–-O que pretende fazer hoje?- Koala se dirigia ao amigo enquanto o seguia para fora de casa depois do almoço, no segundo dia em Goa.

–-Vou apresentar vocês a Makino e o prefeito. – Ele cruzou os braços atrás da cabeça, despreocupado

–-Então... Vamos até o bar?

–-Bom, sim.

–-Vai levar a Shi-chan para um bar? Qual o seu problema?

–- Luffy ia lá o tempo todo quando era pequeno.

–-Luffy não é a melhor referência e você sabe disso.

–-Ah, lá tem suco.- Ele colocou Shiro nos ombros- Você vai gostar baixinha.

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–-MAKINOOOOOOOOO- Sabo berrava na porta do bar, chamando a dona atrás do balcão e atraindo atenção desnecessária dos clientes do local.

–-Ah, Sabo-kun. Como vai?- A mulher de cabelos esverdeados balançava um bebê.

–-MOLEQUE! QUANTAS VEZES TENHO QUE FALAR QUE NÃO SE PODE GRITAR EM LUGAR PÚBLICO!- O prefeito de Fuusha se levantava com uma agilidade impressionante para um senhor daquela idade.

–- Quem tá gritando agora é vuchê Oditchan.- Shiro pulava dos ombros de Sabo para o colo de Koala

–-Ah, é mesmo.- O idoso parecia constrangido.

–- Oh, você trouxe visita?- Makino saía de trás do balcão, indo em direção ao trio

–-Muito prazer, eu sou Koa...

–-AH, UM DOS MOLEQUES DA DADAN ARRANJOU UMA NAMORADA?!

–-Ahn na verdade...

–-O MUNDO VAI ACABAR PESSOAL! VOLTEM PRAS SUAS FAMILIAS E DIGAM QUE AS AMAM!

–-Mas...- Koala foi interrompida por uma debandada geral dos clientes do bar.

–-Prefeito, se acalme.- O fato de Makino continuar sorrindo era no mínimo esquisito.- Ela é apenas a companheira dele, já falei dela para o senhor. Lembra.

–- Não.

Sabo se abaixou, sussurrando de canto para a amiga assustada:

–-O prefeito está começando a caducar das ideias...

–- Não me diga.

–-Oditchan, você é doido.- Ah, como é doce a sinceridade infantil.

–-E você pequenininha, quem é?- Makino se abaixou na altura da criança

–-Shiro! E eu tenho cinco anos!- Ela estendeu a mão aberta, balançando os dedinhos e sorrindo fofamente.

–-Inháááaáá Kawaiiiiiiiii-

–-Prefeito, se controle por favor! Muito prazer Shiro-chan! Eu sou a Makino! E esse pequeno aqui- Ela mostrou o bebê que carregava- é o Eiji!

–- Você é fofu Eiji!- Ela fez cócegas no pequeno, fazendo-o rir.

–-Ei Makino, encontramos o Luffy em Dressrossa!- Sabo puxava uma cadeira, se sentando sem cerimônia.

–-Ah, eu fiquei sabendo. O tumulto que fizeram lá ocupou várias páginas no jornal. Como foi reencontra-lo?- A mais velha voltava para atrás do balcão, depositando o bebê em uma cesta

–- Emocionante!

–-Você chorou ?

–-Eu não choro!

Koala se sentou no balcão em frente a Makino

–-Chorou sim, como uma criança!

–-Bom, ele é uma criança!- As duas riram.

–-BWAHAHAAHAHAHA

–-Do que está rindo prefeito?

–-Não sei. Da mesma coisa que vocês.

–-Eu não sou uma criança! Sou mais velho que você, Marsupial!- Ele cruzou os braços, emburrado e fazendo bico.

–-Ossan, agora você parece uma criancinha!- Shiro se sentou no colo do mais velho.

–-Olha só que está falando!

–-Quem?- A menor olhou por cima do próprio ombro

–-Bom, como está o pequeno Luffy?- Makino estendeu copos e uma jarra de suco

–- Continua idiota. – Sabo enchia os copos.

–-Isso nunca vai mudar.

–-Mas conseguiu ótimos companheiros, esta feliz... E parece... ter superado...- Ele engasgava com as palavras.

–-... A morte do irmão.- Koala completou, pegando um dos copos, cabisbaixa.

–-Isso... Isso é ótimo!- Makino sorria triste.- Ele é um garoto muito bom...

Um silêncio pesado pairou no local por alguns segundos. Koala encarava os três adultos alternadamente, ambos com o mesmo olhar melancólico, distante e desfocado, com certeza perdidos em tempos passados de lembranças perdidas. Koala reconhecia esse olhar. Ela já havia o havia visto diversas vezes enquanto encarava seu próprio reflexo no espelho e quando via o amigo encarar o surrado cartaz de procurado do irmão falecido.

–-Nee, preciso ir no banheiro.- Shiro quebrava o silêncio.

–-Eu levo você. Makino-san?- Koala se virou para a dona do bar

–-Ah, sim. Segunda porta a direita ali.- Ela apontou a direção.

–-Obrigada.- Ela conduziu a criança até o banheiro.

–-E você Sabo-kun?

–-Eu o quê?

–- Não se faça de desentendido. Como passou esse ano?

–-Como os outros- Ele deu um sorriso de canto- Não mudou muita coisa.

–- Então o que te deu para trazer a Koala-chan com você agora?

Sabo deu de ombros.

–-Não pensei muito na hora.

–-E a Shiro?

–- Ela precisa começar a conhecer o mundo.

–- Pare de mentir pra si mesmo!

–-Não estou me enganando!

–-Esta sim.- Ela falava de forma calma, como se explicasse porque comer verduras é importante para a saúde.- Eu entendo disso.

–-Ah, claro. – Ele carregava a voz com sarcasmo- Muito.

–- Deixa de ser infantil e escute os mais velhos Sabo-kun. Não devo ser a primeira que te diz isso.

–- O que eu faço ou deixo de fazer só importa pra mim mesmo e pra mais ninguém!- Seu rosto tinha adquirido um tom leve de roxo.

–-MOLEQUE! ESCUTA AQUI!

–-O que foi seu velho senil?!

–- Esqueci...

–-AH MAIS QUE...

–-Sabo-kun, sem palavrões! Lembra do que eu disse?- Koala voltava do banheiro puxando Shiro

O rosto do revolucionário voltou ao normal quase que instantaneamente ao ver a amiga.

–-Agora vamos pra casa que prometi ajudar Dadan a limpar a cozinha.

–-Sim senhora.- Ele voltara a sorrir- Você que manda!

–- Foi um prazer conhece-los! Makino-chan, Prefeito.- Koala fez uma leve reverência

–-TCHAUZINHO!- A criança acenava, feliz. – Depois eu volto pra brincar com você Eiji!

–-Haha, serão muito bem vindas quando voltarem.- Makino ria para a criança

–-Até mais!- Sabo acenava de costas, já andando em direção a casa.

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Makino encarava a porta aberta do bar, observando o trio revolucionário sumir de vista. Ela ninava Eiji, fazendo com que ele dormisse

–- Ela é uma ótima garota.- Makino comentava com o Prefeito após a saída dos revolucionários.

–-É, é sim.

–-Será que ela já percebeu os sentimentos dele?

–-Mamão com açúcar.

–-Não é tão fácil ver essas coisas Prefeito!

–-Mas eu estou com fome!

Makino riu, estendendo a tigela de frutas para o idoso.

–-Ele lembra muito o Dragon quando jovem. Inconsequente... Infantil...

–-Esse moleque só vai tomar jeito quando arranjar uma mulher.

–-Ele já arranjou prefeito- Ela sorriu, divertida, como sempre fazia- Agora é só esperar para ver quanto tempo ele vai demorar para perceber e admitir isso.