Natsu acordou com um susto. “Onde estou?”. Antes que tivesse a chance de olhar para os lados sua barriga revirou e ele se sentiu levemente enjoado, mas não era como se estivesse em algum veiculo em movimento (o que geralmente o fazia ficar enjoado). O enjoou passou logo. O mago olhou para os lados e se viu em um pequeno quarto escuro somente com uma pesada porta de ferro.

“Como eu vim parar aqui?”. Ele se esforçou para lembrar. Enquanto colocava seu cérebro para funcionar sentiu uma leve dor no pescoço e levou a mão até lá, para massagear o local. Naquele momento percebeu que estava sem seu cachecol. Estar em um lugar desconhecido sem nem mesmo saber como foi parar ali já era estranho o suficiente para Natsu. Quando percebeu que estava sem seu cachecol quase entrou em desespero. Aquele era o único presente de seu pai, e ele o carregava sempre no pescoço. Provavelmente aquilo fez seu cérebro começar a funcionar com mais força, pois ele logo se lembrou do que havia acontecido antes.

Ele estava lutando com um dragão, que o derrubou e logo após o acertou com uma rajada de luz o fazendo desmaiar. Mas como ele havia ido parar ali? Fora carregado? E onde estavam Lucy e Happy. Ele não iria ficar ali parado esperando as resposta simplesmente irem até ele ali. Primeiro tentou acertar a porta com seu Karyuu no Tekken. O soco não teve afeito nenhum contra o metal assim como havia acontecido quando ele tentou o usar o mesmo ataque contra o dragão. Ele então se virou e usou mais uma vez o soco flamejante, desta vez contra a parede. Um enorme buraco surgiu quando varias lascas de pedra saíram voando. A luz da lua preencheu o pequeno quarto.

Natsu saiu de lá e respirou fundo o ar puro. A sua frente se estendia um longo campo de grama e logo após uma floresta se levantava. Ele deu alguns passos e seu virou. Atrás dele um prédio não muito grande estava, agora, com um enorme buraco em sua base.

“Será que a Lucy e o Happy estão ai?” Ele se perguntou esperançoso. Começou a usar seu olfato de dragão para tentar sentir o cheiro de algum de dois. Após alguns segundos ele pode sentir um cheiro familiar, mas com certeza não era de nenhum de seus amigos. Aquele cheiro era ameaçador, e vinha do alto daquele prédio. O Dragon Slayer logo pode ver algo cair em alta velocidade lá de cima. Ele correu na direção da floresta antes que fosse atingido. Quando o enorme ser acertou o chão uma nuvem de poeira proporcional a figura se levantou. Uma silhueta começou a se revelar. No momento em que Natsu viu enormes asas azuis reconheceu quem tinha aquele cheiro tão ameaçador. Stelisto.

O Mago se manteve parado a encarar o dragão. Agora, ele se manteve na defensiva, pronto para desviar de qualquer ataque. Anteriormente o havia atacado apenas por impulso. Mas agora sabia que qualquer cuidado era pouco. Aquele dragão era extremamente forte.

Stelisto também se manteve observando o pequeno humano a sua frente, imponente com suas asas abertas.

– Parece que temos um rato tentando fugir da gaiola! – Uma voz estranha disse vinda do alto.

Natsu então reparou no homenzinho sentado no ombro do dragão. Ele mais se aprecia com um duende: pequeno, um estranho capacete na cabeça, cara de louco. Vestia um jaleco grande demais para seu tamanho.

– Eu sou O Grande Fabrike! Aquele que...

Natsu não aguentou escutar a apresentação até o final. Após as primeiras palavras do homem ele começou a rir descontroladamente o interrompendo. “O que ele tem de grande?”

– Você vai deixar eu acabar minha apresentação seu cabeça oca? – Fabrike gritou irritado, ele provavelmente sabia o motivo da risada.

– Tudo bem. – Natsu disse se recompondo do ataque de risos e limpando as lagrimas que haviam se acumulado nos cantos de seus olhos

– Eu sou O Grande Fabrike! – Ele começou novamente tentando fazer sua apresentação de forma épica. – Aquele que criou os...

Natsu havia tentado segurar a risada o maximo, mas era impossível ver aquele homenzinho se chamar de grande.

– Qual o seu problema? – Fabrike perguntou cada vez mais irritado.

Natsu rolava no chão de tanto rir. Ele se recompôs novamente, disposto a aguentar a apresentação a qualquer custo.

– Você poderia pular está primeira parte? – o garoto de cabelos rosa perguntou limpando as lagrimas novamente.

– Certo então! – Fabrike disse nervoso. Provavelmente só havia aceitado aquilo para não passar mais raiva. – Eu sou aquele que criou os magos artificiais e Stelisto, o dragão artificial!

“Dragão artificial?” Aquilo havia soado estranho para Natsu.

– Este dragão é de mentira então? – Natsu perguntou revoltado pela revelação.

– Ele é tão forte quanto os de verdade. – Fabrike respondeu com orgulho. – Mas ele não nasceu de um ovo como os outros. Eu mesmo o construí e lhe dei um núcleo mágico.

Aquilo fez com Natsu se revoltasse por dentro. Ele havia viajado toda aquela distancia e se perdido de seus amigos para encontrar um dragão de mentira? Todo aquele animo que ele estava para finalmente encontrar alguém que poderia lhe dar uma pista sobre seu pai havia sido em vão. Isto era motivo suficiente para ele arrebentar o dragão e o duende em seu ombro, mas ele havia decidido agir com cérebro e não por impulso.

– Desculpem então. Se este dragão é de mentira não tenho nada pra resolver com vocês! Preciso encontrar meus amigos logo.

Antes que Natsu pudesse dar seu primeiro passo pra ir procurar seus amigos Fabrike se pronunciou.

– Você acha mesmo que vou deixá-lo ir embora só por que quer?

Natsu já estava nervoso o suficiente com ele para esfregar sua cara no chão, mas a revelação que o homenzinho fez a seguir o deixou abalado.

– E seus amigos também estão bem ocupados com meus magos artificiais!

Com um ligeiro movimento de mão Fabrike fez duas grandes telas se projetarem no ar. Uma mostrava Lucy se esforçando para lutar sozinha contra uma mulher ruiva. A outra um rapaz que Natsu nunca havia visto antes recebendo uma forte descarga elétrica. Por algum motivo Natsu sentia que aquele rapaz estava lutando do mesmo lado que ele. O mago precisava passar logo por aquele dragão e ir ajudar os dois loiros.

– Você vai me deixar passar logo ou não? – Natsu perguntou já queimando de ódio.

O dragão desceu suas garras sobre o jovem. Eles destruíram o solo onde ele estava antes, pois Natsu havia desviado do ataque com facilidade simplesmente pulando.

– Isso responde sua pergunta? – Fabrike disse com um sorriso de confiança no rosto.

“Se você não vai me deixar passar por bem, eu vou forçar a passagem!”

– Karyuu no Kikku – Ele disse e logo sua perna começou a pegar fogo e seu corpo caiu sobre a enorme pata do dragão que ainda estava sobre o solo logo abaixo dele.

O chute flamejante despedaçou a pata do dragão. Vários pedaços de metal e fios se espalharam pelo chão.

– Mas... Como isto é possível? Isto é um aço reforçado que eu mesmo criei! – Fabrike disse revoltado ao assistir a cena.

Natsu não havia conseguido nem mesmo fazer um arranhão no dragão mais cedo, mas agora suas chamas haviam se fortalecido com seu ódio pelo duende insano.

O dragão então começou a tentar golpeá-lo varias vezes seguidas com sua pata dianteira que havia restado. Natsu tentava desviar dos golpes de um lado para o outro até que o ser artificial finalmente o acertou, o esmagando debaixo de sua pata. Mas antes que Fabrike tivesse a chance de cantar vitoria uma explosão de chamas surgiu de debaixo da pata a fazendo despedaçar como a outra.

O mago encarava o dragão e o pequeno homem em seu ombro com ódio, pronto para acabar com aquilo em seu próximo movimento.

Fabrike então ao ver o olhar cheio de ódio do garoto mudou sua expressão de confiança por uma face de medo.

– Levante vôo logo Stelisto! – Ele ordenou desesperado.

Com uma rápido batida de asas o dragão começou a voar para o alto do prédio.

– Aqui em cima você não pode nos acertar, mas nos podemos acertar você! – o duende disse voltando a ficar confiante.

“Tem certeza?” Natsu pensou dando um sorriso. O drgon slayer flexionou os joelhos e com um movimento rápido pulou usando toda sua força. Ele então estendeu os braços que repentinamente começaram a pegar fogo. As chamas que seus braços emanavam eram enormes e o garoto chegava cada vez mais perto do dragão artificial.

– Karyuu no Yoku Geki – Natsu então moveu seus braços na direção do inimigo lançando contra ele suas poderosas chamas.

Ao ser atingido pela grande quantidade de chamas o dragão colidiu com o prédio o transformando em ruínas. Uma enorme nuvem de poeira se levantou naquele momento. Assim que a nuvem se desfez Natsu pode ver o corpo do dragão caído, completamente inconsciente e ao seu lado na mesma situação o pequeno homem com o estranho capacete despedaçado. Logo algumas pessoas começaram a sair do meio dos escombros. Natsu não sabia quem eram, mas imaginou que fossem reféns de Fabrike.

– Esta tudo mundo bem? – Natsu perguntou se aproximando.

Um homem barbudo e forte se aproximou dele.

– Não se preocupe com a gente senhor mago. – o homem começou a dizer com sua voz cansada. – Eu vi pela janela da minha cela que seus amigos estão em perigo. Eu vou guiar todos de volta para o vilarejo. Vá ajudar seus amigos.

Natsu ficou aliviado com aquelas palavras, aquele homem parecia ser muito confiável.

– Obrigado. – O mago disse logo virando as costas e saindo correndo na direção da floresta.

Após correr por alguns minutos em meio as arvores ele subiu em um alto morro. Usando seu olfato conseguiu localizar com facilidade onde seus amigos estavam. Deu alguns passos para trás e correu para pegar impulso, e quando chegou à ponta do morro pulou incrivelmente alto, logo após caindo bem onde Lucy, Happy e o jovem loiro estavam.

“Minha luta ainda não acabou!” Ele pensou ao ver Lucy e Happy caídos. Naquele momento Natsu sentiu como se as coisas fossem sair do controle.