Sempre te amei. escrita por AnaClaudiia


Capítulo 6
Capitulo 6: Morto




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Por: João Lucas
Meu pai está morto. A culpa é minha. É só isso que consigo pensar agora....
Estou chorando de soluçar, não consigo controlar as lágrimas. Du está ao meu lado desesperada, mais sei que não é tanto pela morte do meu pai e sim por estar preocupada comigo. Silviano, que está em minha frente, parece tranquilo... Não é novidade, ele sempre está.
Silviano: Master Lucas, desculpe minha intromissão, mas devo lhe dizer que você não é responsável pela morte... Seu pai teve um infarte fulminante enquanto brigava com o Senhor Maurílio...
Du se coloca em minha frente e com as duas mãos em meus ombros me diz olhando nos olhos:
Du: Ta vendo Lucas, não foi culpa sua. Foi infarte, ele ia ter de qualquer jeito... Calma!
Confesso que fico aliviado de não ter sido o responsável direto pela morte de meu pai, mas sei que nossa discussão mais cedo deve ter contribuído.
Ainda com lágrimas no rosto e com a voz embargada, pergunto a Silviano:
JL: Cade o corpo dele? Ta no necrotério já?
Silviano: Não master Lucas, o corpo dele está no quarto com sua mãe, ela queria se despedir antes de manda lo para a funerária...
Ao ouvir isso me vem a mente a verdadeira responsável pela morte de meu pai: Dona Maria Marta. Subo as escadas correndo e consigo escutar os passos de Du atrás de mim. Antes de chegar a porta do quarto de minha mãe sinto as mãos de Du me segurando, me viro para olha la e ela me diz:
Du: Eu sei o que você está pensando Lucas. Por favor, não vai colocar a culpa na sua mãe. Não existe culpado, aconteceu... Eu sinto muito pelo seu pai, por vocês estarem brigados antes dele morrer.. Mas você não pode pegar alguém só pra descontar a sua raiva.
Eu ainda estou completamente transtornado, ainda não sei direito o que fazer, mas ao ouvir o que Du diz sinto raiva.
JL: Ninguém te perguntou nada Eduarda, me solta!- Digo isso gritando, puxo meu braço para longe das mãos de Du e entro no quarto de minha mãe sem olhar para trás.
Quando entro no quarto, vejo minha mãe chorando, debruçada sobre o corpo.
JL: Eu pensei que você estaria comemorando agora... Não é isso que você sempre quis? Ele morto pra você pegar o poder da empresa só pra você?! Parabéns, você conseguiu. Assassina!!
Ela me olha sem entender o que está acontecendo e eu continuo a falar:
JL: Você que trouxe o Maurílio pra essa casa, meu pai morreu por causa dele... A culpa é sua. Assassina! Eu te odeio, odeio! - Quase não consigo completar a frase, minha voz está muito pesado por causa do choro.
Minha mãe me lança um inesperado olhar de compaixão e ao se levantar do lado do corpo de meu pai, vem a minha frente e me abraça.
MM: Ele se foi João Lucas, não adianta colocar a culpa em ninguém, isso não vai trazer ele de volta!
Eu nesse momento fico sem reação. Pelo jeito minha mãe me conhece mais do que eu imaginava. Consegue perceber que eu reajo a tristeza lançando raiva pra todo lado.
MM: Você não me odeia, você odeia o fato dele ter morrido. Você quer colocar a culpa em alguém pra sentir raiva ao invés de tristeza...
Minha mãe está sendo paciente e compreensiva comigo, com o meu jeito, isso me faz desmoronar, lhe abraço apertado e nós dois ficamos assim por um bom tempo. Quando estou melhor vou em direção ao corpo de meu pai me ajoelho ao seu lado e lhe peço desculpas. Não sei se de onde ele está vai me ouvir, mas isso me faz sentir melhor.
Saiu do quarto de minha mãe e vou paro o meu. Ao abrir a porta esperava encontrar Du, mas o que vejo é um papel em cima da cama com a seguinte frase. "Sai um pouco, nem se preocupe em perguntar a onde eu fui. Não avisei a ninguém... Afinal de contas, ninguém me perguntou nada! Não é mesmo?!"
Só então percebo o quão grosso fui com Du antes de ir falar com a minha mãe. A verdade é que como sempre, ela estava certa, e as vezes a verdade é dura de ser ouvida. Me sento na cama e fico esperando ela voltar.
Ouço passos passando de um lado pro outro no corredor. Deduzo que deve ser a funerária buscando o corpo de meu pai.
Uma, duas, três horas se passam e nada da Eduarda voltar. Começo a me preocupar de verdade. Será que ela ficou muito magoada com que eu disse? Caramba, como eu sou idiota as vezes... Machuco as pessoas que eu amo mesmo quando elas só querem me ajudar.
Começo a ligar pra ela de 5 em 5 minutos, mas o celular está sempre "Desligado ou fora da área de cobertura" Quando me levanto da cama disposto a quebrar minha promessa (de não dirigir por pelo menos um mês) e sair por ai procurando a Du, eis que ela abre a porta do meu quarto e surge em minha frente. Eduarda entra e senta se em minha cama sem dizer uma só palavra.
Eu a olho com um certo temor, estou com medo dela estar brava comigo, mas não é raiva que encontro em seu olhar. É tristeza.
JL: Onde você estava, te liguei mil vezes. Você não atendia... Fiquei preocupado. Eu já perdi meu pai, não posso perder você. - Eu a abraço mas ela não retribui meu gesto de carinho.
Du: Lucas, não é porque você ta mal que pode descontar sua raiva em outra pessoa... - disse deixando uma lágrima cair de seus olhos.
Eu me sinto péssimo, tinha prometido pra mim mesmo que nunca mais ia a fazer chorar, não de tristeza. E agora...Olha o que fiz! A magoei de novo.
JL: Me perdoa, eu sou um idiota. Eu tava mal, com raiva do mundo. Descontei em você! Eu não sei lidar muito bem com a dor!
Du: Eu sei Lucas, eu te conheço. Mas saber disso não me deixa menos magoada!
JL: E o que eu posso fazer pra te "desmagoar" em?
Ela ri do meu vocabulário e sinto que está prestes a baixar a guarda.
Du me lança um sorriso timído e começa a falar:
Du: Pra começar você tem que melhorar esse seu jeito de falar ai em? - Nós dois rimos e eu a abraço. Dessa vez ela retribui meu gesto.
JL: Me Perdoa vai. Eu sou um besta. Mas tenta me intender, meu pai acabou de morrer, horas depois da gente ter brigado. Eu fiquei com raiva de mim, raiva da minha mãe, do Maúrilio, do mundo.
Du: Ta bom, eu te perdoo. Não consigo ficar brava com você por muito tempo.
JL: Deve ser porque você me ama né?
Du: Nossa, mas você não deixa de ser convencido nem no dia que seu pai morre... - Assim que acaba a frase, Du percebe que aquilo não era a coisa mais certa a ser dita naquele momento. - Foi mal Lucas, piada sem graça...
JL: Por um momento eu havia me esquecido que ele morreu... - Uma lágrima começa a descer do meu rosto. Du chega mais perto de mim e envolve meu corpo com seu abraço.
Ficamos juntos no quarto por algumas horas, ela tentando me distrair com assuntos paralelos e eu tentando prestar atenção naquilo que ela fala .De repente ouço batidas em nossa porta, é Silviano:
Silviano: Master Lucas, Senhorita Eduarda... A família pediu para avisa-los que o velório começará em breve... Se arrumem por favor!
Nesse momento recomeço a chorar, Du novamente me abraça e nós dois começamos a nos arrumar para ir ao funeral.
Nos vestimos de preto como manda o figurino, Du está ao meu lado a todo momento, me consolando, me mimando... Como sempre, segurando a minha barra!
Vamos juntos com o resto da família para o local do velório... Ao chegar lá, nos deparamos com toda a imprensa na porta. Não me surpreendo.
Du e eu escolhemos uma cadeira um pouco longe do caixão para nos sentar, algumas hora se passam e as pessoas começam a chegar cada vez em maior número. Meu pai era muito conhecido, todos querem ver o fim do homem de preto.
Depois de receber alguns cumprimentos e pêsames me sento novamente ao lado de Du e abaixo minha cabeça para refletir sobre tudo que está acontecendo. Algum tempo passa, e escuto um choro um pouco mais alto que os outros, ergo minha cabeça e me deparo com os cabelos ruivos de Maria Ísis sobre o caixão de meu pai.
Ao olha la foi inevitável pensar que agora, se eu ainda a quisesse, ela poderia ser minha. Não existiria empecilho entre nós dois... Olho pro lado e o lugar a onde Du deveria estar sentada está vazio. Me levanto e a vejo saindo pela porta dos fundos do velório.
Será que ela leu meu pensamento? Percebeu por meu olhar algum sentimento pela Ísis que nem eu mesmo percebi? Me levanto e vou atrás dela. Ao perceber que estou a seguindo ela acelerá o passo e corre pro carro.
Ela vai embora em alta velocidade e me deixa ali sozinho no estacionamento.
Antes de perder o carro de vista eu lhe grito:
JL: ESPERA! O QUE ESTÁ ACONTECENDO? DU? POR FAVOR!


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