O Diario de Paulina Martins escrita por NiniPatrIlario


Capítulo 13
Capítulo 13 : Os opostos se atraem


Notas iniciais do capítulo

Depois de tanto tempo posto um novo capítulo. Espero que continuem a seguir e a gostar. Como sempre espero os seus comentários (^_^)



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Desde o inicio a minha relação com Carlos Daniel não foi muito estável. Às vezes estavamos bem e outras vezes pareciamos puros desconhecidos. Às vezes éramos carinhosos um com o outro e outras vezes odiosos, tão depressa podiamos nos abraçar ou beijar como podiamos estar a discutir. Cada um de nós tinha o seu orgulho e o faziamos ver, mostravamos esse orgulho ao outro e mostravamos que nenhum estava disposto a voltar atrás nas suas palavras, actos e decisões. A realidade é que somos duas cabeças duras com um forte carácter. A realidade é que estou apaixonada por ele e que este amor me é negado, este amor é proibido e desde o início o sabia. Pensei que fosse ser forte, pensei que não ia ser capaz de amar alguém que é casado com outra, pensei que nunca poderia esquecer Osvaldo, pensei, pensei, pensei... pensei, mas pensar não me foi suficiente, porque é que pensar nunca pode ser suficiente? Bastou um olhar, um roce de labios, um sorriso, um tocar e me apaixonei, me apaixonei como se nunca o tivesse estado antes, me apaixonei com o coração. Pensava que amava o Osvaldo mas logo me dei conta que o que sentia por ele era apenas uma gota no infinito oceano comparando com o que sinto por Carlos Daniel. Como pode um coração se desapaixonar tão rapidamente para amar outro alguém completamente desconhecido? Como pode um coração tomar decisões proprias sem antes consultar se queremos ou não nos apaixonar? Porque tinha que ser ele a decidir e não eu? Porque é que a minha mente não pode ser mais forte do que o coração? Porque posso ordenar à minha mente que não se apaixone, mas não ao coração?
Sinto que a cada vez me fecho mais num beco sem saída, sinto que corro atrás da minha perdição e nada faço para parar, tudo o que faço parece ser em vão, em vez de o deixar de querer parece que o quero ainda mais, é só o ver e o coração da um pulo no meu peito, é só o sentir e ouvir e um nó se forma na barriga, na garganta, nunca antes tinha sentido algo igual. No início me assustava sentir isso e agora já faz parte de mim, faz parte da nossa relação, - se é que posso chamar o que temos de relação – agora sei que sinto isso porque o amo, não posso o negar mais, amo-o e tenho que me conformar com esse amor não compartido. Ele ama a Paola, ele diz que me ama mas porque me vê com a aparência da Paola, ele não me ama a mim, ele não me ama por quem sou e se soubesse a verdade também não me amaria. Ele nunca amaria alguém da minha classe social, se soubesse a verdade seria um insulto para ele eu ter pisado o chão da sua casa, ele me iria pôr na prisão sem tão sequer pensar duas vezes. Sei que para ele eu seria um nada, seria uma morta de fome que se aproveitou da Paola, sei que se ele descubrisse a verdade me culparia a mim e não a ela, ela saberia como o convencer de que a culpada era eu, de que tinha sido eu a armar todo um plano para me fazer passar por ela. So com pensar nessas possibilidades o meu corpo e alma gelam, o que mais apreendo é a descoberta da verdade, a descoberta da usurpação e o pior é que não faço grande coisa para que não suspeitem. O meu dever era agir como ela, era ser ela, aprendi a ser como ela, mas eu simplesmente não consigo, eu não sou assim. Como posso fingir ser alguém que não sou nem gosto? Como posso me fazer de egoísta, vaidosa, caprichosa, preguiçosa, gananciosa, se não o sou, se não fui criada assim? Quis tentar, quis, mas não o consegui e por enquanto não penso tentar, o Carlos Daniel que aprenda a confiar em mim, ele que deixe de ser cego e que compreenda que não se pode amar uma aparência, não se pode quando se tem dois filhos. Ele tem que parar de pensar apenas nos seus desejos, porque estando com a Paola ele so pensa nele e no seu prazer e desejos, não pensa nas necessidades dos seus filhos. A todos deu para ver que Paola nunca sera como uma mãe para as crianças, se ela se comporta como uma criança, como pode educar a duas?
No entanto, desde que cheguei todos notaram que dou amor às crianças, que lhes dou importância, lhes dou tanto a elas como a todos desta casa e ele em vez de se alegrar por isso, em vez de me amar ainda mais por isso, se chateia comigo, não me gosta de ver assim. Isso so prova que o que ele quer mesmo é ter uma mulher caprichosa, sensual e que so lhe dê atenção a ele, o resto não lhe importa com tal de que esteja disponivel para ele. É tão cego e tonto que confia nela, acredita nas suas viajens “inocentes”, aceita o facto de ela dizer que precisa estar longe porque esta cansada do seu dia-a-dia, porque precisa de se repousar. Que classe de homem aceita que uma esposa e mãe diga que esta cansada do seu dia-a-dia? Que classe de pai aceita, e ainda defende, que uma mãe diga estar cansada dos seus filhos? Pode não ser mãe de sangue, certo, mas sabia o que lhe esperava ao se casar com ele, para mim isso é uma atitude imperdoavel. Ela o engana debaixo do seu proprio teto e ele nem conta se da. Tão cego esta? Ou tanto a ama assim que não quer ver a verdade que esta à frente dos seus olhos e que todos conhecem? Ela é frivola e todos o sabem, mas ao mesmo tempo Carlos Daniel é como ela, são tal para qual, não entendo como posso me apaixonar por ele sabendo como ele pensa, ele é todo o meu oposto, porque ele então? Sera que sim é então verdade que os opostos se atraem?


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