O Diario de Paulina Martins escrita por NiniPatrIlario


Capítulo 7
Capitulo 7 : Analisando Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer muito a todas as meninas que estão a seguir a fic e a deixar os seus comentarios. Fico muito agradecida e contente que tenham gostado desta fic e possam a ver através de outros "olhos".



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Carlinhos acordou aos gritos, fui o ver com Carlos Daniel, e este começou a resmungar com o filho por causa do seu medo em vez de se aproximar dele, de o acalmar, de lhe passar confiança e dar carinho. Pude ver que ele proprio causa medo ao filho e não se da conta do que faz e do erro que esta a cometer ao ser assim. Não me esperava a experimentar essa classe de sentimentos tão fortes, mas fiquei chateada, enervada, com ele. Com que direito falava mal com o menino quando este estava assustado por ter pesadelos! As vezes acho Carlos Daniel insuportavel, é pior do que uma criança caprichosa. Sinto uns sentimentos tão contraditorios quanto a ele que por dentro grito em desespero e até me apetece arrancar os cabelos. Tudo se torna numa situação exasperante e se ha algo que eu não admito, é que falem assim com uma criança, e naquela casa eram varias as pessoas que não as respeitavam. No entanto, agora Paulina Martins esta ali e muitas coisas iram mudar, a começar por certas regras bem basicas!

Nessa noite acabei por sentir furia e pena. Pena por Carlinhos, pelo ser fragil que é e ninguém tratar de o entender, e furia por Carlos Daniel tratar tão mal aquela criança indefesa que apenas busca amor e compreensão da parte do pai. Desde que cheguei, pude notar a ausência de Carlos Daniel nesta casa. Ele nunca esta em casa e quando esta não se ocupa dos filhos, é apenas se lhes dirige a palavra, como quer ele que lhe obedeçam? As minhas garras de mãe protectora acabaram por sair e o desafiei. Sim, o desafiei como acho que nunca o fizeram e pouco me importou se me viu a chorar por um filho que não era meu, não me importava o enfrentar, aquela criança tinha que ser protegida e entendida por alguém, e esse alguém vou ser eu, oh que sim que vou ser eu, e finalmente elas vão ter o lugar que merecem nesta casa sem alma.

Sorpreso por me ver assim com o seu filho, disse que não era eu, como me lembro daquelas palavras ditas com tanta raiva e certeza... : "Não, definitivamente tu não és a Paola." Senti tanto medo, o meu corpo gelou e senti que perdia a cor do meu rosto, penso que durante varios segundos o meu sangue deixou de circular. Ele ia-me descobrir se continuasse assim, mas às vezes...! simplesmente não sabia como ser Paola se era Paulina e se ele me fazia tirar assim do serio! Terminei por o fazer sair do quarto, afinal eu era a unica mãe que Carlinhos tinha naquele momento e estava no meu direito se queria chorar por ele. Oh, sei que ele saiu contrariado, mas isso era o que menos me importava naquele momento, o unico que me importava era o bem estar do menino.

Jamais cheguei a imaginar que ao vir para esta casa me iria encarinhar tanto pelas crianças. Paola os descrevia como se fossem dois monstrinhos, incluso cheguei a ler no seu diario que queria que Carlinhos morresse logo de uma vez. Quando li aquilo senti o meu estômago se revirar, como se pode desejar tanto mal a uma criança? Era com essa classe de pessoa que Carlos Daniel queria viver? Essas crianças são uma benção, elas apenas precisam de um pouco mais de disciplina e atenção, mas quando estou perto delas não sei o que sinto, ainda não consigo defenir bem os meus sentimentos para cada membro da familia. Bom, menos Willy, porque esse eu desprezei logo desde o inicio. So de olhar para a cara dele tenho vontade de lhe bater e de dizer umas quantas verdades, é um sem vergonha que não merece nem a minha atenção, nem o meu respeito. Da para ver de longe a classe de pessoa que é, so não entendo como a Estephanie o suporta, como o deixa andar por ai assim à solta, porque tenho a certeza de que sabe que ele é um inutil que so se quer aproveitar dela e que anda com varias mulheres que estão prontas a cair nas suas mentiras.

Honestamente sempre pensei ser uma pessoa pacifica, mas desde que pisei nesta casa descubro que posso ser estricta, fria, sou capaz de julgar, de gritar e de me enervar facilmente, até tenho vontade de cometer assassinatos! Como pode uma pessoa mudar tanto em tão pouco tempo? Ou sera que sempre fui assim e são apenas sentimentos que tinha escondidos em mim e que esperavam o bom momento para se libertar? Em todo caso ja faz uma semana que aqui estou e a unica pessoa que esta a mudar é a vovo. Consegui trazer um novo medico que lhe deu um tratamento que a faria deixar por si mesma o alcool e agora ja vai até ao jardim todas as manhãs e esta mais alegre. Sei que poderei falar melhor com ela de agora em adiante pois esta mais sobria e de bom humor.

Foi por constatar essa mudança que me atrevi a falar com ela, a fabrica esta mal e os homens desta casa ja querem baixar as armas antes mesmo de declararem a guerra. Alguém tem que fazer algo e sei que a vovo é a unica que podera erguer de novo aquele império. E não so a quero boa para que volte a ter voz e voto na cerâmica, também quero que volte a se ocupar da casa como antes, quero que volte a ser a unica dona e senhora deste lar que se esta a desfazer aos poucos. Quero que volte a ser a de antes porque sinto um imenso carinho por nela, nela vejo uma mãe a pesar de a conhecer muito pouco. No entanto, ela me fez medo quando a fui ver porque a tratei por "você" em vez de "vovo", e segundo ela o vou fazendo desde o meu "regresso". Vi no seu olhar que desconfia de algo, não sei se sabe quem sou realmente, mas sei que desconfia de algo. Tratei de me safar dizendo que durante a minha viagem tinha mudado, tinha tomado a decisão de ter outra atitude, de ser outra com as pessoas e comigo mesma. Mas como se era de esperar ela não engoliu isso, não, ela disse : "tu não voltaste diferente, tu és outra". Sei que não falava de ser outra quanto ao meu caracter, mas de ser outra pessoa. Não o confirmei nem o desmenti, mas também sei que se descobre a verdade não a ira gritar aos quatro ventos, e talvez nem me o diga a mim nos primeiros tempos sem estar totalmente certa.

Novamente volto a me dar conta que tenho que andar com cautela, ja são varias as pessoas que desconfiam da minha mudança e isso pode me trazer graves consequências. Carlos Daniel até ja me voltou a reprochar por fechar a porta às chaves e lhe impedir de entrar, me acusou de negar o seu amor, os seus beijos, diz que não sou a mesma de antes, que não sou a Paola que enchia a casa de risos. Ele não entende o que lhe digo, não entende que doença posso ter que não lhe permita se aproximar. O facto é que me deu a entender que lhe minto, que deixei de o querer, e como posso eu me chatear com ele se ele tem toda a razão? Mas é que é todo o contrario, não estou a deixar de gostar dele, não estou a deixar de o querer, estou-me a apaixonar por ele, e a cada dia mais. Mas ele não me quer assim como sou, ele quer a antiga Paola, a frivola, a alegre, a apaixonada. Ele não a quer ver como é em realidade, esta cego pela sua falsidade, pela sua mentira. Esta cego pela sua beleza e sensualidade. Ele não quer que seja mulher e seja inteligente, não quer que pense por mim mesma, que ajude, que tenha o controle. Temo que ele nunca me queira como sou por medo a peder o seu role de homem da casa.


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Notas finais do capítulo

Sera que é mesmo por isso que ele não a quer como é? As vezes penso que sim, ele sempre quis a Paola pelo charme, pela beleza que a caracteizava, acho que ele nunca a amou mesmo, apenas vivia pela sua sensualidade. O que acham vocês? E este capitulo, merece ou não muitos comentarios? Eu não vejo muitas a comentar, terei que ver se vale mesmo a pena continuar com a fic...