Fala Sério, Crush! escrita por Ferla, little Nyx


Capítulo 7
Sabores do álcool - Pequena Ferla


Notas iniciais do capítulo

Oláá~~
Tudo bem com vocês? Tranquilo?
Eu sei, não teve capítulo na semana passada, acontece que eu ando com aquela doença grave e terrível conhecida por bloqueio criativo. É uma droga.
Bom, aqui está o capítulo.
Agradecimentos a nossa amada leitora sweetmadness que fez a gentileza enorme de mandar a história dela, ou seja, esse conto é baseado em fatos reais! Sigam o exemplo dela e mandem para nós também pelas mensagens do Nyah!
Enfim, espero que gostem!
Beijinhosssss!



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— Você não pode... — eu disse baixinho enquanto segurava seu casaco fino com força.

— Eu não tenho escolha, meu doce — ele respondeu com calma num tom doloroso enquanto puxava meu corpo pequeno e magro para junto de sua estrutura alta.

— Mas... — diante do fato que meu rosto estava encoberto por sua camiseta, não segurei as lágrimas que caíram rápida e silenciosamente.

— Eu sei — ele me abraçou com mais força e pude sentir um suspiro travado sair dele quando seu pai o chamou. — Vou me atrasar pro voo.

Distanciei-me de sua camiseta azul-marinho e sequei meu rosto rapidamente. Ele não pronunciou palavra alguma, apenas colocou as mãos calmamente na minha face e beijou minha testa. Em seguida, ele deu alguns passos com a mala grande na mão para finalmente falar:

— Vou te guardar em meus melhores sonhos. Os mais alcoolizados, provavelmente — ele disse ao soltar uma gargalhada.

Eu respondi num riso, lembrando da noite em que tudo começou.

Quem sabe, o meu maior e mais bonito romance.

Daqueles bem iguais a filmes americanos que você encontra com classificação de cinco estrelas na Netflix.

Mas como os melhores filmes começam do final, eu decidi fazer isso com essa história. Já é compreensível que não terminaremos juntos. Contudo, não os dar o gostinho doce do começo e meio desta narrativa seria um crime senão uma heregia.

# # #

1 ano antes

Uma vida nova começa numa escola nova. É o que sempre dizem além de ser certa verdade.

No meu caso, essa tal ''vida nova'' no começo era ler um livro e ouvir músicas – Adele nos dias mais depressivos e as músicas taradas da Katy Perry em melhores humores, não me julgue, não sou uma pervertida, eu só acho as músicas engraçadas. E sendo minha escola demasiada grande, o palco mais ao lado era o local perfeito para entrar em outra dimensão enquanto discutia a apologia da Katy Perry comigo mesma. Ou, é claro, reservava meu intervalo para ler Halo ou Amor Assassino.

Não podemos nos esquecer dele. É, ele mesmo. O garoto que fazia parte do meu passatempo de intervalo.

Ah, não! Nós não íamos para um canto do colégio escondidos para nos beijarmos até o fôlego acabar de tanta paixão, na verdade mal nos falávamos, ele era legal comigo, mas não me via como algo especial além de colega. Afinal, eu era uma observadora. Contentava-me em admirá-lo: Alto, cabelos castanhos num topete desarrumado, olhos castanhos, um ano mais velho que eu e ele era um palhaço. Como não amar ele? Pois é, a maioria das garotas achava ele gato, porém muito idiota. Eu já o achava perfeito. E daria de tudo para poder ser umas daquelas garotas ridículas que agarravam ele e eram "amigas" do garoto.

E lá daquele cantinho separado, eu apreciava o veterano sorridente com olhos de quem deseja. Eu até que relaxava com aquilo, já que ele nunca me vira como uma mulher, seria isso?

Ah, mas como tudo na vida, aquilo começou a mudar para uma relação de mais conhecidos.

Naquele dia, eu estava sentada no palco, como sempre, ouvindo Someone Like You porque o crush, chamado Diego, não tinha descido para o intervalo e eu esquecera meu amado livro. Porém, eis que, do nada, minha amiga – que, detalhe importante, era da sala do garoto – me chamou para subir até a sala deles jogar uma partida de uno. Topei, claro! Afinal, eu amo uno!

Sem expectativas de ele estar lá, subi pensando em qual das minhas táticas infalíveis eu deveria usar.

Então, eis que a porta da sala abre. Tinham três garotos e duas garotas. E junto deles com um sorriso animado no rosto, meu crush. Que felicidade!

— Uno! — gritou um dos garotos com voracidade.

— Droga! Vai se fuder, João Carlos, eu vou te vencer, só aguarde— falou Diego, meu crush, enquanto soltava uma risada bem-humorada.

— Não se eu puder evitar — falou minha amiga. — Bloqueio!

— Não! Nossa! Que injustiça! — ele disse fazendo um bico.

Ela soltou uma gargalhada e citou algo sobre convites, e então a face dele se iluminou como se tivesse lembrado de algo muito importante.

— Ah sim! Eu não poderia esquecer — Diego disse com um sorriso no rosto. — Amanhã vai ser o aniversário da minha irmã, 19 anos. Vai ter bebida à vontade, deem uma passada lá, vai ser na minha casa.

Espera, eu também tinha sido convidada? Sério?

Ele tinha olhado para mim enquanto falava, então eu tinha sido convidada, certo?

Certo?

Ah, eu pirei!

Não estava apenas sendo convidada para ir à sua casa, mas para o aniversário de sua irmã, que sensação maravilhosa!

Estava me sentindo a mulher mais iluminada daquele estabelecimento estudantil.

— Melina, aqui — ele estendeu um papel para mim e sorriu novamente. — Eles já têm meu número, mas você não, tenho que passar as informações por mensagem. Se importa de me mandar um ''Oi'' de noite pra eu salvar seu número?

— Ah... Não! De forma alguma! — falei rapidamente, provavelmente disfarçando bem o gaguejo inesperado.

1º passo: conseguir o telefone do crush. FEITO!

# # #

Se eu tivesse azar, naquela noite ele passaria as informações da festa e não conversaríamos mais.

Com sorte, nós ficaríamos até às 3h da madrugada conversando sobre assuntos aleatórios e nos conhecendo melhor.

Ansiedade de destino.

Então, eu mandei o tal ''Oi, pode me mandar as coisas da festa?'' e ele respondeu com o endereço e horário. Era a hora da decisão. Eu teria uma vida de sorte ou ele me ignoraria completamente? Me convidara por educação? Pensamentos inseguros me destroem.

E então, eis que a luz veio do meu aparelho de celular quando ele mandou ''Eu espero que você vá. O que tá fazendo de bom ai?''.

ENGATEI O PEIXE. E a sorte apareceu de uma vez.

Ele era mais incrível do que eu pensara. Conversamos sobre música, cinema, teatro e essas coisas que pessoas normais falam. Até descobri que ele gostava um pouco de ler, mas seu passatempo favorito era jogar, não me surpreendi, é normal isso em garotos. Apesar de eu não gostar muito, o que é uma pena. Mas ele fora tão fofo, trocamos tantas e tantas mensagens, trocamos tantos links do youtube e eu até dei algumas risadas. Discutimos um pouco sobre como deveria ser constrangedor fazer um filme pra maiores de dezoito, se é que me entende, e ele tinha alguns bons argumentos na defesa dos câmeras. Falou também sobre seu pai ser da marinha, disse que era horrível pois tinha de mudar de cidade frequentemente.

Nós não paramos de conversar às 3h, mas sim às 4h. Já estava prevendo a carteira da escola sendo minha cama maravilhosa naquela manhã, pouco me importava, afinal, de noite eu teria um compromisso.

# # #

Que roupa colocar? Aquela era a questão. Procurei achar o vestido mais bonito que eu tinha para não parecer uma tábua de passar roupa. Bom, depois de passar um pouco de maquiagem e colocar um sapato legal, me orgulhei de olhar no espelho e notar que estava realmente atraente.

Peguei minha mala e fui até a casa da minha amiga, onde passaria a noite após a festa. De lá, fomos direto para a casa de Diego.

Assim que eu cheguei já vi alguém vomitando num arbusto fora da casa. A festa começara havia 2 horas e já tinha uma gente bêbada, era medonho. Na hora veio aquele arrependimento de deciidir chegar um pouco depois.

– Olá meninaaasssss – disse a irmã de Diego num sorriso, ela estava alegre mas ainda parecia sóbria. – Sejam bem-vindas, vocês são as amigas do meu irmão, não é? Vamos, vamos, entrem!

Não a questionei, apenas entrei e quando estava prestes a virar para desejar feliz aniversário ela já estava sendo erguida por alguns garotos contra a sua vontade e eu apenas ri. O que mais poderia fazer?

– Melina! Você veio! – falou meu crush enquanto me abraçava e me erguia com facilidade.

– Fui ignorada. Não me ignore seu babaca – minha amiga que estudava com ele disse monotonamente, mas pude ver que piscava para mim enquanto ele me erguia.

– Você é muito carente – disse ele enquanto batia na cabeça dela sem força. – Vamos aproveitar!

Depois de algum tempo de conversa jogada fora, boas risadas e algumas cervejas, uisques, batidas, caipirinhas e não sei mais o que posso colocar de bebida aqui, meu crush já estava caindo pelas paredes. Eu e minha amiga, felizmente, tínhamos bebido mas não ao ponto de perder a noção de tudo. Que era Diego naquele momento.

– Ei, Melina – disse minha amiga depois de desgrudar um pouco de seu ficante. – Tem que dar um banho nele, você podia fazer isso pra mim né?

– QUÊ?! Ta doida?!

– Temos que tirar um pouco essa bebida do corpo dele, sei lá, dizem que dar banho em bêbado adianta.

– Vai me ajudar! – eu falei cruzando os braços.

– Ta bom, tá bom, eu ajudo. Mas você toma conta dele depois.

– Ah, acho que ele não está tão ruim assim...

– Melina, olha pra ele – disse ela enquanto apontava para o chão atrás de mim.

Diego estava discutindo com o cachorro sobre preferir carne de boi a carne de frango.

# # #

– Ah, finalmente! – exclamou minha amiga quando finalmente conseguiu colocá-lo na cama do seu quarto.

– Que trabalho! – falei enquanto sentava na beira da cama.

– Pois é... Agora vou descer de novo. Toma conta desse fraco.

– O quê? Vai me deixar sozinha?!

– Melina – ela disse chegando mais perto e sussurrando. – Eu sei que você quer.

Não respondi. Apenas fiquei quieta observando ela sair do quarto com um sorriso maroto no rosto. Já Diego estava deitado ali atrás todo sorridente.

Ficamos quietos durante um tempo apenas com o som do andar de baixo. A música que tocava era algum funk tão pesado que eu sentia as batidas dentro do meu ouvido.

– Hmmmmm... Melina? – ele me chamou, já parecia um pouco melhor.

– Sim? – respondi me virando para ele.

– Eu estou fudido de bêbado, e tenho certeza que vou me arrepender de te contar isso quando estiver consciente.

Ele se sentou e agarrou meus braços tão rapidamente que não pude ter tempo de pensar. Logo, ele já tinha me puxado para seu peito quente. Cheirava a sabonete de flores, nem parecia que tinha bebido litros de álcool.

– Melina. Eu gosto de você. Muito – ele disse rapidamente, e já estava me apertando mais, parecia que não queria que eu visse seu rosto.

''Eu gosto de você'' aquilo ecoou na minha cabeça como se eu estivesse numa caverna enorme. Eu achava que sorte seria trocar mensagens com ele, mas não ouvir aquilo de sua boca numa festa. Não sabia o que pensar.

– Me responde... Eu to nervoso – ele me apertou ainda mais.

– E... Eu não sei o que dizer. Por favor, me diz que não tá dizendo isso porque está bêbado.

– Não! – ele exclamou se distanciando mas ainda mantendo suas mãos em meus ombros. – Você é... Você é diferente! Não parece com aquelas garotas que só sabem falar de garotos e roupas... – pude ver suas bochechas coradas. – Achei que você nunca ia dar moral pra mim...

Não tive respostas. Nada passou pela minha cabeça. Eu me sentia uma muda encarando o rosto dele com atenção.

Eis que aconteceu.

Sim, agora aconteceu.

Ele me beijou, e não foi qualquer beijo, devo dizer.

Apesar de sua boca ter gosto de álcool, não é como se eu me importasse. Foi o beijo mais incrível que eu já dera em toda a minha vida. Ele era gentil e ao mesmo tempo rápido, chegava a ser difícil de acompanhar seu ritmo.

Mas fora perfeito.

# # #

Como terminar se eu comecei com o fim?

Se nós namoramos? Sim, namoramos.

Se nós nos beijamos enfurecidamente escondidos no colégio? Também.

Mas um dos melhores momentos da minha vida acabou com a frase ''Meu pai foi transferido, teremos de nos mudar... Desculpa, Mel...''


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