Por você mil vezes - Se não fosse amor escrita por Suy


Capítulo 79
Se não fosse amor - Cap. 36: All of me.


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde/noite!!!!
Espero que gostem do capítulo e fiquem atentas aos links que estão disponíveis ao longo do capítulo!
Beijão!



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POV Sophie Trammer

Luke havia respondido minha mensagem dizendo que iria ao banco e me encontraria no restaurante mais tarde. Ele perguntou se tinha acontecido algo e eu apenas disse que queria conversar só com ele, eu sabia que ele já estava desconfiando de algo, mas não me questionou. Voltei para casa e Cristal, que estava dormindo, acordou assustada com os latidos de Baby quando me viu. Sentei no chão com eles, fazendo carinho.

“Logo, logo a gente vai para a casa nova.” Sorri. “A gente vai ser feliz lá, eu prometo!” Fiquei brincando mais um pouco com eles dois.

Era engraçando como as pequenas coisas acabavam se tornando tão importantes e inesquecíveis. Baby e Cristal correndo e brincando um com o outro era especial para mim, principalmente por que Baby era um presente de Matthew, então sempre que estava com ele, sentia um pouco de Matthew comigo também.

Levantei-me do chão e fui para o banheiro tomar um banho longo, fiquei sentada na banheira apenas relaxando, sentindo a água morna, o cheiro dos sais... Era muito reconfortante, mas ao mesmo tempo era doloroso. Quando parava e tentava relaxar o meu corpo, era quando eu sentia como ele estava cansado, exausto para ser mais sincera. Todas as juntas, cada centímetro doía. Era difícil tentar fingir que eu estava muito bem, quando eu não estava. Os remédios ajudavam nessa parte, embora desde o começo eu soubesse sobre as possíveis reações que poderiam acontecer. Mas agora eu tinha que parar de tomá-los por um tempo e não sabia como fingir que estava bem... Esse era o motivo pelo qual eu não podia mais esperar para contar a Luke, pelo menos. Contando para ele, seria mais fácil contar para todos os outros, ele me ajudaria, eu tinha certeza.

Saí da banheira sentindo como se eu pesasse uma tonelada, gemi de dor quando coloquei meu roupão e fui andando lentamente para o closet, onde sentei um pouco, descansando e procurei por uma roupa para vestir. Quando separei a roupa, penteei os cabelos e passei um pouco de maquiagem e quando terminei, me vesti e guardei meus pertences em minha bolsa. Antes de sair, troquei a água de Baby e Cristal e coloquei mais ração para eles. Desci, indo para a garagem e entrei em meu carro, mandei uma mensagem para Luke, dizendo que já estava saindo de casa e liguei o carro, indo em direção ao restaurante. Durante todo o percurso, não recebi uma mensagem de Luke ou alguma ligação dele, mas como tínhamos marcado de nos encontrar 19:30hrs no restaurante e ainda ia dar 19hrs, apenas sentei, pedi uma taça de vinho e avisei que estava esperando uma pessoa e que só faria o pedido quando ela chegasse. O garçom que estava me atendendo assentiu e em poucos minutos voltou com minha taça de vinho tinto.

Havia uma moça tocando piano ao fundo, no palco de frente para mim e cantando umas músicas bem tristes e era tudo o que eu precisava. O ambiente, o meu terrível humor, vinho e uma trilha sonora digna de um filme de drama... Essa conversa com Luke iria ser mais difícil do que eu estava imaginando que seria. Eu não sabia como ele ia reagir, obviamente nada bem, mas não sabia se ele ia chorar, ou se ia ficar com raiva de mim e ainda tinham os outros. Brian, Mabel, Kenny e claro, Matthew. Oh droga... Seria muito pior contar para ele. Aliás, se eu pudesse esconder eternamente isso de alguém, seria para Luke e Matthew. Eu pagaria qualquer coisa, qualquer quantia em dinheiro para que não precisasse passar por aquilo, mas eu também tinha aprendido em todo esse tempo fora, que dinheiro realmente não comprava tudo. Ele não comprou minha saúde e não podia comprar minha vida.

Já estava na segunda taça de vinho e nada de Luke, estava começando a ficar preocupada, mas a moça cantando chamou minha atenção, isso por que ela tinha começado a cantar Thinking out loud. Aí Deus... Golpe baixo! Golpe muito baixo! Enquanto aquela maldita música tocava eu fiquei imaginando onde Matthew estava. Se estava com Eleanor, se eles iriam viajar juntos, se iam ficar juntos e a imagem deles dois se beijando surgiu na minha mente e não era agradável, com certeza não era. Argh... O que eu fiz? O que eu estava fazendo da minha vida, ou do que tinha sobrado dela, pelo menos? Connor me disse que isso era o amor, ser dependente de alguém a ponto de não se imaginar vivendo sem a outra pessoa. Podia soar meio exagero, mas eu me sentia assim... Não sabia como eu ia ficar se Matthew resolvesse se envolver mesmo com Eleanor. Poderia parecer impossível, mas ele se envolveu com ela quando eu não estava, então algo nela o chamava a atenção, ele gostava de algo em Eleanor e talvez isso com o tempo ficasse mais forte e eles fossem um casal realmente. Mas onde eu ia ficar nessa história? Simples, eu não ficaria em parte alguma. Foi uma completa burrice achar que eu poderia tentar aproveitar o tempo que tínhamos e tentar recuperar o que foi perdido por causa da Lindsay Demônia e por nós mesmos. Matthew e eu vivíamos como cão e gato, o tempo todo discutindo por bobagens e depois nos desculpávamos e esquecíamos o que tinha acontecido, mas no geral, sempre era assim e na verdade acho que se mudássemos, iríamos deixar de ser nós mesmos, perder a essência do que éramos. Mas agora isso não importava mais, já tinha colocado tudo a perder mesmo, já tinha feito tudo errado e eu só podia arcar com as consequências do que viria a seguir.

Uma lágrima caiu e eu tomei o resto do vinho que estava na minha taça em um gole só e apoiei os cotovelos na mesa, com a mão na testa. Esse inferno de música não acabava, já estava ficando com sono e muito irritada com a demora de Luke. Peguei o celular de dentro da bolsa, mas não tinha sinal dele ainda. Senti alguém de pé ao meu lado, mas não tirei os olhos do celular, deveria ser o garçom.

“Enche, por favor.” Levantei a taça para ele. “Aliás, deixa a garrafa.” Bufei guardando o celular e o garçom segurou minha mão, enchendo minha taça e eu o olhei assustada. “Você?” Falei incrédula olhando para Matthew que sorria tranquilamente para mim e soltou minha mão quando terminou de colocar o vinho na taça, pôs a garrafa em cima da mesa e sentou de frente para mim. “Mas... O Luke, eu vou jantar com ele.”

“Você ia jantar com o Luke, agora você vai jantar comigo.”

“Onde ele está? Não estou entendendo nada...” Dei um bom gole em meu vinho e ele levantou uma sobrancelha.

“Eu devo me preocupar com a possibilidade de você subir na mesa e dançar de novo ou você vai pegar mais leve no álcool hoje?” Ele disse com diversão e eu o olhei feio. “Eu liguei para o Luke e ele me falou que viria te encontrar aqui, pedi que não viesse, a essa hora deve estar em casa jantando com Kenny, Brian e Mabel.”

“Você não devia estar aqui...” Falei ainda confusa.

“Deveria estar com a Eleanor?” Ele falou sério e eu gelei. “Ela me contou tudo.”

“Tudo? Mas como tudo? Tudo o quê?” Perguntei nervosa.

“Que se encontraram por acaso quando ela estava indo para casa...” Indo para casa? Então ela não contou que eu estava no hospital... Isso era um alivio, ele ia querer saber o que eu estava fazendo lá. “E sobre todo o resto.” Ele recostou-se na cadeira. “Ah, sobre a parte de você dizer que me ama também.” Ele abriu um sorriso de orelha a orelha e eu revirei os olhos.

“Ela conta as histórias muito mal, só disse que me importava com você e que esperava que se dessem bem...”

“E você mente muito mal.” Ele se aproximou, apoiando os braços na mesa. “Eu não entendo Sophie... O que faria alguém querer desistir da pessoa que se diz amar?”

“Matthew...” Suspirei. “É complicado. Está tudo complicado, saindo fora do meu controle. Eu não estava acostumada com as coisas não saírem como eu havia planejado e no momento, eu estou perdida.”

“Isso tem a ver com todas aquelas coisas que você vem sentindo nos últimos dias, não é?” Ele perguntou receoso e eu fiquei calada. “Eu não posso te ajudar se você não me disser o que é.”

“Você não pode me ajudar.” Sorri. “E eu não quero a sua ajuda. Eleanor parece ser legal, deveria estar com ela agora e não aqui.”

“Não, eu não deveria. Sabe melhor que qualquer pessoa que o meu lugar é exatamente esse aqui, com você.” Ele disse e eu desviei o olhar dele.

“Por favor, não faz as coisas serem mais difíceis do que elas são...”

“Não tem que ser difícil.” Ele segurou minha mão. “E se não tiver jeito, vai ser mais fácil com nós dois tentando resolver o problema, formamos um bom time, a essa altura você já deveria saber disso.” Ele esboçou um sorriso e eu soltei minha mão da sua.

“Desculpa, mas não dá... Achei que iria conversar com o Luke aqui e...”

“Conversa comigo.” Ele me interrompeu. “O que iria falar para ele que eu não posso saber?”

“É diferente falar com ele e falar com você...”

“Porque? Me dê um motivo.”

“Por que não dá pra te decepcionar de novo Matthew.” Falei impaciente e ele me olhou surpreso. “É fácil falar com o Luke, ele já esteve comigo em momentos assim, mas você...” O encarei e ele apenas me observava. “Não consigo suportar a ideia de você me olhar de uma forma diferente como você costuma olhar.”

“E como eu te olharia?”

“Com pena.” Respondi. “Eu prefiro que você sinta raiva de mim, até ódio se preferir... Mas não vai dar pra aguentar seu olhar de pena.”

“Nem se eu tentasse, nem se eu quisesse e eu quis muito, eu poderia sentir raiva de você.” Ele falou sério. “Pelo amor de Deus... Você me largou, foi embora sem me dar um tchau, sumiu do mapa por um ano e mesmo assim Sophie, mesmo assim eu estou aqui. Por que acho que correr atrás de você é o meu carma, meu castigo ou meu destino, chame do que quiser.”

“Acha que eu fico feliz em ter que abrir mão de umas das poucas pessoas que eu realmente amo nessa vida? De desistir de tudo o que eu quero? Não é só difícil pra você, eu te garanto isso.” Falei com ironia e ele riu.

“Não desista então. Ou você acha mesmo que eu vou te deixar em paz depois de ouvir você dizer que me ama?” Ele falou e eu bufei levantando da mesa. “Sophie, espera.” Ele segurou meu pulso. “Senta, por favor, vamos conversar, tentar nos entender...”

“Não tem o que entender Matthew. Fui clara com Eleanor, disse pra se aproximar de você e ela está fazendo um péssimo trabalho quanto a isso.” Ele acenou para a cadeira, me pedindo para sentar e eu assim o fiz.

“Eleanor é uma mulher extraordinária, é uma pena que o marido dela não perceba isso. Ela é linda, honesta, inteligente, trabalhadora, independente e tem todas as qualidades que qualquer homem iria poder desejar em uma mulher.”

“Então está repensando sua decisão de não ficar com ela?”

“De forma alguma.” Ele sorriu. “Ela pode ser realmente perfeita, mas não é perfeita pra mim. Ela não é você Sophie. Disse isso para Lindsay naquele natal, para Eleanor e vou dizer para qualquer outra mulher desse mundo que queira algo comigo. Sempre foi você.” Ele falou e eu respirei fundo, tentando não surtar com tudo aquilo.

“Matthew, nada do que você disser vai me fazer mudar de ideia. Eu sinto muito por tudo isso, por fazer você passar por tudo isso, mas eu já me decidi.” Desviei o olhar dele e fiquei olhando para a moça tocando e cantando e ele se virou procurando para onde eu estava olhando e se voltou para mim pensativo.

“Eu vou ao banheiro.” Ele se levantou.

“Ok, eu vou embora.” Disse guardando minhas coisas de volta na bolsa.

“Não, por favor. Pelo menos espere eu voltar, é rápido.” Ele me pediu e eu apenas assenti.

Ele saiu e eu fiquei lá sentada esperando, mas ele começou a demorar mais do que um ser humano normal demoraria para ir ao banheiro. Tem fila para o banheiro? Olhei ao redor, mas o restaurante não estava lotado o suficiente para se ter uma fila para ir ao banheiro. Já estava ficando impaciente, por que odiava esperar. Chamei o garçom e entreguei o cartão para pagar o vinho que eu tinha consumido, até a fome tinha passado. Ele voltou logo e me devolveu o cartão, o guardei de volta na bolsa e quando ia me levantar para ir embora, por que aquela demora de Matthew era patética e eu já estava sem saco, congelei por completo quando o vi em cima do palco de frente para mim.

“Boa noite e com licença, desculpem incomodar a todos.” Ele disse ao microfone e eu só queria um buraco para enfiar minha cara naquele momento. “Eu queria dizer umas breves palavras, prometo não interrompê-los por muito tempo...” A atenção de todos ali se voltou para ele e ele continuou. “Eu conheci uma pessoa muito especial há um tempo atrás, mas parece que de alguma forma, a vida nunca está ao nosso favor. E cheguei há um ponto de desespero que não sei mais o que poderia dizer a ela ou fazer que consiga convencê-la de que eu quero ficar ao seu lado independente de tudo, então espero que isso seja suficiente.” Ele se afastou do microfone e a moça que estava sentada ao piano se levantou e ele sentou em seu lugar.

Eu olhei para as pessoas ao meu redor e era como se elas soubessem que ele estava falando de mim. Talvez o fato de ser a única mulher sentada sozinha tenha me denunciado. Matthew começou a tocar uma melodia que eu nunca tinha ouvido e o meu primeiro pensamento em choque foi ‘Ele toca piano?’ e o segundo, mais chocado ainda foi ‘Ele canta?’

What would I do without your smart mouth

O que eu faria sem a sua boca esperta

Drawing me in, and you kicking me out

Me atraindo e você me afastando

Got my head spinning, no kidding, I can’t pin you down

Minha cabeça está girando, é sério, eu não consigo te decifrar

Ele continuou a contar e me olhou sorrindo e eu percebi que estava sorrindo também, de nervoso e de surpresa.

‘Cause all of me, loves all of you

Por que tudo em mim, ama tudo em você

Love your curves and all your edges

Ama as suas curvas e os seus limites

All your perfect imperfections

Todas as suas perfeitas imperfeições

Give your all to me

Dê tudo de você para mim

I’ll give my all to you

E eu darei tudo de mim para você

You’re my end and my beginning

Você é meu fim e o meu começo

Even when I lose I’m winning

Até quando estou perdendo, eu ganho

‘Cause I give you all of me

Por que eu dou tudo de mim

And you give me all, all of you

E você me dá tudo de você

Peguei meu guardanapo e comecei a secar as lágrimas que caiam dos meus olhos. Ninguém nunca tinha feito nada parecido com isso para mim antes.

How many times do I have to tell you

Quantas vezes eu vou ter que te dizer

Even when you’re crying you’re beautiful too

Mesmo quando você está chorando, você é linda

The world is beating you down, I’m around through every mood

O está te castigando e eu estou por perto, acompanhando tudo

You’re my downfall, you’re my muse

Você é a minha ruina, é a minha musa

My worst distraction, my rhythm and blues

A minha pior distração, meu ritmo e melodia

I can’t stop singing, it’s ringing, in my head for you

Eu não posso parar de cantar, está tocando em minha cabeça uma música para você

Ele continuou me encarando enquanto terminava de cantar para mim.

‘Cause I give you all of me

Por que eu dou tudo de mim

And you give me all, all of you

E você me dá tudo de você

Matthew terminou e todos começaram a bater palmas. Ele se levantou e desceu do palco e eu fiquei de pé, indo em sua direção.

“Eu sou louca, psicopata. Você mesmo já disse isso um monte de vezes.” Disse para ele com a voz falha.

“Eu já me acostumei.” Ele deu de ombros.

“Eu sou chata, tenho o pior mau humor do mundo todo.”

“Eu não ligo.”

“Eu sou cheia de problemas...” Parei de frente a ele e ele sorriu.

“Adoro seus problemas.” Ele pôs as mãos em meu rosto e me beijou e era impossível ignorar os gritos animados do pessoal que estava ali nos observando, incluindo os garçons, recepcionistas e até um dos chefes de cozinha.

Nos afastamos um do outro e começamos a rir daquela cena.

“Retiro o que eu disse, eu não sou louca, você que é.” Disse ainda rindo e ele beijou minha testa.

“Por você? Com certeza!” Ele segurou minha mão. “Vamos para casa.” Peguei minhas coisas de cima da mesa e saí com Matthew.

Andamos para fora do restaurante e o manobrista trouxe apenas o meu carro. Olhei para Matthew confusa.

“Eu vim de táxi.” Ele disse.

“De táxi? Mas porque?”

“Tinha esperanças de que teria carona para casa.” Ele riu e eu tirei a chave da minha bolsa a jogando no ar e ele a pegou.

Entrei e sentei do banco do passageiro e ele entrou pelo o outro lado. Saímos dali em direção ao meu apartamento, todo o caminho de mãos dadas.

“Eu não sabia que você cantava bem...” Falei olhando distraída para a avenida.

“Não canto bem, faço um barulho que é suportável.” Ele disse me fazendo rir.

“Tem razão... Eu canto muito melhor que você...” Falei e ele gargalhou.

“O barulho que sai de você não é suportável, com toda certeza que não é.” Começamos a rir.

...

O relógio marcava 2hrs da manhã, mas nós não tínhamos dormido ainda. Ficamos deitados em minha cama conversando nossas bobagens, sua mão alisava minhas costas nuas enquanto eu mantinha minha cabeça em seu peito.

“Acha que vai sentir falta de morar aqui?” Ele me perguntou e eu assenti.

“É um bom apartamento...” Falei pensativa.

“Sim, é um bom apartamento.” Ele concordou. “Quando pretende ir?”

“Não sei ao certo... Ainda não terminaram as reformas que estão sendo feitas, mas acho que entre um ou dois meses no máximo.” Falei e ele pegou minha mão a beijando. “Gostei de ouvir você tocando piano... Por que não tem um no seu apartamento?”

“Lá não é muito grande, cabe todos os móveis tranquilamente, mas um piano ocupa espaço. Sem contar o quão iria incomodar os vizinhos. Fariam um abaixo-assinado para que eu me mudasse.” Ouvi seu riso.

“Tem muito espaço na casa nova, poderíamos colocar um piano na sala...” Disse receosa esperando sua reação, ele parou de beijar minha mão.

“Quer que eu compre um piano para colocar na sua casa?” Ele perguntou.

“Não...” O olhei apoiando o queixo em seu peito. “Quero que compre um piano para colocar na nossa casa.” Ele me olhou incrédulo.

“O que quer dizer?”

“Quero dizer... Aliás, queria perguntar, se você não quer morar comigo.” Sentei me cobrindo com o lençol e ele se virou de lado, se apoiando no cotovelo.

“Tá falando sério?”

“Essa ideia é tão absurda assim?” Falei um pouco decepcionada, não era a reação que eu esperava.

“É que você, até poucas horas atrás, não queria tentar nada comigo e agora quer que eu more com você. Quem me garante que não vai mudar de ideia e me expulsar de lá?” Ele esboçou um riso, mas eu sabia que ele estava falando sério.

“Não tem garantias, infelizmente...” Sorri e ele ficou sério. “Mas a ideia original era essa. Eu, você e os dois monstrinhos como você chama. E sinceramente... Se eu te expulsasse, você iria embora?”

“Provavelmente não...” Ele sorriu.

“E você gostou da casa, tanto quanto eu gostei, temos espaço suficiente, podemos até decorar um quarto para a Megan, para quando ela vier para a cidade...”

“Acho que seria ótimo.” Ele sentou de frente para mim. “Mas tem algumas condições.”

“Condições? Tipo um contrato?” Falei rindo.

“Exatamente, um contrato só nosso e que não vai poder ter nenhuma clausula desrespeitada, com a pena de punições horríveis e tenebrosas.”

“Ah e você iria me punir?”

“Com certeza que sim...” Ele disse e eu sorri maliciosamente, me aproximando dele e mordi seu lábio.

“E se eu gostar de você me punindo?”

“Eu posso ser bem cruel...” Ele riu e mordeu minha boca com força, me fazendo gemer.

“Talvez eu goste mesmo assim.” O beijei e ele me puxou para cima de si, nos deitando de volta na cama, passando a mão por todo o meu corpo.

Ele nos virou, ficando por cima e eu cravei as unhas em suas costas. Ele pegou minhas mãos e as colocou em cima da minha cabeça, as segurando no lugar e parou de me beijar.

“Voltando ao assunto do nosso contrato...” Ele disse cinicamente e eu o olhei incrédula.

“Quer falar sobre contrato, condições e clausulas quando tem uma mulher nua e completamente vulnerável embaixo de você?”

“Eu estou bastante confortável na verdade...” Ele deu de ombros e riu. “E só assim pra você me ouvir.”

“Ok...” Falei rindo. “Pode ao menos soltar minhas mãos?”

“Não.” Ele disse e eu revirei os olhos. “Agora vamos ao que interessa.” Suspirei derrotada e fiquei o ouvido. “Vai confiar em mim...”

“Eu confio em você.”

“Não me interrompa.” Ele me olhou feio e eu mordi os lábios escondendo meu riso. “Vai confiar em mim sobre tudo. Vamos ser um casal, os meus problemas são seus e os seus problemas são meus, também.” Eu assenti e ele beijou meu pescoço me fazendo arrepiar. “Essa brincadeira de terminar e voltar o tempo todo, já perdeu a graça.” Ele me olhou sério. “Se você tiver certeza do que sente por mim e de que é isso que você quer, é pra ser pro resto da vida.”

“Eu tenho certeza.” Disse e ele sorriu, mordendo minha orelha.

“Sobre a casa... Eu pago.”

“Não!” Falei incrédula. “Eu já paguei.”

“Eu sei que já pagou, transfiro o dinheiro para você.”

“Não...” Franzi a testa. “Isso não é algo que possamos negociar?”

“Qual sua proposta?”

“Me pague metade do valor. Se você pagar tudo sozinho vai ser a sua casa e eu quero que seja nossa.”

“É justo...” Ele concordou e sorriu. “Viu como a gente consegue se entender?” Ele mordeu meu queixo.

“E o meu senhor tem mais alguma exigência em especial?”

“Deixe-me pensar...” Ele começou a distribuir beijos pelo meu corpo, mas quando tentei mover meus braços, ele os apertou mais no lugar.

“Deus... Vai me torturar até quando?” Bufei de frustração.

“Isso me deu uma ideia.” Ele voltou seu olhar para meu rosto. “Foi torturante para mim quando me mandou ir embora, quando fui atrás de você, mas quando soube que disse que me amava...” Ele sorriu abertamente. “Vai me dizer isso todos os dias, começando por hoje.” Ele falou e eu fiz uma careta.

“E se eu não disser?” Ele riu e apoiou sua testa na minha.

“Vai ser muito prazeroso lhe torturar como agora, todos os dias.” Eu sorri e ele voltou a me beijar.


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Notas finais do capítulo

Look da Sophie: http://www.polyvore.com/sophie_trammer/set?.embedder=15882304&.svc=copypaste&id=171224020

Música que o Matthew canta: https://www.youtube.com/watch?v=Mk7-GRWq7wA



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