Sempre te amei. escrita por AnaClaudiia


Capítulo 7
Capitulo 7: Brigas


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Por Eduarda

Eu sei que essa não é a melhor hora para ter uma crise de ciúmes mas não pude evitar. Enquanto dirijo o carro em alta velocidade só consigo pensar no olhar que Lucas lançou para Ísis ao vê-la chegando no velório. Aquilo parecia ser um olhar de quem ama, de quem deseja...
Procuro o lugar mais afastado da cidade. Quero um lugar tranquilo, onde só ouvirei o barulho de meus pensamentos.
Dirijo por mais alguns quilômetros até me deparar com um hotel de beira de estrada. Ele parece aconchegante e então resolvo entrar.
Depois de preencher alguns papéis e pagar adiantado a diária do quarto, subo até meu andar e ao entrar na minha suite desmorono.
Não aguento mais conviver comigo mesma, com essa insegurança, com esse medo. Não é só a incerteza do amor de Lucas que me aflige, é também a do futuro. Não sei o que quero, minha vida se resume a um noivo e a um filho, isso é muito mais do que eu tinha antes, mas mesmo assim ainda é muito pouco.
Deito na minha cama e ao conferir a hora em meu celular vejo as 48 ligações perdidas e as 30 mensagens que João Lucas me mandou. Desligo o telefone, tiro minha roupa e durmo como a muito tempo não dormia.
Quando acordo, já é outro dia, ligo novamente o celular e ao constatar que minhas ligações perdidas já se triplicaram desso para tomar café da manha.
Vou embora do hotel e no caminho de volta pra casa estou ciente de que terei que dar várias explicações: Por que saí correndo? Por que só voltei agora? Onde estava? Porque fiz isso? Na realidade nem eu mesma sei responder todas essas perguntas. A única coisa que sei é: Precisava pensar na minha vida. Precisava de um tempo da loucura que é aquela família.
Entro no estacionamento e vejo que nenhum carro da família está lá. Devem estar no enterro. Subo até o apartamento e é Silviano que me recebe
Silviano: Eduarda! Estava preocupado, Master Lucas ligou avisando que a senhorita havia sumido, pediu que eu o avisasse caso você aparecesse por aqui... Ele está te procurando desde ontem.
Du: Me procurando? Pensei que ele estava no enterro do pai...
JL: O enterro ainda está acontecendo mas Lucas está atrás de você desde que sumiu... Por onde esteve?
Du: Por aí Silviano, por ai... - Digo isso e subo para o quarto do João Lucas, ainda nas escadas escuto Silviano apertando as teclas do telefone. Em poucos minutos João Lucas estaria aqui.
Minhas previsões estão certas, antes mesmo da família chegar do enterro João Lucas entra pela porta do quarto e fica parado na minha frente.
JL: Eu sei que mulher grávida fica mais sensível, que muda de comportamento e tal, mas isso já é um exagero... Não foi você que disse que eu não podia pirar toda vez que ficasse triste?! Você fez o mesmo que eu, fugiu da realidade. Até agora não entendi... Você saiu correndo daquele jeito por causa da Ísis?
Du: Também... - limito minha resposta a uma palavra. Não quero falar, tenho medo de parecer boba
JL: Também? Como assim Du? Você fica sumida a noite inteira, me faz andar por esse Rio de Janeiro todo atrás de você, me priva de participar do enterro do meu pai e, quando volta, a única coisa que tem a dizer é "Também?"
Du: Eu não te privei de nada, você não ficou no velório porque não quis...
JL: Du, dá pra parar de bancar a difícil e falar o que ta rolando?
Du: A sei lá Lucas, quando eu vi a Ísis lá eu saquei que agora não tem nada que impeça vocês dois de ficarem juntos e... - Nesse momento ele me interrompe.
JL: Tem sim Du, o meu amor por você.
Du: Me deixa terminar por favor?
JL: Tá bom, só queria te lembrar desse detalhe crucial...
Du: Como eu ia dizendo... Quando eu vi a Ísis, e pensei que vocês dois podiam, quem sabe, começar alguma coisa, dai eu percebi que se isso acontecesse eu não teria nada sabe? A minha vida, o meu futuro, ele se resume a você e o Lekinho... Se um dia a gente vier a se separar, o que sobra pra mim? Sua família tem grana, com certeza ia pedir a guarda, eu ia ficar sem nada, eu não seria nada!
JL: Eu nunca deixaria isso acontecer Du...
Du: Mas e a sua família em Lucas? Iam deixar um bebe, futuro herdeiro da ‪#‎Império‬, nas mãos de uma mulher rebelde, sem profissão e com o cabelo colorido? Porque até com isso sua mãe implica...
JL: Du, eu não to entendendo... Você tá assim porque acha que eu vou te trocar pela Ísis ou porque não sabe o que quer pro futuro?
Du: Pelos dois motivos Lucas... Eu ainda fico muito insegura em relação a ela, muito mais agora, depois que seu pai morreu...
JL: Du, não mudou nada. Eu continuo te amando do mesmo jeito, e mesmo que você não acredite, eu devo dizer: Tu é a mulher da minha vida. E outra, esse negócio de você não ter nada, fala sério Du... Tudo que é meu é seu!
Du: Mas eu não quero as suas coisas... Eu quero as minhas. Eu quero fazer alguma coisa, sentir que eu estou crescendo...
JL: Você ta falando de um emprego?
Du: É, mas não sei o que eu gostaria de fazer... Uma coisa eu tenho certeza, trabalhar na império é que não é!
JL: Depois a gente pensa nisso Du... Vem cá, me dá um abraço, eu tava muito preocupado pensei que tu não ia voltar... Não faz mais isso não tá? - João Lucas me abraça e eu deixo que o calor de seu corpo me acalme.
Depois de um tempo Lucas me olha e pergunta;
JL: Você ainda não me falou onde estava... - Pela primeira vez sinto um certo tom de ciúmes em sua voz.
Du: Tava por aí... - Respondo de forma vaga, para ter a confirmação de seus ciúmes.
JL: Por aí onde Du? Eu fui na sua casa, na casa dos nossos amigos, você não tava em lugar nenhum... - Sim, ele realmente está com cíumes. Eu deveria ficar ofendida, porque afinal de contas, ele esta suspeitando da minha fidelidade, mas ao invés disso, sinto vontade de rir.
Seguro a risada por algum tempo até não aguentar. Ao me ver rindo Lucas fica sem entender nada.
JL: Não contei piada, não achei a mínima graça. Du, qualé, onde tu tava... Você não pode sair por aí sozinha com nosso filho na barriga, e se acontece alguma coisa...
Du: Você não ta preocupado com o bebe, você está com ciúmes Lucas...
JL: Quer saber? To mesmo, onde tu tava Du? Um monte de homem por ai, não quero que você fique saindo sozinha, muito menos passando a noite por Deus sabe onde, com Deus sabe quem!
Du: Tá Lucas, agora eu fiquei ofendida! Você ta pensando que eu sou o que em? Não sou essas piranhas que você pegava não!
JL: Desculpa, mas você fica ai rindo da minha cara... Olha isso Du, a gente ta quase brigando de novo... Quer saber? Não precisa me dizer, não interessa onde você estava. A única coisa que importa é que você voltou!
Devo admitir, ele pisa na bola as vezes, mas quando quer ser fofo consegue de uma maneira maravilhosa.
Sorriu para ele e chego mais perto para lhe dar um beijo.
Por algum tempo ficamos na cama trocando caricias e beijos, só paramos para retomar o folego. De repente ouvimos um barulho vindo lá de baixo. Voltamos pra realidade. Lucas se levanta da cama e dessemos para conversar com o resto na família. Na escada me lembro que ainda não havia esclarecido totalmente o assunto de algumas horas antes;
Chego perto de João Lucas e lhe sussurro:
Du: Duas coisas: Eu posei num hotel na beira da estrada, to dizendo pra tu não ficar com caraminhola na cabeça... E outra, acabei de decidir o que quero fazer. Depois que o bebe nascer, quero me matricular na faculdade, fazer estética. Sempre gostei dessas coisas e tal... Mas eu vou precisar da sua ajuda, ficar com o Lekinho enquanto estudo.. Tudo bem pra você?
JL: Du, eu vou estar aqui pro que você precisar! Te apoiando, se ajudando... Eu te amo.
Nesse momento, Maria Marta que ouvia nossa conversa nos diz:
MM: Que lindo Lucas... Seu pai morto, e você ai fazendo planos e declarações de amor pra essa mosca morta!
JL: Mãe, não fala assim com a Du.... Você ta sofrendo, eu to sofrendo, mas não podemos parar a nossa vida por causa da morte dele.
João Lucas está calmo, parece bem mais conformado com a morte do pai que todos os outros irmãos. Olha para José Pedro e só consigo ver um menino afoito, completamente perdido. Já Maria Clara, ainda está desesperada, completamente transtornada, prefiro não olha la mais e volto a prestar atenção em Maria Marta que nesse momento volta a me dirigir a palavra.
MM: E você em mocoronga? Sumiu do enterro por que? Ficou entediada, veio pra casa jogar vídeo game é? - Disse com a mais fina ironia.
Du: Desculpa Dona Marta, mas eu não tenho a mínima obrigação de te dar satisfações da minha vida. Não te importa o que eu faço ou deixo de fazer! Será que dava pra descontar a raiva da sua vida frustrada em outra pessoa?- Ao dizer isso, todos a nossa volta fixam seus olhares em mim e em Maria Marta. Todos querem ver qual será sua reação.
Eu nem sei por que fui tão grossa com ela, já me é comum suas ironias, estou até me acostumando...
Mas hoje foi um dia particularmente difícil, não estou com paciência pra aguentar o mau humor alheio.
Marta me encara e por alguns milésimos de segundos tenho a impressão de que ela vai rir, mas não é bem isso que acontece. Ela levanta sua mão e bate com toda força em meu rosto.
Quase caiu no chão com tamanha a força da bofetada, olho pra João Lucas e ele parece estar em choque com a reação de sua mãe. A sala faz silêncio, ninguém se atreveu a dizer um piu. Marta me olha e finalmente sorri.
É com esse mesmo sorriso nos lábios que ela diz:
MM: Pra você aprender quem é que manda nessa casa.Aprender a me respeitar... Agora o Comendador não está mais aqui, a banda vai começar a tocar conforme minhas regras. Eu falo o que quero, pra quem eu quero. - Ela se vira pro restante da sala e continua a falar- E se alguém não concordar com isso, se ponha daqui pra fora.
Lucas sai de seu estado de perplexidade para me socorrer. Meu rosto está vermelho, mas eu não sinto dor. O que sinto é um desejo incontrolável de devolver o tapa.
É isso que faço! Vou até a frente de Marta e lhe dou uma bofetada com toda minha força. Ela coloca a mão no rosto mas, rapidamente se recompões.

Nós quase estamos rolando no chão, quando os braços de João Lucas me puxam para o lado. Ele olha pra mim e para sua mãe e, com lágrimas no rosto diz gritando:
JL: Eu não acredito! Tudo se resume em briga? Mãe o que você tem na cabeça? Tu bateu na Du, ela ta grávida! - Ele se vira pra mim e vem me abraçar.
Nesse momento eu desabo a chorar, a algum tempo atrás disse ao João Lucas que não poderíamos sair daquela casa, mas agora o que mais desejo é isso.
Nós dois subimos pro quarto e João Lucas parece ler meus pensamentos. Ele pega duas malas e enquanto me acalmo, começa a enche la com nossas roupas.
Ele me olha e diz:
JL: Não da mais né? Aqui a gente não vai ter paz nunca.
Du: Não mesmo... Mas pra onde a gente vai?
JL: Eu não sei Du, mas eu vou dar um jeito... Eu prometo! Tu confia em mim?
Eu nem preciso pensar para responder, vou até João Lucas, lhe dou um beijo e começo a arrumar minhas roupas na mala.
Não sei para onde vamos, nem de que iremos sobreviver, só sei que se Lucas está do meu lado, tudo acabará bem...


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