Trick Of Fate escrita por WIND Flower


Capítulo 8
Péssimo esconderijo


Notas iniciais do capítulo

Oba! Estou trazendo mais um capítulo e espero que apreciem a narração do Nathaniel. Ixi - Hehehe!
Espero que ele agrade vocês e ainda se divirtam com a situação da Anne.
AVISO: Para quem me conhece de outras fanfics, já estão acostumados com minha maneira de desenvolver o enredo, mas para quem não está acostumado comigo irei dizer-lhes:
Não gosto de nada acontecendo por um a caso. Sempre coloco tudo em seu devido tempo. Então, por favor, não leem minha história achando que as coisas vão acontecer do nada e BUM. Não, Cau não gosta dessas coisas. Tudo se engloba em seu devido tempo. o/
Desta forma, só tenho que dizer que precisam ter paciência e espero que entendam o motivo. xD
Afinal, nada é por um a caso, certo?

Boa Leitura ♥



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NATHANIEL

Ainda que estivesse no trabalho, os meus pensamentos continuavam sendo dominados por Anne. Aquele sorriso sincero e o desengonço em minha presença. Era o avesso em pessoa.

— Não quero que você sinta pena de mim ou qualquer coisa do tipo. Apenas, quero que me veja como uma mulher que tem sentimentos fortes por você.

Aquela frase se repetiu na minha cabeça. De fato, Anne era uma garota diferente. Ela consegue lhe surpreender. Algo nela despertou perguntas que ainda não consigo encontrar as respostas.

Da mesma forma que de antigamente

Ela ver o mundo de outra maneira. Como consegue ser tão ingênua? A sensação que sinto ao olha-la, é que parece um camundongo e sou um gato pronto para atacar.

— Anne é igualzinha a você, Júlia. — Murmurei.

Ela me faz lembrar você.

A comparação é mutua. Talvez, por essa semelhança estou me sentindo confuso, mas já havia me decidido e não será agora que irei voltar atrás. Não quero passar por aquilo mais uma vez. Com isto, nunca mais me prendi e nem me prenderei a ninguém. Eu tinha decidido e irei levar a diante.

No entanto, a sinceridade em seu olhar e a forma de Anne agir desperta meu “eu” de antes. Sinto a necessidade de ajuda-la, mas justo a isto não quero iludi-la. Assim, irei mostra-la que não sou o homem que pensa. Infelizmente, o mundo é cruel para iniciantes no amor. Anne, você se arrependerá de ter amado alguém como eu. Uma pessoa que vive da mentira não merece algo tão puro e sincero.

Não irei me envolver.

Como sou estupido! Poderia simplesmente tira-la de minha casa, mas não conseguiria fazer uma coisa dessas. Ainda mais depois de saber a vida que Anne levava. O perigo sendo seu companheiro, uma garota solitária dormindo sobre o luar sem ter alguém para proteger-te. Odeio admitir que o antigo Nathaniel ainda viva dentro de mim.

— Chefe? — Despertei ao escutar Armin chamando-me. Ele é o meu assistente e o obriguei a vir trabalhar mesmo estando de férias. Como sou um patrão legal.

Impaciente, o rapaz continuou demandando suas perguntas descontroladas:

— Qual é o problema? Afinal, hoje você está muito pensativo. Por acaso, a empresa está enfrentando problemas financeiros novamente? — Tirava conclusões precipitadas.

Ele sempre se preocupa excessivamente. Seu tique nervoso estava em ação. Mexia em sua gravata amarela, como se estivesse ajeitando-a, mas sabia que aquilo era nervosismo. O conheço há anos.

— Não, Armin... — Suspirei. — Porém, caso não fechemos o contrato com aquela empresa Beemoov, que lembro bem foi você quem sugeriu, acho que estaremos em apuros. — Respondi mexendo na pilhada de documentos sobre minha mesa.

O silêncio não demorou muito. Meu assistente estava falante naquela manhã. Agora, ele ajeitou o paletó cinza que usava e me chamou:

— Chefe?

— O que foi agora, Armin? — Perguntei enquanto organizava os papéis.

— Se fecharmos o contrato com a Beemoov, posso pegar alguns jogos para testar? — Tossiu forçadamente. — Precisamos saber se os produtos deles são de boa qualidade, oras.

— Você já sabe qual é a minha resposta, certo?

Não dei muita atenção para aquilo. Era a milésima vez dele insistindo naquele assunto. Armin era um viciado em games, porém a imagem dele não se estragava através disto. Pois suas habilidades como profissional eram excelentes.

Armin ficou emburrado e resmungou baixo me chamando de chato. Mas apenas sorrir, de qualquer maneira é verdade. Sempre me considerei um chefe odiado pelos meus empregados, exceto as mulheres.

Mulheres...

Será o que Anne deve estar fazendo?

ANNE

Fazia mais de uma hora e meia que Castiel estava debaixo do chuveiro. Estava para enlouquecer. Cacete! Não podemos abusar da boa vontade dos outros. Imagine se a conta de água vier alta? Olha os pensamentos da criatura.

— Menino, saí logo daí! — Gritei batendo na porta.

— Oh garota chata! Não posso nem tomar banho em paz. — Sua voz saia abafada por conta da porta fechada.

Esse ruivo é uma figura. Respirei fundo e fiquei ao aguardo batendo o pé no chão, com os braços cruzados e esperando o bonito sair do banheiro.

E ele saiu. Seu cabelo vermelho estava num tom mais escuro, devido a estar molhado. Alguns fios estavam grudados na testa. Da mesma forma comigo, a pele de Castiel havia ficado mais clara. O que um banho junto a uma esponja não faz?

— Até que fim, querido donzelo! — Disse indignada pela demora.

Ele bufou, mas não me respondeu.

Fiquei analisando o rapaz e percebi que estava quase tudo perfeito, mas as roupas dele estragavam. Aquela blusa vermelha rasgada e a calça jeans velha junto aos tênis desgastados. O cheirinho estava impregnado. Oh derrota! Porém não poderia fazer nada em relação a isto. Imagine? Pegar roupas do Nathaniel e vestir em Castiel? Ai, Ai! Isto é algo que nem deve se pensar na brincadeira.

— Bom, agora é a melhor parte. Comer! — Sorri e Castiel também.

Ele me seguiu e observa-me. Tenho certeza que logo iria me indagar sobre aquilo tudo. Mas isto, só depois de estar de barriga cheia para então conseguir pensar direito. No estado do bichinho não conseguiria nem assimilar as coisas.

Quando estava chegando à escada percebi que o ruivo tinha parado. Olhei imediatamente e ele estava abrindo a porta do quarto de Nathaniel. Jesus, isto me causou um frio na barriga.

— Castiel, não! — Reprovei na mesma hora a ação dele.

O rapaz me olhou com as sobrancelhas arqueadas. Mas para minha sorte ele não insistiu no que queria fazer. Fechou a porta e passou por mim descendo as escadas. Suspirei de alivio. Não queria problemas.

~x~

Estávamos na cozinha sentados na cadeira um do lado do outro. Castiel devorava todas as frutas postas em sua frente. Fiquei me perguntando se ele mastigava o alimento. O ruivo se entupia rapidamente. Olha quem fala!

Eu já tinha explicado minha situação para Castiel. Entretanto, depois permanecemos em silêncio. Talvez, o ruivo precisasse de tempo para abordar as informações.

— Bem que reparei que você tinha sumido deste anteontem. — Aclamou enquanto mastigava um pedaço de maçã. — Mas não caia facilmente na isca dessa gente, Anne. — Aconselhou sereno.

— Como assim, Castiel? — Indaguei confusa.

— Você acha que esse povo iria lhe ajudar sem mais nem menos? Poupe-me, Anne! O riquinho deve ter sentindo pena de você e está apenas lhe oferecendo uma ajudinha básica. Logo, ele te chutará. — Dizia após terminar de comer a maçã. Logo, estava pronto para pegar uma banana, mas lhe impedi.

Bati na mão do ruivo e me levantei emburrada.

— Castiel, você não o conhece! — Berrei. — Ele tem o coração bom. — Já estava com um bico formado nos lábios.

O ruivo suspirou e deu de ombros pegando a banana. Para constar, a maioria de nossas discussões era por causa do executivo. Ele sempre me dizia para parar de sonhar alto ou que Nathaniel não era homem para mim.

Enfim, pensei que ele iria desistir daquela conversa estupida, mas voltou a dizer:

— Observa-lo através de um beco por dois anos não quer dizer que você o conhece, Anne. — Disparou as palavras ríspidas.

Ele descascava a fruta enquanto me analisava mais uma vez. Percebeu que minha raiva estava estampada em minha face. Meu rosto devia estar vermelho de tanto ódio. Detestava-o quando julgava Nathaniel daquela forma. Ele me conhecia e acho que por isto finalizou num tom de brincadeira:

— Então quer dizer que você é a Cinderela em pessoa? — Debochou com um sorriso de lado. — Quando estiver casada com o suposto príncipe quero que não se esqueça de mim.

Rapidinho minha raiva se cessou. Castiel conseguira amenizar o clima que havia construído agora há pouco. Ele é campeão em deixar a conversa tensa. Mas ofereci um sorriso e fiquei corada só de pensar em estar casada com Nathaniel. Ah isso seria maravilhoso!

O ruivo pareceu relaxar em perceber que eu tinha voltado ao normal. Ele respirou fundo e murmurou:

— Não acredito que vou fazer isto.

— Isto o quê? — Perguntei referindo à frase que ele dizia a si mesmo.

Um sorriso sincero se formou nos lábios dele e para minha surpresa, Castiel ergueu seu braço e me puxou para um abraço. O abraço mais bruto que já vi. O diacho! Bati meu nariz naquele peito de esqueleto.

— Nanica, se você voltar chorando vou arrancar essa bucha que chama de cabelo. — Puxou uma mexa de meu cabelo fortemente.

— Ai sua peste! — Protestei puxando aquela mata vermelha também.

Aquela era a forma de Castiel dizer-me que estaria lá caso eu precisasse. Apesar de tudo, era grata a ele. O ruivo praticamente agia como um irmão mais velho.

Ficamos naquela espécie de brincadeira de luta. Dois mongóis. Oh derrota, se alguém vesse aquela cena, diria que éramos retardados. Na verdade, nós somos não é mesmo?

Rapidinho parou com a brincadeira. Logo, um silêncio e os olhos arregalados se formaram em meu rosto e nos de Castiel. Mas os olhos do ruivo estavam quase para saltar para fora. Que olhos eram aqueles?

Um som estranho surgiu na casa. Uma espécie de ruído assim: “Tim Dom”. Que merda! Som engraçado. Eu e o demente do Castiel caímos na gargalhada com aquilo, mas depois voltou a surgi aquele som.

— Ah meu deus! É a Rosalya, homem! — Saltitei da cadeira berrando desesperada. Eu tinha me esquecido da branquela.

— Ela está com o dono da casa? — Questionou Castiel apavorado. — Anne, se aquele mauricinho me pegar é capaz dele se lembrar de mim e me mandar para a cadeia. Você lembra que tentei roubar a bolsa da peguete dele?— Se levantou e começou a andar de um lado para o outro.

— Calma! Acalma-se, homem! Basta-me histérica por aqui. — Pedi roendo as unhas. — O que vamos fazer? — O.M.G.

“Tim Dom”, aquele som maldito mais uma vez surgiu.

— Já sei! Esconde-se debaixo da mesa, Castiel. — Sugeri. Porém, era a única ideia naquele momento.

— Está de brincadeira com minha cara, né Anne? — Ainda teve a cara de pau em perguntar.

Não, ele não perguntou uma coisa dessa não. Segurei-o pela gola da camiseta e balancei o ruivo de um lado para o outro. Parecia uma doida descontrolada. Só faltava rosnar e sair baba branca pela boca.

— Estou com cara de brincadeira, criatura? Agora anda! — Ordenei.

— Olha o jeito que tu fala comigo, Nanica! — Disse tentando manter a pose de macho, mas logo estava enfiando-se debaixo da mesa. Oh derrota, estava a ponto de urinar nas calças que eu sei. Por sorte, a mesa tinha uma toalha tampando-a e o tecido ia até os pés do móvel. Então, teria que erguer o pano para poder ver o Castiel.

— Já volto. Fique aí, ok? — Disse pegando o molho de chave sobre a mesa.

— Eu iria para a onde, burra? É claro que irei ficar aqui.

O menino abusado.

Passei a mão pelos fios do cabelo, sabe abaixar os rebeldes. Respirei fundo e fui atender Rosalya. Ah minha nossa senhora! Ela deve estar indignada pela demora.

Ao abrir o portão tenho certeza que meu rosto devia estar mais branco do que a neve. Lá estava ela com os braços cruzados e batendo o pezinho no chão. Apenas sorri maravilhosamente com aquele som lindo e belo que possuo (ovelha).

— Oi! — Minha voz saiu por um fio.

Sem resposta. Sabia! Ela vai me dar uma voadora a qualquer momento. Ah maldição! Ela usava uma bota de salto preta. Não quero ficar banguela. Como vou sorrir para o Nathaniel?

Fechei os olhos. Esperando sentir a dor aguda em meus dentes. Gente, eu realmente achei que ela iria me encher de tapas por mentir para ela. Mas não foi o que aconteceu.

De repente senti os braços de Rosalya se envolverem na minha nuca e se firmarem em um abraço. Ela aconchegou o rosto em meu ombro. Senti aquela região ficar úmida. A branquela estava chorando.

— Oh Anne... — Ela diz entristecida. — Você devia ter me falado. Quando o Nathaniel me falou aquilo fiquei sem reação. Quero ser sua amiga e te ajudar quando precisar. — Sua voz saia entre soluços.

Pronto! Aquilo foi motivo para meus olhos se encherem de lágrimas e cair no choro também. Ótimo, duas pessoas paradas em um portão chorando. Que cena devia ser.

— Me desculpa... — Pedi em remorso por ter mentido para ela.

Tudo está a mil maravilhas. Duas novas amigas chorando em meio a uma reconciliação, mas como sou uma pessoa diferente, olha o que me acontece.

— Oh como são fofas! — Uma voz masculina invade meus ouvidos.

O dono daquela voz nos abraça todo radiante. Tipo, do nada. Mas que diabos! Da onde surgiu essa criatura? Ou melhor, quem o chamou? Muito abusado para meu gosto. Minhas sobrancelhas se cravaram em um V e fiquei tensa por aquele intrometido atrapalhar minha harmonia com a branquela. Comecei a rosnar.

O sujeito vestia uma roupa colorida que doía minha vista. O cabelo azul destacava mais que tudo. Estamos no carnaval e eu não sei? Só sei que lá estava ele nos abraçando e sorrindo.

Ah está se aproveitado da situação frágil de duas meninas indefesas? Outro tarado! Tinha nomeado o pobre rapaz.

— Meu filho, não percebe que está sobrando? Xô! — Me desabracei da Rosalya e empurrei o rapaz. Depois, fechei meus punhos, erguendo-os a frente de meu corpo e fiz pose de quem queria começar uma briga. — Quer ficar sem os dentes? — Ameacei séria.

Ui a garota tá séria. Falando assim pareço até botar medo. Oh dó!

O constrangimento me segue, só pode! O rapaz começou a gargalhar e para piorar a Rosalya também. Pisquei sem entender, mas mantive os punhos erguidos. Sou uma pessoa desconfiada.

— Calma Anne... Este é o meu amigo, Alexy. — Rosalya apresentou o colorido.

— Amigo, sou amigo... — Brincou o rapaz.

Por que estava me sentindo como um cachorro feroz? Mas gente!

Analisei o sujeito dos pés a cabeça. Ainda estava desconfiada. Agi feito um bicho do mato. Tipo aqueles que não gostam de contatos com desconhecidos. Ah que figura mais desgraçada que eu sou.

Então, a ficha caiu e notei a merda que tinha feito. Sem graça comecei a sorrir e coçar a cabeça. Um gesto de vergonha. Acho que qualquer pessoa faz isso. Oh sofrimento!

— Me desculpe ter interrompido o momento intimo de vocês duas. Porém, não consegui me segurar e quis abraça-las. — Alexy explicou ainda com um sorriso radiante. Este rapaz é bonito. Hum, gostei dele.

~x~

— Gay? — Perguntei incrédula após Rosalya me informar aquela noticia chocante.

Já tínhamos entrado e estávamos na sala jogando conversa fora. Rosalya e Alexy pareciam bastantes íntimos. Eles se abraçavam constantemente. Inclusive, ele toda hora reclamava do vestido preto que a Rosa usava. Aclamava estar calor para abordar aquela cor.

Era fofo, mas o rapaz apesar dele se vestir daquela forma, não parecia um gay de primeira vista. Se a branquela não tivesse me informado, tenho certeza que não notaria. Ah sou lerda, gente. Na minha imaginação, todos os gays são extravasados, mas no caso de Alexy parecia ser mais reservado. Nem conheço o boy magia e já estou tirando conclusões. Ai ai, pode parar Anne!

— Então, Anne quando começou a gostar daquele ogro do Nathaniel — Alexy indagou aproximando-se de mim no sofá. Depois colocou o braço em volta de meu ombro e aguardava ansioso pela resposta. Ele é muito cheiroso, quase me perdi naquele aromo perfeito.

Rosalya parecia ter contado tudo sobre mim para o rapaz. Então, resolvi confiar nele. Quando ia abrir a boca para começar a explicar, Rosalya manifestou-se:

— Ah que tal fazermos uma pipoca? Tenho certeza que a história da Anne será longa. Nada melhor que escuta-la enquanto comemos, não?

— Concordo totalmente, Rosa! — Apoiou Alexy empolgado.

Apenas assenti sorridente e os dois levantaram-se e correram para a cozinha. Uai, eles eram amigos de Nathaniel. Então podiam usar a cozinha do executivo sem problemas. Mas espera!

— Jesus, a cozinha! — Senti um mini ataque cárdico. Gelei ao lembrar que Castiel estava escondido lá. — Minha nossa senhora aparecida! — Me levantei e quando dei um passo para a direção do cômodo onde Rosa e Alexy tinham ido, escutei o azulado dizer:

— Ora, ora está brincando de pique esconde, homem?

Paz de pobre dura pouco.

Mano do céu! Fodeu. A onde foi parar a minha sorte, meu povo?


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Notas finais do capítulo

Aguardo os comentários, galera. Beijos e espero que tenham gostado! ♥