Sua Garota escrita por Aurora Boreal


Capítulo 20
Dezenove - Dia de visitas


Notas iniciais do capítulo

Hey Zombies!
Primeiramente, queria pedir desculpas pela demora e pelo capítulo pequeno, mas as coisas andam tão corridas que só eu sei. Tantos trabalhos para fazer que mal tive tempo de respirar (inclusive agora eu deveria estar estudando Biologia). Queria avisar que estamos chegando a reta final de Sua Garota! Amei escrever essa fic, que eu chamo orgulhosamente de primeira. *limpa as lágrimas*
Nos vemos lá embaixo...



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Eu com certeza estava inquieta. Sem perceber, meus pés começam a bater no chão em um ritmo frenético enquanto observamos Laurel se aproximar. Oliver permanecia inexpressível, já eu deveria estar parecendo uma pimenta de tão vermelha. Não sei ao certo o que fazer. Eu poderia começar a explicar para a ex namorada dele que aquilo não passava de um mal entendido, mas teria que instantaneamente tocar no assunto de que ele estava passando esses dias na minha casa. E obviamente, esse pequeno detalhe não ajudaria em nada na situação.

– Laurel. - Oliver sorri, se mostrando uma pessoa receptiva. Me xingo mentalmente por nunca ter procurado uma forma de fingir tão bem quanto ele, mas agora já era tarde. Eu precisaria usar o que eu tenho.

– Não sabia que fazia compras. - ela tira o olhar dele, e se fixa em mim, com um sorriso plastificado no rosto. - Essa é uma novidade!

– Na verdade, eu o arrastei. - eu começo, percebendo que provavelmente minha língua frouxa deixaria algo escapar. Mas eu não conseguia impedir que as coisas saíssem da minha boca. - Eu não gosto muito de fazer compras, então ele estava por perto e eu pedi para que ele me acompanhasse.

Ela nos analisa atentamente, me fazendo ficar cada vez mais sem jeito.

– Por perto? - pergunta, mas para nossa sorte, uma voz masculina a chama, e eu observo a expressão de Oliver se desestabilizar por um momento quando um moreno aparece, segurando algumas coisas.

O moreno se aproxima, e eu procuro qualquer semelhança entre ele e... Paro por um momento ao perceber que não havia semelhança, mas sim que Laurel tinha seguido em frente. Não se referia a ela ter esquecido - ou tentado - Oliver, mas sim o baque em ele perceber que ela já estava pronta para um relacionamento depois do Tommy.

– Desculpa. - diz o rapaz. - Laurel, precisamos ir. O escritório está precisando de nós. Parece que um arquivo foi enviado para o tribunal com algumas falhas de protocolo e ... - o resto eu paro de escutar para perceber a expressão dela.

Ela olha entre Oliver e o rapaz com uma expressão perdida, mas logo se recompõe, elevando o olhar e recolocando o sorriso no rosto.

– Então nos vemos depois, não é Oliver? - ela encara nós dois, e se afasta, nos lançando um último olhar quando já estava de costas.

Quando ela desaparece, ainda passamos algum tempo parado, observando o nada. Um olhar nostálgico toma conta de seu rosto, e eu sei que aquilo se trata da falta que ele provavelmente sentia do amigo. Eu não duvidava que fosse algo realmente grande. Eles cresceram juntos, e Thomas morreu nas mãos de Oliver. Isso com certeza era barra pesada para qualquer um, até mesmo para Oliver.

– Acho que podemos fazer compras depois. - exclamo depois de mais alguns segundos preenchidos por um silêncio constrangedor. - Podemos comer fora. Sem problema. Já vou pedir reserva no...

– Não precisa. - me interrompe Oliver. - Vamos! Depois comemos algo.

As voltas pelo supermercado transcorreram em um silêncio desconfortável. Eu não tentei puxar assunto, muito menos Oliver. As pessoas me lançavam olhares curiosos quando me viam com ele, e isso fez com que aquele momento demorasse mais do que eu estava planejando. Tentei apressar as coisas, mas o lugar estava lotado justamente hoje, que eu queria me apressar em sair dali.

– Acho que já peguei tudo. - digo olhando para o carrinho mais para mim mesma do que para qualquer pessoa. Mas uma voz rouca e forte me responde, me fazendo praticamente pular do lugar.

– Tem certeza que não precisa mais de nada? - Oliver me lança um olhar inquisitivo, mas eu só aceno com a cabeça, confirmando. - Então vamos!

Passamos rapidamente pelo caixa, e depois de muito debate, eu pago as compras. Aquilo provavelmente feria o ego de Oliver, mas como resultado, ele me fez prometer que o almoço seria por conta dele. Relutantemente aceito, e estamos quites.

Andamos em direção ao carro, em um silêncio que aumentava cada vez mais o barulho do carrinho de compras se chocando contra o asfalto. Assim que me aproximo, destravo o porta-malas, e agilmente ele coloca todas as coisas ali dentro. Me pego encarando seus braços fortes enquanto ele ergue os mais pesados, e só saio de meu transe quando escuto sua voz me chamar.

– quer almoçar? - pergunta, me encarando.

– Oi? - eu o lanço um olhar interrogativo, e eu vejo algo mais escuro em suas íris. - Desculpa, Oliver. Eu estava... Quer saber. Esquece. O que você me perguntou?

– Eu perguntei aonde quer almoçar. - mas eu sabia que seus pensamento estava longe disso. - Desculpa pela Laurel, ela é bem...

– Possessiva, egocêntrica, arrogante...? - eu paro quando percebo um sorriso brotar de seus lábios. - Desculpa, eu sei que ela é sua amiga, mas ela me dá nos nervos. Principalmente por ser tão... - percebo que ia xingá-la novamente, e isso não seria bom. Eu começo a corar, e penso rapidamente em algo que me tire daquela situação. - O que acha de amendoim?

Uma gargalhada brota de seus lábios enquanto lentamente encolho os ombros com certa timidez. Eu deveria estar agindo naturalmente. Aquele era Oliver Queen, o cara com que eu trabalhei de dia e de noite durante quase um ano. Fora o tempo que eu passei sendo sua empregada na CQ. Mas como eu já disse, aquele é OLIVER QUEEN, o maior gato de Starling que exibe um físico perfeito e um sorriso encantador que envolve qualquer garota com aqueles olhos azuis e aquela barba por fazer.

Sim, esse era o Oliver Queen. Que estava parado na minha frente. Me encarando. Agora sério. Se aproximando. Segurando minha cintura com força, me prendendo junto a ele. Fazendo com que aquele momento de aproximação transcorra em câmera lenta enquanto eu torcia para que nada nos impedisse.

E para minha imensa alegria, não impediu. Seus lábios tocam os meus com delicadeza, e eu me deixo relaxar com seu toque. Seus braços envolvem minha cintura com força, me trazendo mais para perto, enquanto sou imprensada entre o muro na minha frente e meu carro. Obrigada estacionamento por estar lotado, me forçando a estacionar em uma ruela distante penso comigo. Obrigada, obrigada, obrigada...

Mas como qualquer coisa para Felicity Smoak, meu celular toca, nos tirando completamente do clima. Oliver não se afasta, enquanto eu luto para tirar a porcaria gigante da bolsa, enquanto olho a tela.

– Quem é? - sussurra, olhando o aparelho em minhas mãos.

Abro e fecho a boca várias vezes antes de responder, sem saber que reação ter. Olho para Oliver que finalmente se afasta pedindo uma explicação.

– É... - eu começo, me sentindo novamente inquieta. - Oliver... É o detetive Lance. E ele não está ligando diretamente para meu celular.

Ele já sabia do que se tratava. A ligação era anexada a meu telefone em um sinal fantasma, onde Oliver poderia atender de qualquer lugar. Precisavam da ajuda dele. Ou melhor, precisavam da ajuda do Arqueiro.

Ele estende a mão, pegando meu telefone e atende. Começo a andar de um lado para o outro, enquanto ele tem sua conversa com o detetive, e vez ou outra arrisco lançar um olhar interrogativo para Oliver, que meneia a cabeça avisando que depois conversaríamos sobre isso. Permaneço inquieta, até que ele desliga o celular, e me encara, com uma expressão não muito boa.

– Eles querem o Arqueiro. - ele fala frio, sem se dirigir diretamente a mim.

– Oliver... - o chamo segurando seu braço. - Me escuta. Claro que eles querem o Arqueiro. É a salvação de Starling. Sem o Arqueiro, não haveria mais esperança nenhuma para nenhum de nós, nem mesmo para mim. E vai por mim, eu sou bem esperançosa...

Se eu era? Não sei. Nunca parei para pensar nesse fato, mas eu estava e um momento filosófico, e eu achava que seria certo falar isso. Não era de todo mentira, mas eu não sabia se era de todo verdade. O bom foi que eu consegui arrancar de seu rosto um sorriso leve, e um suspiro.

– Vamos pra casa. - ele diz, e a forma com que sua voz sai me faz arrepiar. - Temos muito trabalho mais tarde.

***

Não precisei ligar duas vezes para Diggle. Em questão de minutos, ele estava descendo rapidamente as escadas da Verdant, com uma expressão mais preocupada que o normal, me fazendo imaginar se ele sabia o que estava acontecendo ali.

– Onde está Oliver? - mal desacelera para perguntar, quando ele observa a fantasia do capuz ainda na cabine. - Felicity, ele não...

– Diggle, eu não sei mais o que fazer. - meu olhar se prende nele, que me analisa minuciosamente. - Ele não quer falar, e eu sinceramente não sei como ajudar. - seguro seu braço quando ele ameaça sair. - O que aconteceu?

Diggle me lança um olhar de advertência, quando Oliver aparece. Não abro a boca, mas também não estou satisfeita. Eles poderiam me contar o que estava acontecendo, mas preferiam fazer suspense me deixando de fora do plano que eles bolavam. Depois de alguns minutos afastada, já sem paciência, pego minha bolsa em cima da mesa do computador e começo a me dirigir para fora, quando uma mão prende em meu braço me impedindo de sair.

– Felicity... - Oliver chama, com uma expressão desacreditada. - Aonde está indo?

– Embora! - digo irritada. - Parece que vocês não precisam de mi aqui, então acho que eu posso deixar vocês trabalharem em paz.

Ele me analisa, com os lábios apertados. Imagino o que se passava na mente dele, como o que ele estava pensando de mim naquele momento, mas eu sempre estava no escanteio. Sempre os segredos ficavam escondidos de mim.

– Eu preciso de você. - seu tom é de certo modo bajulador. Tento permanecer séria, mas eu queria rir naquele momento. Queria me aproximar dele e queria abraçá-lo, com toda a força que eu tinha. Mas eu não poderia fazer isso. Seria assim? Eu cairia de amores por Oliver? Não que isso não tenha acontecido, mas eu precisava me preservar.

Seu olhar estava intenso, e isso só me fez ficar bamba. Ele parecia hesitante em se aproximar, e eu estada da mesma forma. Só queria me decidir rápido. Não teria mais muito tempo ali, e sinceramente eu precisava de uma escolha definitiva.

– Eu não sei, Oliver. - e me desvencilho do aperto de sua mão. Precisava de um momento, e aquela era a deixa.

Subo as escadas me negando a olhar para trás. Minha respiração estava completamente desregulada, e seria um imenso prazer tomar algo forte para esquecer aquele embrulho no estômago que eu sentia, como se tivesse comido areia.

Meus passos ecoam pelo salão da Verdant, ainda vazio, mas uma movimentação incomum me faz parar. Olho ao redor a procura do que causou aquele arrepio, mas sou impossibilitada de andar de pânico. Eu e meus surtos causados pelos perigos que já passei. Será que Oliver era assim?

Em falar nisso...

– Oliver? - pergunto baixo, esperando qualquer resposta. Silêncio. - Oliver! - tento mais alto, me precavendo de qualquer coisa. Eu sabia que eu poderia começar a surtar a qualquer momento, mas escuto passos atrás de mim.

Me viro rapidamente, me preparando para qualquer ataque, quando vejo Oliver se aproximar com uma expressão preocupada. Suspiro aliviada e me aproximo dele, tocando seu braço.

– Algum problema? - pergunta tirando uma mecha de cabelo do meu olho. Ele estava tenso, e eu percebi isso.

– Não sei... - eu sou sincera. Olho para trás mais uma vez, e volto a enará-lo. - É só que eu achava que tinha alguém...

Mas sou impedida de continuar. Uma voz atrás de mim faz Oliver me puxar para mais perto de si.

– Eu estou aqui. - diz uma morena se aproximando. Sua beleza é exótica, mas sinto um arrepio ao encarar seus olhos. - Sinto muito interromper seu momento, mas estou procurando o Arrow. - seu olhar se foca em Oliver, e sinto seu aperto ao redor de mim apertar cada vez mais.

– Quem é você? - pergunto, sem conseguir conter a curiosidade. Ela parecia perigosa, mas Oliver em sua posição protetora me tranquilizou.

– Sou Nyssa. - ela parece continuar, mas sua expressão muda. - Mas isso não importa. Preciso de ajuda.

– Para... - incito, esperando uma resposta boa o bastante para convencer Oliver que não estava com uma expressão muito boa.

– Salvar Sara. - ela encara Oliver. - Meu pai vai matá-la!


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Notas finais do capítulo

Então é isso! Vou fechar a fic entre vinte e três e vinte e quatro capítulos, ok? Não quero estender muito para não ficar cansativo, e também não quero ver algo curtinho demais. Pretendo voltar a escrever Olicity's (ideias no forno), mas eu queria saber se concordam. Vão ser geralmente Universos Alternativos. O que acham?
Na reta final, gostaria de pedir que vocês deixassem sua marca, com comentários, favoritos, recomendações. Isso ajuda muito mesmo!
PS: Próximo capítulo, veremos a despedida de Bruce!
Nos vemos em breve...
XOXO
~Mais uma Geek



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