Jack colocou a mão na têmpora, com dor de cabeça após ouvir tudo isto. Ele ainda insistia em não acreditar, porém era impossível ser uma pegadinha, como ela iria aparecer do nada? E aquelas asas eram tão realistas. Algo falava para Jack que tinha que acreditar.

– Bom, Rapunzel. – Fez enfase no nome da anja – Eu não sei o meu desejo, como se nem eu sei você poderá realizar?

– Então, a intenção é juntos descobrir o seu desejo protagonista. – Ela disse sentando-se ao lado de Jack – Ou, fazer nascer um. Lembre-se, um desejo não é ter um carro, ter isso e aquilo, é algo que realmente iria mudar a sua vida e bem, você precisa criar um ainda, mas não se cria com a mente e sim com o coração.

– Bem Rapunzel Lispector, então você ficará comigo até eu descobrir? – Ele arqueou as sobrancelhas.

– Sim. – A loira disse naturalmente – Tem algumas coisas que eu preciso falar sobre mim: Primeiro, eu sinto dor na Terra, todos os anjos que caíram sentem dor na Terra, eu não sei se eu posso morrer, levando em consideração que eu já estou morta, mas se der de morrer possivelmente um outro anjo virá fazer o seu desejo e eu volto para o céu.

– Se eu estiver farto de você eu te empurro, é isso?

– N-Não! Não é tão fácil matar um anjo! Segundo que talvez nem é possível isto acontecer. Continuando, segundo, eu não posso atravessar paredes, eu não passo de um humano aqui na Terra, um humano com asas que só você vê ou escuta, resumindo, não insista que eu faça mágica pra você, aqui não é um circo! – Rapunzel falou levantando-se – E em terceiro nada menos importante, não conte sobre mim para ninguém, ouviu?

– Entendi, entendi...

Jack deitou-se na sua cama se jogando e logo fechando os olhos. Sentiu alguém puxando-o e o chacolhando, ele abriu uma de suas pálpebras.

– O quê foi agora? – Murmurou, cansado.

– Você acabou de acordar, poupe-me. Como vamos achar o seu desejo se você fica aí dormindo?! – Ela disse autoritária cruzando os braços e enchendo as bochechas, Jack por um minuto viu Emma e soltou uma risada sorrindo – O-Oquê foi? Por que você está me olhando assim? – A pele ficou um pouco avermelhada.

– Nada não... Acho que vou me encontrar com Hiccup e com a Merida. – Ele se levantou de sua cama – Eles me chamaram antes de ontem e eu não fui, então hoje irei. – Abriu o seu guarda-roupa.

Jack ficou fitando as roupas pensativo. Se encontrasse alguém lá teria que ser bonito, sempre tinha essa possibilidade. "Ah, qual é eu sou lindo, até saco de lixo fica bonito em mim" se gabou pegando qualquer roupa. Ele foi em direção ao banheiro e fechou a porta, porém antes de fechar virou-se para a anja.

– Você realmente não atravessa paredes, né? – Perguntou para ela.

– Não. – Rapunzel disse com sinceridade – Mas, eu não queria ver você trocando de roupa nem morta, literalmente. – Falou deitando-se na cama dele.

– Ei! – Exclamou um pouco ofendido – Já volto.

Ele fechou a porta e ligou o chuveiro. Despiu-se e entrou na água gelada, não se importou pois logo estaria quente. Enquanto banhava-se ficou imaginando tudo o que tinha acontecido, o quê não foi absolutamente nada normal. Esse seria o começo de 2015, pois é um novo ano (e coloque novo nisto). Desligou o chuveiro e pegou o seu celular que estava em cima da pia.

"Bora sair hoje?" – tinha uma mensagem do Hiccup.

"Ufa! Uma frase sua que não tenha 'de boa'" – Jack enviou.

"Hhsuahsa, ano novo né..." – enviou para o albino.

"Ok, quem vai estar junto?" – Jack digitou a mensagem.

"Eu, a Merida, a Hofferson, o Bocão, o Coelhão e o Flynn" – Jack bufou quando leu que o Flynn estaria lá.

"Ok, eu vou ir. Que horas?" – perguntou.

"Daqui a 15 minutos encontra nós no Burguer X's Burguer, beleza?" – Hiccup amava o Burguer X's Burguer, não era de se espantar que seria lá.

"Tá, flw." – Jack desligou o celular.

Ele colocou a sua roupa rapidamente e passou um pouco de gel no cabelo molhado, tomou o seu rápido banho de desodorante e saiu do banheiro. Rapunzel tossiu pois o cheiro estava forte demais.

– O quê foi? – O garoto perguntou para a anja – Está com gripe?

– Não, é só que você passou UM QUILO de perfume – Ela disse abanando com as mãos.

– Mentirosa, eu nem usei perfume – Ele disse colocando o seu tênis todo destruído – Bom, eu vou me encontrar com a galera, quer vir junto?

– E você acha mesmo que eu tenho opção? – A loira perguntou.

– Então vamos logo que praticamente estou atrasado, o Burguer X's Burguer fica a vinte minutos daqui. – Se levantou da cama quando amarrou o seu tênis e pegou a chave de seu apartamento – Vai que encontro o meu desejo hoje.

– Acho que não sou tão sortuda assim de você encontrar hoje... – Ela suspirou.

– Estou achando que você não pode ser anjo, me cortando dessa forma... – Abriu a porta do apartamento e quando os dois passaram ele trancou, apertando logo em seguida no botão do elevador.

– Eu sei que você também corta muitas pessoas, seu hipócrita!

– Mas eu não sou um anjo! – Defendeu-se e entraram no elevador.

O resto do caminho foi em silêncio, Rapunzel parecia que não tinha vindo a Terra há um tempão pois ficava encarando tudo com brilho nos olhos, como se fosse algo novo. Até o semáforo parecia nunca ter visto em sua vida, no final do caminho encheu Jack de perguntas sobre o quê diabos era várias coisas.

– Chegamos, agora não irei falar com você ou irão me chamar de louco, tá? – Disse abrindo a porta de vidro.

– Nossa, seu ignorante, vai ficar me deixando falando sozinha? – Perguntou, porém Jack não respondeu.

Tinha uma mesa grande em que todos os amigos de Jack já estavam lá. Ele sentou-se na mesa e deu feliz Ano Novo para todos. O Burger X's Burguer estava oferecendo o Burger X's Sanduíche especial de graça pelo Ano Novo, já que desde o começo do ano eles iam lá sempre.

– É por conta de casa! – O chefe falou.

– Caramba! Obrigada! Você é o melhor! – Astrid disse abraçando o chefe o dono do local.

– Eu sei, vocês me amam. – Brincou e logo saiu para atender o resto dos pedidos.

Enquanto eles comiam (devoravam) o lanche conversavam assuntos aleatórios. Pela porta de vidro uma garota com as mechas coloridas, cabelo curto chamando atenção de Jack, o vento balançavam os cabelos da menina, ele largou o lanche e sussurrou baixinho para Rapunzel.

– E-Eu... Acho que eu sei qual é o meu desejo.