I can't lose you escrita por MylleC


Capítulo 9
Capitulo 8 - Mirakuru B2


Notas iniciais do capítulo

Eaee gentee. Não, o calendário de vocês não está errado e hoje realmente não é quarta. "Mylle, então porque você está postando sua louca?"
To postando porque vocês são demais e porque a fic chegou a 100 acompanhamentos! Aeeeee. E também porque todo mundo merece depois do ep de Arrow que não vou nem comentar né kkk apesar de que a fic não vai ajudar muito porque, bom, vocês vão saber hahah.
Enfim, boa leitura!



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Sentei rapidamente sentindo um frio metálico onde eu estava deitado. Olhei em volta sentindo o medo me dominar cada vez mais. Eu estava na maca da cave.

–...ALGO! –Ouvi Diggle gritar com alguém.

Minha visão focalizou e só consegui pensar em Felicity. Desci da maca sentindo meu corpo mole, mas não liguei.

–Felicity... –Chamei. Me apoiando na maca ao lado. Esperando sentir ela correr até mim e me abraçar, dizer que estava bem e que estava aqui. Mas isso não aconteceu. Senti a mão pesada de Digg no meu ombro e o olhei.

–Quando cheguei era tarde demais Oliver. Sinto muito.

–Não! –Caminhei pelo lugar, em direção as escadas. –Temos que fazer algo, temos...

Roy se colocou a minha frente junto com Thea.

–Me deixem...

–Não Ollie. –Thea falou sério, dando um passo em minha direção. –Vamos fazer algo, mas você precisa se sentar e se recuperar.

–Não vou me sentar, Slade esta com Felicity e...

Um arrepio percorreu minha espinha com a imagem do pesadelo que tive pela manhã invadindo minha mente. Respirei fundo segurando as lagrimas que inundaram meus olhos. A tontura pareceu piorar, meu coração bateu descompassado e o pavor me dominando cada vez mais. Era como se eu tivesse novamente naquele lugar, acorrentado e completamente impotente e vulnerável.

Senti as mãos de Thea me levarem ate a maca onde me apoiei e respirei fundo, tentando me acalmar. Tinha que pensar em algo para ajudar Felicity.

–O que aconteceu afinal Oliver?

–Capitão Bumerangue invadiu aqui, nos atacou e depois lançou nevoa de sonífero ou sei la por todo o lugar. Eu tentei Digg... Mas não pude...

–Tudo bem Oliver, nós só temos que pensar em algo para fazer e logo.

–E se já for tarde demais? E se...

–Não acredito nisso. –Disse Roy, como se tivesse acabado de perceber uma grande coisa ruim. O olhei com curiosidade. –Slade me usou da ultima vez para espalhar o Mirakuru pelos outros, talvez dessa vez... Talvez dessa vez ele use Felicity.

–Quer dizer que se ela não morrer... Vai virar uma arma de matar sem qualquer consciência disso? –Segurei um palavrão e me levantei, indo até o vidro com minha roupa de Arqueiro. –Não vou deixar isso acontecer. Da ultima vez chegamos tarde com você Roy, vou chegar a tempo dessa vez. Liguem para o Barry.

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POV Felicity

Fiz uma força extrema para abrir meus olhos pesados. Olhei em volta enxergando com dificuldade devido a minha visão levemente embaçada, cada vez mais nítido. Até atingir o embaçamento normal, me fazendo perceber que estou sem meus óculos.

Meus sentidos foram voltando cada vez mais até eu sentir apenas uma leve náusea. Percebi meus braços e pernas abertos e amarrados, estava deitada em algum lugar. Havia uma enorme maquina atrás de mim. As lembranças do que havia acontecido antes que eu desmaiasse invadindo minha mente junto com o desespero que começava a tomar conta de mim.

–Felicity... –Ouvi a voz grave e rouca de Slade atrás de mim. –Nome curioso e significativo.

Tentei o olhar, mas a forma como eu estava amarrada me impedia de virar o pescoço o suficiente para enxergá-lo.

–Fiquei imaginando, enquanto você estava descordada. Oliver já deve ter acordado agora e fiquei imaginando seu desespero ao não encontrar sua preciosa Felicity com ele.

Meu coração se apertou imaginando o que Oliver estaria passando lá na Cave ao acordar.

–O que vai fazer comigo? –Perguntei, controlando minha voz para não sair embargada. Eu não o deixaria ver qualquer fraqueza da minha parte.

–Você não sabe?

Olhei em volta percebendo enfim a maquina em que eu estava deitada. Ele iria me usar para transferir o Mirakuru aos demais?

–Não!

–Sim! Mesmo se você sobreviver... –Deu um sorriso irônico e doentio. –Imagino o que Queen irá fazer quando a pessoa que ele ama querer matá-lo. Ele não terá forças para tocar em você, por mais que você o ataque sem ter noção de quem está batendo, nenhum deles tocaria um dedo em você para te machucar. Por mais que precisassem.

Engoli em seco, realmente. Nenhum deles faria isso, o que poderia resultar em algo horrível.

–Mas tente não matá-lo esta bem? Eu quero fazer isso.

Senti as lagrimas quentes rolando silenciosamente pelo meu rosto.

–Prepare tudo. –Ordenou para uma mulher com roupa médica que estava parada ao lado da porta.

Ela caminhou até mim com uma grande maleta, tirando varias coisas dali de dentro. Pegou um dos tubinhos da maquina e levou até meu braço. Senti a ponta da agulha entrar em meu braço e conti um gemido pela dor incomoda. Ela grudou o tubinho ali pegou outro. Fazendo o mesmo por vários pontos do meu braço.

Observei que haviam várias bolsas de sangue pelo local também, os que tinham sido roubados dos hospitais.

A porta se abriu e prendi a respiração ao ver quem entrava. Meus olhos queimaram pelas lagrimas que eu ainda tentava conter inutilmente.

–Pai... –Sussurrei tão baixo que mal pude ouvir minha própria voz.

Ele arregalou os olhos ao me olhar, trazia algo na mão parecendo uma seringa.

–Slade, o que é isso? O que está fazendo? –Perguntou a Slade que não demonstrou expressão alguma com sua presença.

–O que precisa ser feito. –Respondeu indo até ele e pegando a seringa.

–Não! Espera, você... Você vai injetar o Mirakuru nela? Mas...

–“Mas” o que? Você achou que eu a pouparia só porque é pai dela? –Soltou um riso irônico.

Caminhou até mim com a seringa na mão que agora eu sabia ter Mirakuru dentro. Me encolhi instintivamente, como se o movimento fosse impedi-lo de injetar o soro em mim. Slade pareceu achar graça do meu movimento.

–Não se preocupe, a dor insuportável dura apenas alguns minutos e depois você não terá mais qualquer consciência do que faz. Será como se estivesse dormindo, presa a um pesadelo.

–Não, espera.... –Tentei. Meus olhos foram até meu pai ainda parado ali, o olhei implorando algo, querendo que ele fizesse algo. Buscando qualquer evidencia nele de que ainda era o homem de que eu me lembrava quando foi embora. Aquele que nunca faria qualquer mal a mim e me protegeria.

Ele me lançou uma expressão de quem não tem muito o que fazer. Desviei o olhar, sentindo meu coração se apertar ainda mais. Ele não se importava.

Slade se aproximou, preparando a seringa.

–Espera! –Ouvi a voz do meu pai atrás de Slade. Seus olhos dançaram nas orbitas de um lado para o outro como eu me lembrava que ele fazia quando pensava em alguma mentira para inventar. –Ainda não está tudo pronto, preciso fazer a ultima revisão na maquina e garantir que não dará errado. Precisa usar a maquina nela assim que injetar o Mirakuru ou pode ser que depois de uma certa quantidade que for transferido não de mais certo. Quer usar o Maximo que der não é?

Slade pareceu pensar um pouco e se afastou de mim.

–Vê se não demora, preciso mesmo conferir algumas coisas. Vou voltar daqui a pouco e é bom estar tudo pronto.

Voltou para perto de mim com outra seringa e sem demora a injetou no meu braço. Olhou para mim e minha visão começou a se embaçar novamente.

–Não quero ficar ouvindo sua voz irritante.

Foi a ultima coisa que ouvi antes de apagar.

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Pov Oliver

–Acho que descobri! –Gritou Caitlin.

Corri até onde ela estava, sentada na cadeira de Felicity tentando descobrir onde era o lugar que a estavam mantendo. Já fazia muito tempo e a cada minuto que passa fico com mais medo do que pode ter acontecido com ela até agora.

–Onde?

–Aqui. –Indicou o monitor onde mostrava uma aparentemente fabrica também aparentemente abandonada. –A fabrica usava uma grande carga de energia quando funcionada e de algum modo Slade conseguiu religar essa fonte de energia, provavelmente para ligar o que quer que seja que ele esteja usando para distribuir o Mirakuro para os fugitivos.

–Então esse é o lugar? Tem certeza?

–Sim, com certeza é o lugar. –Cisco se pronunciou. –Consegui acessar a única câmera de transito que tinha perto dali, que mostra o que parece muito ser o Capitão Bumerangue chegando com um caminhão. –Me aproximei para ver a imagem em seu tablet. –E alem dele descer, descem mais dois na porta de trás. A imagem corta a parte de trás do caminhão, mas da pra ver que eles carregam um corpo, então... Sim, só pode ser ai.

Sem esperar mais nada peguei meu arco. Já estava vestido como Arqueiro, pronto para sair assim que conseguíssemos a localização de Felicity.

–Oliver espera, precisamos de um plano! –Caitlin se levantou vindo até mim e olhando Barry em busca de ajuda com o olhar.

Algo no chão chamou minha atenção e caminhei lentamente até o objeto, me abaixei e o peguei na mão, sentindo meu peito se apertar ainda mais. Os óculos de Felicity.

–Eu tenho um. –Respondi. –Ir la e trazer Felicity de volta.

Ela me olhou incrédula e me virei em direção ás escadas. Barry e Dig me acompanharam. Nenhum dos dois tentaram me fazer esperar ou algo assim, pois assim como eu eles também querem resgatar Felicity o mais rápido possível.

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POV Felicity

Novamente acordei com todo aquele torpor em minha mente e corpo que foi se esvaindo aos poucos. Olhei em volta, torcendo para ainda ser eu mesma e não ter sido injetada com Mirakuro ainda. Que ao olhar em volta eu visse Oliver, Dig, Roy e todos os outros me olhando aliviados por conseguirem me fazer voltar ao normal. Graças a Deus isso não estava acontecendo ainda. Eu continue presa na maquina. As agulhas que prendem os tubinhos a mim incomodam.

Só agora percebo que metade de um lado meu, um pouco abaixo tem alguns homens deitados, aparentemente desacordados. Droga, eles já estavam preparando tudo.

A porta se abriu e por ela passaram duas mulheres levando um homem desacordado na maca, o posicionando ao lado do outro e ligando um tubinho nele. Segui os tubinhos que cada um tinha preso ao corpo e percebi que eles se conectavam aos meus.

Minha respiração começou a ficar acelerada e me remexi, tentando me soltar de todos aqueles tubinhos e aquelas amarras que me prendiam. Inútil. Apenas senti meu corpo doer horrivelmente e as agulhas incomodarem ainda mais.

–Ann... Por favor Oliver, aonde você está. –Sussurrei para mim mesma, ainda com esperança de que a qualquer momento Oliver invada o lugar e me tire dali.

A porta se abriu e Slade entrou acompanhado de Richard que me olhou com pesar. Desviei o olhar do dele, me amaldiçoando por me sentir mal com isso quando ele claramente não se importava tanto.

–Pronta Smoak? –Slade perguntou retoricamente.

Chegou perto de mim e se virou para uma das mulheres de jaleco que tinha ali. Que pareceu entender e foi até ele com a mesma seringa de antes, contendo o Mirakuru.

–Não. –Disse Slade. –Traga o novo.

–O que? –Meu pai se pronunciou parecendo chocado.

–Mas senhor, ainda não foi testado e... –Tentou argumentar a moça.

–Será testado agora, me traga!

Outra mulher veio com uma seringa, mas o liquido era diferente. Enquanto o Mirakuru era de cor azul esse tinha a cor amarela.

–O que é isso? –Perguntei.

–Isso. –Começou, pegando a seringa na mão e caminhando para mais perto de mim. –É o Mirakuru B2 que Richard desenvolveu pra mim.

Lancei um olhar de desprezo para meu pai parado ali, parecendo empalidecer mais a cada segundo.

–Ele basicamente é igual ao Mirakuru, mas suas reações são mais agressivas e com os efeitos dobrados. Mais força, mais poder de cura, mais tudo. O triplo do que o Mirakuru fazia.

–Slade... Não pode aplicar isso nela, não foi testado. –Meu pai tentou argumentar inutilmente, já que a mulher parada ali já tinha tentado o mesmo argumento.

–Eu já disse que será testado agora. Por quê? –Se virou de forma ameaçadora para Richard. –Tem algo que queira me contar? Algum motivo para acreditar que não dará certo? Porque isso lhe faria um incompetente.

Richard engoliu em seco e seu olhar alternou entre mim e Slade. E então balançou a cabeça negando e dando alguns passos para trás.

Slade aproximou a seringa de mim e fechei os olhos esperando o pior.

Um barulho estridente se fez por todo o lugar, como alarmes.

–Sr. Slade, estão tentando invadir. –Disse Richard, parecendo quase animado.

Soltei um suspiro de alivio. Oliver.

–Queen sempre querendo estragar meus planos. –Slade divagou, mas antes que alguém pudesse fazer algo, senti a agulha fina penetrar minha pele e Slade injetar todo o liquido da seringa em meu braço. –Mas não vai conseguir dessa vez, pelo menos não por completo. Uma boa morte pra você Smoak.

Senti meu corpo todo queimar e logo tudo começar a doer. Começando pelos olhos, cabeça e ouvidos. Passando para os braços, pernas, costelas e costas. Tudo doía e queimava. Minha visão embaçou e algo quente e grosso começou a escorrer por meus olhos e ouvidos.

–Felicity! – Ouvi uma voz me chamar, mas não era a voz de Oliver.

Não consegui pensar muito na voz, já que meu cérebro parecia que ia literalmente explodir. Era como se o meu crânio encolhesse e começasse a espremer tudo lá dentro.

Senti movimentos rápidos a minha volta e o pouco que consegui enxergar foi um borrão amarelo. Barry.

Foi meu ultimo pensamento coerente antes de cair na inconsciência novamente.

Flashback

Richard abriu a maleta cheia de dinheiro, a segunda parcela do seu trabalho. A tal invasão tinha sido um sucesso. Algumas pessoas mortas, mas não era problema seu, sua parte havia sido feita e com esse dinheiro, pagaria suas dividas e ainda sobraria um pouco para gastar atoa com sua família.

Já estava saindo da empresa de facha da e voltando para cara, quando Rey o chamou. Se virou e esperou que o outro falasse.

–Tenho mais uma proposta para você. Um tanto mais complicada. Você também, alem de hakear sabe montar coisas não é?

–Montar, desmontrar, criar, recriar, melhorar, o que for.

–Ótimo. Me acompanhe.

Fomos até seu escritório e nos sentamos. Ele abriu uma pasta e tirou dali alguns papeis e estendeu a mim.

–Queríamos você na equipe para criar algo, e eventualmente outras coisas. O que nós precisássemos.

Olhei para os papeis que aparentemente eram um contrato. Engraçado, eles realmente agiam como se fossem uma empresa normal.

–O salário é grande e a empresa serviria de fachada para a sua esposa por exemplo. Não acho que ela seja do tipo que aprova o marido em na máfia Alemã.

Pensei em Donna e em como eu praticamente havia prometido que não faria outro trabalho que pudesse me por na cadeia. Mas não tinha como alguém descobrir sobre. A empresa convencia a quem visse de que era apenas uma empresa. Ela não precisava saber.

–Tudo bem, o que precisa que eu crie?

Rey colocou a mão sobre contrato e o aproximou de mim, colocando uma caneta ao lado, deixando claro que ele so falaria mais depois que eu assinasse. Peguei a caneta e assinei rapidamente.

–E então?

Flashback Off

POV Oliver

Cheguei na parte de fora da fabrica, o maldito Slade havia conseguido fugir, outra vez. Não tive tempo de destruir a maquina ou fazer muita coisa, pois assim que Barry saiu do lugar com Felicity no colo, portas começaram a descer do teto e se eu não saísse dali ficaria preso.

Observei Barry de costas, ajoelhado no chão e com Felicity no colo. Ela parecia se mexer, então devia estar acordada.

Corri até eles e minhas pernas vacilaram por um momento. Ela não estava se mexendo, estava convulsionando. Sangue escorrendo dos olhos e ouvidos. Slade tinha conseguido, tinha injetado o Mirakuru nela.

Barry me olhou assustado e me abaixei perto deles. Felicity parou de convulsionar e está aparentemente inconsciente. A pego no colo, tentando controlar minhas emoções dentro de mim. Ela estava viva! Caitlin e Cisco terminariam a cura e nós injetaríamos em Felicity... Tudo ficaria bem.

Xxxx

–Oh, meu Deus. Ela está bem? –Caitlin perguntou enquanto tirava as coisas que tinham em cima da maca para que eu pudesse colocar Felicity.

–Vai ficar. Dig, pegue algumas algemas. –Pedi a Dig, sentindo meu coração doer, nunca pensei que precisaria fazer isso com Felicity.

–Ela foi... injetada com o Mirakuru? –Cisco perguntou.

Assenti com a cabeça, pegando um pano úmido e indo até Felicity. Delicadamente comecei a limpar o sangue que haviam escorrido de seus olhos e ouvidos. Ao terminar peguei uma das algemas que Dig tinha pego e algemei seu braço a mesa. Fiz o mesmo com o outro braço e com os tornozelos. Fui até uma gaveta e peguei um grande cinto de borracha e o prendi em volta de sua cintura junto à mesa.

–Precisa de tudo isso? –Perguntou Barry.

–Se você tivesse visto de perto os efeitos do Mirakuru em alguém... Talvez tudo isso ainda seja pouco. –Roy respondeu por mim.

Olhei Felicity, no momento parecendo tão indefesa ali, desacordada na maca.

–Caitlin, e a cura?

–Oliver, está quase pronto, mas... Acho que não tempo o suficiente até ela acordar.

–Tem que ficar pronto logo! –Tentei controlar minha voz, mas estava impossível. A cada dia algum pior acontece.

Ouvi passos na escada e Thea apareceu correndo. Seus olhos bateram em Felicity deitada e completamente amarrada na maca.

–O que é isso? O que está acontecendo?

–Mirakuru.

Ela pareceu entender e encarou Roy que olhava para Felicity com pesar.

–Oliver. Talvez devêssemos dar o veneno de rato nela, até conseguirmos a cura.

–Melhor não. –Caitlin interviu. –Ela não acordou anda, não sabemos se...

–Ela vai acordar. –Afirmei. Não querendo nem pensar na possibilidade do contrario.

–Mas, Oliver. Talvez... Eu digo isso também com muita dor no coração, mas talvez ela não acorde. Então, é melhor esperarmos.

Como que para contradizer Caitlin, Felicity se agitou na maca de repente, o corpo se forçando contra as correntes para logo parar e se aquietar novamente na maca. Parecia que tinha desmaiado novamente.

Me aproximei, esperando alguma reação. Suas pálpebras tremeram e começaram a se abrir lentamente. Até seus lhos azuis entrarem em foco e se focarem em mim. Não vi qualquer raiva ou perturbação ali, como deveria existir com os efeitos do Mirakuru. Vi apenas os olhos de Felicity.

–Oliver? –Sua voz saiu doce e preocupada. –Você está bem?

Como assim ela acorda e quer saber se eu estou bem? Era pra estar querendo me matar.

–Eu... -Olhei para os outros que pareciam tão confusos quanto eu. –Estou. Como você está?

Seus olhos varreram o local, analisando cada um ali. Até enfim parecer perceber que estava completamente amarrada na maca. Forçou as correntes dos pulsos e sua respiração ficou agitada.

–Mas o que... –Pareceu pensar um pouco e seus olhos se arregalaram. –Meu Deus, Oliver! Todo mundo fica longe de mim!

Ela parecia enfim ter lembrado do que aconteceu.

–Está tudo bem, nós...

–Aperte mais. –Pediu.

A olhei confuso.

–As correntes, aperte mais.

A olhei hesitante, já estavam apertadas o suficiente.

–Oliver! –Forçou as correntes novamente. -Eu posso sair daqui se você não as apertar mais e... –Parou de forçá-las, olhando de forma estranha para o próprio braço. -Que estranho.

–O que?

–Não sinto como se pudesse quebrá-las, na verdade... É uma sensação muito estranha. Não me sinto mais forte. Pelo contrario, é como se... Como se eu estivesse normal. Meu corpo está mais pesado, como se fosse a gripe do ano e... Eu não sei, mas... Nada parece diferente em mim.

Okay, algo estava muito errado nisso tudo.

POV Felicity

Tudo estava tão confuso. Até onde sabemos era pra eu estar ainda mais agressiva do que qualquer outra pessoa que foi injetada com o Mirakuru, pois eu fui o teste de um Mirakuru ainda mais forte.

–Isso não faz sentido Felicity, você tem o Mirakuru, era pra estar querendo esmagar nossas cabeças. –Disse Roy.

Fiz uma careta imaginando a cena de mim mesma querendo matá-los.

–Com toda a certeza não quero esmagar a cabeça de vocês Roy.

–Posso tirar seu sangue e ver o que tem de diferente com você, dos outros que foram contaminados? –Perguntou Caitlin.

–Na verdade, não tive o Mirakuru em mim. –Comecei a explicar. –Não o Mirakuru que conhecemos. Slade fez um novo, quer dizer, meu pai maníaco fez um novo, e eles chamaram de Mirakuru B2. Slade me explicou que esse é bem mais agressivo e que faria eu pirar ainda mais do que com o outro Mirakuru.

–Então porque nada aconteceu?

–Eu não sei.

–Talvez por ser um teste não tenha funcionado. –Disse Dig.

–Não, acho que funcionou, talvez tenha os efeitos atrasados não sei, mas...

–Felicity, se era um teste é perfeitamente possível que tenha falhado. –Oliver se pronunciou, se aproximando de mim e soltando as algemas.

Não, foi meu pai quem fez ele Oliver, e não importa quanto tempo tenha passado. Ele nunca, nunca! Diria que uma coisa está pronta, quando ele não tem absoluta certeza de que vai funcionar. Ele sempre sabe se vai funcionar ou não, e se ele disse que vai funcionar é porque vai. Isso não parece ter mudado nele.

Me sentei na maca, sentindo minha cabeça pesar e uma leve tortura. Respirei fundo e ignorei. Joguei as pernas pra fora da maca e me levantei. Todos os meus músculos pareceram protestar e minhas pernas era como se virassem gelatina. Eu teria ido ao chão em um baque feio se as mãos de Oliver não tivessem me segurado firmemente pela cintura.

–Felicity, é melhor você descansar, não está bem ainda pra sair andando por ai.

Eu iria protestar e dizer que estava bem. Mas minha voz me traiu e nada saiu, minha visão embaçou e minha cabeça parecia chumbo, pesada demais para meu pescoço sustentar. A única coisa que pude fazer foi me segurar em Oliver.

Senti ele me pegar no colo e logo me por em um lugar macio. Abri os olhos tentando ver algo e percebi que era a cama que tinha ali de quando Oliver passava as noites na Cave. O mal estar melhorou um pouco e minha visão melhorou, ainda um pouco embaçada, o que me fez perceber pela segunda vez que eu estava sem meus óculos. Estreitei os olhos para tentar ver mais claramente. Oliver sorriu levemente pra mim e tirou algo do bolso, pude reconhecer meus óculos.

–Graças a Deus. –Peguei-o e coloquei no rosto, fechando os olhos por um momento e me afundando no travesseiro.

Olhei Oliver e ele me olhava parecendo aliviado, mas ainda preocupado. Levei minha mão ao seu rosto e sorri.

–Eu estou bem Oliver, foi só um mal estar pós-injeção de Mirakuru que possivelmente deu errado.

Oliver segurou minha mão e se aproximou.

–Espero que sim.

O beijei, sentindo mais alivio me preencher, estava tudo bem, o mirakuru não havia funcionado, então logo eu estaria bem.

Oliver afastou os lábios dos meus e me encolhi mais na cama, tentando me manter aquecida. Não me lembrava de que estava tão frio assim em Starling. Oliver me olhava um tanto assustado e o olhei de forma questionadora.

Sua mão grande tocou minha testa e pescoço.

–Felicity, você esta queimando!

Caitlin se aproximou de mim e repetiu o gesto de Oliver.

–Está mesmo! –Concordou. –Vou fazer alguns exames, e logo!

Senti meus olhos pesados e os fechei, sem conseguir controlar o sono excessivo tomar conta de mim. Seja la o que esteja acontecendo comigo, só pode ser culpa do novo Mirakuru, mas porque eu não estou querendo matar ninguém?


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Notas finais do capítulo

Eaeeee gostaram? Gente, esse capitulo ficou absurdamente grande e comcei a perceber que os capitulos agora vão ser maiores mesmo por causa dos flashbacks (que vão fazer bem mais sentido a partir do proximo cap kkk) E queria saber se esse tanto não está ruim, porqu geralmente eu não deixo chegar em 3000 palavras e nesse quase chegou a 4000 o que deu 11 paginas e tals, enfim. Se vocês estiverem achando muito grande eu dou um jeito de encurtar sei la kk Enfim, espero que tenham gostado do cap e comentem!!!
No proximo começa a explicar o que tá acontecendo com esse Mirakuru B2 bugado ai kkk bjsss.