America naquele dia levantou meio que por obrigação, logo teria que ir dar aula. Ela põe uma blusa preta de um tecido leve e um short jeans um salto preto e uma bolsa preta também, deixou os cabelos soltos e desceu as escadas, quando estava nos últimos degraus trombou com alguém.

—Ai desculpe... – Ela levanta o olhar e da de cara com o Rei, e eles estava relativamente muito perto – Maxon desculpe.

—Desculpe, eu não estou prestando atenção – Ele diz rapidamente.

—Todos já tomaram café? – America pergunta seria, ele estava claramente voltando do café.

—Não, eu tomei sozinho, eu preciso dormir – Ele diz levantando as mãos para o alto.

—Você não dormiu? – Ela pergunta preocupada.

—Não, quer dizer sim, é que... –Ele suspira vencido – America a princesa Victoria da Russia vai passar dois dias aqui, com o seu irmão o Príncipe Max.

—E isso é bom, não é? – Ela pergunta confusa – Mais gente, mais animação, certo?

—Errado, ela é interessada em mim, e vivi me mandando mensagens desde a morte de Kriss, eu não aguento mais, mas eu não posso negar sua visita já que eles são nossos principais aliados se uma guerra acontecer.

—Só vai acontecer o que você deixar acontecer – America diz tentando disfarçar uma dor estranha que atravessou seu peito – Ela não pode fazer nada que você não queira.

—É que... – Ele começa.

—É que...?

—Ela é muito linda, não conheço um homem que aguentou seus dotes, ela é bem certinha, não dá em cima de homem casado... – Ele diz – Mas não perde uma oportunidade.

America não sabia o que responder, ela podia responder “Ata” ou “Hum”, mas nada saia da sua boca.

—E por isso você não dormiu? – Ela finalmente se pronuncia dando uma risada forçada.

—Não, ela ficou me mandando mensagem, ate pensei em jogar meu celular na privada, mas quando ela chegasse ia ficar me perguntando por que eu não respondi.

—Isso explica muita coisa – America diz devagar.

—Bom dia Meri – Aspen diz descendo as escadas – Bom dia Maxon.

—Bom dia Aspen – America e Maxon respondem juntos.

—Você pode pedir para uma criada, May ou talvez as meninas, para alguém fingir que é sua nova namorada, e que você esta esperando o momento certo para falar isso em publico, então ela vai parar. -America diz, de onde tirara aquilo? Andava olhando muito filme.

—Ela vai querer ver beijos e carinhos trocados entre mim e seja lá quem for. – Ele diz como se fosse obvio.

—Pague alguém – America da de ombros.

Ele fica encarando-a por alguns minutos.

—Ames... Quanto você quer para ser minha namorada? – Ele pergunta sorrindo.

—Não! NÃO! No! Never! Maxon, não. – America diz arregalando os olhos.

—Eu não vou pagar uma desconhecida para ser minha namorada, eu e você já temos química, por favor. – Ele diz sorrindo malicioso na ultima parte.

—Você esta louco! – Ela diz seria – Não Maxon. Desculpe, mas não. Eu vou tomar café.

—Eu vou dormir – Ele diz revirando os olhos.

America concorda com a cabeça e sai ruma ao café.

—Ei – Ele diz puxando-a fazendo ela ficar centímetros longe dele – Por favor?

—O que? – Ela diz claramente assustada.

—Seja minha namorada. Por dois dias. Apenas dois dias. – Ele diz na orelha dela fazendo-a se arrepiar.

—Dois dias. Depois essa loucura acaba. Agora se me permite, eu vou tomar café – America diz saindo dos braços de Maxon.

—Eu vou junto – Ele diz, pegando as mãos de America sem pedir permissão.

—Você esta abusando – Ela diz seria.

—Eu? Esta apenas começando querida. – Ele diz sorrindo de lado e levando-a para a mesa.

—Você vai explicar o plano para as crianças. – America diz seria.

—Por quê? – Ele pergunta parando no caminho.

—Eles vão pensar que estamos namorando de verdade Maxon!

—E estamos – Ele diz sorrindo – Por dois dias, mas estamos.

—Isso é criancice da sua parte! – Ela diz revirando os olhos.

☁☁☁

Assim que entraram no Salão para tomar café da manhã todos os encararam e Maxon fez questão de pegar na mão de America e sorrir.

Ninguém perguntou nada, mas todos estavam estranhando aquilo.

America passou o café da manhã inteiro quieto pensando.

Assim que todos terminaram, eles foram para a escola.

☁☁☁

As aulas foram tranquilas, os professores podiam sair da escola e comer fora quando as aulas que eles tinham que dar haviam acabado, esse era o caso de Ames, a mesma estava guardando suas coisas na sala dos professores quando a diretora aparece na porta e a chama.

—America?

—Sim diretora - America se vira para diretora terminando de arrumar a bolsa.

—Seu namorado pediu para mim te chamar, ele quer te levar para comer. – A diretora diz sorrindo.

—Namorado? – America estava claramente confusa – Eu não tenho namorado.

—Acho melhor você ir ver quem é – Ela diz saindo da sala.

—Tanto faz também – America diz dando de ombros e pegando a bolsa.

Ela anda ate seu carro e ainda longe do mesmo avistou um homem de cabelo loiro e olhos cor de mel.

—Maxon?! – America grita.

—Eu, seu namorado – Ele diz sorrindo – Vou te levar para comer.

—Você conhece alguma lanchonete? – Ela diz claramente confusa – Digo, você algum dia já comeu fora?

—Sim, com Kriss ou com as crianças – Ele diz dando de ombros – E hoje com você.

—Você esta levando isso a serio demais – Ela diz.

—Eu sei – Ele olha nos olhos dela – Mas esses são os únicos dias que posso te chamar de minha e te beijar, sem que você me de um tapa.

—Ta... – Ela diz ela estava nervosa e para ajudar ele estava perto demais eles sentiam a respiração um do outro era como se pudessem ouvir o coração do outro martelando, mas na verdade, era apenas os deles mesmos querendo sair para fora – E quem vai levar as crianças?

Maxon ficou com um pouco de raiva, ele ia beijar ela, e o que ela fala? Das crianças, será que ela algum dia já pensou nela? Mas, vendo o sorriso nervoso que ela o deu, ele logo se acalmou.

—Aspen vai levar eles. – Ele diz – Vamos?

—Com que carro? – Pergunta seria.

—Com o meu – Ele diz puxando-a para o carro.

—Esse é seu carro? – Maxon puxa-a ate um volvo preto.

—Sim. - Responde abrindo a porta para ela.

☁☁☁

Assim que entraram e escolheram uma mesa, uma mulher de mais ou menos uns 25 anos veio os atender, na verdade ela foi atender apenas o Rei, pois a garçonete fingia que America não existia, pensando nisso America revirou os olhos.

—O que vai querer? – A garçonete pergunta para o Rei, tampando a visão de America, para que ele não a visse.

—O que NÓS vamos querer – America diz chamando a atenção da garçonete – Quando se é mais de uma pessoa se usa a 3° pessoa do singular, ou seja, nós, você deve ter aprendido isso, não é? Ou por acaso faltou muito a escola para fazer outras coisas – America deu ênfase em “coisas”, ela nem ao certo sabia por que estava fazendo aquilo! Ciúmes? Não, ela apenas não gostava de ser ignorada.

A mesa ficou em um silencio longo, Maxon olhava com um sorriso para a America, e a garçonete estava vermelha de raiva.

—Então... O que VOCÊS vão querer? – Ela pergunta seria.

☁☁☁

Depois de comer os dois saíram para passear, e Maxon levou America a uma praça, ela era cheia de arvores que formavam um teto sobre suas cabeças.

—No que esta pensando? – Maxon pergunta encarando America.

—Em... – Ela suspira – A vida das pessoas seriam mais fáceis sem mim. O mundo seria mais fácil se mim.

—Inclusive a minha? – Ele pergunta erguendo uma sobrancelha.

—Inclusive a sua. – Ela concorda.

—Um exemplo de como você atrapalha minha vida, por favor? – Ele pergunta curioso.

—Bom, vai sair no jornal, que a cantora louca, acompanhado do rei, atacou uma garçonete, apesar de que a ataquei com palavras, os jornalistas e a própria garçonete vão distorcer as coisas e... Eu e você vamos ser os vilões da historia. E a culpa é minha.

—Então você atrapalha a minha imagem? – Ele pergunta serio.

—É, isso... Não sei – Ela suspira – Sei lá, estou cada dia tendo menos certeza das coisas.

—Então digamos que você atrapalhe minha vida e que o mundo fosse bem mais fácil sem você. Eu concordo – Ele diz a fazendo soltar um riso nervoso – Mas sem você não seria minha vida, você é o MEU mundo America.

Os olhos dela ficaram marejados e apesar de que desde o dia da escolha, não chorar para não demonstrar fraqueza, ela não se importava, agora, ali, ela não se importava de chorar por tudo que ela já deixou de chorar, e uma vez, depois de muito tempo, se permitir sofrer, uma vez, em muitos anos, ela se permitiu ser sincera com si mesma. E mesmo que sua ética e bom senso falassem que era idiotice e que admitir aquilo só a machucaria mais, o coração gritava algo que escondera a muito tempo: “Maxon ainda é importante”

E então ela não esperou um segundo se quer, não esperou que ele tomasse iniciativa ou coragem, ela o beijou e apesar de se assustar no inicio, ele logo correspondeu.