You're Always Here - Hayffie escrita por F Lovett


Capítulo 33
Capítulo 33 - A Guerra


Notas iniciais do capítulo

POVOOOOOOOOOOOOOOO ♥

Aqui está mais um capítulo! E olha só: vai ter capítulo extra porque não deu pra colocar a morte da Coin nesse xD

MAIS CAPÍTULO AEAEAEAEAEAEAEAEAEAE o/

Vou dedicar esse capítulo a Nathalia Carvalho, que curte minha cosplay page e disse que ama a fic, então, amore, esse capítulo é pra você ♥

Nos vemos nas notas finais...

Boa leitura! ;)



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CAPÍTULO XXXIII

Finnick.

Sento-me na poltrona mais próxima a mim, sentindo meus olhos arderem. E imediatamente meus pensamentos me levam a Annie. Como ela deve estar agora? Com certeza também já ficou sabendo da notícia.

Penso no casamento. Penso na felicidade que eles estavam mostrando naquele dia. Penso nos seus sorrisos. Sorrisos que nunca mais serão mostrados. Penso em tudo isso enquanto sinto as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Enterro meu rosto nas minhas mãos e começo a soluçar.

Sinto uma mão pousar no meu ombro e sei que é Haymitch.

– Como está Annie? - indago após conseguir controlar o meu choro. Minha voz sai embargada e trêmula. - Como ela está?

– Arrasada - Plutarch diz baixinho e sei que está tentando se controlar também. - Foi, com certeza, uma grande perda para nós, mas nada comparado a Annie.

– Nada mesmo - concordo e fungo em seguida.

– Beetee falou mais alguma coisa sobre ela? - Haymitch pergunta.

Plutarch suspira.

– Ela se... descontrolou. Teve que ser dopada.

– Coitada - sussurro.

Levanto a cabeça e vejo Plutarch mais cansado que jamais havia visto.

Mas preciso analisar a realidade: estamos numa guerra. O tempo que Plutarch nos deixou dormir foi quase um luxo em meio ao que temos passado e ao que provavelmente vamos passar quando chegarmos à Capital.

– Plutarch... - o chamo e ele levanta as sobrancelhas. - Onde vamos pousar, exatamente?

– Um pouco depois da mansão e seus arredores - ele responde simplesmente. - O bombardeio será naquela área e precisamos estar protegidos.

– Bombardeio? Quando será isso?

– Hoje à noite.

– O que? - me ouço gritar. Meus batimentos aceleram. - Hoje? Você quer dizer... hoje?

– E chegaremos à Capital quan...? - Haymitch não chega a terminar. Quando dou de ombros para olhar o que temos a frente, percebo que já estamos aqui. Estamos na Capital.

A visão que tenho daqui de cima não é tão favorável assim, também não dá para ver exatamente o que está acontecendo lá embaixo, mas sei que ninguém está nas ruas. Sei que todo mundo está escondido, ou ainda tentando se esconder.

Tentando se manter vivo.

– Daqui a alguns minutos já estaremos pousando - Plutarch diz. - Há um pequeno retiro de rebeldes alguns quarteirões após a mansão, que estará afastado justamente por causa do bombardeio.

– Rebeldes? Rebeldes de onde?

– Neste retiro, alguns da Capital e alguns do Treze. Um aerodeslizador foi enviado antes de nós por questão de precaução mesmo. Vieram para verificar se a barra está ou não limpa.

– Teremos que seguir alguma programação quando chegarmos? - indago e Plutarch ri brevemente. Sim, foi a tentativa de fazer uma piada. Mas sei que ele riu apenas por gentileza.

– Só precisaremos ficar vivos.

Concordo com a cabeça e volto a olhar pelo visor enquanto Haymitch afunda em outra poltrona. Olho rapidamente para ele e percebo que a abstinência está voltando a incomodá-lo. E agora, na Capital, ele se sentira vulnerável de novo.

– Não se preocupe, Effs - Plutarch diz e olha para frente. - Amanhã será um grande, grande, grande dia.

Franzo o cenho e volto a me concentrar na imagem à nossa frente. E pela primeira vez sinto receio em ouvir uma frase que eu costumava dizer diariamente.

~*~

Descemos do aerodezlisador e caminho na rua deserta até chegar a um cruzamento. Olho em todas as direções e não identifico sinal de uma pessoa sequer. Não dá para acreditar que essa é a Capital, o meu lar, que costumava ser tão movimentada, com pessoas de um lado para o outro, cores espalhadas por todos os cantos, risadas e gritos de elogios espalhando-se por onde eu passava.

Agora é só um lugar com prédios altos e nada mais. Todas aquelas cores sumiram. Todos estão em casa ou em qualquer outro lugar que considerem "seguro", mas mal sabem se irão viver de hoje para amanhã. Mal sabem o que poderá acontecer a eles, ou a qualquer pessoa próxima.

Viro-me para avistar uma avenida e permaneço com o olhar fixo para a frente. Cruzo os braços e um calafrio percorre o meu corpo.

– Algum problema? - Haymitch indaga, já ao meu lado. Estava tão concentrada em olhar a avenida que não o percebi se aproximar.

– Minha casa fica a uns três quarteirões daqui - digo, pensativa. - Tudo que eu queria era... recuperar as minhas coisas.

– Seria muito arriscado.

– Eu sei.

– Ah, sim - seu tom de voz aumenta um pouco e eu dou de ombros. - Esqueci de mostrar uma coisa a você... - ele leva uma mão até um bolso interno do seu macacão e leva alguns segundos para encontrar o que procurava. Quando retira a mão de lá, percebo um brilho dourado rapidamente contrastar com a sua roupa.

Meu olhos brilham.

Não, não pode ser.

– Você se lembra disso? - ele pergunta e abre a palma da mão, virada para cima, mostrando-me um bracelete dourado, com formas de chamas ao seu redor.

– É o... é o bracelete que eu te dei - quase sussurro. Não consigo tirar os olhos do pequeno objeto na sua mão.

– Finnick me deu no dia do casamento dele, um pouco antes de você aparecer - explica. - Achei que ele tinha perdido na arena, mas, segundo ele, foi uma das poucas coisas que se salvaram. E, como ele lembrou de quando eu disse que foi um presente seu...

– Você disse pra ele? - indago, sentindo meus olhos úmidos.

– Eu disse no dia que entreguei - responde. - Mas não achei que fosse lembrar depois de tudo.

– Foi muito... gentil da parte dele.

– É, foi... E... - ele segura minha mão e deposita um beijo nela - acho que você deveria ficar com isso.

Franzo o cenho mediante suas palavras.

– Por quê?

– Você sabe... Se acontecer alguma coisa comigo...

– Não! Não vai acontecer nada com você - me pego quase gritando. E, num gesto involuntário, começo a estapeá-lo. - Não venha me dizer... que depois de tudo... você vai morrer justo agora!

Depois de várias tentativas, Haymitch consegue segurar os meus braços, impedindo-me de voltar a investir contra ele.

– Só estou sendo realista! Ninguém sabe como vai ser!

– Mas você poderia ser otimista pelo menos uma vez na vida! Que droga, Haymitch!

Soluço e encosto meu rosto no seu peito, sentindo o nervosismo me invadir. Seus braços me envolvem enquanto ele tenta, quase sem sucesso, me acalmar. Tudo bem, ninguém realmente sabe o que acontecerá conosco. Talvez simplesmente morramos aqui e ninguém nos encontre. Talvez nossos corpos sejam dados como desaparecidos enquanto somos encobertos por escombro, esquecidos pela sociedade. Mas talvez não morramos. Talvez acordemos amanhã prestes a presenciar uma nova Panem.

Mas para isso, precisamos nos salvar.

Hoje à noite, foi o que Plutarch nos disse. Hoje à noite haverá o bombardeio e só o que podemos fazer é nos esconder.

– Ei! - Plutarch grita e eu me afasto um pouco de Haymitch para poder vê-lo. - É melhor nos apressarmos! Tem pacificadores rondando o local.

Felizmente o aerodeslizador foi pousado um pouco distante daqui e tivemos que vir andando - e foi uma boa caminhada.

A casa é pequena e simples, mas não fica nem um pouco distante dos lares característicos da Capital: chamativa. E, por incrível que pareça, essa peculiaridade está contando como vantagem para nós.

A casa está deserta. Não há um sinal de movimentação, além do nosso, aqui dentro. Me pergunto se estamos na casa certa, mas então Plutarch nos leva a um corredor e posso ouvir um murmúrio abafado vindo de baixo. E quando finalmente abre uma porta secreta no chão, num quarto quase escondido, uma escada nos leva ao porão.

Os murmúrios param. Plutarch vai na frente e acende uma lanterna.

– Calma, gente - ele diz. - Estão todos bem?

E quando, acredito, todos o veem, os murmúrios voltam a encher o ambiente e eu solto o ar que estava prendendo. Mas nada comparado ao que sinto quando vejo um rosto conhecido:

– Effie? - uma voz feminina vem de lá de baixo.

É Miri. Ela está aqui.

~*~

Após passarmos o resto da tarde recebendo todo tipo de explicações sobre como os demais chegaram aqui, descubro que Miri estava no aerodeslizador que veio antes do nosso. Acabo contando a ela sobre Haymitch e eu e tive que repetir inúmeras vezes que realmente estávamos juntos até ela acreditar.

Finalmente posso me sentir mais calma aqui dentro.

Nos sentamos num canto do porão, encostamos na parede e conversamos sobre tudo, enquanto Haymitch ajudava Plutarch a trazer comida.

Há um rádio ligado provavelmente na mesma frequência do aerodeslizador. Uma grupo de pessoas está ao redor do equipamento, na expectativa, aguardando algum sinal, algum aviso, qualquer coisa.

Então recebemos um sinal e todos parecem prender a respiração.

Haymitch e Plutarch aparecem no porão novamente e correm na direção do rádio, mas Plutarch permanece mais próximo, pegando algo como um microfone e se senta. Haymitch vem até mim e segura a minha mão.

– Terminaram de trazer as coisas? - indago.

– Terminamos - responde. - Você está bem?

Assinto com a cabeça e, sem esperar mais nada, Haymitch me segura pela cintura e prensa seus lábios nos meus. Ele me conduz até me encostar na parede e eu ponho uma mão no seu rosto, enquanto o retribuo na mesma intensidade.

Haymitch afasta um pouco para me olhar.

– Vai ficar tudo bem - ele diz. - Eu prometo.

E como se adivinhasse, ouvimos a primeira bomba. Imediatamente abraço Haymitch com todas as forças que tenho e ele faz o mesmo. Todos ao nosso redor começam a murmurar, assustados, alguns se sentam, outros se juntam em grupos.

A guerra, propriamente dita, começou.


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Notas finais do capítulo

COMEÇOU O BOMBARDEIONEY! o/

Pronto, agora já sabemos que a morte da Coin virá em seguida pra todo mundo ser feliz xD

Bom, minha cólica deseja que vocês tenham gostado do capítulo e até o próximo, amores!

Comentem e deixem a Lovett (cheia de cólica) feliz ♥