O Diario de Paulina Martins escrita por NiniPatrIlario


Capítulo 14
Capítulo 14 : Quase sua


Notas iniciais do capítulo

E aqui mais um novo capítulo. Este capítulo relata a cena mais esperada da novela, espero que este capítulo esteja um pouco ao alcance das suas expectativas e espero os seus comentários *-*



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Ultimamente tenho me sentido mais sensivel do que de custome, sinto-me à flor da pele e a realidade é que a cada vez me sinto mais incapaz de me refusar ao Carlos Daniel. Sinto-me incapaz de o impedir que me toque, sinto-me incapaz de o impedir que me beije, mesmo se me chateia e desagrada a sua maneira de ser, todo o meu ser chama por ele, é como se tivesse um calor incontrolável que se apodera de mim a cada vez que me aproximo dele, sinto uma sensação de instabilidade, é quase como se flutuasse, como se estivesse sobre uma nuvem de algodão doce.
Aquele perfume dele... esse perfume se emprenha no meu corpo, me atrai imensamente, adoro o seu cheiro entre selvagem e suavidade, é como uma noite de primavera, ele me cautiva, sim, Carlos Daniel me cautiva. Não o consigo nem posso tirar da minha mente, do meu coração, as minhas mãos clamam por tocar nele, os meus olhos choram por o ver, o meu coração sangra por o sentir e os meus sentidos se apuram por o desejar, não posso negar o que sinto por ele, ja nem à sua frente consigo dissimular a minha vontade de o ter e os meus ciúmes por não o ter e o ver com outra. Esta noite dei-lhe a prova dos meus ciúmes, do meu desejo, do meu querer, foi algo que não queria que tivesse acontecido, pelo menos não assim, não dessa maneira, mas foi incontrolável.

A Leda voltou cá a casa esta noite e como de custome se atirou a ele sem o menor pudor; ela me faz lembrar aquelas gatas da rua em celo que andam atrás de gatos para as consularem na calada da noite, num beco escuro e sem saída. Ela parece uma necessitada de afecto, uma faminta de desejo e uma sedenta de amor. Se fosse ela sentiria vergonha de agir assim frente à minha propria familia, seja ela familia directa ou não. O caso é que Carlos Daniel da-lhe sempre corda e deixa-se fazer, ele parece gostar disso, ele parece pedir isso, parece gostar que as mulheres andem loucas atras dele, talvez seja a sua maneira de mostrar que é homem, de ter a certeza de que tem charme e que atrai as mulheres. Ele da-lhe corda e ela segue-lhe a corrente, ao final quase parecem mesmo feitos um para o outro, talvez ela seja mais adaptada para ele do que a Paola ou eu, como tanto sonho. Mas essa noite decidi ser outra, decidi me comportar como Paola e decidi defender o meu território. Não o suporto ver com outra por isso porque permito que andem encima dele? Porque não tento que ele se aproxime de mim, que ele goste de mim como sou? Não o posso ter, certo, mas também não preciso de o perder entregando-o de bandeja para qualquer uma.
Essa noite segui o jogo da Leda, colei-me a Carlos Daniel para não o soltar, ele era meu e o queria demonstrar tanto a ele como a ela, chegava já de ser a pobre coitada que vê o marido se escapar e não faz nada para o deter. Para quê me martirizar se posso tentar ser feliz, nem que seja por apenas uns meses?
Leda queria que o Carlos Daniel a levasse a casa, como sempre o fazia quando cá vem, mas eu disse que aquela noite me apetecia sair, me apetecia dançar. Não o desejava, mas menos desejava que ela estivesse com ele. Ela obviamente quis vir também, mas fui clara ao dizer que não queria, que queria que aquela noite fosse só para nós os dois. Claramente, ela não gostou da ideia e tentou uma vez mais o convencer a levâ-la a casa. Ver a insistência dela me deprime, dá-me uma imensa vontade de lhe saltar à cara e arrancar todos aqueles cabelos escuros lisos e sedosos. Por sorte o Carlos Daniel disse que não a acompanharia porque iamos sair os dois, mesmo não querendo ela foi obrigada a ir embora. Ele pensava mesmo que ia querer sair com ele? Não, não ia sair. Não ia porque não gosto e não ia porque me mete nojo a relação insana que os dois mantêm. Não obstante, ele me seguiu até ao quarto, me seguiu porque viu que estava chateada, que estava com ciúmes e me seguiu porque “me ama”, me seguiu porque só para mim tem olhos, mas se só para mim tem olhos porque permite que a Leda faça dele o que quer? Em todo caso o meu coração mole o permitiu entrar, amo-o tanto... e depois ele me disse aquelas palavras bonitas que me ama, que só a mim ama, disse que me necessitava e deixei-me levar por aquela névoa de amor, de paixão, de sedução. Não só ele andava carente de amor e afecto, eu também andava e precisava que alguém me abraçasse assim como ele fez, precisava que alguém me beijasse com aquela paixão e carinho ao mesmo tempo.
Aos poucos fomos recuando até nos encontrarmos deitados sobre a cama, tudo o que estava a passar era mais forte do que eu, era muito mais forte do que a minha própria vontade. Desejava-o tanto naquele momento que nem poderia descrever claramente tudo o que pude chegar a sentir estando nos seus braços. Nunca antes tinha sentido um desejo assim tão forte por alguém, era como se tivesse um fogo que me consumia totalmente por dentro, nem as mão dele e beijos eram capazes de atenuar aquela sensação de calor, de vértigo. Eu sentia-me dentro de uma espiral, sentia que um vento passava por mim e arrastava tudo atrás dele como se fosse um furacão. O calor entre as minhas pernas se fazia cada vez mais presente, desejava-o tanto que até me doía, sentia a humidade se propagar entre as minhas pernas, a minha pele parecia toda sensível, apenas ele me roçava e senita um formigueiro me percorrer, a minha garganta secava, o meu ventre se contraía, todo o meu corpo clamava por ele, o meu corpo pedia que ele apagasse aquele ardor, eu pedia para ele me fazer sua para acabar com aquela dor, com aquele sufoco. Sentia que estava ao bordo do abismo mesmo se não tivéssemos ido mais além de beijos e caricias, mas a imagem de Paola chegou à minha mente, ela chegou e aquele calor começou a se escapar de mim, eu não podia fazer isso, não podia chegar tão longe com um homem que não era meu e amava apenas a minha aparência. A lembrança dela não me permitia ir mais longe. A amaldiçoei por ter se infiltrado assim nos meus pensamentos, mas também a agradeci porque senão não teria tido coragem de me deter.
Foi difícil essa separação, mas não tive escolha, nenhuma outra alternativa me era dada ainda. Sei que o fiz sufrer, mas mais do que eu, acho que não poderá chegar a sofrer.
No entanto não consigo esquecer aquelas mãos que passearam pelas minhas pernas, que se aventuraram pelas minhas coxas, que passaram pelas minhas costas deslizando até à minha cintura, passando pelo meu ventre e logo subindo perigosamente onde ainda ninguém me tinha ainda tocado. Não consigo esquecer o ardor dos seus beijos, o ardor do seu desejo roçar o meu corpo.
Eu já estava a dar em maluca, mas agora perdi completamente a cabeça de vez.


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