Sempre te amei. escrita por AnaClaudiia


Capítulo 62
Empresa, Fa e festa.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :)



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Por João Lucas

Assim que escolhemos a nova coleção, meu pai já quis pensar na nova modelo. Dessa vez nossa linha de jóias está um pouco mais dark. O Comendador resolveu usar o seu apelido de "Homem de preto" a nosso favor. Em todo anel, por mais que tenha um ou outro diamante, ou até mesmo uma esmeralda, sempre há uma coisa escura. Pérolas negras em um brinco, uma pedra preta em um colar...

Quando a coleção estava escolhida, meu pai achou que tudo aquilo era a cara da Du, afinal de contas, minha esposa sempre gostou de preto. Ele perguntou se ela aceitava ser a nossa nova modelo e Eduarda disse que sim, sem reclamar ou fazer qualquer tipo de pergunta.

Isso me deixou muito feliz, tenho certeza de que Du se sairá muito bem.

Enquanto meus pais discutem sobre a decisão dele, vejo Eduarda vindo até mim.

Ela me puxa para um canto da sala e sussurra em meu ouvido:
Du: Cara, que furada é essa? Eu não to acreditando... - Diz, aparentando estar nervosa. - Esse negócio não vai dar certo!
JL: Você não tá a fim?
Du: Claro que não! Tu me imagina como modelo?
JL: Imagino! - Respondo. - Já estou até vendo o seu rosto estampado em todas as joalherias do mundo!
Du: Eu não sou modelo, não quero ser, nunca quis... Que merda!
JL: Se é assim, por que aceitou?
Du: Porque não sabia o que estava fazendo... - Ela sorri. - Tava jogando um jogo, não fazia a miníma ideia do que vocês estavam falando!

Começo a rir, não acredito que Eduarda aceitou sem nem saber do que se tratava.
JL: A sua falta de atenção te arranjou um emprego!
Du: Me arranjou é uma dor de cabeça! - Responde, dando uma rápida olhada para meu pai. - Será que ele fica bravo se eu disser que mudei de ideia?
JL: Bravo não... Ele só não aceita! - Pego a mão de Eduarda e dou um beijo nela. - Bem vinda a Império meu amor!
Du: Que droga... - Ela ri, e me dá um abraço.
MM: O que os pombinhos estão cochichando ai? - Pergunta minha mãe.
JL: Nada, só estava dando as boas vindas a Du... A partir de hoje ela é uma funcionária da empresa... Não é?
MM: Por enquanto... Só até o desfile, depois já pode voltar a ficar em casa o dia todo jogando vídeo game.
JA: A mocinha vai ter que vir aqui algumas vezes, experimentar as jóias, fotografar para campanha... Se quiser, também pode ajudar a escolher as roupas pro desfile!
Du: Não, to de boa... O que vocês me derem eu visto.
JL: Tem certeza? - Sussurro em seu ouvido. - Depois que te mandarem usar um vestido rosa pink não reclama...

Du me olha e em seguida diz:
Du: Mudei de ideia... - Ela sorri pro meu pai. - Vou ajudar a escolher as roupas!
JA: Ótimo, Clara também te ajudará. Esse evento vai ser o maior da Império! Estamos em evidência, todos querem saber tudo que está relacionado a mim.
MM: Como é convencido... - Diz minha mãe, se levantando da cadeira. - Antes de ir, quero pedir uma coisa!
JA: O que?
MM: A Eduarda... Ela devia pintar esse cabelo! Nossa linha de jóias é para mulheres de classe, não para adolescentes de cabelo colorido...
Du: Ah, nem vem! No meu cabelo ninguém toca!
MM: Mas minha querida... - Ela se aproxima de nós. - Você é uma mulher adulta e com dois filhos, no entanto ainda parece aquela garota imatura e rebelde! O que vão pensar? Os nossos clientes são tradicionais...
Du: Eu gosto do meu cabelo assim! Não vou pintar de outra cor por medo do que as pessoas vão pensar de mim...
JL: É mãe, e eu também gosto dele assim. - Digo, a abraçando. - Pai, tudo bem pra você ela não pintar né?
JA: Pois eu acho que vermelho é até melhor! Chama mais atenção... Precisamos atrair mais clientes!
MM: Então sou voto vencido... - Marta pega nos cabelos de minha esposa e fala: - O que você tem contra a cor castanho?

Eduarda sorri e dando um abraço em minha mãe diz:
Du: Se eu for passar uma tinta, vai ser um roxo bem estilo Katy Perry.
MM: Ah Deus, não mereço isso...

Marta ri do que Du diz e em seguida vai rumo a porta. Implica mais gosta, assim é minha mãe....

Todos saem e ficamos só eu e Eduarda na sala. Acho que ela quer conversar:
Du: Lucas, não sei se vou ter coragem de fazer isso...
JL: Vai sim, eu vou estar com você!
Du: Tirar fotos e experimentar jóias até vai, mas e o desfile? Eu tenho medo de tropeçar, cai de cara no chão na frente de todo mundo... Não vou conseguir andar sabendo que absolutamente todas as pessoas vão estar com os olhos fixados em mim!
JL: No dia, quando você estiver exibindo as jóias pela passarela, eu vou estar bem na sua frente. Tu vai olhar só para mim, o mundo vai desaparecer e será apenas nós dois. Tenho certeza que tu consegue, não dará nada de errado...
Du: Eu nunca mais vou vir numa reunião com você! - Ela ri.
JL: Sabe o que acho? Quando você desfilar e ficar famosa, vai chover gente querendo te contratar. Tu nem vai ter tempo pra nada... Não vai se esquecer de mim em? - Digo, passando a mão por seu rosto.
Du: Você sempre será prioridade na minha vida.

Nos aproximamos lentamente um do outro e começamos a nos beijar. Eduarda coloca sua mão em minha nuca e eu em sua cintura. Ela parece tão bem, sinto que está recuperada. Claro que vai ter que continuar as terapias, mas essa garota que me beija agora é a mesma pela qual me apaixonei.

Nosso beijo está cada vez mais intenso, estou precisando de ar mas me recuso a parar, não quero afastar meus lábios do dela.

É Eduarda quem para nossas bocas. Ela dá uma passo para trás e respira, eu faço o mesmo.
Du: Acho melhor nós irmos embora, daqui a pouco alguém vem fechar a empresa e nos deixa trancados aqui...
JL: Eu não me importaria de ficar trancado com você!
Du: Pois eu me importo! A companhia seria ótima, porém estou morrendo de fome... E ainda tem a babá, ela tem que ir embora daqui a pouco. Você quer deixar nossos filhos sozinho?
JL: Não, claro que não! Você tem razão - Pego em sua mão e vamos até a porta. - Como sempre...

No caminho de volta para casa, minha esposa ficou olhando fixamente para rua. Talvez pensando em todas as vezes que terá que passar por aqui.

Sei que ela não está totalmente feliz com isso, mas com certeza irá ficar.

(semanas depois...)

Por Eduarda:

O despertador toca e eu e Lucas levantamos rapidamente. São 6:30 da manha, precisamos estar na Império as 8:00.

Vamos em direção ao banheiro e tomamos banho juntos, estamos nos acostumando a fazer isso. Quando não acontece, sinto falta de alguém esfregando minhas costas!

Saímos do banheiro e começamos a nos arrumar. Hoje será um dia longo, pelo menos para mim. Irei fazer a primeira prova de roupas pro desfile, testar algumas maquiagens, ir na terapia e depois voltar para festa de aniversário de meus filhos. Sim, hoje eles fazem 1 ano de idade.

Quem escolheu e organizou a maioria das coisas foi minha sogra, ela até pedia minha opinião as vezes, mas na maioria seguia suas próprias ideias. Não fiquei chateada, sei que ela é assim mesmo e não faz por mal.

Até queria ter ajudado mais na organização da festa, mas não tive tempo. Aliais, isso é tudo que não tenho nos últimos dias. Nunca mais tive uma crise de choro e acho que o motivo é esse. Minhas horas são contadas, o ponteiro do meu relógio parece girar mais rápido do que o dos outros. Nunca mais consegui alguns minutos para sofrer. E isso é ótimo!

O meu psicólogo super apoiou a ideia de eu ser modelo, disse que ajudaria na minha auto estima e me faria independente.

O salário que vou ganhar é alto. Acho que vou trocar de carro e guardar o resto...

Lucas passa por mim, me tirando de meus pensamentos e fala:
JL: Vou lá dar parabéns pros nossos filhos. - Ele sorri.
Du: Me espera que vou com você, só tenho que terminar de passar esse rímel... - Respondo.

Enquanto me olho no espelho, vejo Lucas se sentando na cama. Ele fica olhando pra baixo e espera pacientemente eu acabar de me arrumar. Acho isso fofo...

Ao ficar pronta, vou até meu marido e digo:
Du: Vamos lá amor...

Ele se levanta sorrindo e caminhamos juntos até o quarto de nossos filhos.
JL: Parabéns pra você... - Lucas começa a cantar bem baixinho assim que entra no quarto.
Du: Eles estão dormindo... - Sussurro. - Melhor deixar assim, senão na hora da festa vão ficar com sono!
JL: Fala sério, a festa devia ser sábado, ou domingo...
Du: Mas o aniversário deles é hoje, tem que comemorar no dia. - Sorriu. - Pelo menos é sexta-feira, amanha dormimos o dia todo!
JL: É, tu tem razão... Mas vai ser cansativo chegar da Império e ainda aguentar um monte de crianças correndo pela casa.
Du: Só crianças ricas e dá alta sociedade, aposto! - Minha sogra só convidou pessoas do mesmo nível social que o nosso. - Acho que não vou conhecer ninguém!
JL: É, eu também. Mas vamos logo, não quero chegar atrasado na Império...

Vamos até a garagem e cada um vai em direção a seu carro. Eu vou sair mais cedo, para ir na terapia, e Lucas continuará na empresa até dar o expediente.
JL: A gente se vê lá.. - Ele me dá um selinho.
Du: Vou morrer de saudades. - Brinco. - Toma cuidado em? Tomara que não engasgue com a poeira que vai comer...
JL: Se vai ver quem vai comer poeira... - Ele ri, entrando no carro.

Não iremos fazer um racha, não somos tão irresponsáveis assim, mas claro que um vai querer chegar primeiro que o outro... Vamos por caminhos diferentes, ele escolhe o mais curto porém o que tem mais transito, já eu vou pelo mais longo que quase não tem carros a minha frente.

Chegamos quase que simultaneamente, ele alguns segundos primeiro... Lucas até me zoa um pouco, mas acabamos rindo juntos disso.

Falta 2 minutos para as 8:00 horas, mas todos já chegaram, menos a estilista. Vou para sala de Lucas e ficamos conversando.
JL: Eu adoro quando você vem para a empresa. Já to querendo que meu pai te dê um emprego fixo aqui. - Ele sorri.
Du: Emprego de que? Estátua? - Começo a rir. - Depois que eu fizer as fotos para a campanha e desfilar, por que viria aqui?
JL: Ah, sei lá. Podia ser a minha secretária... - Fala, rodando um pouco sua cadeira.
Du: Que eu saiba você já tem uma!
JL: Idai? Preciso de duas. Uma para me ajudar com meus compromissos e documentos e a outra para me animar quando eu estiver achando tudo isso um tédio... - Ele sorri maliciosamente.
Du: E como eu poderia te animar? - Falo, me levantando da cadeira e indo até perto dele.

Lucas me puxa para sentar no seu colo e responde.
JL: Para começar, me dando um beijo!

Eu me aproximo de seus lábios e coloco a língua em sua boca. Nós dois ficamos ali nos agarrando, e curtindo um ao outro, até que sinto ele puxando minha blusa.
Du: Você é maluco? - Sorriu e fico de pé. - Nem vem... Eu tenho que trabalhar e você também.
JL: Eu sei, é que você me deixa louco...

Dou um selinho nele e vou em direção a porta.
Du: Te amo! - Digo, antes de sair.
JL: Eu também de amo... - Escuto ao fechar a porta.

Estou indo procurar a Clara, quando sinto meu telefone vibrar. É Marta, ela tá me contando que já está em nossa casa ajudando a organizar tudo. A festa será no enorme quintal da nossa residência. Já sinto pena dos empregados, vai dar um trabalhão para limpar tudo aquilo depois...

Estou concentrada respondendo a mensagem, quando esbarro em alguém. Essa pessoa corria e não conseguiu parar antes de trombar em mim. Eu acabei caindo sentada no chão...
F: Me desculpe, por favor. - O homem se abaixa para me ajudar. - Você se machucou?
Du: Tá de boa! - Sorriu. - Não estava prestando atenção no caminho, a culpa foi minha.
F: Não, foi minha. Sinto muito! - Ele fala, ainda se sentindo culpado.

Fico o olhando por um instante, e vejo uma câmera pendurada em seu pescoço. Ele me ajuda a levantar, e quando já estou de pé pergunto.
Du: Tu é fotografo?
F: Sim, acabei de ser contratado pelo José Alfredo...
Du: Ah, então é você que vai fotografar a campanha publicitária da empresa?
F: Sim... Sou Fábio Marchiori - Ele pega minha mão e a beija. - Encantado.

Ao ouvir seu nome fico incomodada, Fábio não me trás boas recordações...
Du: Não tem um apelido? - Sorriu. - É que esse é o nome do meu pai e a gente não se dá muito bem...
F: Entendo, também não me dou muito bem com o meu... Pode me chamar de Fa! Mas me diz, qual o seu nome?
Du: É Eduarda, mas pode me chamar de Du! - Sorriu.
F: E o que você faz aqui?
Du: Por enquanto nada. To esperando a estilista... Vou ser a garota propaganda da Império!
F: Sábia! Meu olho clínico nunca falha. Se você não fosse modelo, ia sugerir que buscasse a profissão... Será uma honra pra mim fotografar você!
Du: Espero que você seja bom fotografo! Quero sair bonita nas fotos... - Brinco.
F: Nem que eu fosse o pior dos piores, tu nunca sairia feia...

Fico o encarando quando percebo a cantada. Pelo jeito não viu a minha aliança. Não quero ser indelicada, nem dar uma patada ou coisa do tipo. Apenas levanto minha mão esquerda e finjo estar coçando meu rosto.

Ele percebe o anel de ouro branco em meus dedos, vejo por seu olhar...
F: Bem, eu tenho que ir... Estou atrasado para fotografar um evento agora! Foi uma prazer te conhecer Du...
Du: Prazer foi meu. Também tenho que me apressar... Tenho uma terapia e o aniversário dos meus filhos pra ir.
F: Você faz terapia? Eu também...
Du: Jura? Por quê? Parece ser uma pessoa tão forte...
F: A minha esposa e meus filhos morreram num acidente.
Du: Nossa, eu sinto muito!
F: É... Foi difícil! - Olho seus olhos azuis e vejo eles se enchendo de lágrimas. Isso me comove. - Mas a vida segue. Não sei você, mas adoro festas infantis. Espero que se divirta!
Du: Você pode ir se quiser... - Senti a necessidade de convida-lo.
F: Adoraria. - Ele sorri. - Pode me passar o endereço?

Eu lhe digo e ele marca em seu celular, nós nos despedimos e vou até a sala de Clara. Felizmente a estilista já chegou.

Experimento vários vestidos e me encanto por um: Ele é longo, preto, e tem um decote bem grande. Certamente para deixar os colares da Império em evidência.
Du: Esse é o meu favorito. - Digo a Clara.

Quando acabo todos meus afazeres na Império, vou até a sala de Lucas me despedir.
Du: Já to indo, a gente se vê na festa! - Falo e em seguida me viro para sair.
JL: Espera. - Ele me chama. - Que despedida mais sem graça...

Lucas me dá um beijo de literalmente tirar o folego, e quando me solta de seus braços diz:
JL: Agora tu pode ir!

Vou pro meu carro e dirijo até o consultório de meu psicologo. Doutor Henrique.
DrH: Boa tarde Eduarda... - Ele diz, abrindo a porta para mim.
Du: Boa tarde! - Respondo, indo sentar na minha poltrona.
DrH: E então, me conte: Como foi o trabalho hoje?
Du: Divertido... Quer dizer, é estranho, mas é legal as vezes. Eu experimente um monte de roupas e depois as jóias da nova coleção...
DrH: Por que é estranho? - Ele pergunta.
Du: Acho que ainda não estou acostumada a usar uma joia que vale mais que um apartamento.

Ele sorri.
DrH: Aconteceu alguma coisa que você queira falar aqui?
Du: Acho que sim... Hoje eu conheci um cara, o Fa... - Só Fa, não gosto de falar o nome do meu pai. - Ele faz terapia também, perdeu a esposa e os filhos. Fiquei mexida. Eu senti uma coisa por ele...
DrH: Amor? - Ele pergunta assustado, afinal sempre falo de Lucas aqui.
Du: Não! - Digo até um pouco ríspida. - Claro que não... Eu amo meu marido mais que tudo nessa vida.
DrH: E então? O que sentiu?
Du: Não sei, acho que compaixão... Eu tenho o Lucas para me ajudar quando fico mal, mas e ele? Será que tem alguém? Senti vontade de ajudar...
DrH: Isso é bom! - Ele sorri.- Fazer o bem sem olhar a quem... Ajudar alguém é a melhor maneira de cuidar de si mesmo. Faz bem para alma!

Depois de algumas horas fazendo terapia, finalmente sou liberada para ir para casa.

Pego meu carro e corro até minha residência. Quando chego, vejo um monte de gente desconhecida carregando vasos, brinquedos e doces até o quintal.

Procuro Marta e quando a encontro ela aparenta estar nervosa.
Du: Tudo bem? - Pergunto.
MM: Tudo péssimo... Eu quis fazer essa festa num salão, mas ninguém me escuta... Onde vamos colocar as camas elásticas? Falta menos de 2 horas pra festa começar e ainda estou aqui! O que os convidados vão pensar...
Du: Os convidados são crianças, se tiver doce tudo bem! - Digo, brincando.
MM: É, mas os pais dos convidados não! E ainda tem o fotografo que não atende minhas ligações.

Marta continua falando mas eu paro de prestar atenção. Fico olhando a decoração... Não há a cor rosa, nem azul. Nisso ela seguiu meu conselho. É difícil decorar a festa de um casal de gêmeos, mas no final tudo acabou ficando muito bonito. Minha sogra está de parabéns!

Entro em casa e vou ver meus filhos. Eles estão acordados e brincam juntos.
C: Boa tarde Eduarda...
Du: Boa tarde Carmem! Como meus bebes passaram o dia?
C: Acho que eles sabem que é aniversário deles. Ficaram o dia todo comemorando. - Ela ri.

Pego Alfredinho no colo e dou um beijo em sua bochecha, logo depois faço o mesmo com Martinha.

Ajudo a baba a dar banho em meus filhos e depois vou me aprontar.

Por João Lucas.

O dia foi cansativo. Hoje tive milhares de coisas para resolver... Estou até com a mão doendo de tantos papeis que assinei.

Minha vontade é chegar em casa e descansar, mas sei que não posso. Hoje se completa 1 ano da maior alegria de minha vida, da maior realização e benção na vida de um homem: Ser pai.

Quando meu expediente acaba, corro para casa.

Ao chegar, tudo já está quase pronto. Quando vou a cozinha vejo alguns doces em forma de Mickey em cima da mesa e me sinto tentado a pegar. Como não tem ninguém olhando, acabo roubando alguns, até mesmo brigadeiros.

Minha mãe não está mais aqui, Ana me contou que ela foi para casa se arrumar e em poucas horas está de volta.

Subo as escadas e ao abrir a porta do quarto de meus filhos os encontro já arrumados e perfumados. Dinho veste uma camisa cheia de caveirinhas e uma calça jeans e minha filha um vestido vermelho. Os dois estão lindos.

Dou um beijo em meus pequenos e maiores tesouros e vou me arrumar também.
JL: Aposto que tomo banho, me visto e fico pronto antes de você! - Falo, quando entro no quarto e vejo Du escolhendo a roupa.
Du: Ótimo! Assim você recebe os convidados...

Droga.

Tiro minha roupa e deixo que a água recarregue minhas forças.

Saiu do banho e vejo Du se maquiando. Visto uma roupa e realmente fico pronto primeiro que Eduarda.

Desço e começo a receber as pessoas. Eu não conheço quase ninguém... Mas todos tem sobrenomes gigantescos e muita pose.

Estou com meu filho no colo enquanto a baba segura Martinha. Meus bebes já passaram por muitas mãos hoje e a festa mal começou.

"Pelo menos amanha é sábado, não terei que trabalhar..." Penso, já me sentindo cansado.

Eduarda aparece e eu fico fascinado. Ela está deslumbrante.
JL: É festa para crianças, não baile de gala... - Digo em seu ouvido.
Du: Tá muito exagerado?
JL: Não você tá linda, maravilhosa! Só to me sentindo um pouco feio agora... - Sorriu.
Du: Você feio? Nunca! - Diz, me dando um selinho.

A maioria dos convidados já está aqui, só falta minha família que com certeza se atrasará. O relógio marca 7:30 da noite, graças ao horário de verão ainda não está escurecendo... As Musicas da xuxa já tocam, algumas crianças dançam, brincam, comem doces e salgados, enquanto eu e Eduarda ficamos tentando manter uma conversa com os pais dos nossos pequenos convidados.

Assim que conseguimos nos afastamos de todos e eu digo no ouvido de Du:
JL: Pra isso ser legal precisava de um pouco de álcool nos refrigerantes! - Brinco.
Du: To achando um saco também... Mas é pros nossos filhos!
JL: Como se eles estivessem ligando pra isso. - Olho para os dois. Eles estão quase dormindo no colo de duas mulheres amigas de minha mãe.
Du: É, não estão! - Rimos.
JL: Vou pegar um vinho pra gente...
Du: Oi? Você endoidou?
JL: Só um pouquinho, ninguém vai perceber... Coloco num copo descartável e vão pensar que é suco!
Du: Tá bom... - Fala, aparentando não estar muito segura disso. - Mas só um pouquinho, pra dar uma animada...

Saiu para buscar o vinho e tomo cuidado para que ninguém me veja. Coloco o líquido roxo em um copo branco descartável e depois volto para o quintal onde acontece a festa.

Procuro Eduarda mais não a vejo em canto algum.

Coloco os dois copos em cima da mesa e me afasto para ligar pro celular de minha esposa. Chama mas ninguém atende... Será que ela foi me procurar? Mas eu nem demorei!

Quando olho novamente para mesa, vejo dois meninos bebendo meu vinho. Corro até eles e tomo de suas mãos. Os dois começam a chorar!
JL: Não, não chora. - Digo, com medo de que seus pais ouçam. - Ó, o tio Lucas pega outro suco pra vocês, esse é meu...

Dito isso, corro até os refrigerantes e pego uma coca-cola para eles. Entrego pros meninos e escuto um deles dizendo:

"Preferia o suco dele..."

"Menino esperto!" Penso...

Vou para cozinha de casa e jogo o vinho na pia. Isso foi uma péssima ideia.

Quando estou voltando para a barulheira das crianças, me lembro de Eduarda. Se ela não esta lá fora, só pode estar aqui dentro.

Subo as escadas e quando vou me aproximando do corredor escuto sua voz.
Du: Pode contar comigo Fa!
F: É tão bom ter alguém... - Escuto a voz de um homem.

Acelero meus passos e assim que termino de subir todos os degraus, dou de cara com Eduarda abraçando um rapaz que nunca vi na vida.
JL: O que significa isso? - Pergunto, já bravo.


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Notas finais do capítulo

O que será que rola depois? Ele entende de boa ou fica morrendo de ciumes desse "Fa"? kkk
Gostaria de saber a opinião de vocês! :)