Sua Garota escrita por Aurora Boreal


Capítulo 12
Onze - O pior dia de todos


Notas iniciais do capítulo

Hey zombies...
Bom, para quem viu que eu postei antes, mas excluí o capítulo, quero começar a me desculpar, mas o capítulo estava com erros, e eu tive que concertar. Queria também me desculpar pela demora para postar, mas como eu já havia avisado, eu iria estar viajando. Chegue antes, mas estou fazendo provas, o que explica minha demora a escrever esse capítulo. Bom, estou muuuuito feliz por que recomendaram a fic, e queria agradecer a Vana Mellark pela recomendação perfeita, e a todos vocês por comentarem e me incentivarem.
Vamos ao capítulo. Nos vemos lá embaixo...
Recomendo para a leitura escutar a música All For You - Imagine Dragons. Vai dar um toque especial.



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Saio de meus pensamentos quando escuto passos adentrarem a sala. Levanto o olhar do computador com a manchete da eleição de Moira Queen, e foco a modelo russa alta e esnobe passar por mim e ir direto até a sala de Oliver, que estava até então vazia. Levanto e ando em sua direção enquanto ela desenha o contorno da mesa com os dedos, até que percebe minha presença.

– Algum problema, Srta Rochev? – disparo, e ela me olha com aquele seu olhar desafiador. Suspiro pedindo calma.

– Vim aqui organizar algumas coisas, contando a ausência de nosso presidente. – diz, e eu de primeira descubro o que ela quer dizer com “organizar algumas coisas”.

– Você não vai assumir a empresa! – digo convicta e ela somente ri. – O Oliver ainda é o presidente!

– Do jeito que ele leva a empresa, os acionistas logo passarão ela para mim. – diz e se levanta. – E quando isso acontecer, mesmo admirando seu trabalho na informática, pode se considerar demitida. Você nunca mais vai pisar o pé nas Indústrias Queen.

Fecho o punho, e acabo por suspirar mais uma vez pedindo aos céus a calma que estava tentando me escapar. Isabel somente ri e sai da sala da mesma forma que entrou.

Arrogantemente.

Ando em direção a minha mesa e pego meu celular, até que o toque do mesmo quase me faz derrubá-lo no chão. Olho a imagem de Bruce na tela, e suspiro pedindo pelo menos juízo depois do que aconteceu, já que parece que dignidade e calma estava faltando.

“Onde diabos está Oliver?” diz assim que atendo irritado, e eu suspiro esperando não ter que ficar dando explicações a ele também.

– Eu não sei! – falo frustrada, e me encosto na mesa, esperando que talvez (apenas talvez) ele se tocasse do quanto eu estava estressada para ter que lidar com a fúria de outro riquinho mimado. – Eu queria que as pessoas parassem de me ver como a sombra dele!

Só ai que me toquei de quanto eu estava sendo bruta e ridícula. Ele estava irritado, mas ele não havia me irritado. A Isabel sim.

“Você está bem?” o escuto perguntar, e sorrio por sua preocupação. “Eu iria ai, mas liguei para avisar que eu estava indo para Gotham.”

– GOTHAM? – exclamo, e ele somente ri sem nenhuma graça ou alegria na voz.

“Precisei resolver algumas coisas, mas volto daqui a dois dias mesmo. Não vou ficar fora por mais que isso.”

Suspiro imaginando o que se passava na cabeça dele com meu escândalo. Provavelmente que eu era uma maluca psicopata por ele, mas naquele estado de sanidade, aquilo já não importava mais.

Abro a boca para responder, até que o barulho do elevador abrindo me força a olhar quem estava chegando, até focar em Oliver com um olhar urgente.

– Preciso da sua ajuda. – diz sem me deixar tempo para perguntar meu tradicional “o que aconteceu?”.

Olho para ele tentando desvendar aquele olhar, até que desisto e percebo que eu estava demorando demais no telefone.

– Nos vemos daqui a dois dias. – falo no telefone, e escuto um “até logo” de Bruce antes de desligar e fitar Oliver realmente aflito por seu olhar. – O que aconteceu Oliver?

– O Roy sumiu. – diz, e eu me assusto com seu tom, até ligar os pontos e...

– Aqueles caras não pegaram ele, pegaram? – pergunto assustada, e levo uma mão a boca tentando manter a calma diante daquela situação desesperadora.

Era o Roy!

Eu havia me apegado a ele muito, a ponto de cuidar dele como se fosse meu irmão mais novo. E sequer imaginar ele nas garras de alguém que enfrentamos era de me deixar fora de si. E principalmente se fosse os caras do mirakuru.

Antes de qualquer coisa, saio da sala, e em pouco tempo estávamos na Verdant esperando qualquer notícia. Desço as escadas, e Diggle e Sara nos esperam no andar de baixo fitando o computador.

– Me dêem espaço. – digo e sento em minha cadeira deslizando os dedos pelo teclado fazendo meu trabalho sentindo a determinação fluir por meus dedos até que um ponto na tela me faz descansar.

Antes que eu diga qualquer coisa, me viro, e Oliver já está vestindo o casaco do Arqueiro, e Sara estava pegando seu bastão. Logo os dois estavam sendo representados por um ponto verde em meu computador.

Vai ficar tudo bem!

Ficava repetindo isso em minha mente como se fosse o motivo que me fazia ficar acordada. Oliver já estava perto, e eu sentia a tensão de saber de notícias de Roy a cada pequeno espaço andado por eles. Oliver parecia perceber que eu não estava com psicológico para falar, e se manteve calado durante todo o trajeto.

– Oliver! – o chamo, e ele parece me ignorar, com um barulho de fundo que se parece com uma briga.

“O achamos!”

Suspiro.

“Preparem uma maca!”

A ordem me força a pular da cadeira, e começo a pegar as coisas sentindo minhas mãos tremerem. Diggle era ágil, e logo eu não tinha nada mais para fazer do que esperar Oliver e Roy. Meu corpo sentia tremores, e algo fazia minhas pernas tremerem mediante a idéia do que poderia ter acontecido.

Escuto a porta da garagem ser aberta, e olho para Oliver segurando um corpo, até que abafo o choro.

– Roy... – digo fitando seu rosto sujo de sangue que parecia escorrer de seus olhos. – Roy... Fica comigo!

– Estamos perdendo ele! – diz Oliver tirando o casaco e se preparando para ajudar ele. – Sara, tira a Felicity daqui.

Sara começa a me incentivar a subir, mas eu me negava até que percebo o olhar de Oliver indicar que aquilo seria o melhor. Dou o braço a torcer, e dou uma última olhada para Roy deitado na maca antes de estar completamente fora do QG. Sinto a brisa da Verdant. Estava cedo, e Thea estava ocupada ajudando Moira, então resolveu deixar a boate fechada por um curto período de tempo. Os passos de Sara atrás de mim acabam por me despertar.

– Ele vai ficar bem! – diz enquanto se aproxima, e as lágrimas voltam a escorrer pelo meu rosto desesperadamente.

– Eu não posso perder ele! – digo a ela que me olha compreensiva. – Não posso perder uma das poucas pessoas que me restam. – eu estava desesperada. – Eu não posso... – e percebo que estava sussurrando.

– Você não está sozinha, Felicity. – diz ela se aproximando. – Eu sei de pessoas que vão estar sempre ao seu lado. Eu sou uma delas. Nos importamos com você. Oliver se importa com você!

– Ele não tem tempo nem para a empresa dele... – sussurro, e ela sorri e olha para longe, depois voltando a me fitar.

– Ele não tem tempo para a empresa dele por que ele passa o seu dia se preocupando em fazer uma Starling melhor para as pessoas. – diz e se aproxima cada vez mais. – Para fazer uma Starling melhor para você!

Paro por um instante me focando em seu rosto sem acreditar no que ela estava dizendo. Será que ela sabia que aquilo era um absurdo?

– Ele terminou comigo, porque não consegue esquecer outra pessoa. – diz sorrindo, e eu me pergunto se essa pessoa era... – Ele sente coisas por você. Eu não sei explicar, mas eu sei que sente.

– Como? – pergunto baixo. – Como sabe disso?

– Porque era como minha mãe olhava para meu pai, e Laurel olhava para Oliver. – diz e passa os braços ao meu redor me abraçando como uma amiga. – E eu sei que ele não vai deixar você perder o Roy.

– Ele não pode escolher isso. – digo deixando minhas lágrimas escorrerem por seu cabelo loiro.

– Ele é Oliver Queen. – sussurra. – Ele encontra um jeito.

P.O.V. Oliver

O Roy não estava aguentando, e eu sabia que ele não duraria mais muito tempo. Mas eu não podia fazer aquilo. Não pela Felicity. Não pela Thea. Não por que aquilo era tudo culpa minha.

Tento acelerar seu batimento cardíaco, mas parece que todo meu esforço era em vão, já que ele ficava cada vez mais lento. Olho para Diggle e ele entende o recado.

– É culpa minha! – sinto as lágrimas ameaçarem escorrer por meu rosto. – Eu não deveria ter feito isso!

– Nós não deveríamos ter feito isso! – rebate Diggle, até que o barulho cortante das máquinas me faz levar uma mão a cabeça tentando digerir o que aconteceu ali.

Diggle e eu trabalhamos em sincronia tentando reanimá-lo, mas nosso trabalho foi parando aos poucos sem qualquer resposta, até que nos afastamos da maca. Passo minha mão em meu rosto, e me permito chorar por um instante. Imaginar a reação de Thea e de Felicity estava quebrando meu coração em pedaços. Diggle também se permitiu sentir a perda, mesmo não o conhecendo tão bem, até que alguns bips começam a ecoar pela sala, e podemos ver os traços no monitor cada vez mais frequentes.

– Isso não é possível! – fala Diggle enquanto encara o corpo de Roy normalizado, e eu faço o mesmo.

Aquilo não era real! Não era normal.

Até que um pensamento me vem a mente me deixando perplexo. Perplexo o bastante para olhar para Diggle e acenar com a cabeça o explicando que eu sabia o que havia acontecido.

– O que vamos fazer? – pergunta, e eu me foco em sua expressão preocupada.

– Nesse momento não podemos fazer nada, mas mantê-lo aquilo não é uma boa idéia. – digo e pego meu capuz. – Vamos levá-lo ao hospital.

– E depois? – pergunta tentando entender meus planos.

– Vamos ficar de olho nele!

P.O.V. Felicity

Olho para Sara que me oferece um copo de água, e por fim resolvo aceitar, contando minha garganta seca provavelmente de tanto chorar. Olho mais uma vez pela porta, esperando que dali saia minha esperança, até que a porta se abre, e eu posso ver Oliver.

Aquilo só podia ser ironia.

Mas sem pensar, levanto e ando rapidamente em sua direção esperando que a notícia que ele fosse me dar fosse boa. Sua expressão estava indecifrável, e aquilo só apertou mais meu coração. Eu não sabia se estava preparada para o que fosse acontecer, e Sara sabia disso tanto quanto eu. Olho para Oliver, que suspira antes de dizer qualquer coisa.

– Ele está bem, mas eu e Diggle nos encarregamos de deixá-lo no hospital para ser cuidado melhor. – diz, e eu abro um pouco mais os olhos, o fazendo segurar meus ombros com as duas mãos e me fitar. – Não podíamos fazer mais nada por ele aqui, Felicity.

Suspiro, e acabo podendo relaxar, mas aquilo ainda não era o fim. Não ainda. Não até que a pessoa que tinha feito aquilo com ele estivesse atrás das grades pagando por todo o mal que ele fez ao Roy.

Chego em casa jogando minhas coisas de um lado, mas eu estava determinada a acabar com aquilo de uma vez. Eu acharia quem fez isso com ele.

Vou em direção a meu quarto, procurando no princípio algo para vestir, mas quando vejo a blusa em que eu vim da casa de Oliver, no dia em que levei um tiro, não pude resistir, e vesti ela junto com um short. Eu gostava daquela sensação, mas não sabia se cobria toda a raiva que estava dentro de mim. Eu espero que sim.

Antes que eu termine de me arrumar, contando que eu ainda prenderia meu cabelo, olho para a janela, e vejo uma sombra conhecida. O capuz se destacava, e eu me aproximo devagar, e destravo a janela, para que ele pudesse entrar. Mas antes de me afastar para dar espaço para que ele entre, percebo uma coisa. Aqueles não eram os olhos de Oliver. Meu sangue ferve, e eu amaldiçôo aquele dia pelo resto da minha vida.

Forço meus pés a se mover, até que consigo alcançar a porta, mas me começo a me contorcer quando sinto mãos envolver minha cintura antes que eu consiga destrancar ela. Me viro e tento chutar seu corpo, mas minhas tentativas são em vão, contando sua habilidade. Começo a gritar, mas sou jogada contra a parede e uma mão tampa minha boca me impedindo de produzir qualquer som.

– Silêncio, ou vou ter que te machucar, e eu não vim aqui para fazer isso. – diz com seu rosto bem perto do meu, e eu me forço a parar de me mexer quando vejo as armas e as espadas junto com sua roupa. Encaro a máscara com a divisória de cores. Amarelo e preto. – Preciso que você pesquise algo para mim.

– O quê?! – cuspo quando ele libera minha boca para que eu fale. – Eu não vou fazer nada para você.

– Vai sim. – diz insistentemente. – Porque Roy está no hospital muito mal, e eu tenho médicos lá. Seu namoradinho está viajando com seu jatinho, e tenho mísseis apontados para ele. – eu não podia ver nada, mas sabia que aqueles olhos frios destacavam sua determinação. Ele faria aquilo se eu me negasse.– E eu ainda vou matar você!

– Você vai se arrepender disso, seu... – começo a dizer, mas ele se apropria de meu cabelo me fazendo dar um grito de dor.

– Vamos nos divertir um pouco. – diz. Começo a me contorcer enquanto ele começa a se aproximar de meu pescoço e de minha garganta com uma adaga, tocando a forma de meus lábios com seus dedos, antes que encostar o aço gelado em mim.

– Eu faço! – exclamo, e ele somente sorri.

– Eu sabia princesa! – diz e se afasta. – Áh! – diz antes de sair pela janela enquanto ainda estou na parede com medo de me afastar e cair contando minhas pernas trêmulas. Ele olha para o lado de costas para mim – Não se esqueça de contar para seu amigo, o Arqueiro. Ou você prefere Oliver Queen? – então ele dá a ordem. – Não se preocupe! Vou te procurar quando você tiver o que eu quero, mas para dar uma dica, saiba que os Queens têm mais segredos do que você pode imaginar.

Ele some na noite, e me perco em meus pesadelos. Eu sabia que deveria contar aquilo a Oliver, mas eu tinha medo de colocá-lo na mira daquele cara que o mataria sem piedade. Eu precisava pensar rápido, mas aquilo estava me deixando enjoada, até que percebo que eu não tinha muito mais o que fazer a não ser fazer o que aquele cara mandou.

Com desgosto, observo meu celular tremer assim que o pego com as mãos, e começo a procurar o número da única pessoa que poderia me ajudar. Batman estava fora de cogitação, então a imagem do meu celular discando para Oliver me força a levá-lo até o ouvido.

“Alô!” atende rapidamente, e posso me sentir relaxar com o som da sua voz. “Felicity, tá ai?”

– Oliver... – sussurro tentando medir as palavras. – Eu...

“Oliver!” escuto o grito cortante e rasgante de Sara no telefone, e sinto meu coração partir em pedaços.

A mesma Sara que havia tentado me convencer de que ele sentia algo por mim estava naquele momento com ele, e eu não podia sentir dor pior em meu coração, do que eu estava sentindo.

“Felicity... Eu tenho que desligar.” diz, mas antes de desligar, posso escutar um “Sara”

Eu deveria saber que aquilo não era possível, e que Oliver estava fora de meu alcance. Eu precisava me conter em tê-lo como amigo, contando que as ex-namoradas dele estavam rondando por ai.

Mas o pior era o medo que eu estava sentindo por estar sozinha. Naquele momento, eu não poderia ligar para Diggle que estava com Lyla, muito menos para Oliver. Roy estava doente, Caitlin estava fora, Bruce estava longe, e o que eu tinha como família de sangue estava perdida pelo mundo. E eu passaria toda a minha vida assim? Cercada por sombras? Perdida nas mágoas dos meus pensamentos. Não aceitar que eu era simplesmente uma segunda opção? Uma necessidade?

Eu provarei a todos eles que eu não preciso me esconder atrás de um Arqueiro e de uma Canário para ser boa. Eu seria boa por méritos próprios, nem que eu tenha que me machucar e errar. Além do mais, é errando que se aprende, não?


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Notas finais do capítulo

Felicity mais obscura nesse capítulo, não? Bom, a fic vai tomar rumos um pouco diferentes dos da série, então queria avisar para não assustar vocês. Bom, eu amo de paixão comentários, então se quer ver uma autora extremamente feliz, aqui em baixo tem uma caixinha de texto, e você escreve o que achou do capítulo, ok? Eu juro que vou responder todos os comentários, e se por acaso não acontecer, eu leio todos e os guardo no meu coração. Favoritos e recomendações também aceitas!
Kisses
~Mais uma Geek



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