesma , então apenas continuei em silêncio e sorri para todos aqueles que cruzaram o meu caminho , como prova de que estava bem e de que sairia dali mais do que satisfeita com a noite , mesmo que isso não passasse de uma amarga mentira . A noite tinha sido difícil , a cada vez que fechava meus olhos eu podia ver Oliver , lembrando-me de tudo e tentando encontrar no meio de nossos momentos juntos , algo que pudesse me mostrar sua raiva , porém , falhei , não havia nada em minha cabeça que me mostrasse que ele poderia ser um assassino , pelo contrário , a cada vez me sentia cada vez mais apegada de sua imagem de namorado perfeito .

Claro que com tudo acontecendo , eu me esqueci de que minha madrasta tinha jogado fora tudo aquilo que eu considerava confortável e substituído por coisas que eu jamais usaria , como a saia do uniforme , alegando que eu , como sua garota propaganda , jamais deveria andar mal vestida . Revirei os olhos , engoli meu orgulho e me vesti , fiz uma trança no tapete que agora trazia em minha cabeça e desci as escadas rapidamente me perguntando como faria para chegar até a escola . Eu odiei quando meu pai disse que eu não teria escolha a não ser pegar carona com Patrick , porém não havia muito a ser feito . Estava decidida a aprender a dirigir e não mais ser dependente daquele idiota . Sim , eu tinha tido uma recaída e me deixado levar por ele na noite passada , mas coisas entre nós não haviam mudado , não me vejo sequer conseguindo esquecer o que eu vira , sabendo que eu seu rosto eu não via nenhum arrependimento , simplesmente prazer , um prazer que eu já havia visto antes ... quando ele estava comigo .

– Bom dia . - Abriu um sorriso , deixando claro o quão brancos eram os seus trinta e dois dentes , porém eu o ignorei e sentei no banco de trás . - Eu pensei que ...

– Patrick , podemos não voltar a esse assunto ?

– Mas , Alice ... Eu amo você ! - Eu já havia ouvido isso antes e me lembrava muito bem de como fizera meu coração pular como se fosse sair do peito , minhas mãos soarem e meu corpo adormecer ... mas havia antes de ter sido traída .

– Diga-me novamente quando houver verdade em suas palavras e conversaremos . - Me joguei sobre o banco e me calei durante o caminho .

Talvez aquilo fosse apenas a dor de um coração partido que eu vinha tentando superar tentando ser grossa , mesmo sabendo que aquilo não me levaria a nada a não ser mais dor por o ver se magoar a cada frase que sai da minha boca , mas eu simplesmente não controlo a maneira que reajo a ele sempre que me recordo . A verdade que eu ainda não havia admitido em voz alta , é que eu sabia que meus sentimentos por Patrick , iam muito além dos carnais , era algo muito mais forte e intenso do que o simples prazer que o sexo trazia e esse foi justamente o motivo de minha mágoa ter sido tão grande , afinal havia doído muito mais do que teria doído se eu simplesmente tivesse perdido uma transa casual ... estávamos falando de perdas muito maiores , que deixariam cicatrizes eternas .

Eu não queria estar ali . Eu sabia que a escola não era fácil para ninguém , é cansativo e consegue ser quase tortura , mas para mim , era apenas uma prova constante de que eu não suportava aquele lugar . Eu mal havia pisado para fora do carro e foi como se não houvesse ninguém além de mim . Como se já não fossem suficientes os olhares maldosos de cada um daqueles que estudavam ali , agora eu ainda tinha de encontrar uma maneira de fugir da rajada de repórteres . Patrick segurou em meu braço e foi me puxado no meio de todos e eu apenas permiti que me tirasse dali , as perguntas eram pessoas e apenas me lembravam do meu verdadeiro medo de entrar naquele lugar . Eu não podia mais capturar nada , meu coração batia forte e foi como se cada segundo durasse uma eternidade bem dolorosa . Chegamos a porta , os seguranças do meu pai formaram um canal os impedindo de continuar , porém eu ainda tinha problemas maiores . Oliver bateu seus olhos em mim e no próximo instante , eu já não era mais protegida por Patch , estava a mercê de meu assassino . Havia me levado para um canto escuro e apenas conseguia olhar para o corredor , tentando saber se ao menos alguém poderia ver caso ele tentasse me matar .

– Como está ? - Perguntou atraindo a minha atenção . Seus olhos castanhos penetrando-me como sempre , como se soubessem exatamente a maneira que me deixavam e ainda se divertiam sobre .

– Como acha que estou ? - Disse sentindo minha voz vacilar , eu estava nervosa e assustada , mas não poderia demonstrar a ele .

– Quando soube o que tentaram fazer com você ... - Puxou-me para um abraço e foi como se todo o ar fosse-me tirado .

– Ah qual é - Eu o empurrei e tornei a me encolher no menor espaço entre a gente que ainda me representava segurança .

– O que foi ?

– Sabemos que foi você Oliver . - Arrisquei . Se eu morresse , ao menos saberia seus motivos .

– Eu ? - Disse assustado , como se não acreditasse em minhas palavras . - Acredita que eu tentei a matar ? - A cada segundo , ele estava ainda mais incrédulo .

– Era a sua moto , com você em cima . - Bati o dedo em seu peito , deixando claro o quanto eu estava frustrada . - Some por dias e depois tenta me matar .

– Alice , eu vendi a minha moto - Disse , segurando minhas duas mãos com força me impedindo de voar sobre ele .

– Eu a vi em sua casa a ...

– Mais de uma semana atrás . - Cortou-me antes que eu pudesse continuar . O olhei confusa tentando o avaliar e não havia nada ali que me dissesse que ele mentia . - É óbvio que quem comprou desejava exatamente isso , fazer você pensar que eu te mataria ... - Passou a mão pelos cabelos , deixando transparecer a sua frustração .

– Então aonde estava todos esses dias Oliver ? O que poderia ser tão importante a ponto de fazer com que você simplesmente sumisse e nem sequer me desse notícias ? - Aquilo ainda era confuso .

– É pessoal ...

– Claro que é , mas eu já imagino , você planejando diversas maneiras de me machucar e ...

– Pelo menos se escute Alice ! Eu amo você ! - Disse ele , furioso claramente .

– Ama ? Então me diga a verdade ! - Estava tão furiosa quanto ele , cheio de espaços em minha cabeça e tinha imaginado o pior .

– Minha mãe Alice ! Minha mãe adoeceu e eu tive de vender a moto para a ajudar e ir para longe passar alguns dias com ela , eu poderia ter avisado , mas não há como usar o celular ... eu nem sequer recebi seu zilhão de mensagens e chamadas até hoje de manhã . - Minha boca foi ao chão .

– Oliver eu ... - Tentei toca-lo porém ele segurou minha mão a tempo .

– Não confia o suficiente em mim e foi capaz de acreditar que eu causaria algum mal ... acho que terminamos por aqui . - Olhou-me nos olhos e me deixou sozinha ali .

Eu não podia acreditar no quanto havia sido imatura . Eu havia prometido a mim mesma que jamais tornaria a duvidar dele novamente e quando a oportunidade apareceu , em vez de esperar vê-lo , tirei minhas próprias conclusões sem saber de seus problemas . Caminhei pelos corredores , sem sequer notar os olhares ou as vozes . Como se já não fosse o suficiente alguém tentar me matar , eu já não podia mais contar com Oliver ao meu lado para ser meu porto seguro e isso doía . Eu jamais tinha notado o quanto ele significa para mim , até enfim o perder . Caminhei até o fim dos corredores e encontrei a saída que dava para um terreno abandonado . Tirei as botas de salto , substituí a saia por minha calça de moletom usada na educação física e corri me jogando contra o muro . Foi difícil pular , ganhei alguns arranhões , mas ao menos estava livre . Corri o máximo que pude , mesmo sem conhecer aquela direção . O capim seco cortava os meus pés , mas haviam dores maiores a serem sentidas . Parei ao meio daquela planície , peguei uma das pedras a minha frente e joguei contra uma das árvores , fiz de novo e de novo ... então chegando a conclusão de que havia atingido o fundo do posso .

Cai ao chão , permitindo que meu peito enfim transbordasse , as lágrimas saindo sem cessar , eu já não tinha mais meios de fingir ser forte . Minhas pernas sangravam de um corte ou outro , meus braços estavam arranhados , mas de longe era a dor em minha pele que me incomodava . Eu já não tinha Patch ao meu lado e não estava pronta para o perdoar e agora , também já não tinha mais Oliver .

– Alice - Olhei para a cima e cobri a mão com os olhos quando a luz do sol os feriu . Em meio a luz , pude notar que conhecia aquele rosto e aquela voz .

– Alex . - Disse surpresa enquanto me levantava e batia em minha calça para eliminar a sujeira .

– Está bem ? - Perguntou enquanto dava uma boa checada em minha condição .

– Sabe de uma coisa ? Não ! Eu não estou ! - Abri um sorriso , sentindo as lágrimas rolarem novamente . - Eu fiquei sozinha a minha vida toda , odiei meu pai boa parte dela e agora que eu final o perdôo e posso ter uma família , alguém começa a tentar me matar e meu namorado me deixa porque eu fui imatura o suficiente para o culpar por meu sofrimento .

– Se ele a deixou ... não sabia o que tinha em mãos ..- Abriu um sorriso , seus olhos brilhando intensamente .

– Me sinto fraca ... sozinha ... revoltada e ... suja . - Abri um sorriso que não mascara nem um pouco a minha dor .

– Eu quero a ajudar . - Disse depois de pensar por alguns segundos . Eu o olhei confusa e então ele continuou me estendendo sua mão . - Eu a farei outra ... o que acha ? - Olhei para trás e notei que não havia nada a perder .

– Considere-me sua . - Abri um sorriso enquanto colocava minha mão sobre a sua e permitia que ele me conduzisse o caminho .


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