Fala Sério, Crush! escrita por Ferla, little Nyx


Capítulo 6
Anônimo de cereja - Little Nyx


Notas iniciais do capítulo

Oi, galera!
Eu sei que eu não postei sábado passado, mas é pq eu estava em bonito (uma cidade maravilhosa, aliás) e não tinha como escrever.
Mas, agora, está aqui!
Espero que gostem, essa história aconteceu comigo, tirando a parte do Carlos (Vocês vão entender) e a do refrigerante, o resto aconteceu mesmo!
Apesar de te acontecido comigo, me baseei muito em uma música.
https://www.youtube.com/watch?v=vGqvU55OMu0
Foi dessa música que saiu a ideia do refrigerante!

HERE WE GO...



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Refrigerante de cereja.

Uma coisa que eu realmente odiava até então. E que parecia ser a única bebida vendida nessa convenção. Eu via pessoa andando com garrafas, latas e copos desse refrigerante. Onde estavam com a cabeça de fazer alguma coisa assim? Cereja era boa apenas pura.

Bom, pelo menos era o que eu achava antes desse dia.

Eu e minhas amigas adorávamos a cultura japonesa. Desde os animes, mangás, roupas, e até mesmo a comida, entre outras coisas. Todos os anos eram organizados uma convenção nesse mesmo tema, para que as pessoas amantes do Japão pudessem sentir-se em “casa” durante dois dias.

Na verdade, eu não estava muito a fim de sair nesse fim de semana, muito menos ver muita gente. E mesmo amando muito essa convenção, eu não estava empolgada.

E existia m motivo para isso.

E ele se nomeava crush.

Eu sei, ridículo. Mas era a verdade, eu estava no fundo do poço por causo de um menino. Um menino que eu deveria estar querendo matar agora, só que, era impossível.

Dois dias atrás.

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— Larissa! – grito empolgada – Você não vai acreditar no que acabou de acontecer!

— Você comprou um novo cd de 5 Seconds of Summer? – ela chuta – não, melhor, você comprou o cd do Justin Bieber e do 5 Seconds of Summer? – pensa melhor.

— Não – digo – se bem que eu estaria muito feliz também – sento-me na cama de minha melhor amiga – foi algo muito melhor do que isso!

— Nossa, me conta logo, perua – Larissa joga um travesseiro na minha cara e eu resmungo.

—Está bem, vou contar – respiro – o Black me chamou para sair! – dou pulinhos.

— O crush? – ela grita – O Carlos Black? – grito um “sim” tão alto que os vizinhos de Larissa talvez ficassem irritados. – Cala boca! Cala boca! Cala boca!

— Ai! – me jogo na cama – estou tão ansiosa! – arregalo os olhos – Larissa, eu não tenho o que vestir.

— Cala boca – ela me da um tapa na perna.

— É só isso que você sabe dizer? – pergunto rindo.

— Você sabe que tem roupa – ela diz – não venha com esse papinho de menina apaixonada com medo de sair com a roupa que gosta e não agradar o crush – minha melhor amiga diz seria – não vire esse tipo de gente ou eu corto todas as suas mechas fora.

— Ai, deixa as minhas mechas fora disso – seguro meu cabelo em sinal protetor.

— E onde ele pretende levá-la? – pergunta Larissa.

— no Français – sorrio.

— Como assim? Esse restaurante é super caro – minha amiga se espanta.

— Eu sei! – digo – mal posso esperar!

###

Ele está atrasado, Lena. Atrasado.

Já deve estar chegando, ele não te deu um bolo.

19h35

Trinta e cinco minutos atrasado. Deveria ter acontecido alguma coisa. Ele pode ter sofrido um acidente no caminho – Deus o livre –, a mãe dele pode ter pedido ajuda para lavar a louça, qualquer coisa, menos me dar um bolo.

Os minutos passavam e Black não chegava, eu já estava cogitando jantar sozinha para não passar por uma louca abandonada em uma sexta a noite – que era o que os garçons achavam, passavam a cada três minutos me olhando com se eu fosse um alienígena.

Incomodada era quase a palavra para o que eu estava sentindo, mas, na verdade, no momento que ele passasse por aquela porta, não iria mais sentir. O perdoaria pelo atraso e teríamos uma bela noite juntos acompanhado co um beijo de despedida.

Mas é claro que isso não aconteceu.

No momento em que eu ergui meus olhos para a entrada do restaurante, o crush – lindo e maravilhoso, por assim dizer – adentrou o lugar acompanhado de uma morena alta – e gostosa.

Aquilo não podia estar acontecendo. Era uma pegadinha, onde estão as câmeras?

Ele havia me dado um bolo e me enganado. Inaceitável.

— O que pensa que está fazendo? – levanto-me da cadeira jogando o guardanapo no chão.

— Indo ao meu lugar? – Carlos diz na maior calmaria.

— Você tinha marcado comigo às sete horas para jantarmos hoje – digo – e agora me aparece com essa daí – aponto para a morena que estava enlaçada nos braços dele.

— Nós? Espera... Eu tinha te convidado para sair? – ele gargalha alto – por favor.

— Não finja que não me conhece – digo ríspida. Todos do restaurante encaravam a briga.

— Não, eu conheço sim – ele sorri – você é a louca da escola que sempre foi apaixonada por mim. Fantasiou esse encontro, eu nunca convidaria você para sair, por favor, seja mais sensata.

Meus olhos estavam marejados, mas eu não me permitia chorar, não na frente dele.

— Você não passa de uma menininha que tem um amor platônico – ele passa por mim – lide com isso.

E nesse momento, eu já havia tirado os malditos saltos – que eu nem sei por que os coloquei, os odiava – e corria pelas ruas de São Paulo. Não via e nem ouvia ninguém, queria correr para longe de tudo e me mudar para Austrália junto com os cangurus.

Chego à praça e sento-me do banco, procuro meu celular na bolsa e digito o número de Larissa.

Alô – ela diz com voz de sono.

Lali – fungo o nariz –, por favor, vem me buscar.

O que houve Lena? – ela pergunta assustada.

Depois eu te explico – digo chorando – só venha me buscar, eu estou na praça do bairro.

Estou chegando, aguenta aí – ela desliga.

Coloco meu sapato no chão e deito-me no banco da praça, ainda chorando. Não me importava se todos estavam me olhando e dizendo coisas feias de mim, eu só estava cansada.

###

E agora eu estava no meio de um monte de pessoas tentando não pensar nessa noite horrível.

— Lena – Larissa me chama – você não comprou nada ainda, o que está acontecendo?

— Você sabe o que está acontecendo, eu não queria vir para cá – digo.

— Ah, não – Larissa faz cara de indignada – não me vá dizer que está remoendo essa história de novo, qual é? Desencana!

— Como se fosse fácil – cruzo os braços.

A convenção estava legal, realmente, mas eu não queria curtir e nem comprar nada, a única coisa que eu queria era ficar em casa comendo chocolate, tomando uma coca-cola – não refrigerante de cereja, eca – e assistindo filmes melosos me acabando de chorar. Era isso que deveria estar fazendo e era isso que eu faria.

— Vou ao banheiro – aviso Larissa que assente.

Entro no banheiro feminino e o encontro se ninguém. Ótimo, melhor assim.

Aproximo-me da pia e lavo meu rosto, o seco e me encaro no espelho.

O que será que havia de errado comigo?

Serão minhas mechas azuis? Meus olhos um maior do que o outro? Será eu ser magra demais?O problema estava em eu ser baixinha? Era o meu nariz grande?

Por que o crush simplesmente não pode me achar boa o suficiente para sair com ele?

Bufo alto e saio do banheiro.

Antes de conseguir chegar até onde Larissa estava e dizer a ela que queria ir embora, sou abordada por um menino – nota: lindo – com uma plaquinha de “Abraços ou beijos grátis”.

— Eu não vou lhe beijar – digo a ele que faz uma cara triste, apenas o abraço.

— Obrigado – ele sussurra.

Sorrio e vou em direção a minha amiga.

— Larissa, eu quero ir embora – anuncio.

— Não! – ela bate o pé – você só vai embora depois as apresentações de K-pop – ela sorri – por favor – suplica juntando as mãos – eu sei que você adora ver a performances.

— Está bem, eu vou – realmente, Larissa estava certa, eu amava ver as apresentações de K-pop.

Algumas horas já haviam se passado e acabei descobrindo que Larissa me enganará. Não era apenas a apresentação de música que ela tinha me arrastado para ver, mas também as de cosplay. Ficamos sentadas por mais uma menos umas duas horas, porém, posso confessar que foi reconfortante.

Após o último desempenho de um grupo de meninos encenando uma banda coreana – Super Junior – eu e Larissa saímos do ginásio do lugar e nos encaminhamos pela saída.

Enquanto eu andava e conversava com minha melhor amiga, prestava atenção no lugar que, até pouco tempo, estava repleta de pessoas, se desfazer e voltar a ser uma escola normal.

Avisto encostado em um dos pilares o menino que há algum tempinho havia pedido abraços grátis a mim.

— Não dá cara – ele diz para o amigo dele – Você tem que chegar de surpresa. Se não, não rola.

Dito isso, não sei como e nem porque, ele sai de onde estava em uma tremenda rapidez e para na minha frente. Encara-me por alguns segundos.

— Tem que ser de surpresa – ele sussurra no meu ouvido.

Então, sem mais nem menos, ele me da um selinho e logo inicia um beijo rápido. Eu o beijava na mesma velocidade, mas apenas um uma coisa de diferente: Eu estava assustada.

Um menino que eu nunca havia visto na vida que até pouco tempo havia me pedido um abraço, agora estava me beijando. Abro um pouco os olhos e avisto Larissa mais a frente, ela estava com a mão na boca segurando um riso forte.

Fecho meus olhos novamente e tento relaxar.

Eu e ele nos beijávamos com intensidade – que eu não sabia de onde tinha vindo. Uma de suas mãos estava na minha nuca e a outra agarrava a minha cintura. Por minha vez, eu brincava com seu cabelo na ponta de meus dedos. Era incrível.

Eu sentia cada músculo do meu corpo ansiar por mais e o menino tratava de satisfazê-los. Minhas pernas estavam bambas e eu jurava que poderia cair a qualquer momento se ele não estivesse me segurando.

E então, sinto aquele gosto.

Refrigerante de cereja.

Os lábios desse magnífico homem tinham gosto de refrigerante de cereja.

Meu Deus! Era como se esse refrigerante – ou esse lábio – havia jogado um feitiço sobre mim.

E do inferno eu tinha ido ao paraíso.

Minha mente estava em blecaute. Não pensava mais em Carlos, pensava em apenas beijar esse menino. Ele realmente era gostoso como uma cereja, e eu nunca tinha me sentido assim antes.

E no último segundo daquela química, ele suga meus lábios uma última vez e os morde.

— Você é linda sabia? – ele separa nossas bocas e sussurra.

Não respondo. Não consigo. Apenas sorrio. Ele sorri.

— Eu preciso ir embora, minha amiga está me esperando – digo e ele olha para trás vendo Larissa sentada no chão.

Ele vira para mim novamente e me abraça.

— Tchau – digo me desvencilhando de seus braços – forte.

— Até o ano que vem, menina linda – ele diz no pé de meu ouvido.

Saio cambaleando até Larissa que fazia milhares de perguntas e eu não conseguia responder nenhuma.

Olho para trás e vejo o menino ainda olhando para mim e, quando chego à saída, lembro-me de não ter pedido seu nome.

Desespero-me por alguns segundos, mas lembro do que ele tinha dito. “Até o ano que vem, menina linda”. Eu não precisava do nome dele.

E enquanto o ano que vem não chegasse, eu iria apenas pensando e relembrando dessa noite com o meu mais novo crush.

O anônimo.

O anônimo de cereja.


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam?
Eu espero que tenham gostado, é baseado em fatos reais KKKKKKKK
Comentem!

Ainda não mandou a sua história? Mande!

Little Nyx:

@usmilepan

Pequena Ferla

ferlaeduarda@gmail.com