Olá, Sou eu...Você gostaria que nos encontrássemos para superarmos tudo...Dizem que o tempo supostamente cura... mas eu ainda não fui completamente curada...Olá...Você pode me ouvir? Estou na Califórnia sonhando com quem costumávamos ser...Quando éramos mais jovens e livres...Eu esqueci como era antes do mundo cair aos nossos pés...Olá do outro lado...Devo ter ligado umas mil vezes para lhe dizer que sinto muito por tudo o que fiz...Mas quando eu ligo você parece nunca estar em casa...

Hello - Adele

Amanheceu,  e Regina agradeceu aos céus por aquela noite que parecia não ter fim, finalmente ter acabado, ela levantou de sua cama e foi em direção ao banheiro para tomar um banho, o enjoo da manhã por sorte não tinha se pronunciado ainda àquela hora, ela tirou sua camisola, ficando completamente nua, e se permitiu ter um vislumbre de sua imagem pelo espelho, sua barriga ainda completamente lisa, onde ali dentro crescia seu filho, Mary estava certa, não importava quem era o pai, aquela criança era dela e ela já o amava com todo seu coração. Após o banho Regina colocou suas roupas para cima, arrumou os cabelos, maquiagem e foi em direção a garagem do seu edifício.

— Bom dia Senhorita Regina – O porteiro disse um pouco mais cordial que o habitual.

— Tenha um bom dia também Sr Martin.

— Meus parabéns! – Ele diz sorridente, e ela para se virando para ele sem entender um pouco do que o homem estava falando, seria ele a felicitando pelo casamento que estava prestes a acontecer? Estranho pois isso já havia acontecido a partir do momento que o Jefferson insistiu em colocar uma nota com o anuncio do casamento nos jornais meses atrás, mas ela não se importou muito com o comentário do senhor, ela estava com pressa e ansiosa demais para dar qualquer importância a isso no momento, educada ela murmurou um “obrigada” e se direcionou a clínica, onde faria uma ultrassonografia.

— Bom dia Regina.

— Bom dia doutor eu estou grata por me atender o mais rápido possível.

— Fico feliz, agora eu peço que você se troque e coloque isto, para iniciarmos – Regina coloca as vestes especiais e se deita na maca como o médico a solicitou, em seguida o homem descobre uma parte da barriga de Regina e aplica o gel para dar início.

— Está escutando isso? – Ele pergunta enquanto Regina já estava em meio a lagrimas atenta ao monitor, tentando entender algo que aquela coisa mostrava.

— É o seu bebê Regina, o coração é forte!

Não era a primeira vez que ela havia escutado essas mesmas palavras vindas de um médico, ela sabia que agora era diferente, seu corpo já não era mais de uma garota de 16 anos, mas ainda doía e carregando os resticios  da perda do seu primeiro bebe. Ela não podia deixar de estar feliz e sorrir em mio a lagrimas enquanto ouvia o coração do seu pequeno milagre.

— Regina está tudo bem?

— Sim! – ela se recompõe

— Bom eu preciso que você seja cuidadosa de agora em diante, o coração é forte, mas o seu peso está a baixo considerando que você está com cerca de 8 semanas.

— Mas vai ficar tud... espera! Você disse 8 semanas?

— Sim, você está entrando no segundo mês de gestação.

A casa, era tudo que ela conseguia pensar, o piano, Robin , aquela fatídica noite, o destino estava brincando com sua vida  só podia ser, ela estava mais uma vez carregando uma criança de Robin em seu ventre,  apesar de toda a bagunça que sua vida estava, do seu casamento com Jefferson prestes a acontecer, do seu conturbado relacionamento com Robin “ ele nunca mais que me ver na frente dele” assim ela pensava, ela estava feliz, ela iria ter com ela um pedacinho dele, um pedacinho do único homem que ela verdadeiramente ama, mesmo que ele não a quisesse mais.

Regina saiu da clínica, decidida a conversar com Jefferson e cancelar o casamento, o que ia ser uma tarefa difícil ,mas ela não pensava em se casar com um homem estando gravida de outro, Jefferson merecia uma pessoa completa, que o ame por inteiro. Por outro lado ela não tinha a menor ideia de como faria em relação a Robin, voltar para Steverson e confronta-lo com essa notícia parecia algo impossível de se fazer, embora esconder a criança dele o faria odiá-la ainda mais. Seu desejo era fugir para um lugar onde nada em ninguém pudesse julga-la, onde ela não tivesse que lhe dar com toda essa bagunça, onde ela pudesse criar sua criança em paz, mas ela já tinha feito isso uma vez, ela já tinha fugido.

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— Grávida. Ela está gravida!

— Robin

— Eu sei Killian, eu sou mesmo um idiota, eu mandei ela seguir a vida dela bem longe de mim, o que me fez pensar que ela não iria, eu só... eu só achei que alguma coisa tinha mudado pra ela também , sei lá... mas parece que o que tivemos foi apenas um capricho, um desejo que ela tinha, que seria facilmente esquecido, não imaginei que ela voltasse a viver como antes tão rápido.

— Você a ama?

— Do que isso adianta agora Kiilian?

— Você  a ama?

— Sim, e acho que nunca vou deixar de amar.

— Então eu acho que você deve entrar nesse carro e dizer isso a ela.

— Você está louco? Ela esta para se casar! Ela vai ter um filho, um filho com outro homem. Eu não posso fazer isso.

— Sim Robin , você pode! E você vai! Se ela vai se casar ter um filho... não importa! Você mandou ela ir embora! Ela precisa saber que alguma coisa pra você mudou , não estou dizendo que ela vai largar tudo, nem que você está disposto a aceita-la gravida de outro homem, mas pelo ao menos você vai ter dito a ela o que sente, caso contrário se você não fizer, pode ser tarde demais.

— Ela já seguiu em frente Killian, não tem nenhuma chance possível para nós.

— Bem, se você não for, você nunca vai saber.

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Regina estava deitada olhando fixamente para o teto sobre sua cama, de alguma maneira ela não estava preocupada com Jefferson, mesmo que desfazer o casamento com absolutamente tudo pronto, era algo errado demais, era a prova que ela precisava para entender de uma vez por todas que seu destino estava de alguma forma para sempre ligado a Robin, ela não poderia se casar com Jefferson, ela se confrontou com o pensamento de que se ela não tivesse descoberto seu pequeno milagre crescendo em seu ventre agora, ela subiria ao altar e enganaria a si mesma em um casamento sem amor, então ela estava agradecida de alguma forma aos Deuses por não deixa-la cometer esse erro. Seus pensamentos foram interrompidos com o barulho das chaves abrindo as portas de seu apartamento – Jefferson – Ela fechou os olhos e assumiu toda força que possuía, ela precisava enfrenta-lo. Ele chegou no quarto com um pedaço de papel nas mãos, e uma euforia habitual no olhar, ela estava séria, ele percebeu, mas não era uma atitude atípica dela nos últimos dias.

— Primeira página! Jefferson estendeu a página dos jornais onde estava estampado a notícia sobre a gravidez. Regina não teve nem tempo de assimilar uma coisa a outra, como ele pode fazer isso? Não! Isso não estava acontecendo, sua mente estava trabalhando com palavras para desfazer um casamento prestes a acontecer, ela ia dilacerar o coração do homem dizendo que o filho que ela estava esperando não possuía o mesmo sangue que ele, quando se depara com uma página de jornal onde dizia totalmente o contrário, e o pior o país inteiro teria acesso, Deus faça com que Robin não veja uma coisa dessas.

— Você está louco Jefferson???

— Eu sei que talvez seja cedo demais meu amor mas, o pessoal da assessoria insistiu... e...

— Cedo demais?? Jefferson eu apenas te contei ontem!, contei pra você, não passou pela sua cabeça que talvez eu devesse ser consultada primeiro, ou que eu não queria que ninguém mais soubesse por enquanto.

— Mas meu amor- ele diz indo abraça-la quando ela se afasta dele.- Nós vamos nos casar amanhã! As pesquisas sairão ainda essa semana como você sabe...

— Pesquisas, assessoria, então é disso que se trata não é, a gravidez, o casamento tudo é só uma jogada para você ganhar, como eu pude ser tão burra a não perceber que eu estava sendo usada por você durante todo esse tempo! Jefferson homem nenhum aceiraria o que eu fiz, e mesmo assim você passou por cima de tudo como se nada tivesse acontecido.

— Porque eu te amo Regina

— Acontece que isso já não é amor por mim Jefferson, mas sim obsessão em ganhar essa eleição idiota! E o que é pior, você não usou somente a mim, mas também o meu bebê, para desenhar o retrato do candidato homem de família.. a família perfeita não é.

— Regina essa criança também é minha.

Talvez este teria sido o solavanco para Regina curpir toda a verdade em cima dele, a maneira mais fácil de dizer, em meio a raiva que ela estava sentindo, mas ela respirou fundo.

— Jefferson não estará havendo casamento nenhum amanhã. – ele fica sério e depois ri

— Você só pode estar brincando comigo!, por conta de uma besteira que eu fiz em um jornal, Regina está tudo pronto, esquece isso, eu prometo que irei fazer de tudo para recompensa-la, não é nada disso do que você está pensando, pense em nossa vida, nosso futuro... nós vamos ter um bebê!

— Jefferson eu nunca menti pra você a respeito de meus sentimentos, eu te confesso que depois de hoje eu me sinto frustrada por ter sido apresentada a uma parte da sua personalidade que até então era mascarada para mim, acontece que eu decidi seguir em frente, com você! E eu realmente estava disposta a deixar tudo para trás, esquecer tudo que aconteceu... esquecer ele, acontece que parece que o destino não quis que isso acontecesse.

— Regina eu não vou deixar você ir, eu não vou deixar você escapar de mim agora... ainda mais  esperando um filho meu.

— Eu fui ao médico hoje Jefferson...Eu não sei se passou pela sua cabeça, em algum momento que essa criança pode não ser sua, você sabe, eu não te enganei, eu dormi com outra pessoa por esse tempo, eu estou tentando não parecer uma completa vadia para mim mesma lhe dizendo essas palavras, mas seria ainda mais errôneo se eu não lhe dissesse.

— O que você está tentando dizer com isso.

Ela respirou fundo

— 8 semanas Jefferson, o que isso que dizer é que, eu sinto muito, mas essa criança que eu estou esperando não pode ser sua.

 Ele ficou em silencio apenas olhando naqueles olhos escuros que agora estavam desesperados por uma resposta.

— FALE ALGUMA COISA Jefferson Por favor!

Ele se sentou sobre a cama, enquanto uma de suas mãos foi levada em sua cabeça, e a outra ainda segurava a folha de jornal que era gradativamente amassada com uma força que expressava a raiva e o desgosto que ele sentia naquele momento. Ele não disse nada, por alguns minutos, Regina já não sabia o que fazer, ela começou a sentir medo, não sei, de alguma forma a atitude dele com aquela folha de papel a assustou, ela levou uma mão em sua barriga como forma a proteger o seu bebê de alguma coisa, mas no fundo ela sabia que por mais que estavam evidentes as verdadeiras intenções de Jefferson para com ela, ele não era uma pessoa ruim, e nunca faria nada que a machucasse.

— Eu não tenho nada a dizer Regina, Você quer que eu diga o que.

— Jefferson eu espero de verdade que você encontre uma mulher que o ame como você merece, você é uma pessoa boa apesar de tudo, e eu sei que o  que tivemos foi verdadeiro sim, não só da sua parte como da minha também.

Ele andou em direção a porta observando tudo que tinha ao redor, tudo remetia a eles juntos, e todos os planos que acabara ali, caixas contendo presentes do casamento que nunca iria acontecer estavam espelhados pelo local.

— E Jeff...

 Ela estava indo lhe dizer algo quando ele a interrompeu jogando as chaves do apartamento na mesa lateral.

—Ahh  não se preocupe! eu vou dizer a Jane para cancelar tudo, e avisar aos convidados... E Regina eu tenho algo a dizer sim, sabe eu tenho pena desse rapaz, depois de tudo que você me contou eu quero que saiba que eu só aceitei de verdade tudo que você fez por conta que eu tive pena de você também, mas não mais do que do pobre homem, você fugiu, como sempre faz, como está fazendo agora, e provavelmente fará de novo, porque agora ele deve odiá-la assim como eu também faço, porque você é assim, você deixa as pessoas se apaixonarem por você e depois as machuca, então boa sorte.

Ele estava certo, ela sempre fugia, mas dessa vez ela não podia faze-lo, Regina precisava contar para Robin, não importava se ele ia despreze-la ou seja o que fosse , mas ela não seria louca de ir atrás dele mais uma vez, ele a mandou embora, ele a mandou seguir com a sua vida, acontece que agora era diferente, Tudo que a importava  acima de qualquer coisa era sua criança, dentro de 7 meses ela seria mãe e ela faria qualquer coisa para proteger o seu bebe agora, ela precisa que Robin esteja ao seu lado segurando sua mão quando o seu filho vier ao mundo. Emma havia lhe enviado o telefone de Robin há algumas semanas atrás, atitude que Regina não entendeu muito bem, mas decidiu não contestar nada para evitar quaisquer comentários da loira, mas essa parecia a maneira melhor de confrontar Robin, sem ter que olhar naqueles olhos azuis e sentir qualquer culpa, ela resolveu ligar, e dizer que precisava falar com ele, Regina não planejava contar algo tão grandioso pelo telefone, mas pelo ao menos ela ia saber se algo mudou pra ele, para então ela encontra-lo e dizer que estava gravida, foi então que ela se viu com seu telefone na mão discando os números, com uma certa angustia e ao mesmo tempo uma felicidade em saber que em poucos minutos iria ouvir aquela voz que tanto a acalmava de novo.

— Robin, sou eu, você pode me ouvir?

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Nada! Nenhuma palavra, nenhuma resposta. Será que ele estava lá? Será que ele escuta-la? Ele não tinha respondido de qualquer maneira, talvez ele realmente não estivesse em casa, ela tentou ser otimista, este bebe havia lhe dado a fé e esperança que há tempos ela havia perdido, ela tentaria de novo, ela precisava falar com ele.

Dois dias já tinha se passado, ela havia ligado muitas vezes, mas todas as tentativas foram frustradas pela falta de resposta., ele parecia nunca estar em casa, ou talvez ele realmente não quisesse falar com ela, e o pior ele poderia ter visto o anuncio no jornal e a essa altura pode estar imaginando que ela definidamente seguiu em frente e já estava esperando um filho de outro homem confirmando exatamente a imagem que ele tinha dela, ela se apavorou com a ideia mas decidiu continuar tentando agora mais do que nunca. Regina estava arrumando seus pertences de volta a seus lugares de costume, ela contratou uma secretaria para lhe ajudar com a devolução dos presentes de casamento , e resolver esses tais assuntos relacionados que ela não estava disposta, desencaixotando as coisas que já estavam arrumadas para serem levadas a casa onde dividiria com Jefferson, ela encontrou uma caixinha de madeira o qual havia esquecido que estava ali, ela sorriu para o objeto quando viu, já sabendo o conteúdo da caixa, que quando aberta, revelou o par de sapatinhos de lã vermelho, agora eles finalmente terão um dono ela pensou, se dirigindo ao quarto de hospedes de seu apartamento, ela se certificou que o objeto estava sendo bem guardado no lugar certo, visto que ela planejava transformar aquele quarto em um ninho para o bebê, quando sua campainha tocou. Ela sabia quem era, estava a espera de Mary, mas mal sabia ela que suas suspeitas estavam erradas.

— Robin.