Trick Of Fate escrita por WIND Flower


Capítulo 9
Desvio repentino


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas. Sei que demorei para atualizar, mas cá estou. Tive dificuldades em elaborar este capítulo. Então, acabou resultando nesta demora. Ainda alerto que ele não fora revisado 100%. Então, pode ocorrer algumas mudanças. Estou postando porque fiquei agoniada por conta da minha demora. Então não quis deixa-las nem um minuto a mais na espera.

Desejo a todos uma ótima leitura ♥



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— Ora, ora, está brincando de pique esconde, homem? — Questionamento do cão que aconteceu no capítulo anterior.

Misericórdia de Alfredo da Silva Costa Espirito Santo.

Estava paralisada observando aquela cena bendita. Oh mas não queria estar na minha pele. Ainda hoje, meus instintos aclamam que irei levar uma voadora. Não quero ficar banguela!

Não entendo. O que faz um ser humano erguer o pano que cobre a mesa? Ou melhor, o que faz uma criatura olhar o que se tem abaixo da mesa, minha gente?

O problema é que Alexy parece ser bastante curioso. Que coisa mais feia, menino! O rapaz estava segurando a toalha da mesa enquanto observava Castiel. Ao acaso, o ruivo ainda comia uma banana. Não percebeste que cavava a própria cova, coitado.

Rosalya estava serena e Alexy continuava com os olhos em Castiel. O ruivo suspirou e saiu debaixo do móvel. Ainda por cima pegou outra banana sobre a mesa e veio em minha direção. Não estou vendo uma coisa dessa não!

— Ah Anne, estou com fome! —Declamou irritado.

Por que está irritado, queridinho? Que saiba eu quem deveria estar virando a arara aqui.

Ele continuou:

— Na hora que coloquei minha mão para pegar a banana acho que o purpurizado a viu. — Explicou todo sonso.

Senhor me dê paciência! A vontade de esfolar o coro dessa criatura era grande. Mas ele que me aguarde! O que é dele está guardado.

Agora, preciso enfrentar as duas feras, Rosalya e Alexy. Aposto que estão pensando em algo diabólico para me punir pela merda que fiz.

IMAGINAÇÃO ON

CIDADE ALERTA

O apresentador Marcelo do jornal das seis demandava a notícia.

— Corta pra mim! Este mundo não tem mais cabimento, minha gente. Hoje pela manhã foram presos os acusados que mataram dois mendigos. Os psicopatas jogaram os corpos de um penhasco para alimentar os jacarés. Oh Percival assim não dá! — Aclamava indignado. — Coloca no ar o que as criaturas disseram para a imprensa.

Após explicar a chocante notícia, a repórter se virou para Alexy e Rosalya. Eles estavam sentados vestidos com trajes alaranjados e com as mãos algemadas.

— O que vocês têm a dizer em defesa? — Questionou ela.

— Uai, Anne mentiu duas vezes para nós. Então, jogamos para demonstrar que mentir é feio. — Rosalya explicou enquanto observava as unhas na simples seriedade.

— Isso mesmo! — Alexy dando corda.

— Ouviu Marcelo? Essa foi a única explicação dos criminosos. Imagine se a mania pega?

Única coisa a dizer: Trágica morte.

IMAGINAÇÃO OFF

Ambos me observavam aguardando a explicação. Rosalya cruzou os braços e ergueu a sobrancelha batendo o pé no chão. Olhei atentamente para aquela bota preta de salto fino. Espero que aquele pezinho continue onde estar.

Engoli em seco e resolvi dizer a verdade. Não quero arriscar mentir mais uma vez. Ainda mais depois da minha imaginação.

— Castiel é o meu amigo e ele estava em uma situação crítica. Então, resolvi ajuda-lo. Dando-lhe banho e comida... Não fiz por mal. — Expliquei de cabeça baixa.

Nada. Os dois não se manifestaram. Agora, preferia até levar uma voadora. Mano, não fiquem em silêncio. Isto me causa mais agonia e piora a situação.

Desta forma, prossegui:

— Sei que é errado trazer alguém para uma casa que não é minha. Ainda mais depois de Nathaniel depositar tamanha confiança. Porém, não poderia deixa-lo — Levantei a cabeça e olhei diretamente para a branquela e finalizei: — Não é isto que se deve fazer Rosa? Ajudar um amigo quando ele precisa?

— Pois é! Se não fosse por Anne poderia estar morto. — Castiel debochou furioso por fazê-lo passar por um fraco. Ele não gosta que as pessoas sintam pena dele ou que o faça passar por indefeso. Algo a ver com seu orgulho masculino.

De qualquer maneira era verdade que ele estava mal e quis ajuda-lo.

A branquela suspirou. Pela expressão que continha parecia aliviada por minha explicação. Talvez, eu devesse ter mais fé em minha nova amiga. Quando ela abriu a boca para dizer algo, Alexy fez primeiro. Ele disse algo que deixou todos de queixo caído.

— Esse pedaço de perdição está precisando de cuidados especiais? — Caminhou até Castiel e andou em volta dele analisando-o dos pés a cabeça.

— Qual o problema, mermão? — Indagou incomodado com a situação.

— Posso lhe oferecer cuidados especiais para ficar novinho em folha. — Alexy ergueu uma das sobrancelhas e parou diante de Castiel. — Basta me seguir para assim ficarmos a sós, querido.

Estou passada! Esse Alexy é uma figura e tanto.

Pronto, o ruivo ficou indignado. Alexy continuava encarando Castiel com um sorriso de lado estampado. Aguardando a resposta, e ela foi dada:

— Sai fora! Tá me achando com cara de quê?

Todos caíram na risada com essa distração inesperada. Serviu para amenizar o clima.

~x~

Após, Alexy e Rosalya persistiram em preparar a pipoca. Só que não deu muito certo. As duas mulas queimaram a pipoca. Não posso nem reclamar, visto que nem sei cozinhar. Derrota.

Ou seja, a única escapatória foi pegar refrigerante na geladeira e as frutas.

Neste curto período apresentei o ruivo para os dois. Ambos pareciam ter gostado de Castiel, mas Alexy era o mais empolgado. Ele estava todo sorridente para o ruivo. Péssima escolha, Alexy.

Ajudei Rosalya com os copos. Enquanto, Castiel ajudou Alexy com a garrafa de Coca-Cola e as frutas. Depois, voltamos para a sala. Sentamos em fileira no sofá branco em frente da televisão.

O lanche estranho estava sobre a mesa a nossa frente. Uma aura negra o rodeava, gente. Estranho por que, meu povo? Refrigerante com fruta! A onde se viu isto? Imagine banana acompanhada de Coca-Cola. Cruzes! Gororoba do cacete.

Castiel e Alexy tomava o refrigerante e trocavam algumas palavras. Porém, o colorido parecia se esforçar para puxar assunto, embora o outro preocupasse apenas em encher a pança. Uma cena e tanto!

Rosalya ainda precisava esclarecer o pensamento dela sobre o que fiz. Ela estava inquieta.

— Eu aprecio o que você fez pelo seu amigo, Anne. Mas Nathaniel jamais deve saber que Castiel esteve aqui. — Explicou serena.

— Por quê?— Indaguei. Afinal, para que esconder? Agi certo e ainda fui uma heroína. Mulher maravilha em ação.

— Como explicar? — Rosalya massageou a testa tentando encontrar as palavras certas para que eu possa entender. — Sabe, quando um macho marca território? Então, ele não gosta quando outro macho perambula em sua quebrada fazendo o que bem entende.

Detalhe, ainda fez uns gestos estranhos com as mãos. Acho que a bichinha queria imitar a mania dos Rappers. Não deu muito certo. Pobre Rosalya.

Silêncio. Momento constrangedor à tona.

Ok, eu pisquei duas vezes e cravei as sobrancelhas tentando entender o sentindo da frase. Certo, não entendi o que ela quis dizer. E para constranger ainda mais a situação, Castiel e Alexy pararam o que fazia para encarar a branquela com a mesma expressão que a minha.

— Acho que ela quis dizer que ele é o Rei, tipo um leão. — Arriscou Castiel.

— Não, não... Ela quis dizer que Nathaniel é um macho que sai mijando em seus moveis marcando território. — Alexy desta vez.

Confesso que a frase dele me fez rir.

— Ah acho que entendi Ale! — Olha a minha ousadia. Estou cheia de intimidade com o colorido. — Então, o Castiel é uma hiena entrando num território desconhecido. — Aclamei toda séria. — Daí, ele vai urinar e apagar o cheiro do Nathaniel. Simples! Como vocês são toscos! — Expliquei me achando o último biscoito do pacote.

— Anne, se mata! — Brincou Castiel reprovando minha teoria.

— Queridinha essa sua frase foi sem noção. — Comentou Alexy querendo ganhar ponto com o ruivo.

— Bocós, os dois! — Mandei língua. Minha sugestão foi a melhor, né gente?

— Não! — Berrou Rosalya constrangida com tanta burrice. — Tsc, vocês pensam cada coisa. — Suspirou. — O que quis dizer é que Nathaniel não vai gostar de ter um desconhecido em sua casa usando suas coisas. Exemplo: Castiel usou o sabote, shampoo... Ah! Isso é algo próprio do macho, oras!

Tadinha da Rosa. Nem ela consegue explicar o que realmente queria dizer. Por que ela cisma em referir-se ao executivo como macho? Isto que torna a bagaceira mais engraçada.

Eu e os outros dois nos entreolhamos e caímos na gargalhada. Nada a ver a primeira frase da Rosa com a segunda. Por que ela não foi mais direta? Assim evitaria o mico. Mas entendemos mais ou menos o conceito que ela quis dizer.

— Certo! — Disse recuperando o fôlego. — Então, ele não saberá! — Confirmei vermelha querendo sorrir novamente.

— Anne, se rir mais uma vez de mim, você ficará sem os dentes! — Ameaçou — Isso serve para vocês dois! — Ficou emburrada e pegou duas uvas e começou a chupa-las.

Rapidinho as risadinhas cessaram-se. Mas rapaz! Acham que quero experimentar ficar sorrindo sem os dentes da frente? Sai fora, não sou trouxa! Pelo visto, Castiel e Alexy pensaram a mesma coisa. Os dois sonsos calaram-se e comiam como se nada tivesse acontecido.

As horas foram passando e ficamos jogando conversa fora. Acreditam que Alexy e Rosalya cismaram que Castiel daria um bom modelo? Pois é, a conversa chegou nesse rumo. Óbvio que o ruivo apenas ignorava aquilo tudo. Castiel um modelo? É algo para se rir. Mas os dois pareciam sérios sobre aquilo. Será?

Logo, a hora do almoço chegou. Ou seja, trauma. Pois, Rosalya e Alexy na cozinha não são uma boa ideia. E eu sou uma desgraça também, não preciso nem mencionar o Castiel.

— O que vamos comer? — Questionou Alexy com um biquinho formado. — Estou com fome, Tiel! — Se referiu ao Castiel.

Olha o apelido que a criatura coloca no outro.

— Mas enchemos a barriga com as frutas e o refrigerante agora a pouco e vocês ainda sentem fome? — Perguntou Rosa achando aquilo impossível.

— Querida, não me subestime quando o assunto é comida. — Explicou o comilão do ruivo que teve apoio do colorido.

— Já que assim, por que não vamos a um restaurante? — Propôs Rosalya.

Castiel e eu tivemos dificuldade em aceitar. Pois, quem pagaria seria os dois e nós não poderíamos contribuir. Isto nos deixou sem jeito, mas o ruivo conseguiu deixar isso de lado e aproveitar o banquete que ia ser oferecido. Ele estava aproveitando ao máximo.

~x~

Poderia ser um simples almoço, mas não. Quando chegamos ao restaurante que Rosalya proclamou ser o melhor, nos deparamos com Melody e uma loira. Ambas ainda não tinham nos vistos. Elas conversavam enquanto almoçavam. Ah nem! Nossa, a desconhecida era linda. Gamei no cabelo ondulado dourado dela. Lembra alguém este ser. Precisava comentar gente.

Melody estava estranha a meu ver. Metida a besta em minha opinião. Ela vestia uma roupa social feminina preta e a blusa abaixo do palito era branca com bolinhas pretas. Obviamente usava um salto para combinar. Seu cabelo estava amarrado em um rabo de cavalo. Diria que era roupa de trabalho. Acha-se descente. Qual será o trabalho desta peste?

Já a loira vestia uma roupa digna de alguém que estar em passeio. Usava um vestido branco com diversas flores vermelhas espalhadas. Em seus pés dava-se para ver a sandália rasteira. Ela transmitia um ar de ser aquela pessoa chique, rica e delicada. Melody era um contraste para a suposta mulher. Como sou mal.

— Ambre! — Chamou Rosalya caminhando na direção delas. Logo, Alexy também a seguiu.

Eu e Castiel ficamos parados na entrada do restaurante. Apenas observando-os. Não era uma boa ideia ir até eles, mas seria uma falta de educação do caralho não ir.

— O que fazemos? — Murmurei para o ruivo.

— A única coisa que sei é que eu quero comer. — Respondeu Castiel sem perceber o desconforto que eu estava sentindo.

Tsc, serve para nada.

Assim, resolvi puxa-lo pelo braço e fomos até a mesa onde a galera estava. Quando nos aproximamos escutamos a conversa entre Rosalya e a tal Ambre. Eita, mas a branquela parecia gostar dela.

— Fico feliz com sua volta, Ambre! Lá em New York encontrou alguns gatinhos?

— Ah sua diva! Diz que você passou meu número para algum bofe? — Radiava Alexy.

Essa pergunta tirou uma risadinha da loira. Em seguida, respondeu risonha:

— Depois conto tudo para vocês! Agora... — Desviou os olhos esmeraldas para observar a mim e Castiel. Engoli em seco e o tapado do ruivo estava de olho no prato sobre a mesa. Disfarça homem! — Poderia me apresentar, Rosa? — Pediu se referindo a nós dois.

A branquela nos olhos sorridente e piscou para mim. Não entendi de primeira porque daquilo, mas logo entenderia.

— Anne, esta é Ambre Bonimond. Irmã de Nathaniel. — Apresentou com a cara de: “Sua cunhada, mulher! Mostre o melhor de si”.

CHOQUE! Senti um raio passar por mim de tanta emoção. Nossa! Eu senti uma alegria naquele momento. Até coloquei a mão no coração. Realmente, queria demonstrar o melhor de mim. Causar uma boa impressão para minha futura cunhada. Ai como sou abusada de pensar desta forma.

Porém, minha emoção me deixou entusiasmada demais. Agi sem pensar. Segurei a mão dela com as minhas duas mãos e comecei a balançar. Oh tragédia! Olha como a alegria me deixa.

— Sou Anne, moça! — Demandei afobada e acrescentei: — Anne Fombelle. — Não sei nem porque disse meu sobrenome. Ainda mais que é um sobrenome que inventei. Que vergonha, meu povo! Eu mesma que me nomeei desta forma. Derrotada.

Ela arregalou os olhos, ficou surpresa com minha reação. Só que para minha alegria, ela continuou com um sorriso no rosto e colocou a outra mão livre sobre as minhas e disse:

— Prazer em conhecê-la, Anne.

— O prazer é meu! — Soltei a mão dela toda sem jeito e finalizei a apresentação — Este é o meu amigo, Castiel. — Olhei implorando para que ele não me deixasse no vácuo.

— E aí... — Disse com cara de tédio. Notava-se que ele não estava interessado naquela conversa. Pelo amor de deus, disfarça homem.

E para o azar dele aquela ação tirou risadas de Ambre e do restante. Quem não iria rir de uma criatura sem animo daquela forma? A peste só queria comer.

Ambre nos convidou para juntar-se a elas para o almoço. Aquela altura nem me importava com Melody, embora sentisse o olhar fuzilador dela contra mim. Foda-se. Meu lugar era ao lado da Ambre de frente para Melody. Sorte que do meu outro lado estava Rosalya. Então, de alguma forma me sentia protegida.

A conversa era fluente. Castiel comia o máximo que podia. Alexy, Ambre e Rosalya colocava o papo em dia. Melody me matava mentalmente e eu ficava admirando a irmã do Nathaniel. Aposto que estava com um sorriso bobo no rosto. Ai como sou besta!

Notei Melody aproximar-se de Ambre sigilosamente. Tentou falar baixo, mas consegui escutar:

— Ela é aquela garota de quem estava falando mais cedo. — Comentou olhando para mim.

Uau, nem percebi que era de mim que estava falando. Burrona!

Deixa-me ensinar: Quando você fala de alguém nunca deve olhar diretamente para a pessoa. Assim dá para disfarçar. Artigo vinte de meu livro, gente.

Ambre pareceu não ligar para o que Melody quis se referir. Seja o que for ela não se importou e muito menos eu. Ah otária! Queria sambar na cara da sonsa.

Do nada Ambre se vira para mim e diz:

— Minha roupa caiu muito bem em você, Anne. — Jesus! É mesmo! Estava usando a roupa dela. Ah agora fiquei com vergonha. Entretanto, corei e agradeci pelo elogio. Ela devia saber de minha situação.

Melody não gostou nadinha de ser ignorada. Então, para acabar com a alegria de todos nós ela olhou o relógio em seu pulso e demandou:

— Oh não! Acabou o horário do almoço.

— Uai, Melody você está trabalhando hoje? — Perguntou Alexy.

— Sim, você acha que o Nath consegue nos deixar de férias? Estou ajudando ele, assim como o Armin. — Levantou-se e pegou a bolsa de couro preta. — Seu irmão está a sua espera, Ambre. Então, vamos?

Ela trabalha com o Nathaniel? Vadia do cacete! Preciso saber o que ela é na empresa do meu amor.

A loira suspirou e levantou-se. Oh gente, ela parecia decepcionada. Ah será que ela gostou de mim? Ambre pegou sua bolsa e sorriu para todos, despedindo-se individualmente de cada um.

Por fim, olhou para mim e disse:

— Boa Sorte, Anne. — Caminhou para fora do restaurante ao lado da cobra.

Ah? Por que preciso de sorte? Ah céus! Vou ficar com isso cutucando na cabeça.

Observei a miragem de Ambre sumir quando entrou no carro vermelho de Melody que estava estacionado a frente do restaurante.

Ah como queria conhecer melhor minha cunhada. Estava com o bico formado nos lábios. Decepcionada por ter passado pouco tempo ao lado dela.

— Você terá chance de conversar mais com ela, Anne. — Brotou Rosalya me dizendo. Essa aqui é boa para ler mentes.

— Rosa. — Chamei toda desconfiada. — A Melody trabalha de que?

Gente, aquilo me perturbou. Precisava saber.

Ela me olhou com as sobrancelhas arqueadas e respondeu:

— Ela é a secretária do seu amor, querida.

Fiquei de boca aberta. Melody é secretária? Não sei se caio na risada ou se fico indignada. Por que nos filmes, o chefe da empresa e a secretária sempre se pegam na sala de reunião. Olha como sou detalhista. Inferno! Mil vezes inferno!

Espera, mas pela forma que ela se acha superior, cheguei a pensar que Melody era algo a mais. Tipo uma empresária. Ah que otária! É uma apenas uma secretária que fica atendendo telefone.

Comecei a rir. Alexy, Castiel e Rosa me olharam reprovando meu ato. Parei na mesma hora. Quem sou eu para ri da mulher, gente? Pelo menos ela é formada em algo e eu aqui sem nem conseguir ler. Oh diacho! Mas tiro sarro mesmo. Sorrio de mim mesma por que não rir dos outros?

Voltei a rir.

— Anne, para! — Protestou Rosalya.

E foi assim o resto do almoço. Eu rindo, Castiel se entupindo de comer, Alexy sorrindo da minha risada e Rosa bufando de raiva porque minha gargalhada era escandalosa. Só dá doido nessa história.

~x~

Voltamos para a casa de Nathaniel em torno de dezenove horas da noite. Passamos à tarde no shopping. Alexy e Rosa nos levaram (obrigaram) a ir. Castiel tinha a opção de negar, mas creio que ele não teria nada melhor para fazer. Então, acabou nos seguindo.

Rosalya queria me mostrar roupas para depois comprarmos. Ela queria me familiarizar com a moda. Teve roupas que achei uma graça e outras que me perguntei “Que tipo de pessoa veste isto?”.

Foi bastante divertido. Alexy se tornou próximo de Castiel. Os esforços do rapaz valeram a pena. Claro que não da maneira que ele queria. Se é que me entendem. Apenas conseguiu conversar com o ruivo sem que o assunto ficasse tenso ou que um mandasse o outro tomar onde o sol não bate.

Senti falta de Kentin e Lysandre, acreditam? Quando passamos nas lojas de lingerie me lembrei deles. Tadinhos!

Foi muito divertido.

Mas meu sorriso iria durar pouco.

Estávamos parados diante o portão preto da mansão do executivo e notei que o carro de Melody estava estacionado próximo dali. Ela estava na casa. Aquilo já me causou desgosto.

— Anne, você quer que eu fique com você? — Ofereceu Rosalya.

Meus olhos brilharam e ela sorriu.

— Ale, vou ficar com a Anne. Então, podem ir para a casa vocês dois.

Castiel bufou com a resposta que a branquela deu. “Que casa”? Aposto que ele se questionou mentalmente. Pena que não posso trazê-lo comigo. Seria bacana poder mostrar que Nathaniel é um bom homem.

— Ah sou tão solitário! — Alexy começou com os dramas. — Meu irmão fica enfiado no quarto jogando vídeo game, nem liga para mim. Como eu gostaria de uma companhia. O que acha de vir comigo Tiel?

— Até nunca mais, Alexy! — Castiel despediu-se descendo rua a baixo.

Balancei a cabeça. Esse não tem jeito. Apesar de estar preocupada, eu sabia que Castiel sabia se cuidar. Queria fazer alguma coisa por ele.

— Ele é difícil, mas uma hora vai ceder. — Alexy tentando ser pessimista.

— Você é guerreiro, Ale. — Comentei.

O colorido sorriu e deu um abraço harmonioso em mim e Rosalya.

— Até depois, meninas. Boa Noite!

Percebi que ele estava indo a pé. Subia rua à cima cantarolando. Olhei para a Rosa que de imediato me respondeu imaginando qual era minha dúvida.

— Ele mora duas casas depois daqui.

Gostei desse cara. Meu primeiro amigo gay. Meu xodozinho.

— Vamos entrar?

Assenti e adentramos na mansão.

— Olá, povo! Chegamos! — Avisou Rosalya entusiasmada após abrir a porta, mas logo ficou sem jeito.

Estranho. Clima muito estranho. Nathaniel estava massageando a testa. Totalmente estressado, expressão totalmente exposta. Melody se encontrava sentada de pernas cruzadas no sofá e ao seu lado tinha um oficial comendo rosquinhas. O oficial gordo daquela vez!

— O que aconteceu? — Indagou Rosalya confusa.

Fiquei sem entender o motivo daquilo tudo. Nada se passou pela minha cabeça. Até que Nathaniel caminhou na minha direção e puxou meu braço com muita força, me machucando.

— O que está fazendo? — Rosa protestou reprovando a ação do loiro.

— Você! Como se atreve?! — Ele afirmou me olhando. Sem esperar por minha resposta ele continuou. — Como pude confiar em você? Como se atreve a roubar as joias da minha irmã, Anne! — Berrou, me acusando.

Meus olhos encheram-se de lágrimas. Não sabia do que ele falava. Comecei a ficar nervosa. Avistei Ambre descer da escada me fitando totalmente decepcionada.

— E-eu não sei do que você está falando, Nathaniel! Estive com a Rosa este tempo todo e não tem como eu ter roubado as joias. — Tentei explicar.

— O ruivo estava aqui, Policial. Eu o reconheci e percebi que era o mesmo rapaz que tinha me assaltado daquela vez. Rosalya pode confirmar que ele estava aqui. Afinal, estávamos juntos no almoço. — Melody sugeriu.

— É verdade, Senhorita Rosalya? O rapaz esteve nesta casa? — Questionou o oficial gordo.

Rosalya incrédula assentiu. Talvez, estivesse começando a ficar apavorada e confundindo a situação. Pois ainda acrescentou:

— Antes de Alexy e eu chegarmos ele já estava aqui.

— Um plano e tanto esses dois planejaram. Anne trouxe-o para uma casa que nem é sua. Aposto que as joias estão com ele, mas não deixa de ser uma cumplice. Fiquei observando-o na hora do almoço apenas para confirmar. — Melody envenenava.

Nathaniel ainda me segurava com muita força e me observava com fúria. Aposto que ele sentia vontade de me bater, pois a expressão dele estava assustadora.

— Leve-a daqui, Policial! — Ordenou Nathaniel.

Senti uma pontada no coração neste instante.


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Notas finais do capítulo

Curiosidades:
Cidade Alerta é um programa jornalístico policial brasileiro da Rede Record.

Quero mandar um beijo para Abby-chan e para as leitoras que andam comentando a fanfic. Vocês me motivam e me ajudam. Aprecio isto demais da conta! ♥♥


E agora? Opinião? Palpite? Por favor, não me deixem no vácuo.
beijos