O Diario de Paulina Martins escrita por NiniPatrIlario


Capítulo 9
Capitulo 9 : Insegurança


Notas iniciais do capítulo

Depois de tanto tempo volto com este diario. Espero que me perdoem pela demora e que continuem a seguir a historia e a gostar dela.



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Capitulo 9 : Insegurança

No meio de tantas inseguranças, tristezas, brigas, magoas e medos, algo bom sucedeu na casa dos Bracho, as mudanças ja estão a começar a operar naquela familia e começou pela vovo Piedad. Ela ja se levanta sozinha da cama, ja anda pela casa, ja da ordens la na cozinha e nos bisnetos. Esta a voltar a ser de antes, a mulher sorridente, carinhosa e forte que antes fora. Saber que eu tinha contribuido nessa mudança me fazia sentir feliz, me fazia sentir util e agradecida.

No entanto, a chegada de Carlos Daniel continua a me deixar nervosa e sobretudo mal-humorada. Sigo sem poder esquecer aquel maldito pedido de divorcio e a maldita chegada da Leda continua presente na minha mente e mais agora que se atreveu a mandar um telegrama para que Carlos Daniel a fosse buscar ao aeroporto. Mas é que essa mulher não tem um pingo de dignidade? Ele é um homem casado e todos sabem que ela o vê com outros olhos. Continuo sem entender esse tipo de mulheres e o pior é que desde que conheci a Paola, a cada dia me encontro com mais assim. Penso que sem o querer, terminarei por me adaptar ao facto de que mulheres assim existem mesmo na realidade e não so nos livros ou nas novelas.

A pesar de magoada por esse telegrama, entreguei-o a Carlos Daniel quando ele me veio buscar ao quarto para saber dentro de quanto tempo iamos comer. Tinha que lhe o dar para ver até que ponto iam os sentimentos e a atenção dele por ela. Começava a sentir uma classe de ciumes e sentimentos territoriais por ele que me começava a assustar, sabia que ja o estava a amar e isso era o que mais me fazia entrar em pânico, mas não o queria demonstrar, eu não me podia apaixonar por ele, isso era simplesmente impossivel, ele pertencia a outra mas também não o podia entregar nos braços de outra, sobretudo sendo essa outra a Leda!

Graças a Deus, como eu esperava secretamente, ele não aceitou aquele convite disfarçado de a ir buscar, se negava a o fazer, mas vi pelo seu rosto que se negava à força, ele nem me olhava nos olhos e tinha a mandibula meio apertada, começava a conhecer os seus tiques e sabia que naquele exacto momento estava contrariado. Sei que no fundo ele queria ir mas sabia que eu estava ressentida com ele e se ele aceitasse, a minha reacção não seria das melhores.

Ele sabia que andava assim de chateada com ele pelas suas palavras injustas e incensatas, mas mesmo assim não tentava fazer nada para me agradar, para se desculpar. Pelo contrario, continuava a me apunhalar com esse divorcio inutil, com a maneira de ser da Leda, não sabia se o fazia de proposito para me ver chateada ou se de verdade poderia sentir algo por ela. Ele acha piada o facto de ela se ter proposto a o conquistar procurando assim o nosso divorcio. Ouvir aquela indiferença da sua boca me deu vontade de lhe bater, senti tanta raiva, tanta furia, que não me contive e terminei por propôr eu mesma aquele maldito divorcio para a sua sorpresa. Mas não me arrependo de o ter dito, para que saiba que eu também estaria disposta a me divorciar, assim veremos quem vai jogar mais tempo a esse joguinho perverso de divorcios.

Não me arrependo de o ter feito porque aquela mulher sim se atreveu a ir para a nossa casa. Como se atreve a entrar la tão descaradamente? Como se atreve a me comprimentar como se fossemos as melhores amigas do mundo? E como se atreve a beijar o MEU marido na boca e à minha frente?! E como se atreve ele a permitir essa classe de impulsos à minha frente sem a pôr no seu lugar?! Mas a final de contas que lugar é que ele me da na sua casa? Que lugar é que ele me da na sua vida?! Deveria era pegar nas minhas poucas coisas e ir-me embora para sempre daquele lugar que so me traz penas! Mas não posso, estou atada por um maldito contrato feito com o pior dos diabos. E como se não fosse suficiente, aquela cinica conhece os meus supostos “romances” com os diferentes homens com quem a Paola andava. Agora mais do que nunca devo me sentir ameaçada, ela é muito mais perigosa do que cheguei a pensar, a Lalinha tinha razão, ela é perigosa e posso perder muito se não andar com cautela. Ela se propôs em me tirar o Carlos Daniel e ela tem todas as armas em seu poder para o conseguir. O pior é que sei que penso que Carlos Daniel seria capaz de acreditar nas suas palavras, sei que ela sabe como lhe dar a volta à cabeça e sei que Carlos Daniel ja anda o suficientemente inseguro com a minha distância.

Hoje, mais do que nunca, começo de verdade a me sentir insegura quanto à minha posição naquela mansão e quanto à minha verdadeira posição na vida de Carlos Daniel. Ele desconfia a cada vez de mim, da minha doença e com a chegada de Leda ao México, penso que as coisas podem piorar para mim porque ela conseguiu que Carlos Daniel a levasse até sua casa, ficando com ele tempo suficiente para ele chegar atrasado à reunião familiar, mesmo se eu tinha dito que ele não a podia levar. Vejo que contra ela não terei muitas chances se não começar a me impôr mais como mulher de Carlos Daniel Bracho.

A vovo Piedade ja me deu o meu lugar na familia, na casa, e na fabrica, mas unicamente ela, o resto da familia continua sem me aceitar, sem me apoiar, apenas sabem me maltratar verbalmente, fazendo-me sentir uma mulher vulgar e sem cabeça. Não me querem aceitar, não me querem dar ouvidos, recusam-se em me ver com outros olhos, recusam-se em ver a pessoa que agora sou. Quis dar a minha opinião quanto à gerência da fabrica, quis lhes fazer ver que não estavam a ter as boas actitudes, mas obtusos e orgulhosos como são não quiseram respeitar as minhas palavras apesar de eu saber que eram correctas. Mas graças à vovo, foram obrigados a manter a fabrica aberta e a lutar por ela, sei que a terei sempre ao meu lado, mas e eles? O que mais me importa, estara ele algum dia ao meu lado? Me aceitara ele algum dia como sou? Aceitara ele algum dia que amo aquelas crianças como se fossem minhas? Confiara ele algum dia nesta Paola que agora sou? As vezes penso que sim, mas a maior parte das vezes penso que não, ele esta demasiado cego com a outra Paola.


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Notas finais do capítulo

Espero os seus comentarios, todos eles são bemvindos pois são eles que incentivam uma pessoa a escrever e a melhorar a sua escrita.
Jocas e até breve.



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